Seguindo
com a tradição do mês de outubro dedicado ao Halloween aqui no blog, esse ano
apresentarei a vocês um Outubro Supernatural. Vamos ter ao longo do mês algumas
reviews de episódios da série dos irmãos Winchester.
Calma,
calma, fãs de Chespirito, não criemos pânico! Como de costume, também teremos
reviews de episódios com os nossos personagens favoritos do Bolaños, incluindo
um episódio do Chaves em Desenho.
Tudo
intercalado com desenhos animados clássicos, mas não vou revelar seus títulos
para não estragar a surpresa.
Como
já comentei em outra ocasião, Supernatural é uma série que não dá – e
francamente não
me inspira – para resenhar todas as temporadas na íntegra, mas prometi
escrever reviews de episódios esporádicos. Para ser justa, os que eu considerei
os melhores de cada temporada. Em Outubro do ano passado postei a review de CéuVermelho, o sexto episódio da terceira temporada, cuja história girava em torno
da aparição agourenta de um navio fantasma. Todos os episódios que planejei
resenhar da série seguem linhas parecidas: são episódios que fogem ao foco da
trama principal da temporada – na maioria dos casos –, e que contam uma história completa, seja
ela assustadora ou cômica,
mas invariavelmente livre da novela sobre anjos, demônios e suas pendengas
costumeiras. Lembram que na primeira temporada a série seguia a linha narrativa
do “monstro da semana”? Então, aqui farei algo parecido, com o “monstro da
temporada” ou o “episódio da temporada”.
Não
que eu pretenda seguir uma ordem cronológica com as reviews, mas este mês vou
começar com o décimo episódio da primeira temporada.
SANATÓRIO
Durante
as buscas por seu pai desaparecido, Sam e Dean passaram por Rockford, Illinóis,
onde quatro estudantes desapareceram no interior do Asilo Roosevelt, um velho
sanatório abandonado. Aquela velha história, um bando de malucos que querem
provar sua coragem passando a noite num prédio com fama de mal-assombrado. Só
que, no caso, não é só a fama, o lugar realmente tem fantasmas saindo até do
bueiro, e os jovens acabaram ficando presos lá dentro. Mais tarde, eles foram
resgatados por dois policiais da região, mas na mesma noite, um desses bravos
cumpridores da lei matou a esposa e estourou os próprios miolos em seguida.
Poderíamos
até dizer “tá, mas e o Kiko? O que a
piração do policial tem a ver com as calças?” Bem, em se tratando de um
episódio de Supernatural, tudo!
Para
começar, o pai dos meninos havia escrito sobre o tal sanatório em seu diário.
Segundo as anotações de John Winchester, décadas atrás, os pacientes se
revoltaram contra as crueldades de um médico, e desde então, quem passa a noite
lá enlouquece completamente, pois o lugar ainda é assombrado pelos fantasmas
dos pacientes.
De
fato, agora o hospital parece cenário de um filme de terror, que é basicamente
o propósito do episódio.
Daí,
já sabem, né? Onde tem morte esquisita e lugar bizarro, lá vão os irmãos
Winchester!
Segundo
o outro policial, que ajudou a resgatar os estudantes no sanatório, o cara que
se matou era um cidadão pacato e um policial dedicado. Além disso, sua relação
com a esposa ia muito bem, obrigado – com exceção do diálogo no momento do
crime, que indica que ela provavelmente lhe colocou um par de chifres, mas o
resto da cidade não estava sabendo disso –, e estavam até pensando em ter
filhos – se o pai seria ele ou o leiteiro, nunca saberemos. Ninguém entende o
quê pode ter motivado aquela tragédia. O cara simplesmente pirou na batatinha.
Ou
vai ver ele foi possuído por algum espírito atormentado. Não esqueça que ele
tinha entrado num prédio sinistro recheado de espíritos malucos naquele dia.
Já
que estão por ali, os bonitões decidem invadir o sanatório e investigar. Mas ao
contrário do que esperavam, o Fantasmógrafo,
aquele aparelho que o Dean usa para detectar presenças sobrenaturais não capta
nada de anormal no recinto.
Mas
a expedição não foi completamente inútil, já que descobriram por ali aparelhos
de eletrochoque e todo o equipamento necessário para uma lobotomia.
Ah,
sim, e também tem aquela porta que esteve trancada com correntes e uma placa
escrito “PRE-RI-GO!” exatamente na
ala pela qual os policiais entraram antes de o Cabo Sereno incorporar o Jason
para cima da mulher.
Bem,
o sanatório era administrado pelo Dr. Sanford Ellicott, e por sorte, o filho
dele continua vivo e clinicando na cidade. E como não terão nada para fazer até
anoitecer, quando esperam que os espíritos do hospital mal-assombrado
finalmente apareçam para brincar, eles decidem marcar uma consulta para poderem
interrogar o sujeito sobre seu parente biruta.
E
como Sam é o irmão mais emocionalmente problemático, decide ir pessoalmente
conversar com o psiquiatra, fingindo-se de curioso pela História local.
Porque
é lógico que, com um emprego não remunerado, esses rapazes precisam utilizar
outros métodos para bancar suas necessidades básicas, como alimentação,
hospedagem em motéis furrecas, a gasolina do Impala e os pretextos para
conversar com possíveis testemunhas sem chamar atenção. Tipo, clonar cartões de
crédito, e confeccionar documentos falsos. Nada que um nerd como o Sam não
possa fazer com uma mão amarrada nas costas.
Mas
o Dr. Ellicott bonzinho não está a fim de remexer o próprio passado sombrio, e
só concorda em contar uma historinha para o nosso bonitão dormir, se antes ele
compartilhar alguns segredinhos sujos de sua relação complicada com o irmão
mais velho. Afinal, o psiquiatra também precisa se divertir.
E
nós sabemos que problema é o que não falta, principalmente no início da
parceria dos irmãos Winchester. Por exemplo: Dean foi buscar Sam na
Universidade quando seu pai sumiu, os dois caíram na estrada para procurá-lo, e
já em sua primeira aventura comprovamos a fidelidade de Sam à namorada graças
ao seu encontro com o fantasma da Dama de Branco – um dos melhores episódios da
primeira temporada e da série, diga-se de passagem –, e sem querer querendo
chamaram a atenção do demônio que matou a mãe deles, e ele aproveitou o ensejo
para matar também a futura Sra. Sam Winchester.
Depois
disso, Sam se fechou numa bolha melancólica, onde secretamente culpa o irmão
por ter melado seu relacionamento com a mocinha, e não admite comparações entre
a morte recente de sua namorada, e a ferida mal curada de Dean na época da
morte da mãe – Sam era bebê, por isso, nem se lembra dela.
Uma
novela que teria tudo para encerrar a série na primeira temporada, se os
roteiristas tivessem estendido o chororô por mais tempo.
E
agora que já cumpriu sua parte no trato e xingou até a vigésima geração de seu
irmão por causa de uma tragédia em que Dean, na verdade, não teve culpa
nenhuma, Sam está pronto para ouvir a história do Jovem Frankenstein.
Digo, do filho do Dr. Matusquela.
É
o seguinte: em 1964, os pacientes mais difíceis e os psicóticos ficavam na ala
sul do sanatório Roosevelt, e uma noite eles fizeram um motim. Atacaram outros
pacientes, a equipe médica e uns aos outros. Houve muitas mortes, entre
pacientes, funcionários, e o próprio Dr. Ellicott. Os sobreviventes foram
transferidos para outro hospital e o Roosevelt foi fechado. Os corpos nunca
foram encontrados.
Ou
seja, aquele é um prédio recheado de espíritos atormentados, com dezenas de
corpos para queimar, e um mistério para solucionar. E nem adianta chamar a turma
do Scooby-Doo. Este é um caso para os irmãos Winchester!
Como
haviam planejado, nossos heróis voltam ao sanatório naquela noite para
investigar. Porém, um simpático casalzinho tem a mesma ideia – porque não há
nada mais romântico para um encontro do que se enfiar num prédio mal assombrado
e parcialmente depredado no meio da noite.
O
problema é que o casal se separou momentaneamente lá dentro, enquanto Gavin foi
procurar um cafofo especial para curtir com sua namorada, Katherine, e não
demorou a se deparar com uma mulher, muito parecida com a namorada no escuro,
toda assanhada para beijá-lo.
Mas
aí ele se afasta um pouco para procurar um ângulo mais iluminado, e finalmente
se dá conta de aquela mulher não é sua namorada.
Achou
a loira fantasma esquisita? Espere até ver o espírito que rodopia a cabeça
preso numa camisa de força!
E
Sam não demora a chamar a atenção da loira fantasma beijoqueira. Porque a diaba
não é boba nem nada, né? Vai logo tentando tirar uma casquinha do bonitão.
O
curioso é que, tirando o assédio, com o qual Sam já está acostumado – ao longo
da série, ele foi alvo de todo tipo de periguete, fantasmas, tias velhas a
perigo, demônias no cio, socialites cheias de amor pra dar... Caía na rede, o
Sam era peixe –, a loira do banheiro não tentou atacá-los. Ao contrário, ela
parecia estar tentando lhes dizer alguma coisa.
Nesse
momento, eles ouvem o choro de outra mulher.
Mas
desta vez, a chorona não é exatamente uma assombração, mas a namorada do
primeiro assediado pela loira fantasma nesse episódio, Katherine, que tinha se
escondido atrás de uma cama virada quando os espíritos começaram a aparecer, e
seu namorado desapareceu.
Sinal
de que os motéis dessa cidade devem estar pela hora da morte!
E
como não quer ir embora sem seu par, Kat acompanha os meninos pelos corredores
do sanatório assombrado, em busca de seu amado desaparecido.
Esse
fantasma simpático, como vocês podem perceber pela semelhança, é parente do
goleiro do Corinthians, e realmente é uma assombração bem amigável – não tipo o
Gasparzinho, o fantasminha camarada, mas também não chega a ser
assustador, apesar da aparência bizarra. Quer dizer, tirando também o fato de
ter arrastado a mocinha para um quarto escuro e trancado a porta por dentro.
Mas,
calma, não é nada do que vocês estão pensando. O sujeito não é da turminha da
loira tarada.
Acontece
que os espíritos dos pacientes não querem machucar ninguém, eles só estão
tentando se comunicar. Foi o que a loira fantasma tentou fazer, depois de tirar
uma casquinha do Gavin, mas ele tinha ficado tão apavorado que não a deixou
encostar a boca em seu ouvido. E pelo visto, os coitados meio que perderam a
voz depois que “fizeram a passagem”, e só são capazes de falar aos sussurros.
Ao
se dar conta disso, Sam pede que Dean pare de tentar arrombar a porta para
libertar a garota de seu encontro com o fantasma do goleiro do Corinthians – ou
do primo dele –, e grita para a garota ficar calma e bater um papinho com a
assombração.
O
segredo que o fantasma queria contar para a garota era um número: 137.
Elementar,
meu caro Watson!
Como
Dean é o irmão mais velho, ele vai investigar, enquanto Sam conduz o casalzinho
vivo à saída mais próxima, mas descobrem que os fantasmas já deram o toque de
recolher, e por isso estão todos trancados.
Nesse
momento, o celular de Sam começa a tocar, e Dean pede que o irmão desça até o
porão para ajudá-lo, pois tem alguma assombração atrás dele, e dessa vez não é
a loira beijoqueira. Então Sam deixa a arma de sal grosso com Kat e vai
socorrer o irmão.
Mas
aqui entre nós: não é muito estranho que o quarto 137 fique no porão?
Oh,
não! O telefonema foi uma armadilha. E agora? Quem poderá defendê-lo?
Não
vai ser o Dean ainda, porque ele estava lá no quarto 137, procedendo uma
investigação minuciosa, em que descobriu que a manutenção do lugar realmente
deixava muito a desejar, porque ele não teve a menor dificuldade em encontrar
uma tábua solta na parede, com o esconderijo secreto do diário de pacientes do
Dr. Ellicott, onde ele relatava em detalhes as experiências bizarras que
praticava com aqueles pobres enfermos.
Então
ele corre para contar as novidades ao seu irmão. E quase toma um tiro de sal
grosso, porque a menina pensou que ele fosse uma assombração.
Mas
essa bronca aí vai ter que esperar, porque eles têm uma notícia mais urgente:
Sam foi para o porão atender ao seu pedido de socorro. O engraçado é que ele
não lembra nem de ter descido ao porão, e muito menos de ter ligado. E vai
correndo ver que rolo é esse.
Mas
ao descer até o porão, Dean encontra Sam assobiando tranquilamente lá embaixo,
como se nada tivesse acontecido, e vai logo passando relatório de suas
descobertas no diário do Dr. Biruta. Na verdade, aquilo que nós já sabíamos:
que ele fazia uma espécie de lobotomia no cérebro dos pacientes, e um dia eles
se revoltaram, arrastaram o médico para algum lugar e o mataram. Não que o
médico tenha relatado sua morte no diário, esta foi apenas a conclusão do
relatório, com os motivos da revolta. Mas os registros mencionavam ainda uma
sala secreta onde Ellicott operava os infelizes.
Daí
Dean começa a procurar a entrada secreta, enquanto Sam continua nem aí com quem
matou a Odete Roitman; mas quando seu irmão descobre uma abertura sob o rodapé,
indicando a localização da porta, Sam aponta uma arma de sal para Dean.
Como
se pode notar pelo sangramento nasal, Sam Winchester teve um contato imediato
do terceiro grau com o médico louco, e está com o cérebro lobotomizado nesse
momento. Não que Dean precise realmente se preocupar em levar um tiro de sal
grosso, mas já que ele quer atirar, seria melhor que mirasse na porta...
Daí
o Sam começa a tacar na cara do irmão todo o desabafo que já tinha feito mais
cedo com o filho do Frankenstein: porque Dean sempre foi o favorito de seu pai,
porque sua namorada foi morta por um demônio bizarro, porque Dean só pega
mulherão, enquanto ele é forçado a distrair todo tipo de canhão... Enfim, todo
aquele chororô que quem acompanhou as primeiras temporadas da série ficou até
cansado de ouvir.
Então,
Dean, numa tentativa de acalmar os ânimos, entrega sua arma ao irmão.
Mas
o quê...?
FICOU
DOIDO, DEAN?! O SUJEITO TÁ QUERENDO TE DAR UM TECO E VOCÊ DÁ A ARMA PRO
INIMIGO? TÁ QUERENDO TOMAR UNS TAPAS?
De
mim, que fique claro! E se cometer essa barbaridade, eu também tenho um chinelo
carregado para descer o sarrafo nesse Caim aí! Humpf!
Claro
que a dita cuja estava descarregada. Porque Dean é doido, mas não é idiota, e
sacou, desde o papo do telefonema, que seu irmão podia estar com o cérebro
bagunçado.
Mais
que de costume, eu quero dizer.
E
como a arma não disparou, Dean aproveitou a exclamação de surpresa de Sam para
nocauteá-lo com um chute na cara, e poder procurar o corpo do médico doido na
santa paz.
Só
que o espírito do dito cujo também estava rondando por ali, para garantir que
ninguém perturbaria seu cadáver, e quando Dean encontra o armário onde o
defunto está descansando em paz, e começa a lhe dar um banho de gasolina, o
médico revoltado arremessa uma mesa de instrumentos cirúrgicos em cima dele.
Mas
o Dean é um pouquinho mais ligeiro que o Sam quando o assunto é corpo a corpo,
e consegue alcançar o isqueiro, acender e jogar no cadáver, enquanto o Dr.
Matusquela tenta lobotomizá-lo.
Para
constar: todos os fantasmas cujos corpos esses irmãos queimaram ao longo das
treze temporadas da série se desintegraram numa nuvem de fumaça e faíscas; só o
Dr. Frankenstein desse episódio parecia ter um segundo corpo para virar pedaços
de barro destruído. Terá sido outra experiência bizarra?
Com
a morte do médico encapetado, Sam recobra os sentidos, livre do controle do
fantasma, e eles finalmente conseguem conduzir o casalzinho para fora do
sanatório. E a garota aproveita o ensejo para chutar a bunda do namorado, já
que aparentemente a ideia estapafúrdia de usar o prédio mal assombrado como
motel foi dele.
Sim,
Dean, já entendemos: crianças, fiquem longe de casas assombrados, matagais,
bocas de bueiro, alamedas de cemitério, e banheiros públicos. E respeitem os
muros de trás das igrejas! Papai do Céu tá vendo!
Agora
que o pepino foi resolvido, Sam já pode se desculpar pela enxurrada de
reclamações que despejou em cima do Dean, e como sabe que esse trabalho é coisa
de doido, o irmão mais velho decide deixar isso pra lá.
Ouviram
o rapaz, né? Então, até a próxima!
Na nossa próxima review, descobriremos como o Jovem Frankenstein conheceu sua
noiva. Até lá!
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