Hotel Zero Estrelas

em quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Postei um artigo sobre A Família Addams logo no comecinho do blog. Não é segredo para ninguém – nem poderia, já que estamos no sexto... Bem, tecnicamente quinto, já que eu pulei o mês de outubro em 2015... Enfim, estamos no quinto ou sexto especial de Halloween no Admirável Mundo Inventado – que eu sou apaixonada por esse tipo de ficção, que envolve fantasmas, bruxas, vampiros, pessoas góticas e excêntricas. Filmes de terror eu posso contar nos dedos os que eu realmente gostei. E para que não haja dúvida do por quê, vamos esclarecer que a maior parte dos filmes classificados como terror que eu assisti, eu reclassifiquei como comédia. Porque, na boa, não tem nada de assustador em Eu Sei o Que Vocês Fizeram No Verão Passado. Nem em Van Helsing – O Caçador de Monstros. Ou A Casa Amaldiçoada. Ou Os Outros. Se bem que os dois últimos eu não chamaria de comédia... E Van Helsing está mais para uma aventura de ação.
Enfim, vocês entenderam. Eu gosto de comédias de horror, que algumas pessoas chamam de filmes de terror. E também de séries, filmes e desenhos publicamente classificados como comédia de horror. Ou humor negro. A Família Addams é um bom exemplo disso.
Só para constar aqui – porque eu já explanei o assunto anteriormente –, a série dos anos 1960 é incrível; o remake nos anos 1990 não chegou nem aos pés; os filmes são excelentes; o desenho da década de 1970 foi . O dos anos 1990 melhorou bastante, mas não chegou a ser um fenômeno como o filme.
Mas, vou confessar: sim, eu amava esse desenho quando eu era criança. Minhas manhãs de sábado sentada em frente à TV não teriam sido tão felizes sem o desenho da Família Addams, dos Caça-Fantasmas e do Scooby-Doo no SBT. E o Pica-Pau. E os Duck Tales...
E depois de termos conhecido um hotel mal-assombrado em Supernatural, chegou a hora de nos assombrarmos com as excentricidades dessa família quando decidiram entrar para o ramo hoteleiro.


O título original desse episódio poderia ser traduzido literalmente como Morte & Café da Manhã. Por aí vocês já imaginam o style do empreendimento.
Tudo começa num dia em que Vandinha e Feioso chegam da escola, reclamando de mais um dia horrível de sol. E como sempre, Tio Chico tem a solução: para curar a depressão, não há nada melhor do que uma bomba.
Só não contem isso para os terroristas.
Mas o problema das crianças é maior que um horrível dia ensolarado. Enquanto Mortícia usa Tropeço como modelo para pintar mais uma de suas telas hediondas, Vandinha conta que Feioso inscreveu os dois no clube Happydale, mas algo que tenha a palavra felicidade como raiz claramente não combina com os Addams. E graças a isso, a dupla precisa montar seu próprio negócio no fim de semana.
Mas afinal, que tipo de idiota pede conselhos místicos a uma velha maluca?
Bem, tem sempre algum doido na vizinhança, né...
E para provar que estudou direitinho seu novo manual místico, a Vovó tenta fazer uma leitura dos pés do Tio Chico. Mas não parece entender muito bem a caligrafia.
Ela provavelmente se depararia com a mesma incoerência no pé do Quico.
Enfim, como as crianças não conseguem se decidir sobre qual o melhor negócio que poderiam explorar no fim de semana, Gomez chega com a solução.
Quer dizer, mais ou menos... Na verdade, ele chega reclamando de sua mais recente viagem para participar de um campeonato de sumô, em que ele ganhou todos os lugares no pódio por W.O.. Mas o problema não foi a desistência dos demais competidores. O que deixou o patriarca da Família Addams aborrecido foi o hotel horrível onde o hospedaram. Eles só tinham banho de água quente, e nenhum carrapato sequer nos tapetes.
Judiação...
Nada que alguns minutos pendurado de ponta-cabeça na sala, usando uma camisa de força como casulo não possa resolver.
Porque os Addams são sádicos, masoquistas e adoram se auto infligir castigos físicos, usando métodos de tortura medievais, e outros apetrechos que poderiam ser mortalmente perigosos se eles fossem pessoas normais.
Aliás, uma das coisas que tornavam esse desenho incrivelmente exagerado era a insistência dos roteiristas em martelar em cima dessa piada a cada duas tomadas. Por exemplo, depois de ficar uns trinta segundos pendurado na camisa de força, Vandinha e Feioso tentam cortar as cordas arremessando um machado de carrasco no pai de uma longa distância.
Na série, a frequência era um pouco menor. Mas tudo bem...
Essa queixa toda do Gomez acaba lhe dando uma ideia sobre o negócio que Vandinha e Feioso podem montar: eles podem transformar a casa dos Addams num hotel.
Mas para quê economizar? Os Addams são zilionários, e podem se dar ao luxo de cometer qualquer extravagância. Mesmo que coloquem a casa abaixo, podem reconstruir outra sem esgotar a grana guardada no vidro de maionese na cozinha.
O caso é que hotéis dão muito trabalho, e os pequenos Addams preferiam evitar a fadiga.
Agora, imaginem só que classe de hotel poderia existir na casa dos Addams, com serpentes se enrolando em cada coluna da casa, plantas carnívoras em diversos vasos espalhados por toda parte, e quadros pavorosos decorando as paredes de todos os quartos. Acho que o slogan poderia ser: “pesadelos garantidos, ou seu dinheiro de volta. Não nos responsabilizamos por mortos e feridos”.
E acreditem, haverão muitos!
E como sabe que vai sobrar para ele limpar, Tropeço é o primeiro a se manifestar contra, apoiando o não das crianças, mas, para seu desalento, Mortícia adora a ideia do marido, e como todos sabem, é ela quem manda em casa.
O gosto pelo francês é a única característica humana que podemos encontrar nos Addams. E todos sabemos que essa é a senha para Gomez e Mortícia subirem para a alcova – ou deitarem no caixão. Em se tratando dos Addams, não sei se há alguma diferença.
E assim eles deixam as crianças sozinhas na sala para planejar todo o empreendimento sem o auxílio de um adulto.
Quis dizer um adulto responsável, que não seja completamente pirado na batatinha.
Enquanto Vandinha está aborrecida e previamente exausta pelo trabalhão que vai dar transformar a casa da família num hotel, Feioso não poderia estar mais animado, pois, conhecendo os pais como ele conhece, sabe que Gomez fará todo o trabalho sujo, deixando para eles somente a diversão, que, no vocabulário dos Addams, significa planejar diferentes métodos para torturar os futuros hóspedes.
E por menos que gostem da ideia, os filhotes de cruz credo não têm coragem de desapontar o pai.
A propósito...
De fato, vocês têm mais o que fazer. Afinal, o hotel ainda nem abriu, e já tem gente de olho numa vaga.
Mortícia usa seus dotes artísticos horrendos para pintar o letreiro da fachada.
Esses Addams têm tino comercial, não acham?
Quem não gosta nadinha dessa novidade são seus vizinhos, Norman Normanmeyer – sério, o nome dele era esse pleonasmo aí – e sua mulher entojada, cujo nome eu sinceramente não lembro, nem me importo o suficiente para pesquisar. Ela quase não aparece nesse episódio, mas se eu resenhar outros, e se por acaso ela tiver algum destaque, vou chamá-la de Gertrude.
Por quê? Ora, porque eu acho que o nome combina com uma megera.
Clotilde também combina, mas não vou usar porque 1) Já tem a mulher do Armane de Tapas & Beijos, cujo apelido de barata cascuda acabou ficando mais engraçado que o nome; e 2) porque eu tenho um profundo respeito pela Bruxa do 71. Não vou dar o nome dela a uma personagem tão sem sal, descartável e desnecessária como a Sra. Norma Normanmeyer!
E não, não me lembrei que o nome dela era Norma, foi só para manter o pleonasmo. Se era realmente esse o nome dela, a referência foi acidental.
Mas caso eu tenha realmente acertado o nome dela, me avisem. Vou jogar no bicho.
Como eu estava dizendo, Normanmeyer logo começou a implicar com a nova brincadeira de seus vizinhos excêntricos.
Por quê? Porque ele era um Zé Ruela de um vendedor de cuecas, mal humorado, mal amado e mal depilado, que só ficava satisfeito estragando a diversão dos outros. É por isso.
Desculpem o ataque de fúria; esse Normanmeyer sempre despertou o pior em mim, um lado psicótico e agressivo que só se manifesta quando esse sujeito aparece na tela, ou quando eu encontro feijão no pote de sorvete.
Horrível. Não sei qual dos dois é pior. Ou mais traumático.
Enfim, como aqui se faz, aqui se paga, seu filho N. J. – Norman Normanmeyer Jr., que pelos meus cálculos, tinha tudo para se tornar um projeto de Norman Bates no futuro, se o desenho não tivesse vida curta – é o melhor amigo dos filhos dos Addams, e fica todo empolgado com o empreendimento dos amigos. E corre para ver essa novidade de perto.
Quer dizer, o cara é quem implica com tudo o que acontece na vizinhança, e os Addams é que são os encrenqueiros? Não dá para entender a sua lógica, Norman-cuecas-meyer.
Mas esse episódio nos traz uma grande revelação a respeito do serviço de correios no bairro dos Addams: tem sempre um carteiro a postos para carregar as tralhas de um lado para o outro da rua, cada vez que N. J. tem vontade de xeretar o que anda acontecendo na casa de seus amigos excêntricos.
Mal N. J. sai de sua casa com a caixa gigantesca na mão, o tal pacote é entregue na casa dos Addams, com o garoto dentro.
Aliás, o N. J. também é membro do clube Happydale – e agora que eu reparei como o nome desse clube soa flatulento –, e seu pai também está dando pitaco no empreendimento do garoto.
Como esse garoto conseguiu não se tornar o maníaco da serra elétrica depois de adulto, é algo que eu nunca vou entender. É um caso a ser estudado. Nem Freud explica.
Aliás, com um pai tão bem humorado, e sendo obrigado a sair pelas ruas oferecendo picolés de cueca que nem o Seu Madruga vendendo churros, Normanmeyer devia levantar as mãos pro céu e agradecer que o coitado tenha algum amigo no mundo, ainda que sejam as crianças Addams, porque o natural é que o moleque vivesse trancado no quarto, adestrando pulgas.
Enfim, o garoto só veio mesmo fofocar que o pai está planejando enviar um inspetor sanitário para interditar o hotel dos Addams, e como já deu o recado, é melhor ele correr para colocar as cuecas de cereja no congelador.
E agora que eu escrevi isso, me dei conta de que o empreendimento do Normanmeyer Jr. era um protótipo de Sex Shop.
Isso muda completamente minha visão sobre os Normanmeyer. Eles não eram os vizinhos puritanos, moralistas, racistas e individualistas que eu cresci imaginando. Eles provavelmente eram mais pervertidos que os Addams falando francês.
Enrustidos, mas eram.
Os pais podem ser o que for, mas esse filhote de cuequeiro até que é um menino muito bem educadinho. Deve ter dedo de alguma avó na criação do moleque. E suspeito que seja a avó dos Addams.
E, pelo visto, sempre tem um carteiro de plantão nessa rua para intermediar as visitas do Cuequinha aos Addams.
Pelo menos a visita dele serviu para que Vandinha percebesse que existem coisas piores do que abrir um hotel na casa da família, e ter que passar suas tardes carregando malas pesadas para cima e para baixo, em vez de ficar por aí brincando de dissecar os gatos da vizinhança.
Que, aliás, sempre dava um jeito de botar cuecas em tudo. Até no Halloween, o coitado do N.J. era obrigado a sair para pedir doces com uma cueca enfiada na cabeça. Ou com a cabeça enfiada numa cueca... Enfim, já deu para sacar que Normanmeyer era completa e incuravelmente obcecado pelo vestuário íntimo masculino. Está claro que esse menino quando cresceu, só recebeu a aprovação do pai ao se casar com o Clark Kent.
Enfim, piadas excessivamente repetidas à parte, o hotel dos Addams finalmente está pronto para receber seu primeiro hóspede. Justamente o enviado do capet... digo, do seu querido vizinho Normanmeyer, o inspetor da saúde pública, Sr. Lipp.
Felizmente, Gomez não se abala, e os Addams têm bastante jogo de cintura para manter o inspetor ocupado tempo suficiente para que Feioso e Vandinha possam receber outros hóspedes.
Se liga na lista de atividades que estão incluídas no serviço de quarto:
Enquanto Gomez apresenta suas incríveis acomodações ao cara que veio fechar seu negócio – sem trocadilhos –, Tio Chico espalha algumas armadilhas bem afiadas nas escadas.
Só para constar, isso que a Mortícia pingou nas flores era veneno. Por isso elas foram a óbito na hora.
E como Vandinha está ciente das normas de segurança locais, é melhor pensar em alguma boa maneira de tirar esse inspetor de circulação, ou ele pode mandar interditá-los com um único telefonema.
São palavras dela, eu juro!
E como só estava esperando sua deixa, Vovó arrasta o inspetor para o quarto imediatamente – escadas e armadilhas acima –, joga-o na cama...
... arranca seus sapatos e começa a fazer a leitura do destino em seus pés.
Os dedos dos pés não mentem jamais, inspetor!
Enquanto isso, uma nova hóspede se apresenta: aquela mulher que vimos rondando o bairro enquanto Mortícia e Mãozinha davam os últimos retoques na fachada.
Pessoas com espírito esportivo são outro nível, não acham?
Mas antes de conhecer suas acomodações, a Sra. Quaint quer saber se eles não teriam por acaso um cofre onde ela pudesse guardar suas joias.
Eles são zilionários! O que acha?
Aliás, um cofre para muito ladrão pensar várias vezes antes de querer mexer. A fachada parece o sarcófago de uma múmia egípcia. Mas é impressionante a quantidade de ouro e pedras preciosas naquele lugar imenso.
Tira o zóio grande, dona! Porque esse cofre é muito bem guardado, por uma criatura que a senhora não vai querer chegar perto. O nome dele é Otto. E não temos a visão completa do monstro, mas a julgar pelo tamanho do tentáculo, pode ser uma lula gigante ou o Kraken que engoliu o Jack Sparrow embrulhado no Pérola Negra.
Como boa anfitriã, Vandinha mostra no mapa do tesouro o lugar exato onde guardarão as joias da madame.
Ah, se o Normanmeyer soubesse que os Addams tinham todo esse tesouro guardado em casa. Aposto que se tornaria o melhor amigo do Gomez, rapidinho. Cervejinha e churrasco na laje todo fim de semana...
A propósito de churrasco...
Pensaram que eu estava brincando quando disse que essa piada apareceria a cada duas tomadas?
Como se não fosse o bastante, logo em seguida vemos essa dupla de delinquentes mirins carregando um imenso saco com monstros, ferramentas de tortura, e, aparentemente, um corpo, por uma escada secundária da casa, quando de repente dão de cara com Tropeço abrindo uma porta.
Pode ser uma sugestão de que parte do aparelho de jantar dos Addams está vivo; ou que eles são algum tipo de canibais; ou que eles gostam de jantar na presença de cadáveres... Enfim, nunca saberemos.
Mais tarde, porém, depois de encherem a pança com qualquer que seja a gororoba que o Tropeço preparou – francamente, o cardápio dos Addams é algo que nunca me despertou qualquer curiosidade –, Vandinha e Feioso decidem dar uma espiadinha no cofre por... motivo nenhum. E descobrem que a câmara do tesouro está completamente vazia.
É nisso que dá mostrar o cofre para pessoas estranhas.
O primeiro que pedir um alerta de spoiler será servido como jantar ao Otto, seja ele o que for!
Falando nisso, pode ser o motivo de as crianças Addams terem descido mais uma vez ao cofre naquele dia. Afinal, alguém tinha que alimentar o monstro nessa casa!
Quem se anima com a perspectiva de ter um criminoso na casa é o Tio Chico, que finalmente terá uma boa desculpa para explodir um cidadão. E ele já chega na beca, fantasiado de Sherlock Holmes.
Se eu tivesse tanto dinheiro assim saindo até pelo ralo do banheiro, que não acabaria numa vida inteira mesmo se fosse usado para limpar a bunda, acho que eu também mudaria de nome toda semana...
Principalmente para despistar uns parentes malas.
Não que eu tenha tantos parentes malas assim. Tem só uma tia em segundo grau por parte de...
Foco, Verônica!
Tio Chico procede uma rápida e minuciosa investigação, que logo o leva a concluir que o culpado só pode ser...
A Sra. Quaint.
Pirações Chiconianas – ou Festerianas – à parte, permita-me repetir: elementar, minha cara Vandinha! Quem mais, além dessa mulher que vocês nunca viram mais gorda na vida, sabia da existência desse cofre?
Então as crianças correm para alertar seus pais de que há uma criminosa na casa, e que eles precisam trancar todas as portas, janelas e alçapões, e soltar todos os monstros atrás da megera, mas... É tarde demais. A bandida já engaiolou o Sr. e a Sra. Addams – literalmente! – no teto da sala.
Feioso quer partir para cima da bandida, e mostrar com quantos machados se fatia uma Anaconda, mas ela está armada com uma das invenções de Tio Chico. E como estamos mais carecas que ele de saber, seus brinquedinhos podem ser bem perigosos.
E hoje é quarta. O que significa que... Sim, dona, ele é doido.
E, a propósito, eu não medi, mas desconfio que seu carro é pequeno demais para caber todo esse tesouro. Você pretende dar quantas viagens?
Enquanto Tio Chico pede para ser baleado... E Tropeço faz careta para a megera... Ou essa aí é a cara normal dele?
Não faço ideia. Mas enfim, enquanto isso, a Sra. Quaint pega Feioso e Vandinha como reféns. E eu só acho que alguém devia avisar a essa senhora que a última pessoa que pegou a Vandinha pelas tranças do jeito que ela está fazendo agora, foi o doador do bife que ela comeu no jantar...
Enquanto Vandinha arregaça as mangas, acho que a tal Sra. Quaint não vai querer descobrir como o pedaço do tal cidadão foi parar no seu prato.
Começa o quebra-quebra!
Vandinha usa um golpe de dança rodopiante que até o Gomez sabe como dói – sinal de que ele também já tentou brincar com as tranças dela. Então Vandinha pula nas jaulas e pede permissão para brincar com as correntes de ferro.
Porque Vandinha provavelmente é uma homicida mirim, mas sabe que em primeiro lugar, deve respeitar os pais.
É um mandamento divino!
Aliás, o casal Addams está todo nostálgico lá nas jaulas, rememorando seu último aniversário de casamento, quando uma situação parecida aconteceu, e eles também ficaram presos em jaulas suspensas, enquanto seus filhos ou algum outro criminoso perverso causava danos quase irreparáveis a sua casa.
E enquanto eles ensaiam uma maneira de se agarrar entre as barras das gaiolas, Vandinha termina de fatiar a bandida.
Como foi que eles conseguiram se juntar na mesma jaula? Será que a Mortícia está tão magra que até consegue passar por entre as grades?
No desespero para escapar de um provável esquartejamento, a bandida tenta usar o trenzinho que fica circulando pela sala dos Addams como veículo de fuga.
Ó as ideia!
E, não, senhora, esse trem não pode ir mais rápido. Porque ele é um trenzinho de brinquedo, não o Expresso das Oito e Meia!
Se bem que, quando controlado remotamente pelos filhos psicopatas dos Addams diretamente da sala das máquinas, esse trenzinho pode até chegar bem perto da velocidade de um carro de Fórmula 1.
Mas o problema é que, se eles fizerem isso, você pode dar de cara com uma parede de tijolos.
Ainda não, dona. Você só será levada em alta velocidade por um emaranhado de trilhos num túnel cavernoso, que vai dar no cemitério localizado no quintal dos fundos da casa dos Addams, onde, depois de ter sua alma sugada para o quinto dos infernos, você poderá descansar em paz...
Isso acaba com a graça do desenho. ESSA ERA A HORA PARA A PIADA SÁDICA E HOMICIDA!
Ah, ótimo, acordou o Tio Chico. A senhora não acha que está muito tarde para fazer essa algazarra toda na casa dos outros?! É cada visita mal-educada que aparece...
É claro que o alçapão a levou de volta ao ponto de partida. Porque, como o objetivo de um desenho animado é transmitir bons valores às crianças, e mostrar que sempre é tempo para a pessoa se arrepender de sua má conduta, e reconhecer que essa vida de crimes não levará a nada, logicamente, a mulher continua sã e salva e – infelizmente – inteira, depois de ter dado uma voltinha no Trem Fantasma.
E o imbecil do Normanmeyer, que, em teoria não devia ter nada a ver com isso, dá o maior chilique ao ver a polícia levando a Sra. Quaint para o camburão.
Ele é quem devia ir preso por desacato! A tal Sra. Quaint era procurada em nove Estados por assaltos a hotéis. Essa mulher é um perigo.
Não pensem que eu esqueci do inspetor de higiene que a Vovó manteve em cárcere privado num dos quartos o desenho inteiro. Quero nem saber o que a velha andou fazendo com ele enquanto o desenho acontecia, mas o homem sai do hotel todo saltitante e alegre, e cheio de vontade de se exercitar.
Vê lá, hein, Normanmeyer, que o Tio Chico pode ter uma malocada em algum lugar do jardim.
Alguém precisa avisar esse cidadão que a tal peteca é uma granada!
Agora, é impressão minha, ou está rolando um clima entre o fiscal de saúde e a Vovó Addams? Acho que ela andou lendo alguma outra coisa nele além dos pés...
Claro que o Normanmeyer fica puto e meio ao ver que seu plano de ferrar com o novo empreendimento de seus vizinhos foi pro vinagre. Felizmente, o N. J. sabe como fazer o pai mudar de assunto.
Bem, é óbvio que estamos chegando ao fim do desenho. Hora de fazer o balanço do dia. Gomez e Mortícia estão orgulhosos com o sucesso do empreendimento dos filhos, e têm certeza de que o Clube Hi-Eu-Peidei também vai adorar ouvir suas aventuras.
Mas já que o episódio acabou, é hora de pensarem em outra brincadeira para a próxima aventura.
Enfim, vamos deixar que eles decidam do que vão brincar amanhã.
Quanto a nós, em nossa próxima aventura veremos uma Simples Camponesa se Nobre Coração Que Vai Todos os Dias Ao Bosque Recolher Lenha em grandes apuros por causa de uma bruxa e de um monstrengo sinistro que por ela se apaixonou.
Até lá! *-*


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