De
longe o episódio mais aguardado em toda a história de Supernatural!
Desde
que foi anunciado – mais ou menos ao mesmo tempo em que anunciaram a renovação
da série para a 13° temporada – criou-se uma imensa expectativa em torno do crossover de Supernatural com
Scooby-Doo, no mundo todo.
Primeiro
vamos esmiuçar um pouquinho a respeito do motivo do barulho. Aqui no Brasil Scooby-Doo
é um desenho extremamente querido, figurando listas de favoritos em cerca de
95% dos amantes de desenhos animados – falando por mim, se me perguntarem qual
é o meu desenho favorito, há um empate técnico entre Scooby-Doo, Duck Tales e
Pica-Pau. Nunca consegui desempatar a questão, e provavelmente nunca
conseguirei. E se aqui o desenho da Hanna-Barbera é tão querido, lá na terra do
Tio Sam, Scooby-Doo é mais ou menos equivalente ao Chaves por aqui. Ele está
presente na memória afetiva da infância de quase todo mundo; e mesmo quem é
adulto, gosta de assistir ao desenho. Scooby e sua gangue podem ser
considerados o grande carro-chefe da Hanna-Barbera, o símbolo inquestionável do
estúdio, tal como o Mickey é para a Disney.
De
novo, falando por mim, Scooby-Doo é o grande responsável por eu ter me tornado
escritora. Sim, eu sei, vocês devem estar pensando “mas o que tem a ver Scooby-Doo, se você escreve romances?”. Pouca
gente sabe, mas as primeiras histórias que eu escrevi foram mistérios de
detetive – ainda não publicados. E até hoje, a turma da Máquina de Mistérios é
uma grande fonte de inspiração para mim, seja no mistério, seja na comédia.
Assim
como para muita gente.
Fazendo
um panorama rápido, crossovers com a turma do Scooby-Doo não são exatamente
novidade. Desde que o desenho foi criado, vimos essa turma visitar os mais
diferentes universos. Entre 1972 e 1973 a Hanna-Barbera produziu duas
temporadas de uma série chamada Os Novos
Filmes do Scooby-Doo, que nada mais eram que especiais de quarenta minutos
com crossovers da turma com diversos personagens da cultura pop, num total de
24 episódios. Nessa série a Scooby Gang resolveu
mistérios ao lado de Os Três Patetas, A Família Addams, Batman & Robin, O
Gordo e o Magro, Jeannie & Babu – na época, o estúdio tentou transformar
Jeannie é Um Gênio em desenho animado, mas só durou uma temporada –, e também
com figuras menos conhecidas do público brasileiro como Don Knotts (ator e
humorista americano), Josie e as Gatinhas (o desenho chegou a ser exibido por
aqui, e tem um filme de 2001 sobre a banda), Don Addams (o Agente 86), e Dick
van Dyke (muito conhecido por aqui como o divertido Bert, amigo da Mary
Poppins). Sem falar nas duas temporadas de Os
Ho-Ho-Límpicos, que colocou Salsicha, Scooby-Doo e Scooby-Loo para disputar
corridas de carros com outros personagens clássicos da Hanna-Barbera, como
Capitão Caverna, Zé Colmeia, Dom Pixote, Wally Gator, Bibo Pai e Bobi Filho,
entre 1977 e 1979. A turma também participou de alguns crossovers com Dinamite,
o Cão Maravilha e o Falcão Azul, e de um episódio do Johnny Bravo.
Como
deu para perceber, crossovers com a turma já aconteceram aos montes. Então, por
que tanto barulho e tanta expectativa em cima desse crossover em especial? Bem,
porque, como vocês podem notar, muita gente já se misturou com a galera do
Scooby-Doo, mas nenhum deles tinha uma história tão semelhante a do grupo.
Veja
bem, a turma do Scooby-Doo vive rodando pelo país na Máquina de Mistério,
desvendando casos que geralmente envolvem assombrações, mas os fantasmas sempre
se revelam criminosos tentando espantar as pessoas para se dar bem
financeiramente. E o que fazem os irmãos Winchester? Rodam por aí no Impala,
desvendando mistérios que sempre envolvem assombrações – fantasmas,
cruz-credos, bruxas, anjos, demônios, deuses e semideuses de tudo quanto é
mitologia, etc., etc., etc... A única diferença é que, no final dos episódios
do Scooby-Doo descobrimos que as assombrações não eram reais, mas apenas
criminosos mascarados; enquanto que no Supernatural todos os monstros são
reais, e precisam ser derrotados ou eliminados pela dupla.
Perceberam
como os dois universos se encaixam?
A
grande questão era equilibrar a inocência e a racionalidade lógica de
Scooby-Doo com a maturidade e o tom macabro de Supernatural, sem desrespeitar
nenhum dos dois universos. E isso o roteiro conseguiu fazer brilhantemente. O
que vimos foi um dos episódios mais divertidos da história de Supernatural e o
mais macabro do Scooby-Doo. E uma série de referências deliciosamente
nostálgicas para a nossa coleção. Creio que os fãs de ambas as séries não
tiveram do que reclamar.
Bem,
deixemos outras comparações para comentar ao longo da review.
Para
encerrar com chave de ouro a nossa maratona de Halloween...
Nossa
história já começa com cara de desenho animado, embora ainda no mundo real. Não
é mencionado no episódio, mas de início, tudo leva a crer que a trama se passa
em Lebanon, Kansas, mesma cidade onde fica o bunker dos Homens de Letras,
embora a cena final do episódio contradiga esta informação.
Sam
e Dean já aparecem no olho do furacão, numa luta corporal contra um dinossauro
de pelúcia. E detalhe: os garotos estão apanhando! De um dinossauro de pelúcia!
Que, aliás, é outro crossover do episódio, misturando mais um estúdio no rolo:
não é nem o Dino dos Flintstones, nem o Barney; é o Reptar do desenho dos
Rugrats.
Sim,
aquele mesmo da Nickelodeon. Coisa fina.
Reparem
bem que os meninos se livraram da criatura tacando fogo no bicho. O troço
queimou até o talo e explodiu em mil pedaços, soltando faíscas, como se fosse
um fantasma. Guardem essa informação, porque será importante mais adiante.
O
incidente se deu numa loja de penhores, e o proprietário ofereceu qualquer
mercadoria da loja como recompensa aos rapazes por terem destruído aquela
pelúcia do mal que queria matá-lo. E o Dean, que não é bobo nem nada, esticou o
zóio para cima de uma tevezona gigante,
que combinará muito bem com o resto da mobília de sua Bat Caverna no porão dos
Homens de Letras. Ou Dean Caverna, que seja.
O
careca aí no canto da imagem não é o dono da loja, não, é o Jay, um figurão das
redondezas, que é dono de quase tudo no bairro, desde o restaurante chinês até
a lavanderia. Ele chegou enquanto os rapazes debatiam se aquela criatura era um
objeto amaldiçoado, ou só um produto com defeito fabricado pela Estrela, que
pode ter entrado em curto com as pilhas de 1,99.
Seja
lá como for, uma vez resolvida a encrenca, os rapazes voltam para o bunker, e
Dean vai logo instalando sua nova TV gigante no seu canto favorito da casa, que
é basicamente sua versão do Mundo de Michael – lembra? Em Eu, A Patroa e as Crianças, quando Michael expulsou Júnior de casa
por usar sua cama para furunfar com a namorada, obrigando o garoto a viver na
garagem, e transformando o quarto dele em seu paraíso recreativo? No Mundo de Dean – ou Caverna do Dean, como ele chamou – tem uma mesa de pebolim, uma
Jukebox – porque a gente sabe como ele adora um rock clássico –, um monte de
vinis – que a garotada de hoje provavelmente pensa que é um artigo da Idade da
Pedra, embora só tenha saído de linha há uns vinte e cinco anos, virando item
de colecionador logo depois –, um par de poltronas reclináveis, e claro, um bar
– porque todo mundo sabe que o Dean, assim como a Penny Hofstadter, é chegado
numa biritinha.
Aqui
entre nós, Sam, acho que a pergunta certa é: como foi que ele arranjou grana pra isso? Porque, até onde eu me
lembro, vocês herdaram um armazém cheio de livros empoeirados e objetos
místicos dos Homens de Letras. Ninguém falou numa conta bancária abastecida com
os trilhões do Tio Patinhas...
Enfim...
Sam ainda está encucado com o Reptar que enfrentaram lá na loja de penhores,
porque objetos amaldiçoados não costumam atacar pessoas fisicamente. Ele ainda
acha que tem mais algum caroço nesse angu, mas o Dean não está nem aí para o
caso do dinossauro de brinquedo. Para ele, já são águas passadas.
Certo,
a referência destoa do resto do episódio – e da série, para falar a verdade –,
mas mostra o quanto Dean é ligado no universo animado.
E
agora que mencionei, esse é um monstro que falta na mitologia de Supernatural:
eles ainda não enfrentaram nada que tivesse o poder congelante da Rainha de Frozen.
Se os roteiristas quiserem um personagem já existente, vou recomendar que olhem
com carinho para Os Sete, do André Vianco. O Vampiro Inverno adora dar
uma esfriadinha nas coisas. #FicaaDica!
Retomando,
enquanto Dean pede que o irmão dê uma relaxada no trabalho, ele pega o controle
remoto e se prepara para colocar seu novo brinquedinho em ação. Mas ao ligar a
TV, ela emite uma luz roxa que provavelmente não fazia parte da programação do
canal, e nossos heróis acabam sendo tragados para dentro da televisão.
É,
eu sei... Já vimos esse filme lá na quinta temporada, quando o Brincalhão – que
na verdade era o Arcanjo Gabriel fazendo arte – transportou os rapazes para um
universo de séries de TV – que eu ainda vou resenhar na íntegra, num futuro bem
próximo. Mas agora a coisa é diferente, porque, naquela época, eles visitaram
os programas de TV, as séries e os comerciais, mas continuaram sendo eles
mesmos. Desta vez, eles viraram desenho.
Ótimo
jeito de testar, Dean. Mas não seria mais natural com um beliscão?
Mas
desta vez o danadinho não tem nada a ver com isso, rapazes. E até o Impala foi
sugado para dentro desse desenho. Talvez porque a chave estava no bolso do Dean
quando a TV os sugou.
Deduzindo
que se trate de outro caso que precisa ser solucionado, nossos heróis dirigem
até uma lanchonete, e para surpresa de Dean, o veículo estacionado ao seu lado
é a Máquina de Mistério!
Sim,
o furgão da turma do Scooby-Doo!
E
vocês podem perceber pela empolgação do Dean o quanto ele é fã do desenho, né?
Aliás,
isso não era segredo para ninguém. Mais ou menos desde o início da série, Dean
solta frases falando de sua paixão pelo Scooby-Doo sempre que tem oportunidade.
A primeira menção que eu me lembro aconteceu num dos episódios que resenhei
esse mês, Brinquedos, lá na segunda temporada: quando estacionam em frente ao
hotel mal-assombrado, Dean olha para o casarão sinistro e diz “dá até para imaginar o Fred e a Daphne aí
dentro. Ah, Daphne... Adoro, ela”. No já referido episódio da quinta
temporada, Trocando de Canal, um dos
programas em que os rapazes entraram parecia ser uma versão live-action do Scooby-Doo. E mais
recentemente, no episódio onze da décima segunda temporada, Sobre Dean, quando o Winchester mais
velho é acidentalmente enfeitiçado por Bruxos Druidas, e Rowena é chamada para
ajudar a impedir que ele esqueça completamente quem é, Dean assiste ao
Scooby-Doo na televisão do motel, enquanto o irmão discute com a Bruxa a melhor
maneira de salvá-lo.
Aliás,
a morte que mais tinha me incomodado no final da Season Doze – mais até que a
do Castiel, que eu tinha certeza de que iria voltar – foi a da Rowena. A saída
do Crowley – única alegadamente definitiva; e acho que eu devia colocar aspas
na palavra, porque em se tratando de Supernatural desfechos são sempre
relativos – não me incomodou tanto quanto a de sua mãe, embora eu simpatizasse
bastante com o personagem. Para mim era lógico que, com a ascensão de Lúcifer
no elenco fixo, e as incertezas a respeito de Jack, Crowley acabaria se
tornando um figurante de luxo dentro da série, mais cedo ou mais tarde; de modo
que sua saída pode ter acontecido na hora certa, e de forma bem digna –
sacrificando-se por seus amigos caçadores, que há muito tempo já tinham
desistido de enfiar-lhe a faca. Mas a Rowena, que sempre foi uma participação
especial muitíssimo agradável na série, não podia nos deixar. Sua personagem
existia na dosagem certa, e era útil na dose certa também. Que bom que os
roteiristas também perceberam isso, e a trouxeram de volta antes que os fãs
começassem a fazer panelaços em protesto.
Voltando
ao episódio desta review, nossos heróis reagem de maneiras bem distintas ao
entrar na lanchonete e ver Fred, Daphne, Velma e Salsicha dançando perto da
Jukebox, enquanto Scooby-Doo esvazia um copo de milk-shake atrás do outro num
dos reservados. Enquanto Dean fica todo saltitante por poder conhecer seus
personagens favoritos da infância, Sam fica preocupado em saber que diabos está
rolando, por que eles foram transportados para lá, e principalmente, como
poderão sair desse universo paralelo.
Ah,
sim, o motivo de Dean ser tão fissurado pela turma do Scooby. Eu disse lá na
introdução que Scooby-Doo é mais ou menos o equivalente ao Chaves lá nos States, e isso se comprova no diálogo de
Dean com o irmão. Quando eles eram crianças, crescendo na estrada, acompanhando
o pai em suas caçadas, não importava onde eles estivessem, sempre tinha uma
televisão onde ele pudesse assistir ao Scooby-Doo. Me chame de exagerada, se
quiser, mas personagens assim, são praticamente parte das nossas vidas, como os
livros que lemos, e as pessoas com quem conversamos. Às vezes eles se tornam
tão presentes em nossas casas – no caso dos Winchester, nos quartos de motéis
onde se hospedavam –, que se tornam quase reais, quase parte da família. É
assim com o Chaves por aqui, e é assim com diversos personagens de séries e
desenhos que convivem conosco por tanto tempo.
Scooby-Doo
passa uma ideia de lar para o Dean, que cresceu sem saber direito como é ter
um, já que eles nunca tiveram paradeiro. E o fato de a série ter construído
essa ligação entre os dois universos através dos comentários nostálgicos do
Dean, muito antes de sequer cogitarem produzir este episódio, tornou a história
muito mais crível. O Scooby-Doo não caiu de paraquedas dentro da série,
simplesmente, sem qualquer introdução, e a paixão do Dean pelo desenho não
surgiu do nada naquele episódio. Já fazia parte da série, já fazia parte da
história do personagem.
Eu
juro que se o Dean não tivesse dito isso, eu teria feito essa piada! Essa comparação apareceu na minha cabeça
assim que anunciaram que haveria esse crossover na série.
Adiante,
meninos, senão eu não deixo vocês saírem da porta da lanchonete, falando e
falando sobre as semelhanças do seu universo com o do Scooby, e todas as
referências que isso já envolveu.
Sem
qualquer cerimônia, Sam e Dean se aproximam da mesa onde nossa turma favorita
está reunida e o irmão mais velho pede para se juntar a eles.
Isso
também, Salsicha. Aliás, esse sempre foi outro ponto positivo no seu desenho:
assanhar nossas dragas e lombrigas com apetitosos sanduíches gigantes e lindas
guloseimas.
A
propósito, vocês parecem estar comemorando alguma coisa...
Claro
que o Sam reparou que não tem nenhuma palavra de verdade escrita naquele
jornal, e não faz questão de disfarçar seu aborrecimento por Dean estar
bancando o turista, e tentando dar em cima da Daphne, que todo mundo sabe que é
namorada do Fred, em vez de tentar descobrir um jeito de sair daquele lugar.
Porque
alguém tinha que ser o sensato nessa dupla, né?! E como ele sabe que não dá
para dobrar o Dean, acaba se rendendo e deixando o irmão se divertir.
Aprenda com ele, tio Harry! Você não é obrigado a participar, mas também não
precisa ser um pé no saco!
Além
do mais, se estão lembrados, da outra vez que eles visitaram um universo
televisivo, só conseguiram encontrar a saída depois de terem colaborado com a
brincadeira. Então, relaxa e entra no jogo, bonitão.
E
como também mexem com isso, Dean pede aos novos amigos para ir com eles
resolver o tal mistério.
E
assim se realizou o desejo de Dean Winchester de ter uma boca maior,
para poder comer os sanduíches de noventa andares do Scooby e do Salsicha.
Falando
nisso, esse barulho é a minha draga roncando. Vou fazer um sanduichão e já
volto.
...
...
...
Prontinho,
gente. Agora que estou devidamente alimentada, podemos prosseguir com a review.
E
agora vem uma cena que vocês não verão em outro lugar: um raxa disputado entre
a Máquina de Mistério e o Chevrolet Impala 1967 dos Winchester.
E
quem venceu?
Aceita
que dói menos, Dean!
E
quando os meninos partem atrás da turma, vemos uma figura misteriosa de
sobretudo surgir no estacionamento.
Anotaram?
Ótimo. Tomaremos conhecimento dessa figura daqui a pouco.
Porque
agora cabe aos nossos apetitosos amigos tirarem o atraso na estrada, e não
perderem a Máquina de Mistério de vista. E ao bater os olhos na mansão sombria
onde foram parar, Dean faz o reconhecimento do episódio onde caíram: Uma Noite de Medo Não Acaba Cedo. Que,
não por acaso, era o décimo sexto episódio da primeira temporada de Scooby-Doo, Cadê Você?, assim como é o
décimo sexto episódio da décima terceira temporada de Supernatural. Quem
acredita em coincidência levanta a mão! Pois é, eu também não.
Por
sorte, Dean já assistiu esse episódio um milhão de vezes, e sabe exatamente
onde vão terminar. De modo que ele pode se sentar e curtir o show na primeira
fila, sem preocupações.
Vai
com calma aí, bonitão. Porque o roteiro de Supernatural não segue à risca o
episódio do desenho. Senão, que graça teria? E se fosse literal, para início de
conversa, a turma do Scooby chegaria à mansão de barco, e não na Máquina de
Mistério, uma vez que a mansão do Coronel Sanders ficava numa ilha.
Aliás,
abrindo apenas um pequeno parêntese, este episódio teve um remake recente, em
2015, na primeira temporada de Que Legal,
Scooby-Doo! – a nova versão do desenho, cujo roteiro eu adoro, e cuja arte
de animação eu ainda vou xingar muito. Depois de tantos anos acostumada com a
versão tradicional dos personagens, não consigo digeri-los em sua versão
parentes do Phineas & Ferb. O remake chama-se Onde Tem Testamento, Tem Fantasma, e foi o décimo terceiro episódio
da temporada. A história sofreu pequenas modificações, e o culpado no final
também foi outro. Já disse, e repito, o roteiro é ótimo; o visual, nem tanto.
Bem,
como no episódio original, nossos amigos são recebidos por Cosgood Creeps
(Ermenegildo Cobra, na dublagem do desenho original), advogado do finado
Coronel Sanders. Depois que todos se acomodam, ele inicia a cerimônia de,
digamos, leitura do testamento de seu cliente. Na verdade, Sanders não deixou
nenhum documento por escrito, apenas a instrução de que o advogado tocasse um
vinil para os presentes.
Através
da gravação, o Coronel dá as boas-vindas aos seus convidados ilustres: seu
primo Simples, seu sobrinho Norble, sua doce prima Maldahyde (Formaldeída na
dublagem do desenho original, e acho que o nome ou apelido – uma referência ao
formol – tem algo a ver com o creme que ela usa para conservar sua aparência de
múmia), o primo Slicker, e seu velho amigo Scooby-Doo.
Mas
por que eu estou apresentando as figuras sem mostrá-las?
Todos
eles receberiam partes iguais de um milhão de dólares, com a condição de que
passassem a noite naquela velha mansão da família. Que, a propósito, é
assombrada.
Caso
alguém desista, sua parte na fortuna será dividida entre os outros.
Até
aí, tudo ok, é a trama do episódio original. Assim como o ceticismo de Velma,
que garante aos Winchester que fantasmas não existem. Afinal, a Scooby Gang
está acostumada a lidar com esse tipo de coisa, e é sempre arte de uma alma bem
viva. E Dean não vai permitir que seu irmão macule a inocência dos personagens,
revelando a existência de todos os cruz-credos que já caçaram.
Sem
falar que ele ainda não desistiu de paquerar a Daphne, apesar de ela não estar
dando bola para as suas investidas.
Nesse
momento, o advogado vai embora, prometendo voltar de manhã para ver se restou
alguém na mansão. E solta uma gargalhada maquiavélica, dando o maior spoiler
sobre o final do episódio. Ao menos, do episódio original.
E
como o Primo Gorilão apontou, são dez da noite. Ou seja, é hora da criançada ir
para a cama.
Como
o Dean mesmo apontou – quando não lhe convinha – é preciso conservar a
inocência dos personagens.
Resta
aos nossos heróis dormirem agarradinhos com Fred, Salsicha e Scooby.
Então
vemos Dean saindo do banheiro com um camisolão de dormir e uma touca com
pompom...
O
próximo crossover de Supernatural será com Frozen, anotem!
Enquanto
isso, no quarto das meninas, Velma começa a dar pistas de que ficou bem
interessada num dos novos rapazes.
Aqui
entre nós, amiga: quem nunca?
Nesse
momento, um fantasma desliza pelo corredor, arrastando suas correntes e fazendo
as luzes oscilarem e apagarem. A temperatura cai inexplicavelmente, e o primo
Simples – também conhecido como Gorilão –, vive seu momento Marion Crane,
ao dar de cara com um espectro no espelho do banheiro, empunhando uma faca.
Todo
mundo ouve o grito dele. E nem deu tempo de o Dean terminar de comer sua
segunda torre de sanduíche da noite. Sua expectativa era de que a qualquer
momento eles descobririam que o Primo Gorilão sumiu. Mas em vez disso, eles o
encontram morto em cima da cama, banhado numa poça de sangue.
Como
eu disse, se o episódio fosse literal, não teria a menor graça. E com certeza,
não seria Supernatural.
E
como também é Scooby-Doo, é hora de procurar pistas.
E
eles vão todos animados excursionar pela casa, sem qualquer preocupação com o
fato de ter um cadáver num dos quartos.
Mas
o respeito aos mortos é uma questão menor agora, pois os rapazes já se tocaram
de que tem algo muito errado nesse episódio do Scooby-Doo. Ninguém nunca foi
esfaqueado no desenho original, nem acabou numa poça do próprio sangue. E se
aquele cara pôde morrer de verdade, significa que os Winchester e qualquer
membro da Mistério S/A também podem.
Mas
a Velma ainda está naquele disco quebrado de que tem que existir uma explicação
lógica para o que está acontecendo.
E
bem nesse momento, eles veem uma sombra se aproximando pela porta de vidro que
dá para o jardim, e o recebem descendo sopapos.
Que,
aliás, era a figura misteriosa de sobretudo que vimos no estacionamento da
lanchonete. Mas como é que você foi parar nesse desenho, Castiel?
Castiel
estava retornando da Síria, onde fora buscar os Frutos da Árvore da Vida, que
eram parte da receita para abrir o portal para o Mundo Apocalíptico onde Mary
Winchester, e mais recentemente, Jack, o filho bonzinho do Lúcifer, que deveria
estar aos cuidados dos rapazes, estavam presos. A Árvore era protegida por
Djinns; Castiel matou a maioria e barganhou com o restante. É possível que
agora ele esteja tecnicamente casado com a Rainha deles. Mas como essa história
não acrescenta nem prejudica o andamento deste episódio, podemos deixá-la de
lado.
Como
eu já disse algumas vezes, os melhores episódios de Supernatural são aqueles
que contam uma história isolada, que nada tem a ver com o enredo da temporada,
como é o caso aqui. Você pode ver somente esse episódio e entender toda a
história dele, sem precisar colocar a série em dia. Acho até que o canal
deveria pensar nisso, caso decidam fazer um spin-off
da série depois que ela terminar. A fórmula do monstro da semana, ou da
aventura da semana funciona muito bem para os Winchester.
Fazendo
só mais um comentário a respeito da missão da qual Castiel estava retornando, o
Fruto da Árvore da Vida fazia referência ao fruto proibido, que Adão e Eva
comeram no Jardim do Éden. Já falei a respeito disso no artigo sobre a mitologia da maçã, em que pontuei a improbabilidade de ela ter sido o fruto do Éden.
Nessa versão, o fruto aparentemente é um mangostão. E embora Castiel tenha dito
que foi buscar o fruto na Síria, este não é um fruto comum no Oriente Médio.
Seja
como for, Castiel correu sem parar, desde que viu seus amigos desaparecerem
atrás da Máquina de Mistério, até alcançar a mansão. Como ele adivinhou para
onde se dirigiam, é algo que vocês terão que perguntar lá no Posto Ipiranga.
E
agora o Sam já se ligou que essa abdução que sofreram pode estar relacionada ao
dinossauro de pelúcia assassino que exterminaram na loja de penhores.
E
enquanto eles debatem sobre os problemas de fora da TV, e tentam evitar que a
turma do Scooby tome conhecimento sobre o assunto, a temperatura volta a cair.
Sinal de que verão outra manifestação sobrenatural.
Não
disse?
As
luzes se apagam, obrigando nossos amigos a pegarem velas e lanternas para
poderem prosseguir com as investigações.
Todas
as portas se fecham no corredor, e uma mão fantasma impede que Sam abra uma
delas – onde viram luzes sobrenaturais indicando alguma atividade paranormal
acontecendo. Daí quando o fantasma atravessa a porta, vemos em primeira mão
como se monta um sanduíche de vários andares. Tudo tem que ser feito em
camadas.
Daí
o Fred tenta bancar o macho alfa da situação e pegar o fantasma na porrada, mas
o atravessa direto. A entidade, então, conjura correntes de Tchuim tchuim Tchum
Claim, produz várias marcas de garras do Wolverine na parede, saca uma espada
do rabo, e... Desaparece.
Sim,
Velma, você já disse que fantasmas não existem. E o fato de ter atravessado a
parede, significa que deve haver uma porta secreta em algum lugar.
Porta
esta, que eles não encontram.
Quanto
ao quarto de onde o fantasma saiu, não há uma alma viva lá dentro. Só um morto.
Como
esse pessoal é descontraído ao lidar com cadáveres, não é mesmo? Claro que é
preciso levar em conta que a turma do Scooby nunca se deparou com um cadáver
autêntico. Os corpos que eventualmente encontram costumam ser bonecos e
manequins temperados com catchup.
Por
isso, não estranhe que o Fred ignore rapidamente o picadinho de advogado, e
fique todo animado para procurar pistas pela casa.
Mas
os Winchester já estão cientes de que a assombração que está atacando na casa é
do tipo que eles costumam caçar. Ou
seja...
A
boa notícia, é que vocês vão se separar para procurar pistas.
Não
sei vocês, mas eu achei essa divisão excelente. Dá até para nomear as equipes:
Quem
vencerá essa corrida?
Ok,
adiantei os fatos. Primeiro, Sam e Velma verificam o sótão, e ela supõe que
aquele seja o primeiro mistério do bonitão. Se ela soubesse...
Embora
Dean tenha proibido terminantemente que o irmão destruísse a inocência daquelas
crianças enxeridas, Sam acha que já está mais do que na hora de eles saberem de
algumas coisinhas. Por exemplo, que os fantasmas existem, assim como vampiros,
lobisomens, demônios e outras entidades sobrenaturais, e que eles já salvaram o
mundo um sem-número de vezes. Mas, como já era de se esperar, Velma não
acredita numa só palavra e cai na gargalhada.
Acho
que essa cena devia ter vindo com um alerta de spoiler. Se bem que,
considerando que a primeira assombração que enfrentaram nesse episódio foi um
dinossauro de pelúcia, digamos que o ectoplasma jogado nos brinquedos seja só
mais uma pista. E bem previsível.
De
repente os brinquedos ganham vida, flutuam para fora da caixa, exalando o mesmo
brilho roxo que os abduziu para dentro da televisão, e começam a atacá-los.
Enquanto
isso, Dean toma mais um fora da Daphne, que está claramente apaixonada pelo
Fred.
É
difícil competir com isso, Dean. Como a derrota na corrida contra a Máquina de
Mistério, aceita que dói menos.
Ah,
olha só, tem um livro que destoa do resto da estante nessa biblioteca. Deve
abrir uma passagem secreta. Um alçapão, para ser mais exata, e eles caem num
porão escuro, habitado pelo fantasma.
No
desenho original, o que abria o alçapão era uma senha musical que a Velma tocou
num velho órgão.
Agora,
essa entidade aí, pelo visto, é onipresente, porque está assustando a equipe
dos Descolados lá no porão, ao mesmo tempo em que persegue os Mascotes num dos
corredores da mansão.
Agora,
sim, hora da perseguição. Solta o som, DJ!
Repararam
no Scooby-Loo correndo com o pessoal? Participação especial de luxo!
Bem,
como viram, Dean tentou bancar o protetor para cima da Daphne, numa clássica
cena de esconde-esconde nos vasos gigantes, mas ela deu um jeitinho de escapar
com o Fred, para frustração do Winchester mais velho.
E
nem adianta tentar trancar o fantasma, porque ele pode atravessar paredes. Vão
ter que pensar em outra maneira de capturá-lo.
E
para piorar, a temperatura está caindo de novo, e as luzes já eram.
Daí
o Fred, que não aprendeu nada com a primeira tentativa, vai para cima do
fantasma de novo, mas acaba apanhando feio, e sendo arremessado contra um busto
de gesso. As garotas entram em pânico com o acontecido, e acabam levitando e
sendo jogadas na parede.
Salsicha
e Scooby tentam fugir, e acabam sendo arremessados da varanda. Daí Sam e Dean
batem no fantasma com castiçais, e conseguem repeli-lo momentaneamente.
O
esquisito é que o cidadão pareceu ter sido eletrocutado com os castiçais.
Oh,
não! O nariz do Fred está sangrando!
Alô?
Emergência? Estamos com um problemão aqui, um abacaxi enorme! Isso não é um
treinamento. Repito: ISSO NÃO É UM TREINAMENTO!
E
o nariz do Fred não é o único que precisa de cuidados imediatos. Salsicha está
prestes a cair da varanda!
Scooby
pula da varanda para pegar o amigo pela camiseta, mas quem salvará os dois
agora?
Por
isso que é bom ter sempre um Anjo da Guarda na discagem rápida.
Mas
apesar do paraquedas improvisado, Salsicha acabou com um braço quebrado.
É,
rapazes, tem jeito, não. Vocês vão ter que contar a verdade para eles.
Gente,
para de rir, que o negócio é sério!
Vish!
Produção! Deu ruim aqui na turma do Scooby-Doo! Tem algum médico na casa?
Dean
apela para a menção de diversas proezas dessa turma enfrentando bandidões da
pesada – inclusive citando episódios posteriores a este em que caíram –, para
lembrá-los de que eles são heróis para muita gente, e podem enfrentar esse
fantasma.
Quanto
à ferramentas e armas, não precisam esquentar a cabeça, porque os rapazes têm
um verdadeiro arsenal no porta-malas do carro.
Não
que alguém pretenda dar armas para essas crianças enxeridas, porque afinal,
caçadores de monstros também precisam ser um pouco responsáveis. Mas a Scooby
Gang pode colaborar com o que fazem de melhor: montar uma armadilha.
Daphne
cobre todas as saídas com sal, menos a porta de entrada daquela sala. Então, o
fantasma vai entrar, tropeçar na corrente de ferro que eles esticaram na frente
da porta, esse tropicão vai atirar o machado, que cortará a rede, onde estão os
cocos...
Como
eu estava dizendo, os cocos vão rolar, levando o fantasma numa trilha de sabão
direto para a lavadora que eles cercaram com correntes de ferro. Uma vez que o
fantasma for capturado, finalmente vão descobrir que diabos está acontecendo
nesse desenho.
E
como de costume, nossos queridos Mascotes Salsicha, Scooby e Castiel servirão
como iscas para atrair o fantasma para a armadilha.
A
princípio, tudo parece sair como o planejado: o fantasma corre atrás do trio
trapalhão, e cai direto na armadilha de Fred. Mas nós conhecemos o suficiente
do desenho do Scooby-Doo para saber que as armadilhas do Fred têm cerca de
99,9% de chances de dar erro.
O
fantasma encalha na corrente de ferro atravessada diante da porta, e começa a
queimar. Daí, como previsto, o machado corta a corda, os cocos atravessam o
fantasma e as iscas é que acabam patinando no sabão e dando um mergulho na
máquina de lavar.
Mais
ou menos como aconteceu no desenho original, só que sem o ventilador, e sem que
a máquina saia voando.
Enquanto
isso, o fantasma fica procurando com quê se entreter lá na sala.
E
como Dean conhece bem esse desenho, ele já tinha um plano B elaborado para
quando a armadilha de Fred falhasse.
Veja
bem que eu não disse SE, mas QUANDO.
Então
Daphne, Fred e Velma começam a correr, cada um para um lado, confundindo o
fantasma, que, na dúvida, prefere perseguir os Winchester – já que provavelmente
eles são o motivo de ele estar lá para início de conversa. Os rapazes o levam
até a biblioteca, onde alguém já andou cobrindo os sofás com lençóis – sinal de
que a casa em breve ficará fechada por muito tempo. O fantasma arremessa um
desses sofás para longe, e encontra Daphne, Fred e Velma escondidos e
apavorados atrás dele.
Então
Salsicha e Scooby começam a arremessar livros na assombração... Gente, a
criatura atravessa paredes! Acham mesmo que esses livros velhos vão feri-lo?
Se
bem que, a julgar pela revolta da Murta Que Geme quando a Gina jogou o diário
de Tom Riddle na cara dela, pode até não machucar, mas tomar uma livrada na
cara irrita pra chuchu!
O
fantasma despenca dentro de um círculo de sal, onde finalmente fica preso,
provando que Dean é muito melhor arquiteto de armadilhas que o Fred.
Mas
isso ainda não vai fazer a Daphne trocar de namorado.
Eis
a grande surpresa do episódio: o fantasma vingador é um garotinho.
Não
que o Reptar e a caixa de brinquedos assombrada não servisse como dica.
A
propósito, esse menino não me é estranho... Deixe-me ver... Que Legal,
Scooby-Doo... O remake desse episódio... Avança mais um... EURECA! Episódio 14
da primeira temporada de Que Legal,
Scooby-Doo! – Infeliz Natal. Logo na primeira cena, vemos esse garotinho –
que, a propósito, se chamava Braiden naquela ocasião – encarando uma árvore de
natal junto com outro garoto chamado Aiden. Inclusive ele estava usando essa
mesma camiseta, só que naquele episódio, tinha uma árvore de natal estampada na
frente. E agora que reparei bem nela, pode ser que a figurinista tenha
costurado a camiseta do garoto usando como material uma bandeira do Líbano.
O
quê? Vocês nunca viram a bandeira do Líbano? Dr. Cooper!
Agora
que já lhes presentei com um pouquinho de cultura – ainda que inútil –, conta
aí, garoto, por que raios você estava tentando matar nossos amigos Winchesters?
E é melhor ter uma boa desculpa, porque eu tenho um chinelo carregado aqui e
ele está louco para bater um papinho com a sua retaguarda!
O
homem mau, a propósito, é o Jay, o manda-chuva que conhecemos lá no início do
episódio, quando os rapazes estavam carregando aquela belezinha de quarenta e
duas polegadas para o carro.
Acontece
que quando o menino morreu, sua alma ficou presa a um canivete que o pai havia
lhe dado, e que era muito importante para ele. Daí o Jay encontrou o objeto
assombrado, e começou a usá-lo para obrigar o fantasma do menino a descer o
cacete em quem quer que se recusasse a vender sua propriedade para o figurão a
preço de banana.
O
garoto aí é inocente; ele só quer reencontrar o pai – que, ao que tudo indica,
também já passou desta para melhor.
Resposta
errada, garoto! Você só tem que se fantasiar de advogado corrupto, para que a
turma do Scooby possa recuperar a paz de espírito. E a sanidade mental, porque
depois dessa aventura, vão todos direto para o consultório do psiquiatra.
Os
rapazes abrem a porta, e mostram o advogado Cosgood Creeps amarrado dentro do
círculo de sal, ainda vestido com o manto do fantasma.
Na
verdade, Dean, a moeda Confederada não tem valor de circulação, mas pode render
uma graninha no eBay se você encontrar algum colecionador.
Quanto
às escoriações que o Gasparzinho provocou, é só passar pertinho do Castiel,
viu, Salsicha? Que discretamente ele vai usar seus poderes angelicais para dar
uma consertadinha no seu braço.
Admita,
Dean, o Fred não é tão mané quanto você pintou no início do episódio.
Hora
das despedidas.
Melhor
não forçar a barra, Dean. Até porque o namorado dela está aí perto, e você já
viu que dá para se machucar feio nesse desenho...
Isso
não vem ao caso, Salsicha.
Se
bem que... O Castiel não contracenou com ele, mas teve um episódio na oitava
temporada em que o Dean tomou uma poção maluca e pôde se comunicar com um
pastor alemão... Naquele episódio que um sujeito maluco estava matando pessoas
e estripando gatos. Ou matando gatos e estripando pessoas...? Tanto faz.
E
você aí pensando que cães falantes eram uma novidade em Supernatural, né?
Essas
quietinhas são um perigo, hein!
Mas
o Sam já está acostumado. Afinal, se ele ganhasse um dólar por cada mulher,
entidade, demônia ou criatura que já tentou agarrá-lo nesse programa... Não
precisariam da herança do Scooby.
Assim
nos despedimos da turma do Scooby-Doo. E esperamos que os roteiristas pensem
com carinho numa possível série animada com mais episódios desse crossover, que
funcionou como um relógio.
Mas
a história ainda não terminou.
O
fantasminha camarada leva os nossos heróis de volta ao mundo real, ao bunker
dos Homens de Letras, e à Bat-Caverna do Dean. E é com muita dor no coração
que, depois de todos admitirem que aquela foi a melhor aventura que já viveram,
Dean pega uma marreta e senta porrada na televisão, para recuperar o canivete
do garoto que Jay jogou dentro do aparelho.
queima o canivete com um maçarico, e o menino faz a passagem, elevando-se em
uma bola de luz fumacenta – o que foi ligeiramente diferente do que normalmente
acontece com os fantasmas quando seus últimos elos com a Terra são queimados.
Lembram
que eu falei para gravarem bem a cena da destruição do Reptar? Agora vocês vão
descobrir por quê.
Depois
de resolver a encrenca com o fantasma, nossos amigos voltam à loja de penhores,
no exato momento em que o proprietário está prestes a assinar o contrato de
venda para Jay por uma ninharia, convencido de que está velho demais para lidar
com brinquedos possuídos. Os rapazes revelam ao sujeito a tramoia do
manda-chuva, que anda usando um fantasma pessoal para meter medo nas pessoas
para comprar suas propriedades com 90% de desconto. Ele planta o objeto
assombrado em coisas como um dinossauro de pelúcia, ou uma linda TV de quarenta
e duas polegadas, e o fantasma assusta e esbofeteia tanto as pessoas, que elas
querem logo vender seus negócios.
Agora,
percebam o seguinte: Jay colocou o canivete do garoto dentro do dinossauro,
como foi mostrado no episódio; os Winchester destruíram o dinossauro tacando
fogo nele. Como foi que o canivete não queimou junto com a pelúcia? O espírito
não deveria ter feito a passagem naquele momento?
Vou
deixar passar essa falha de roteiro por um simples motivo: o episódio foi bom
demais para estragar com detalhes.
E
como agora o espírito está livre, resta apenas punir o safado. Como
dificilmente ele seria preso por essa travessura – uma vez que seria até pouco
provável que alguém conseguisse convencer o tribunal a acreditar nessa história
de fantasma mirim, e exploração infantil após a morte – os Winchester – Sam,
provavelmente – hackearam as finanças do safado, e o denunciaram por evasão
fiscal.
E
na hora em que o bandido foi levado pela polícia, vemos um emblema da cidade de
Crystal Cove na lateral da viatura. Se estão lembrados, esta é a cidade onde se
passa o desenho Scooby-Doo Mistério S/A,
que na dublagem foi traduzido como Baía Cristal. Ou seja, a loja de penhores
não ficava no Kansas, como o início do episódio deu a entender. Se essa Crystal
Cove realmente existe, ou se é fictícia, só os roteiristas sabem. Achei uma
cidade com esse nome na Califórnia, mas na Wikipédia em inglês, os fãs situaram
sua localização no Oregon. Eu que não vou contrariar os habitantes da terra do
Tio Sam.
O
balanço do dia:
Esse
Dean não tem jeito, mesmo...
E
sim, ele decidiu aderir à moda do lencinho de Fred. Quem sabe, na próxima
aventura, ele não fisga uma Daphne?
...
Gente,
alguém viu minha tintura ruiva por aí?
E
assim terminamos nosso Halloween Animado desse ano.
Desta
vez consegui postar nada menos que QUATORZE reviews nessa maratona. Um recorde
absoluto para qualquer mês na história do blog. Foi praticamente uma review dia
sim, dia não.
Se
você perdeu algum episódio, basta seguir os links aqui listados:
Supernatural:
Desenhos:
Chespirito:
Filme:
Mas
não fiquem tristes, porque ano que vem, podemos ter mais uma maratona de
Halloween no meu, no seu, no nosso Admirável Mundo Inventado!
😘😘😘
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