O Cemitério Onde os Mortos Não Têm Sossego Para Descansar

em domingo, 28 de outubro de 2018

Estamos de volta com mais Chespirito no meu, no seu, e no nosso Halloween Animado.
Eu sei que muitos de vocês ao lerem a chamada deste episódio na postagem anterior devem ter imaginado que eu falava da Bruxa Baratuxa, né? Mas, tal como a Chiquinha, eu enganei os bobos na casca do ovo!
Não, não é a Bruxa Baratuxa, mas antes que esgotem o estoque de palavrões para me xingar, hoje trarei a vocês um episódio praticamente inédito.
Chapolin é uma tradição aqui no blog. Como o Chaves tem pouquíssimos episódios que eu posso incluir na maratona de Halloween, é menos frequente, mas o Chapolin é de lei.
O escolhido para a review de hoje teve umas cinco versões ao longo dos vinte e cinco anos do Programa Chespirito, sendo que a mais conhecida é a versão de 1974, Por Favor, É Aqui Que Vive o Morto?, mas houve um esquete anterior a esse, que foi ao ar em 1971, ainda no Programa Chespirito, inédito no Brasil. Como eu comentei em outra oportunidade, embora muita gente não goste dos episódios do Chapolin dos anos 1990 – provavelmente porque a falta de continuidade, com a ausência da transmissão dos episódios dos anos 1980, nos impediu de fazer a ligação cognitiva da aparência dos atores entre os anos 1970 e 1990 –, existem remakes muito bons produzidos naquelas temporadas, e episódios inéditos que não ficam devendo em nada aos clássicos dos anos 1970. Como é o caso deste aqui.
Uma das coisas que me chamam a atenção nesse remake é a ausência de Florinda Meza, que interpretou a camponesa na versão mais conhecida deste episódio. Aqui, a mocinha foi interpretada por Maria Antonieta de Las Nieves, e Florinda sequer participou. O mais comum era que acontecesse o contrário: Florinda ocupava papeis de destaque nos esquetes do Chapolin, enquanto que Maria Antonieta pouco participava da série.
E este é um dos motivos que me fez escolher este remake de 1990. Além de ser um episódio praticamente inédito no Brasil – ele só foi exibido na TLN, aquela emissora da Televisa que piscou na grade das menores operadoras de TV a cabo do Brasil, e que muita gente sequer tomou conhecimento de sua existência, exceto aqueles que, como eu, acompanham o Fórum Chaves no Youtube.
E é provável que o episódio já tenha sido exibido na Netflix, mas na TV, é praticamente inédito.
Aliás, já que toquei no assunto de episódios inéditos, quero abrir um parêntese para  comentar o seguinte: uma coisa que eu reparei desde que o Multishow decidiu exibir episódios inéditos de Chaves e Chapolin, é que sempre tem um... vou chamar de debiloide, porque minha religião não permite usar palavrões mais feios... entupindo os comentários das páginas DE FÃS (!!!) do Chaves no Facebook com reclamações de que o Multishow está estragando a dublagem do Chaves. Não sei se esses cidadãos já foram informados de que:
1)         METADE do elenco de dublagem de Chaves e Chapolin JÁ MORREU! A menos que a produção do Multishow fosse a um centro espírita convocar as almas desses dubladores exclusivamente para dublar os episódios inéditos, eu não vejo possibilidade daqueles excelentes profissionais participarem dessa empreitada. E...
2)         A outra metade do elenco, não dubla os programas de Bolaños HÁ QUASE TRINTA ANOS! A não ser que todos naquele elenco fossem vampiros, pausados no tempo, é óbvio que A VOZ DE TODOS ELES MUDOU!
Então, debiloide, PARA DE ENCHER O SACO!!!
Aliás, agora que mencionei a dublagem do Multishow, preciso comentar também o seguinte: reconhecer o esforço do elenco original ainda vivo, que tenta o máximo possível fazer suas vozes soarem como na dublagem original. E principalmente, reconhecer o esforço dos novos dubladores em fazer suas vozes parecerem com as dos dubladores já falecidos. É serio, queridos profissionais de dublagem, vocês não merecem palmas, merecem o Tocantins inteiro!
Em vez desses debiloides desinformados tacarem pedra, deviam aplaudi-los pelo excelente trabalho que estão fazendo, e levantarem as mãos pro céu e agradecerem que alguém se deu o trabalho de comprar o lote completo do que ainda resta das séries CH da Televisa, porque se dependesse da emissora de Silvio Santos, só teríamos acesso aos quarenta episódios exibidos e repetidos mensalmente, porque alguém na sala de exibição tem preguiça de explorar os armários.
Terminado esse desabafo, vamos ao episódio de hoje, onde vamos descobrir
O Mistério do Cemistério... Digo, do Cemitério
De cara, vemos a Simples Camponesa de Nobre Coração Que Vai Todos os Dias Ao Bosque Recolher Lenha – que nessa versão deve ser a filha da Bruxa Baratuxa – caminhando pelo cemitério, quando de repente ouve-se um ruído. E a mocinha vê alguma coisa que a faz correr apavorada, deixando toda a lenha para trás.
O pânico foi tanto, que a mocinha acabou dormindo num banco da delegacia, arrancando muitas gargalhadas do Inspetor Buldogue e seu assistente Godinez, ao contar que teve medo de atravessar o cemitério que separa sua casa do bosque porque viu uma Bruxa.
Mas como nos últimos dias o Inspetor tem recebido inúmeras queixas sobre violação de túmulos naquele cemitério, decide averiguar melhor que tipo de assombração assustou a camponesa. E o fato é que ela viu a tal Bruxa tirando alguma coisa de dentro de uma tumba.
Naturalmente, o que o Inspetor quis dizer é que alguém anda tirando coisas de dentro dos túmulos. E não são exatamente joias, relógios ou outros objetos de valor. Também não é o Ronaldo Ésper dando a Elza nos vasos de flores. O que tem desaparecido com frequência são pernas, braços, cabeças... Enfim, pedaços de cadáveres.
E nós conhecemos bem uma figura que adora brincar com isso, né?
Claro que eu estou falando dele: Dr. Panchostein!
Sim, ele é um primo distante do Dr. Frankenstein, só que nasceu em Tangamandápio.
O fulano montou um laboratório subterrâneo debaixo do dito cemitério, onde realiza suas terríveis e diabólicas experiências. A Bruxa, no caso, é sua fornecedora de matéria-prima, mas desta vez, ela não será paga, pois ele pediu uma perna esquerda, e ela trouxe outra perna direita.
Também acho que o Pança Louca aí está reclamando de barriga cheia, Dona Bruxa do 71. Além do mais, foi durante esse saque que ela quase foi surpreendida pela Simples Camponesa de Nobre Coração Que Vai Todos os Dias Ao Bosque Recolher Lenha.
E convenhamos, né, Doutor, que você também não prestou muita atenção no serviço, já que só percebeu que o monstro tinha duas pernas direitas depois que terminou de costurá-la no corpo dele.
E como não há tempo a perder, em vez de mandar a Bruxa do 71 catar uma perna esquerda para corrigir o engano, o Dr. Panchostein decide concluir sua experiência esta mesma noite, dando vida à sua criação, tal como fez seu parente mais famoso.
Enquanto isso, lá fora no cemitério, a Simples Camponesa de Nobre Coração retornou para recolher a lenha que havia deixado para trás noite passada, para poder seguir seu caminho, quando de repente ouve um uivo.
Pode ficar sossegada, moça, pois jamais saberemos quem é que estava emitindo esses uivos. Sem falar que o Inspetor Buldogue já vai aparecer para bancar o guarda-costas. Vai ver até era ele quem estava latindo... digo, uivando...
Não sei se repararam, mas a Chiquinha aí segue o calendário dos santos que a Chimoltrúfia estava invocando lá no Hotel Mal-Assombrado. Se quiserem conhecer mais a fundo a história divina desses beatos, consulte o livro de geografia mais próximo de você.
E é importante que a mocinha acompanhe o Inspetor Buldogue para lhe mostrar em qual tumba exatamente ela viu a Bruxa do 71 fuçando noite passada.
Enquanto a Camponesa se benze, reza e pede proteção a todos os santos geográficos, de São Miguel Paulista a São José do Rio Preto, o Dr. Panchostein se prepara para descarregar muitos centos mil e outros centos volts em cima de sua criatura para ressuscitá-la.
Melhor a gente nem querer saber o que o Tio Espiriquidiberto aprontou para ter sido condenado à cadeira elétrica. Seja lá o que for, deve ter acontecido lá na terra do Tio Sam, porque, até onde eu sei, não há pena de morte no México. Ou vai ver ele comprou uma daquelas cadeiras de balanço automáticas que já andaram assustando o Chapolin Colorado em outros Carnavais, e o troço entrou em curto. Se for esse o caso, deviam processar o fabricante.
Já o monstrengo do Dr. Biruta, reage maravilhosamente ao choque, levantando-se todo elétrico, e doido para experimentar sua nova vida. O único problema é que o doador dos seus olhos provavelmente enxergava pior que juiz de futebol, porque ele bate os olhos na Bruxa do 71, e fica todo apaixonado.
O problema é que ele ainda não teve oportunidade de conhecer outras opções. Mas não esquenta, que já, já ele pensará melhor em suas propostas indecentes à Bruxa do 71, assim que conhecer certa Camponesa Simples de Nobre Coração que está passeando aí pelo cemitério carregando lenha.
Vixe! Não é que a megera está determinada a encarar a concorrência?! Já que não rolou com o Seu Madruga, vai o Mestre Linguiça mesmo; se é o que tem pra hoje...
Mas é melhor ela tomar cuidado, porque essa versão Girafalenstein pode fazer uns carinhos meio violentos.
Aqui entre nós, Dona Bruxa: uma mulher chamada Cacaçadolfa – foi ela que disse! Eu não inventei – não devia estranhar o nome de ninguém.
E embora o Monstro tenha força suficiente para esmigalhar a Bruxa do 71 e ainda esfarelar o Botijão do Seu Barriga em cima dela, o Doutor examinou o sangue dele, e descobriu que ele está anêmico.
Pois é, as aparências enganam. Para manter seu filhote de cruz credo vivo, o Dr. Panchostein precisará lhe dar periódicas transfusões de sangue.
E o sangue dos cadáveres que aquela mulher trás do cemitério não serve. Ele precisa do sangue de uma pessoa viva.
Enquanto a turma das catacumbas discute sobre o fuso horário e divide os pares amorosos do episódio, a Camponesa de Nobre Coração Que Vai Todos os Dias Ao Bosque Recolher Lenha e o Inspetor Buldogue se aproximam da tumba onde ela viu a Bruxa do 71 aprontando noite passada. Justamente na área do cemitério que o assistente Godinez tinha investigado mais cedo, e onde ele encontrou mais um túmulo violado.
E para piorar, a dita cuja está saindo do túmulo neste exato momento, e o Inspetor Buldogue é anta demais para entender os gestos da Camponesa. Quando finalmente entende a razão de tanto pavor, ele corre para prender a Bruxa, deixando a Simples Camponesa de Nobre Coração sozinha no cemitério com os braços cheios de lenha. E bem agora que está anoitecendo.
E ele garante ser capaz de protegê-la de qualquer Bruxa, Monstros mortos-vivos, cientistas malucos, e Buldogues a quatro. E se alguém se atrever a tentar machucá-la, ele quebra o cidadão no meio como aquele tronco de lenha. Ou como o mais fino. Ou como o menor...
E como seguro morreu de velho, e ficou claro que o Chapolin Colorado é mais fracote que o Pica-Pau com anemia, por via das dúvidas, a Camponesa decidiu bater as asinhas.
Mas a primeira assombração que vai ao encontro do Chapolin Colorado no cemitério é o Inspetor Buldogue. E ele também não reconheceu o nosso herói de primeira.
Mas que bom que está aí, Chapolin Colorado, porque você pode ajudar o Inspetor em sua investigação.
Quando o Buldogue explica que alguém andou violando túmulos por ali, e mutilando os cadáveres, o Chapolin, que é da patota do Coragem, o Cão Covarde, começa a tremer.
Já que você não tem medo, Chapolin, fica aí sozinho no meio do cemitério, à noite, enquanto o Inspetor Buldogue procura a Camponesa fujona para protegê-la.
Não que o Chapolin vá ficar sozinho por muito tempo, pois, como esse cemitério é extremamente movimentado, enquanto o Inspetor não voltar, pode deixar que a Bruxa do 71 lhe fará companhia. E também faz a fofoca a respeito do Monstro criado pelo Panchostein, e que está precisando de uma mamadeirinha de O negativo para ficar fortinho.
Aliás, a prova de que uma mamadeirinha viria bem a calhar, é que o Monstro Linguiça está levando tão a sério essa história de ser praticamente um recém-nascido, que está até fazendo birra, porque seu papito, Dr. Panchostein não o deixa sair para brincar lá fora no meio da noite.
Daí por pura rebeldia, ele aproveita uma distração do Dr. Pirado para sair de fininho. E sair justamente do túmulo onde Chapolin se sentou para descansar o tornozelo torcido – porque ele tropeçou na lenha. Todo mundo sabe como ele é destrambelhado, né...
E na carreira ele esbarra em quem?
Na Simples Camponesa de Nobre Coração, que saiu correndo tão avoada que nem se tocou que sua casa ficava pro outro lado. E também, ela tinha esquecido a lenha. E só para judiar um pouco mais do seu nobre coração, a pobre moça chega bem a tempo de ver o Monstro saindo do túmulo. Daí já viu, né...
E agora que o Monstro viu que existem coisas melhores que a Bruxa do 71, ele decidiu se apaixonar pela Simples Camponesa de Nobre Coração Que Vai Todos os Dias Ao Bosque Recolher Lenha, e que continua desmaiada de medo de sua estranhíssima pessoa.
Mas o Dr. Panchostein, como um pai zeloso, foi correndo buscar sua cria e puxá-lo pela orelha para dentro do laboratório, já prometendo deixá-lo dez anos sem televisão como castigo pela desobediência.
E como o Chapolin perdeu essa parte do episódio, ele fica mais confuso do que a Camponesa ao recobrar os sentidos.
Não exatamente, Chapolin. É que ela viu o morto saindo da tumba. Ou melhor, o compilado de vários mortos que foi montado que nem lego pelo Dr. Panchostein. Agora é melhor você ajudar a moça a recolher a lenha, porque essa menina não aparece em casa há dois dias; daqui a pouco a família começa a tumultuar a delegacia do bairro atrás dela.
E principalmente, é melhor tirar essa mocinha daí, antes que ocorra ao Dr. Panchostein que ela pode ser a fonte de alimentação perfeita para o seu Monstro.
E com Chapolin como guarda-costas, Linguiçeinstein não tem a menor dificuldade em capturar a mocinha e levá-la para o túmulo.
E como o Dr. Barriga sabe que a Camponesa não doará voluntariamente seu sangue para o Monstro, ele a amarra à mesa do laboratório para tirá-lo à força.
Porém, tal como o monstro do livro, esse Frankenstein Mestre Linguiça também não é malvado, e está disposto a lutar contra o seu criador para evitar que machuque sua amada Camponesa de Nobre Coração.
E como, apesar da anemia, o Monstro é forte demais para ser enfrentado, o Dr. Panchostein decide cair fora, e sai da tumba bem diante do nariz do Inspetor Buldogue e do Chapolin Colorado, enquanto eles discutem sobre abrir ou não aquele túmulo, cuja tampa havia sido claramente movida recentemente.
O Inspetor Buldogue corre atrás do Dr. Biruta para averiguar essa história direito, e enquanto isso, a Camponesa, que está literalmente nos braços do Monstro, invoca o Chapolin de dentro da tumba.
Mas com a insistência dela, Chapolin cria coragem e entra no laboratório do médico doido.
O caso é que o Monstro não representava perigo algum à mocinha, mas o Chapolin não sabia disso, e partiu para cima dele com a primeira tora de lenha que viu na frente.
Claro que aquilo não fez nem cócegas no monstrengo, que logo conseguiu desarmá-lo, e começou a revidar.
Começa a pancadaria. Chapolin se esquiva como pode, passando por entre as pernas do Monstro, fazendo-o de bobo, brincando de cirandinha pelo laboratório, até que o Monstro se revela mais esperto do que parece, capturando o Chapolin, que literalmente pulou no colo dele, brincando de pega-pega nas escadas.
Pois é, pessoal. Surpreendentemente, o grandalhão aí está mais fraco que lombriga de água suja. Apesar de ter dado um pau no Chapolin.
Ele conta que devia se alimentar de sangue humano, mas não permitiu que seu pai o tirasse da camponesa.
É, não tem jeito, não. O Monstrinho aí provavelmente vai morrer de novo.
E nesse momento, a Simples Camponesa de Nobre Coração Que Vai Todos os Dias Ao Bosque Recolher Lenha desperta na delegacia, implorando que o Monstro não morra – que nem a fofíssima garotinha de Deu a Louca Nos Monstros, implorando para o Frankenstein não ser sugado pelo portal para o Quinto dos Infernos –, e prometendo dar todo o seu sangue a ele.
Atenção, Dona Florinda! Estão roubando a sua Linguiça!
Como já deu para perceber, a história que acabamos de acompanhar foi apenas um sonho que a Simples Camponesa de Nobre Coração teve no banco duro da delegacia. O assistente Godinez a encontrou adormecida no bosque e a levou para lá.
Peraí, que agora a família complicou legal: a Chiquinha é filha do Seu Barriga com a Bruxa do 71?!
Aí, Nhonho, quem é a filha do seu papai, mas não com a sua mamãe, e que aparentemente é a sua irmã?
Pelo menos eles estão dispostos a permitir que ela se case com o rapaz simpático por quem se apaixonou. E agora ele não está me parecendo tão fraco assim...
A propósito...
Rapaz, a conexão das anteninhas de vinil é mais potente que o meu Wi-Fi!
Na próxima postagem, vamos fazer contato com o espírito de uma mulher que pode estar muito irritada porque seu viúvo adora paquerar uma viúva.
Até lá! *-*


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