Postei
um artigo sobre A Família Addams logo no comecinho do blog. Não é segredo para
ninguém – nem poderia, já que estamos no sexto... Bem, tecnicamente quinto, já
que eu pulei o mês de outubro em 2015... Enfim, estamos no quinto ou sexto
especial de Halloween no Admirável Mundo Inventado – que eu sou apaixonada por
esse tipo de ficção, que envolve fantasmas, bruxas, vampiros, pessoas góticas e
excêntricas. Filmes de terror eu posso contar nos dedos os que eu realmente
gostei. E para que não haja dúvida do por quê, vamos esclarecer que a maior
parte dos filmes classificados como terror que eu assisti, eu reclassifiquei
como comédia. Porque, na boa, não tem nada de assustador em Eu Sei o Que Vocês
Fizeram No Verão Passado. Nem em Van Helsing – O Caçador de Monstros. Ou A Casa
Amaldiçoada. Ou Os Outros. Se bem que os dois últimos eu não chamaria de
comédia... E Van Helsing está mais para uma aventura de ação.
Enfim,
vocês entenderam. Eu gosto de comédias de horror, que algumas pessoas chamam de
filmes de terror. E também de séries, filmes e desenhos publicamente
classificados como comédia de horror. Ou humor negro. A Família Addams é um bom
exemplo disso.
Só
para constar aqui – porque eu já explanei o assunto anteriormente –, a série
dos anos 1960 é incrível; o remake nos anos 1990 não chegou nem aos pés; os
filmes são excelentes; o desenho da década de 1970 foi uó. O dos anos 1990 melhorou bastante, mas não chegou a ser um
fenômeno como o filme.
Mas,
vou confessar: sim, eu amava esse desenho quando eu era criança. Minhas manhãs
de sábado sentada em frente à TV não teriam sido tão felizes sem o desenho da
Família Addams, dos Caça-Fantasmas e do Scooby-Doo no SBT. E o Pica-Pau. E os
Duck Tales...
E
depois de termos conhecido um hotel mal-assombrado em Supernatural, chegou a
hora de nos assombrarmos com as excentricidades dessa família quando decidiram
entrar para o ramo hoteleiro.
O título original desse episódio poderia ser traduzido literalmente como Morte & Café da Manhã. Por aí vocês já imaginam o style do empreendimento.
Tudo
começa num dia em que Vandinha e Feioso chegam da escola, reclamando de mais um
dia horrível de sol. E como sempre, Tio Chico tem a solução: para curar a
depressão, não há nada melhor do que uma bomba.
Só
não contem isso para os terroristas.
Mas
o problema das crianças é maior que um horrível dia ensolarado. Enquanto
Mortícia usa Tropeço como modelo para pintar mais uma de suas telas hediondas,
Vandinha conta que Feioso inscreveu os dois no clube Happydale, mas algo que
tenha a palavra felicidade como raiz claramente não combina com os Addams. E
graças a isso, a dupla precisa montar seu próprio negócio no fim de semana.
Mas
afinal, que tipo de idiota pede conselhos místicos a uma velha maluca?
Bem,
tem sempre algum doido na vizinhança, né...
E
para provar que estudou direitinho seu novo manual místico, a Vovó tenta fazer
uma leitura dos pés do Tio Chico. Mas não parece entender muito bem a
caligrafia.
Ela
provavelmente se depararia com a mesma incoerência no pé do Quico.
Enfim,
como as crianças não conseguem se decidir sobre qual o melhor negócio que
poderiam explorar no fim de semana, Gomez chega com a solução.
Quer
dizer, mais ou menos... Na verdade, ele chega reclamando de sua mais recente
viagem para participar de um campeonato de sumô, em que ele ganhou todos os
lugares no pódio por W.O.. Mas o problema não foi a desistência dos demais
competidores. O que deixou o patriarca da Família Addams aborrecido foi o hotel
horrível onde o hospedaram. Eles só tinham banho de água quente, e nenhum
carrapato sequer nos tapetes.
Judiação...
Nada
que alguns minutos pendurado de ponta-cabeça na sala, usando uma camisa de
força como casulo não possa resolver.
Porque
os Addams são sádicos, masoquistas e adoram se auto infligir castigos físicos, usando
métodos de tortura medievais, e outros apetrechos que poderiam ser mortalmente
perigosos se eles fossem pessoas normais.
Aliás,
uma das coisas que tornavam esse desenho incrivelmente exagerado era a
insistência dos roteiristas em martelar em cima dessa piada a cada duas
tomadas. Por exemplo, depois de ficar uns trinta segundos pendurado na camisa
de força, Vandinha e Feioso tentam cortar as cordas arremessando um machado de
carrasco no pai de uma longa distância.
Na
série, a frequência era um pouco menor. Mas tudo bem...
Essa
queixa toda do Gomez acaba lhe dando uma ideia sobre o negócio que Vandinha e
Feioso podem montar: eles podem transformar a casa dos Addams num hotel.
Mas
para quê economizar? Os Addams são zilionários, e podem se dar ao luxo de
cometer qualquer extravagância. Mesmo que coloquem a casa abaixo, podem
reconstruir outra sem esgotar a grana guardada no vidro de maionese na cozinha.
O
caso é que hotéis dão muito trabalho, e os pequenos Addams preferiam evitar a
fadiga.
Agora,
imaginem só que classe de hotel poderia existir na casa dos Addams, com
serpentes se enrolando em cada coluna da casa, plantas carnívoras em diversos
vasos espalhados por toda parte, e quadros pavorosos decorando as paredes de
todos os quartos. Acho que o slogan poderia ser: “pesadelos garantidos, ou seu
dinheiro de volta. Não nos responsabilizamos por mortos e feridos”.
E
acreditem, haverão muitos!
E
como sabe que vai sobrar para ele limpar, Tropeço é o primeiro a se manifestar
contra, apoiando o não das crianças, mas, para seu desalento, Mortícia adora a
ideia do marido, e como todos sabem, é ela quem manda em casa.
O
gosto pelo francês é a única característica humana que podemos encontrar nos
Addams. E todos sabemos que essa é a senha para Gomez e Mortícia subirem para a
alcova – ou deitarem no caixão. Em se tratando dos Addams, não sei se há alguma
diferença.
E
assim eles deixam as crianças sozinhas na sala para planejar todo o
empreendimento sem o auxílio de um adulto.
Quis
dizer um adulto responsável, que não seja completamente pirado na batatinha.
Enquanto
Vandinha está aborrecida e previamente exausta pelo trabalhão que vai dar
transformar a casa da família num hotel, Feioso não poderia estar mais animado,
pois, conhecendo os pais como ele conhece, sabe que Gomez fará todo o trabalho
sujo, deixando para eles somente a diversão, que, no vocabulário dos Addams,
significa planejar diferentes métodos para torturar os futuros hóspedes.
E
por menos que gostem da ideia, os filhotes de cruz credo não têm coragem de
desapontar o pai.
A
propósito...
De
fato, vocês têm mais o que fazer. Afinal, o hotel ainda nem abriu, e já tem
gente de olho numa vaga.
Mortícia
usa seus dotes artísticos horrendos para pintar o letreiro da fachada.
Esses
Addams têm tino comercial, não acham?
Quem
não gosta nadinha dessa novidade são seus vizinhos, Norman Normanmeyer – sério,
o nome dele era esse pleonasmo aí – e sua mulher entojada, cujo nome eu
sinceramente não lembro, nem me importo o suficiente para pesquisar. Ela quase
não aparece nesse episódio, mas se eu resenhar outros, e se por acaso ela tiver
algum destaque, vou chamá-la de Gertrude.
Por
quê? Ora, porque eu acho que o nome combina com uma megera.
Clotilde
também combina, mas não vou usar porque 1) Já tem a mulher do Armane de Tapas & Beijos, cujo apelido de barata cascuda acabou ficando mais engraçado que
o nome; e 2) porque eu tenho um profundo respeito pela Bruxa do 71. Não vou dar
o nome dela a uma personagem tão sem sal, descartável e desnecessária como a
Sra. Norma Normanmeyer!
E
não, não me lembrei que o nome dela era Norma, foi só para manter o pleonasmo.
Se era realmente esse o nome dela, a referência foi acidental.
Mas
caso eu tenha realmente acertado o nome dela, me avisem. Vou jogar no bicho.
Como
eu estava dizendo, Normanmeyer logo começou a implicar com a nova brincadeira
de seus vizinhos excêntricos.
Por
quê? Porque ele era um Zé Ruela de um vendedor de cuecas, mal humorado, mal
amado e mal depilado, que só ficava satisfeito estragando a diversão dos
outros. É por isso.
Desculpem
o ataque de fúria; esse Normanmeyer sempre despertou o pior em mim, um lado
psicótico e agressivo que só se manifesta quando esse sujeito aparece na tela,
ou quando eu encontro feijão no pote de sorvete.
Horrível.
Não sei qual dos dois é pior. Ou mais traumático.
Enfim,
como aqui se faz, aqui se paga, seu filho N. J. – Norman Normanmeyer Jr., que
pelos meus cálculos, tinha tudo para se tornar um projeto de Norman Bates no
futuro, se o desenho não tivesse vida curta – é o melhor amigo dos filhos dos
Addams, e fica todo empolgado com o empreendimento dos amigos. E corre para ver
essa novidade de perto.
Quer
dizer, o cara é quem implica com tudo o que acontece na vizinhança, e os Addams
é que são os encrenqueiros? Não dá para entender a sua lógica,
Norman-cuecas-meyer.
Mas
esse episódio nos traz uma grande revelação a respeito do serviço de correios
no bairro dos Addams: tem sempre um carteiro a postos para carregar as tralhas
de um lado para o outro da rua, cada vez que N. J. tem vontade de xeretar o que
anda acontecendo na casa de seus amigos excêntricos.
Mal
N. J. sai de sua casa com a caixa gigantesca na mão, o tal pacote é entregue na
casa dos Addams, com o garoto dentro.
Aliás,
o N. J. também é membro do clube Happydale – e agora que eu reparei como o nome
desse clube soa flatulento –, e seu pai também está dando pitaco no
empreendimento do garoto.
Como
esse garoto conseguiu não se tornar o maníaco da serra elétrica depois de
adulto, é algo que eu nunca vou entender. É um caso a ser estudado. Nem Freud
explica.
Aliás,
com um pai tão bem humorado, e sendo obrigado a sair pelas ruas oferecendo
picolés de cueca que nem o Seu Madruga vendendo churros, Normanmeyer devia
levantar as mãos pro céu e agradecer que o coitado tenha algum amigo no mundo,
ainda que sejam as crianças Addams, porque o natural é que o moleque vivesse
trancado no quarto, adestrando pulgas.
Enfim,
o garoto só veio mesmo fofocar que o pai está planejando enviar um inspetor
sanitário para interditar o hotel dos Addams, e como já deu o recado, é melhor
ele correr para colocar as cuecas de cereja no congelador.
E
agora que eu escrevi isso, me dei conta de que o empreendimento do Normanmeyer
Jr. era um protótipo de Sex Shop.
Isso
muda completamente minha visão sobre os Normanmeyer. Eles não eram os vizinhos
puritanos, moralistas, racistas e individualistas que eu cresci imaginando.
Eles provavelmente eram mais pervertidos que os Addams falando francês.
Enrustidos,
mas eram.
Os
pais podem ser o que for, mas esse filhote de cuequeiro até que é um menino
muito bem educadinho. Deve ter dedo de alguma avó na criação do moleque. E
suspeito que seja a avó dos Addams.
E, pelo visto, sempre tem um carteiro de plantão nessa rua para intermediar as visitas do Cuequinha aos Addams.
Pelo
menos a visita dele serviu para que Vandinha percebesse que existem coisas
piores do que abrir um hotel na casa da família, e ter que passar suas tardes
carregando malas pesadas para cima e para baixo, em vez de ficar por aí
brincando de dissecar os gatos da vizinhança.
Que,
aliás, sempre dava um jeito de botar cuecas em tudo. Até no Halloween, o
coitado do N.J. era obrigado a sair para pedir doces com uma cueca enfiada na
cabeça. Ou com a cabeça enfiada numa cueca... Enfim, já deu para sacar que
Normanmeyer era completa e incuravelmente obcecado pelo vestuário íntimo
masculino. Está claro que esse menino quando cresceu, só recebeu a aprovação do
pai ao se casar com o Clark Kent.
Enfim,
piadas excessivamente repetidas à parte, o hotel dos Addams finalmente está
pronto para receber seu primeiro hóspede. Justamente o enviado do capet...
digo, do seu querido vizinho Normanmeyer, o inspetor da saúde pública, Sr.
Lipp.
Felizmente,
Gomez não se abala, e os Addams têm bastante jogo de cintura para manter o
inspetor ocupado tempo suficiente para que Feioso e Vandinha possam receber
outros hóspedes.
Se
liga na lista de atividades que estão incluídas no serviço de quarto:
Enquanto
Gomez apresenta suas incríveis acomodações ao cara que veio fechar seu negócio
– sem trocadilhos –, Tio Chico espalha algumas armadilhas bem afiadas nas
escadas.
Só
para constar, isso que a Mortícia pingou nas flores era veneno. Por isso elas
foram a óbito na hora.
E
como Vandinha está ciente das normas de segurança locais, é melhor pensar em
alguma boa maneira de tirar esse inspetor de circulação, ou ele pode mandar
interditá-los com um único telefonema.
São
palavras dela, eu juro!
E
como só estava esperando sua deixa, Vovó arrasta o inspetor para o quarto
imediatamente – escadas e armadilhas acima –, joga-o na cama...
...
arranca seus sapatos e começa a fazer a leitura do destino em seus pés.
Os
dedos dos pés não mentem jamais, inspetor!
Enquanto
isso, uma nova hóspede se apresenta: aquela mulher que vimos rondando o bairro
enquanto Mortícia e Mãozinha davam os últimos retoques na fachada.
Pessoas
com espírito esportivo são outro nível, não acham?
Mas
antes de conhecer suas acomodações, a Sra. Quaint quer saber se eles não teriam
por acaso um cofre onde ela pudesse guardar suas joias.
Eles
são zilionários! O que acha?
Aliás,
um cofre para muito ladrão pensar várias vezes antes de querer mexer. A fachada
parece o sarcófago de uma múmia egípcia. Mas é impressionante a quantidade de
ouro e pedras preciosas naquele lugar imenso.
Tira
o zóio grande, dona! Porque esse
cofre é muito bem guardado, por uma criatura que a senhora não vai querer
chegar perto. O nome dele é Otto. E não temos a visão completa do monstro, mas
a julgar pelo tamanho do tentáculo, pode ser uma lula gigante ou o Kraken que engoliu o Jack Sparrow embrulhado no Pérola Negra.
Como
boa anfitriã, Vandinha mostra no mapa do tesouro o lugar exato onde guardarão
as joias da madame.
Ah,
se o Normanmeyer soubesse que os Addams tinham todo esse tesouro guardado em
casa. Aposto que se tornaria o melhor amigo do Gomez, rapidinho. Cervejinha e
churrasco na laje todo fim de semana...
A
propósito de churrasco...
Pensaram
que eu estava brincando quando disse que essa piada apareceria a cada duas
tomadas?
Como
se não fosse o bastante, logo em seguida vemos essa dupla de delinquentes
mirins carregando um imenso saco com monstros, ferramentas de tortura, e,
aparentemente, um corpo, por uma escada secundária da casa, quando de repente
dão de cara com Tropeço abrindo uma porta.
Pode
ser uma sugestão de que parte do aparelho de jantar dos Addams está vivo; ou
que eles são algum tipo de canibais; ou que eles gostam de jantar na presença
de cadáveres... Enfim, nunca saberemos.
Mais
tarde, porém, depois de encherem a pança com qualquer que seja a gororoba que o
Tropeço preparou – francamente, o cardápio dos Addams é algo que nunca me
despertou qualquer curiosidade –, Vandinha e Feioso decidem dar uma espiadinha
no cofre por... motivo nenhum. E descobrem que a câmara do tesouro está
completamente vazia.
É
nisso que dá mostrar o cofre para pessoas estranhas.
O
primeiro que pedir um alerta de spoiler será servido como jantar ao Otto, seja
ele o que for!
Falando
nisso, pode ser o motivo de as crianças Addams terem descido mais uma vez ao
cofre naquele dia. Afinal, alguém tinha que alimentar o monstro nessa casa!
Quem
se anima com a perspectiva de ter um criminoso na casa é o Tio Chico, que
finalmente terá uma boa desculpa para explodir um cidadão. E ele já chega na
beca, fantasiado de Sherlock Holmes.
Se
eu tivesse tanto dinheiro assim saindo até pelo ralo do banheiro, que não
acabaria numa vida inteira mesmo se fosse usado para limpar a bunda, acho que
eu também mudaria de nome toda semana...
Principalmente
para despistar uns parentes malas.
Não
que eu tenha tantos parentes malas assim. Tem só uma tia em segundo grau por
parte de...
Foco,
Verônica!
Tio
Chico procede uma rápida e minuciosa investigação, que logo o leva a concluir
que o culpado só pode ser...
A
Sra. Quaint.
Pirações
Chiconianas – ou Festerianas – à parte, permita-me repetir: elementar, minha
cara Vandinha! Quem mais, além dessa mulher que vocês nunca viram mais gorda na
vida, sabia da existência desse cofre?
Então
as crianças correm para alertar seus pais de que há uma criminosa na casa, e
que eles precisam trancar todas as portas, janelas e alçapões, e soltar todos
os monstros atrás da megera, mas... É tarde demais. A bandida já engaiolou o
Sr. e a Sra. Addams – literalmente! – no teto da sala.
Feioso
quer partir para cima da bandida, e mostrar com quantos machados se fatia uma
Anaconda, mas ela está armada com uma das invenções de Tio Chico. E como
estamos mais carecas que ele de saber, seus brinquedinhos podem ser bem
perigosos.
E
hoje é quarta. O que significa que... Sim, dona, ele é doido.
E,
a propósito, eu não medi, mas desconfio que seu carro é pequeno demais para
caber todo esse tesouro. Você pretende dar quantas viagens?
Enquanto
Tio Chico pede para ser baleado... E Tropeço faz careta para a megera... Ou
essa aí é a cara normal dele?
Não
faço ideia. Mas enfim, enquanto isso, a Sra. Quaint pega Feioso e Vandinha como
reféns. E eu só acho que alguém devia avisar a essa senhora que a última pessoa
que pegou a Vandinha pelas tranças do jeito que ela está fazendo agora, foi o
doador do bife que ela comeu no jantar...
Enquanto
Vandinha arregaça as mangas, acho que a tal Sra. Quaint não vai querer
descobrir como o pedaço do tal cidadão foi parar no seu prato.
Começa
o quebra-quebra!
Vandinha
usa um golpe de dança rodopiante que até o Gomez sabe como dói – sinal de que
ele também já tentou brincar com as tranças dela. Então Vandinha pula nas
jaulas e pede permissão para brincar com as correntes de ferro.
Porque
Vandinha provavelmente é uma homicida mirim, mas sabe que em primeiro lugar,
deve respeitar os pais.
É
um mandamento divino!
Aliás,
o casal Addams está todo nostálgico lá nas jaulas, rememorando seu último
aniversário de casamento, quando uma situação parecida aconteceu, e eles também
ficaram presos em jaulas suspensas, enquanto seus filhos ou algum outro
criminoso perverso causava danos quase irreparáveis a sua casa.
E
enquanto eles ensaiam uma maneira de se agarrar entre as barras das gaiolas,
Vandinha termina de fatiar a bandida.
Como
foi que eles conseguiram se juntar na mesma jaula? Será que a Mortícia está tão
magra que até consegue passar por entre as grades?
No
desespero para escapar de um provável esquartejamento, a bandida tenta usar o
trenzinho que fica circulando pela sala dos Addams como veículo de fuga.
Ó
as ideia!
E,
não, senhora, esse trem não pode ir mais rápido. Porque ele é um trenzinho de
brinquedo, não o Expresso das Oito e Meia!
Se
bem que, quando controlado remotamente pelos filhos psicopatas dos Addams
diretamente da sala das máquinas, esse trenzinho pode até chegar bem perto da
velocidade de um carro de Fórmula 1.
Mas
o problema é que, se eles fizerem isso, você pode dar de cara com uma parede de
tijolos.
Ainda
não, dona. Você só será levada em alta velocidade por um emaranhado de trilhos
num túnel cavernoso, que vai dar no cemitério localizado no quintal dos fundos
da casa dos Addams, onde, depois de ter sua alma sugada para o quinto dos
infernos, você poderá descansar em paz...
Isso
acaba com a graça do desenho. ESSA ERA A HORA PARA A PIADA SÁDICA E HOMICIDA!
Ah,
ótimo, acordou o Tio Chico. A senhora não acha que está muito tarde para fazer
essa algazarra toda na casa dos outros?! É cada visita mal-educada que
aparece...
É
claro que o alçapão a levou de volta ao ponto de partida. Porque, como o
objetivo de um desenho animado é transmitir bons valores às crianças, e mostrar
que sempre é tempo para a pessoa se arrepender de sua má conduta, e reconhecer
que essa vida de crimes não levará a nada, logicamente, a mulher continua sã e
salva e – infelizmente – inteira, depois de ter dado uma voltinha no Trem Fantasma.
E
o imbecil do Normanmeyer, que, em teoria não devia ter nada a ver com isso, dá
o maior chilique ao ver a polícia levando a Sra. Quaint para o camburão.
Ele
é quem devia ir preso por desacato! A tal Sra. Quaint era procurada em nove Estados por assaltos a hotéis. Essa mulher é um perigo.
Não
pensem que eu esqueci do inspetor de higiene que a Vovó manteve em cárcere
privado num dos quartos o desenho inteiro. Quero nem saber o que a velha andou
fazendo com ele enquanto o desenho acontecia, mas o homem sai do hotel todo
saltitante e alegre, e cheio de vontade de se exercitar.
Vê
lá, hein, Normanmeyer, que o Tio Chico pode ter uma malocada em algum lugar do
jardim.
Alguém
precisa avisar esse cidadão que a tal peteca é uma granada!
Agora,
é impressão minha, ou está rolando um clima entre o fiscal de saúde e a Vovó
Addams? Acho que ela andou lendo alguma outra coisa nele além dos pés...
Claro
que o Normanmeyer fica puto e meio ao ver que seu plano de ferrar com o novo
empreendimento de seus vizinhos foi pro vinagre. Felizmente, o N. J. sabe como
fazer o pai mudar de assunto.
Bem,
é óbvio que estamos chegando ao fim do desenho. Hora de fazer o balanço do dia.
Gomez e Mortícia estão orgulhosos com o sucesso do empreendimento dos filhos, e
têm certeza de que o Clube Hi-Eu-Peidei também vai adorar ouvir suas aventuras.
Mas
já que o episódio acabou, é hora de pensarem em outra brincadeira para a
próxima aventura.
Enfim,
vamos deixar que eles decidam do que vão brincar amanhã.
Quanto
a nós, em nossa próxima aventura veremos uma Simples Camponesa se Nobre Coração
Que Vai Todos os Dias Ao Bosque Recolher Lenha em grandes apuros por causa de
uma bruxa e de um monstrengo sinistro que por ela se apaixonou.
Até
lá! *-*
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