Se
no inicio da série Supernatural se superava quando produzia episódios com maior
nível de terror, a partir da terceira temporada foram os episódios cômicos que
roubaram a cena.
O
escolhido desta vez é o quinto episódio da quarta temporada, que brincou com os
monstros clássicos do cinema, Drácula, o Lobisomem, a Múmia... Até o
Frankenstein e o Fantasma da Ópera foram referenciados no episódio. E para que
ficasse mais clara a homenagem aos pioneiros do cinema de horror, o episódio
inteiro foi rodado em preto e branco. E o roteiro segue o modelo básico desses
clássicos da Universal Pictures, com um monstro bizarro, uma donzela em perigo,
um herói disputando a mocinha com o monstro, e um caçador ajudando a resolver a
encrenca.
Peguem
suas pipocas e divirtam-se com:
FILME DE MONSTRO
Nossa
aventura começa em Canonsburg, Pensilvânia. Se bem que, quando o Impala cruza a
fronteira, a placa passa a exibir Transilvânia durante um relâmpago – um
pequeno spoiler a respeito da premissa do episódio. Até a trilha sonora é um
clássico do cinema de horror, Toccata
& Fugue in D Minor, de Bach, que, por acaso, é a mesma música que eu
escolhi para a trilha sonora do Book Trailer de Quem Deu o Habeas Corpus Para a Bruxa?.
O
quê? Você ainda não leu? Está esperando o quê? Monstros clássicos do cinema, uma
peça de teatro patrocinada pela Lei de Murphy, tudo envolto em pura comédia!
Bem,
de volta ao Supernatural, Dean não nos deixa ouvir a canção inteira – que tem
quase dez minutos de duração –, e desliga o rádio do carro, reclamando da
música local.
Nossa
dupla foi a essa curiosa cidade para investigar a morte de uma turista chamada
Marissa Wright, que estava de passagem por ali, aproveitando a Oktoberfest – o
tradicional festival da cerveja alemão –, e que aparentemente foi atacada por
um vampiro. Uma história bem mal contada, para falar a verdade, porque o
cadáver apresenta dois furos no pescoço, como marcas de presas, mas isso não
combina com os vampiros que os Winchester têm visto por aí, que costumam causar
um estrago muito maior em suas vítimas.
Pelo
menos, este ataque teve uma testemunha – não que o cara seja cem por cento
confiável, já que todo mundo na cidade sabe que o tal do Ed Brewer é meio
pirado.
Quando
interrogado no bar, o sujeito jura de pés juntos que viu a garota sendo atacada
pelo Drácula.
Não
falei que ele era birutinha?
E
entornando aquele canecaço de dois litros de cerveja, a coisa só vai piorar, eu
garanto.
Bem,
já ficou claro que esse não é o tipo de caso nos quais os Winchester costumam
trabalhar. O assassino deve ser só um psicopata obcecado com filmes de
monstros. Mas como o quarto já está pago, e é Oktoberfest, Dean quer aproveitar
o ensejo para tomar umas cervejas, comer uns pretzels e paquerar a garçonete do
bar.
Fazia
então pouco tempo que Dean havia retornado do inferno – ele tinha feito um
pacto com um demônio da encruzilhada no final da segunda temporada para salvar
a vida do Sam, mas ao contrário do acordo comum, em que o vendido tem dez anos
para entregar a alma, Dean só teria mais um ano de vida, e o prazo terminou no
final da terceira temporada, sem que eles conseguissem descobrir um modo de
romper o contrato. Apesar de que houve um episódio em que ele morreu e voltou –
várias vezes, diga-se de passagem. Na minha opinião, isso deveria ter anulado o
pacto. Mas enfim... Como retornou sem as velhas cicatrizes, nenhuma marca de
balas ou facadas, Dean estava se sentindo a Madonna, Like a Virgem, soltinha na réplica americana da Baviera, e doidinho
para conhecer a língua alemã na boca da garçonete loirinha.
Como
de costume, os Winchester se apresentaram com nomes falsos de Agentes do FBI.
Mas
a mocinha aí, embora seja uma garota de
bar, garante que não tem o hábito de aceitar o primeiro convite de um
cliente.
Em
outras palavras: ela está dando condição. Vai que é tua, Dean!
O
problema é que os rapazes planejam puxar o carro no dia seguinte, já que esse
caso não é esquisito o bastante para eles.
Por
sorte... Quer dizer... Sorte dos Winchester, e azar de um coitado... Melhor
recomeçar esse parágrafo:
Bem,
naquela noite, um rapaz é atacado por um Lobisomem enquanto tentava dar uns
amassos na namorada dentro do carro estacionado no meio do mato.
Segundo
a namorada sobrevivente, Rick Deacon não acreditava em monstros, até ser morto
por um.
Mas,
de novo, as marcas no cadáver não combinam com ataque de Lobisomem. Pelo menos,
não com os Lobisomens que Sam e Dean já viram por aí. O corpo do rapaz ficou
bem estraçalhado, mas o coração continua intacto, e esse tipo de monstro sempre
devora o coração. E, de novo, a testemunha descreveu o Lobisomem dos filmes:
peludo, selvagem, focinho preto, cara de cachorro... Mas os Lobisomens que eles
conhecem não têm essa aparência. São gente normal, só que com um cardápio mais
nojento.
Ou
seja, o rapaz foi morto por alguma outra criatura. E já que estão por ali, os
bonitões decidem investigar. Só por desencargo de consciência.
E,
para Dean, ainda tem o bônus de poder sair com a garçonete naquela noite, pois
ela nem esperou que ele dissesse que o convite continuava de pé, e foi logo
informando que sairia do trabalho à meia-noite.
Já
que a cidade está com essa mania esquisita...
Eles
só não contavam que haveria outro ataque naquela noite, no Museu de História
Americana de Canonsburg. Um segurança recebeu um sarcófago egípcio, mas o
responsável pelo Museu, aparentemente, não estava esperando essa entrega, pois
ficou muito surpreso quando ele ligou para avisar. O sarcófago parecia antigo,
mas chegou sem registro e sem qualquer documentação. Foi isso que o segurança
estranhou, e foi por isso que telefonou para o Diretor do Museu para checar o
que aquele troço estava fazendo no prédio.
De
repente, o sarcófago se abriu, soltando fumaça. A Múmia se levantou, e então...
Na verdade, saiu do sarcófago, e foi
logo estrangulando o coitado do segurança que só estava tentando fazer seu
serviço direito.
Ao
examinar a cena do crime com a polícia, os Winchester fazem duas descobertas
interessantes: primeiro, que o sarcófago não era antigo, foi comprado numa loja
na Filadélfia; e segundo, que havia baldinhos de gelo seco lá dentro, o que
significa que o monstro gosta de produzir seu próprio efeito especial.
Como
Dean está em cima da hora para o seu encontro com a garçonete, ele deixa Sam no
Museu, e corre para o bar onde a moça trabalha, sem saber que a bonitinha já
cansou de esperar, e decidiu dar no pé.
Mas
ela logo percebeu que estava sendo seguida pelo Drácula.
Então
vemos o Drácula desmunhecando, e gritando feito mulherzinha, enquanto seus
olhos ardem por causa do spray de pimenta. E nesse meio tempo, Dean conseguiu
chegar para lutar contra o DoiDrácula,
que está determinado a impedir que Harker
roube sua noiva.
Mas
quando tenta morder nosso herói, Dean consegue arrancar sua orelha, e a
etiqueta da loja de fantasias onde o maluco comprou aquela beca antiquada.
Vampiro
esquisito...
Já
que o encontro foi pro vinagre, Dean leva Jamie, a garçonete para dentro do
bar, tentando acalmá-la com goró, e mostra ao Sam o souvenir que arrancou do
Drácula. Que, a propósito, é um Metamorfo.
E
geralmente andam em bando, segundo a mitologia de Supernatural.
E
como ele chamou Jamie de Mina, Sam desconfia que seja algum paquera da moça,
porque Mina era a noiva que Drácula queria no filme, e Jonathan Harker o noivo
dela que estava no caminho. O problema é que passa muita gente pelo bar todos
os dias, não tem como a garota se lembrar de uma cantada em particular em plena
Oktoberfest.
Exceto,
talvez, alguém que já conhecemos.
Peraí,
moça... Tá dizendo que o sujeito é suspeito de estar reeditando cenas de filmes
antigos, e trabalha num cinema que só exibe filmes do arco da velha?
Se
estivéssemos um pouco mais além da metade do episódio, eu diria que aí tem
coisa. Mas como ainda falta uns vinte minutos pra história terminar, eu du-vi-de-o-dó que o cara seja o maluco.
Quer
dizer, ele é maluco; mas não é o maluco que vocês estão procurando,
meninos.
Seja
lá como for, Sam vai lá no cinema investigar, enquanto Dean Harker cuida da Mina,
e conta para ela sobre seu trabalho, caçando monstros reais, rodando pelo país
por conta própria, procurando pesadelos para combater com o irmão.
E
apesar de viver uma espécie de missão, salvando pessoas, Dean garante que não é
monge, portanto, ele e a garçonete podem se pegar à vontade.
Pelo
menos, até sua colega de trabalho, Lucy aparecer para roubar bebidas no bar, e
interromper o love do casalzinho.
Aqui
entre nós, não parece meio suspeito ter uma mulher chamada Lucy, e ela ser
justamente a melhor amiga da Mina –
como Lucy Westenra, na história original do vampiro –, numa história em que um maluco
sai por aí usando capa e fingindo ser o Drácula?
Enfim,
enquanto eles mandam birita para dentro, Sam investiga o cinema Goethe, onde O Fantasma da Ópera está em cartaz.
Também vemos cartazes do Drácula na
parede, o que significa que existe todo um climinha propício para um lunático
se passar pelo vampiro nessa cidade.
Aliás,
é justamente a canção do Fantasma da Ópera que está sendo tocada ao piano por
uma sombra misteriosa, enquanto Sam se esgueira para dentro do cinema.
Com
a sua sorte, bonitão, não seria nada impossível de acontecer. Afinal, uma coisa
que já ficou clara em todos esses anos, é que o Sam tem uma espécie de ímã para
atrair tudo quanto é maluca no cio nessa série. Atrair o suposto monstro
bizarro não seria novidade...
Mas
nesse caso, ele pode ficar sossegado, porque o Fantasma da Ópera é só o maluco
do Ed, fingindo que sabe tocar, e brincando com os efeitos sonoros automáticos
do piano. Fica implícito se a canção do filme foi imaginação do Sam ou se fazia
parte do repertório gravado no instrumento.
Seja
lá como for, Sam enquadra o cara, dá um susto nele, e tenta arrancar sua
orelha, supondo que ela tenha crescido de novo, mas, desta vez, ela não sai.
Não,
é um pouquinho pior, amigão. É um filme de monstro. Você não leu o título do
episódio?
Agora
que eliminou o único suspeito da lista, Sam volta para o bar, mas só encontra
evidências de luta: garrafas quebradas, e um guardanapo manchado de batom em
cima da mesa.
Como
eu disse, uma mulher chamada Lucy ser amiga da JaiMina numa história com o Drácula é algo suspeito.
Acontece
que, enquanto Sam pegava um cineminha... Ou melhor, tentava pegar um monstro no
cinema, Lucy embebedou Jamie e Dean e os drogou para poder capturá-los. Dean se
deu conta de que ela era o Metamorfo justamente quando começou a sentir o
efeito da droga que ela pôs em sua bebida, e até acertou um murro na vadia,
cujo rosto entortou como se fosse feito de massa de modelar. Depois ele quebrou
a garrafa para tentar atacá-la com o vidro, mas desmaiou antes de conseguir acertá-la.
E
como ela passou o episódio inteiro mordendo guardanapos para limpar o excesso
de batom, agora Sam sabe exatamente quem deve procurar.
E
é melhor correr, porque a vadia já voltou a se transformar no Drácula, e
prendeu Dean numa espécie de laboratório no porão de sua casa, onde pretende
brincar de Frankenstein com o bonitão.
Esse
DoiDrácula aí é obcecado pela
elegância dos monstros dos filmes. Ele só esqueceu uma coisinha: naqueles
filmes, os monstros sempre morrem no final.
De
repente...
DING-DONG!
Chegou
a pizza!
Isso
não é uma piada.
E
o entregador não estranha ser atendido por um maluco fantasiado de vampiro,
forçando um sotaque do leste europeu, perguntando se tem alho na pizza. Sinal
de que deve ter muito maluco nessa cidade.
É
mole? O DoiDrácula aí é da panelinha
do pai do Chris!
Quando
JaiMina desperta, numa réplica do
castelo do vampiro, DoiDrácula tenta
convencê-la a colocar um vestido parecido com o de suas noivas no filme, para
jantar com ele.
E
é quando ele finalmente revela sua triste história, sobre ter nascido
diferente, ser chamado de monstro a vida inteira, e sobre o pai ter tentado
assassiná-lo, para se livrar da aberração.
E
já que, de um jeito ou de outro as pessoas iriam caçá-lo, ele escolheu ser um
monstro com elegância, inspirado naqueles filmes tão aclamados. Pelo menos,
assim ele não se sente tão sozinho.
Essa
é uma fala que até poderia me fazer sentir pena do monstrengo aí. Mas como ele
parece se divertir à beça tocando o terror na cidade, a dó já passou.
Enquanto
isso, como aquela provavelmente é uma cidade pequena, Sam não teve dificuldade
em encontrar a casa da suposta Lucy; tampouco teve dificuldade em arrombar a
porta, ou encontrar o porão sombrio onde Dean está preso à mesa de
eletrocussão.
Nossos
heróis finalmente invadem o covil do DoiDrácula
para salvar a mocinha, mas o monstrengo rapidamente tira Sam Helsing do caminho, jogando-o contra uma parede – que deve ter
sido construída pelos cenógrafos do Chapolin, porque é tudo de isopor. Quebra
com uma facilidade...
Então
Dean Harker tenta atacá-lo com uma
faca, mas também acaba derrubado.
Mas
quando ele exibe os dentes afiados, se preparando para atacar Dean Harker, JaiMina consegue alcançar a arma de Sam Helsing que tinha caído no tapete durante a luta, e meter duas
balas de prata no peito do DoiDrácula.
Até
na hora de morrer o cara tem que fazer um teatrinho...
Mas
tenho que dar mão à palmatória, o sujeito bateu as botas sem perder a
elegância.
Assim,
os Winchester solucionaram mais um caso. Dean aproveita que Jamie está toda
agradecida por ele ter salvo sua vida, para tirar o atraso de sua breve estadia
no inferno.
Só
queria saber como esse pessoal vai explicar o sumiço da outra garçonete, que no
fim das contas era o DoiDrácula, e
era doido de pedra...
Enfim...
Nossos
heróis já podem ir embora, felizes da vida por terem resolvido essa encrenca, e
curtido um festival da hora na réplica da terra da cerveja.
Afinal,
o Metamorfo maluco tinha certa razão: de vez em quando a vida dos Winchester
parece um filme.
Nem
brinca com isso, Sam.
Em nossa próxima aventura, faremos uma visitinha à casa do Tio Harry, um lar
extremamente fofo, em que cipós são como o Olaf, e adoram abraços quentinhos, e
os mortos costumam levantar de madrugada para assaltar a geladeira.
Até
lá! *-*
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