Contra a Rabugice, Nada Como Um Bom Chá de Quebra-Hemorróida

em segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Prontos para mais um episódio do Halloween Animado? Eu dei um pequeno spoiler na review de Hey Arnold!, sobre o que ainda estava por vir nesse outubro Halloweenesco. Então, sim, teremos mais um episódio de Contos da Cripta!
Caso você seja novo no pedaço e não saiba de que raios eu estou falando, vou explicar. Contos da Cripta foi um desenho baseado numa série de TV homônima, que costumava ser exibido milênios atrás na extinta Fox Kids. Para mais detalhes, confira a review do outro episódio que eu postei.
Pois bem, o escolhido de hoje foi um dos primeiros episódios que eu vi desse desenho, e basicamente um dos responsáveis por eu lembrar dos Contos da Cripta com tanto carinho. Vamos nos assombrar hoje com
A CASA DO TIO HARRY
A princípio vemos o Guardião da Cripta saindo de um sarcófago, onde acabara de tomar um banho de vapor para tirar as rugas. Acontece que o nosso amigo entrou na onda fitness, e desde que esticou as canelas, ele dá umas passadinhas na academia para manter o rigor cadavérico.
Afinal, não é porque o sujeito morreu, que ele deve descuidar da saúde e da boa forma, né?
Mas aí quando ele resolve dar aquela relaxadinha, descobre que seu massagista é o Cavernoso, um dos vilões que está sempre tentando roubar seu livro de contos de terror e seu emprego como porta-voz do desenho.
Aliás, se tem uma coisa que nunca fez sentido nesse desenho foram esses vilões tontões que viviam tentando tomar aquele livro gigantesco do Guardião. Criaturas, se vocês querem uma vaguinha como âncoras, comprem outro livro de contos de terror, ou escrevam suas próprias histórias! Façam o trabalho sujo uma vez na vida!
Ou uma vez na morte, que seja...
Felizmente, o sujeito – o Guardião, no caso – é tão magro que consegue se libertar das algemas na maior facilidade, e empurrar seu rival na mesa de massagem, justamente quando ele está terminando de colocar a máquina de alongamento para funcionar.
Agora que a situação está controlada, ele já pode começar o desenho de hoje.
É aniversário do pequeno Jeremy, e seus tios Dorothy e Harry o levaram ao parque de diversões para comemorar. Ao que tudo indica, o tio Harry – que é tão bem-humorado quanto Ebenézer Scrooge no Natal – concordou com o passeio por livre e espontânea pressão de sua digníssima senhora – que, no mínimo, deve ter ameaçado jogar suas cervejas na privada e fazê-lo beber suco de jiló pelos próximos novecentos anos –, pois o sujeito não para de reclamar. Primeiro, porque os ingressos estão mais caros do que o almoço numa churrascaria; depois porque Jeremy só escolhe brinquedos supostamente perigosos.
Como qualquer criança sedenta por aventura e adrenalina, Jeremy fica louco para andar na montanha-russa, mas seu tio proíbe, pois não quer perder a tarde inteira recolhendo seus pedaços por aí, depois que um dos parafusos daquela engenhoca montada às pressas se soltar, para transformar o menino em panqueca. Então Jeremy pede para ir na Casa Maluca, mas de novo, o tio argumenta que não tem sentido pagar para andar entre paredes e espelhos, se podem fazer isso em casa.
Ou seja, Harry está determinado a colocar defeito em todos os brinquedos do parque, para ver se o menino desiste do passeio. Nem os jogos das barracas agradam ao rabugento tio Harry, que imagina ser tudo arranjado, para que ninguém possa levar o prêmio.
Até com as guloseimas vendidas no parque o tio Harry implicou: algodões doces farão o sobrinho perder os dentes antes mesmo de ter idade para dirigir; cachorros-quentes o farão infartar antes de chegar à faculdade; pipocas grudarão palha em sua garganta e o impedirão de respirar...
Resumindo: tio Harry era um grande catastrofista. E um grandessíssimo filho da... pátria.
Sério, como um sujeito ranzinza como esse conseguiu casar? E com uma senhora tão simpática quanto a tia Dorothy!? Essa questão me deixa que nem a Magda: não tô entendendo...
E o pior é que existem muitos tios Harry por aí, que só ficam satisfeitos estragando a diversão dos outros, e que não sabem abrir a boca para outra coisa que não seja reclamar.
Mas ele precisa lembrar que Jeremy é só uma criança, e hoje é aniversário dele, portanto, deve ao menos permitir que o menino se divirta um pouco.
Ah, olha só: tem uma cigana chamada Delna lendo a sorte numa tenda no parque.
Claro que o tio Harry vai logo dizendo que esse papo de previsão é uma tremenda bobagem, daí a tia Dorothy o manda à merda às favas, e decide se divertir por conta própria.
E nesse momento, enquanto Harry repete mais ou menos pela carambésima vez que todos estão jogando dinheiro fora naquele lugar, Jeremy dá de cara com o Conde Drácula em pessoa, que veio sugar seu sangue e arrastá-lo para o inferno.
Só que o vampirão não estava ali para um rega bofe. Acontece que até no mundo dos monstros a coisa tá puxada, de modo que o Conde Drácula estava fazendo um bico como garoto propaganda da Casa Assombrada do parquinho.
Pedindo assim com jeitinho, é claro que o tio Harry – a contragosto – acompanhou o menino nessa excursão, com a promessa de que o levaria para casa assim que esse passeio terminasse.
O engraçado é que a tal casa já parecia mal assombrada desde o lado de fora, com nuvens de tempestade se formando ao seu redor, e trovões passando por ela, enquanto que no resto do parque, o dia estava ensolarado e sem qualquer vestígio de chuva. Mesmo assim, o tio Harry garantiu ao sobrinho que os dois ficariam desapontados, pois o lugar devia ser tão assustador quanto o bolo de carne da tia Dorothy.
Atenção nesse cartaz, crianças:
Não se esqueçam disso!
Claro que o tio Energúmeno... digo, Harry fez sua própria interpretação do cartaz.
Sério, o cara tem que ser muito filho da mãe para ficar estragando a diversão de uma criança com esse monte de resmungos. Esse tio Harry está merecendo uma lição. Tomara que o Bicho-Papão o agarre dentro da casa assombrada e o atire na cova da Tamara-Que-Não-Volte-Nunca!
Sim, eu sei, Once Upon a Time já acabou, mas o ódio por essa personagem nunca se extinguirá.
Idem para o Greg.
Hora do passeio!
O carrinho passa por um túnel escuro, e logo depois eles veem um esqueleto fluorescente, que parece confirmar a teoria do tio Harry sobre aquela casa assombrada ser tão assustadora quanto o almoço de domingo na casa da sogra, porque está na cara que o esqueleto é feito de plástico e está enrolado em luzes de natal pintadas de verde.
Em seguida, uma cabeça de lobisomem aparece pendurada acima deles no túnel escuro, claramente outra imitação coberta de pelos artificiais. Tem até um olho faltando, só para impressionar. Mais à frente, atravessam uma passagem cercada de teias de aranha... E se a coisa continuar assim, todos teremos que concordar com o tio Harry: essa casa assombrada é tão assustadora quanto a aula de Aritmética do Professor Girafales.
De repente, porém, o carrinho deles toma um caminho diferente dos que vão à sua frente, passando por uma porta adjacente e entrando num túnel sombrio com trilhos de madeira apodrecida.
Estava com medo da montanha-russa? Dá uma olhada nesses trilhos. No mínimo, foram construídos quando Matusalém ainda engatinhava!
E o destino não é muito menos bizarro do que o caminho, porque, ao passar por um portal super iluminado, desembocam em outro túnel, onde morcegos aparentemente reais se lançam contra eles.
E se tiverem sido feitos pela produção do Chapolin Colorado, devem adorar Água da Jamaica, aposto.
Assim como também desconfio que Água da Jamaica seja um pseudônimo para a água que o passarinho não bebe.
Mas agora o tio Harry começou a gaguejar. Sinal de que ele já não está tão certo de que tudo naquela casa assombrada seja tão fajuto assim.
Principalmente depois que uma certa passagem os conduz a um pântano sombrio. Harry supõe primeiro que as árvores ao seu redor sejam feitas de cera, mas já começa a agarrar com força a lateral do carrinho, quando os cipós começam a se mexer e tentar agarrá-lo.
A propósito, tem alguma coisa se mexendo no seu chapéu, tio Harry.
Seguindo a sua lógica, deve ser só um balão com uma saída de ar. Só não esquece de anotar o nome da espécie, caso o balão de ar aí te dê uma dentada, para tomar o soro antiofídico certo.
E agora tem um monte de insetos estranhos invadindo o carrinho, e eu sinceramente não colocaria a mão para descobrir se são de verdade ou apenas bonequinhos eletrônicos que parecem vermes... Mas tudo bem, porque tem uma lula gigante no pântano que vai adorar comer esses bichos irritantes.
Então os cipós agarram o tio Ranzinza e o puxam para fora do carrinho, apesar do aviso do cartaz lá na entrada, que recomendava que os passageiros nunca abandonassem o veículo.
Falando em saber ler...
E graças às muitas atrações que se exibem no pântano, Jeremy nem se deu conta de que seu tio passou parte do passeio brigando com os cipós alguns metros acima de sua cabeça. E ele provavelmente não saberá explicar de maneira racional como seu chapéu ficou tão mastigado.
Pelo menos o passeio pelo pântano está acabando, e eles estão prestes a entrar num cemitério.
O carrinho começa a deslizar por entre os túmulos, e...
E defuntos no plural! Os mortos saem de suas covas e começam a caminhar não muito lentamente em direção ao carrinho.
Ué, tio Harry... As coisas aí não eram feitas de cera? Se continuar assim, vão mudar seu apelido de Ranzinza para Borra-Calças.
Deixa ela ouvir isso!
Aparentemente, o zumbi também não gostou da comparação, e foi logo tentando arrancar o tio Ranzinza do carrinho para cobri-lo de pancada.
Finalmente, eles veem uma luz no fim do túnel, o que significa que o passeio está terminando, e o tio Harry logo poderá limpar a bunda.
Isto é, se aquele pêndulo afiado balançando perto da porta não fatiá-los na saída...
Mas como isso é um desenho animado – e não é do South Park –, é claro que eles conseguiram passar tranquilamente pelo pêndulo, e retornar ao túnel com as teias de aranha, o que significa que seu passeio chegou ao fim.
A propósito, tem algum médico na casa? Porque eu acho que o tio Harry vai ter um piripaque.
A propósito, tem uma coisa atrás de você, tio Harry.
Não é ótimo ver esses rabugentos que adoram acabar com toda a diversão se borrando de medo?
Tio Harry começa a passar um relatório completo à sua senhora a respeito do passeio, contando sobre os morcegos verdadeiros, o pântano cheio de coisas estranhas, e o cemitério, onde os mortos se levantavam do túmulo e tentavam arrancá-los do carrinho, e aquele pêndulo maluco balançando na saída...
Daí tia Dorothy começa a gargalhar porque seu marido nem se deu conta de que acabara de se divertir como nunca na vida.
Obviamente o psseio pela Casa Assombrada, mesmo com aquele desvio para o Quinto dos Infernos, não foi realmente assustador. Provavelmente o tio Ranzinza aí só ficou preocupado porque não conseguiu pensar em nenhuma explicação plausível para as aberrações que os atacaram. E o grande barato do episódio era vê-lo se descabelando, enquanto Jeremy bancava a mãe do Phineas & Ferb, sem ter a menor noção dos apuros em que seu tio estava envolvido.
Agora até o tio Harry teve que rir de si mesmo, por ter ficado tão apavorado com aquela casa assombrada que quase sujou as calças.
Mas promessa é promessa. Hora de ir para casa.
Aquela que o senhor estava criticando mais cedo? Como o mundo dá voltas, hein...
Parece que a sorte da tia Dorothy estava certa, afinal.
Ou seja, quando esqueceu que era um adulto, tio Harry se lembrou como é que se diverte, simplesmente deixando a imaginação voar.
Moral da história: dê um habeas corpus à sua imaginação, ou corre o risco de virar um chato de galochas.
Com o fim do conto, somos levados de volta ao Guardião da Cripta, que agora está sendo perseguido pela Bruxa Velha, que veio malhar com ele, recitando um poeminha... Ou será um feitiço?
Anotem essa receita, para quando quiserem se livrar de uns pneuzinhos indesejáveis.
Mas como o Guardião da Cripta está Puro Osso – sacaram a referência a Billy & Mandy? –, ele prefere trancar a Bruxa Velha na padaria, onde ela será socada até ficar só com meio metro de altura.
Tudo bem quando termina bem. Fica um conselho, meus amigos: mantenham sua imaginação em forma!

Na próxima postagem, vamos reencontrar o fantasma da Chorona, que causou o maior furdunço lá na vila do Chaves.
Até lá! *-*


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