Nem Todo Brinquedo É Apropriado Para Crianças

em sábado, 6 de outubro de 2018

Estamos de volta com mais uma aventura dos dois filhos de João e Maria Winchester, em sua jornada para exterminar as assombrações deste mundo. No episódio onze da segunda temporada, nossos belos heróis enfrentaram a coisa assassina que estava espantando a clientela do sinistro Hotel Pierpont, em Cornwall, Connecticut.
Nas primeiras temporadas da série, Supernatural se superava quando o episódio era uma espécie de filme de terror. Este aqui me fez lembrar do filme A Casa Amaldiçoada. Só faltou o Hugh Crain e o alçapão embaixo da lareira.
O sinistro Hotel Pierpont está aberto desde 1930. Agora, sua proprietária, Susan Thompson – também conhecida como mamãe Salvatore –, decidiu vendê-lo, pois já não recebem mais hóspedes suficientes para manter aquele lugar sinistro. Aliás, estranho é que tenham conseguido manter o hotel aberto até agora, com aquela aparência de casa assombrada.
Susan e sua família moram num pequeno apartamento dentro do hotel, demarcado com uma placa indicando “Privado”. E como se a construção antiga já não fosse assustadora o bastante, a sala de estar desse apartamento abriga vários brinquedos e bonecas antigas em várias prateleiras, e também uma réplica perfeita do hotel que se passa por casa de bonecas.
Essa parafernália toda explica o título do episódio, que não terá muita relação com o restante da história. Exceto em algumas cenas em que Tyler, filha de Susan, muda os bonecos de lugar na tal maquete do hotel. Por exemplo, agora ela colocou o boneco de um funcionário de macacão na cadeira de balanço de um dos quartos. Em seguida, ela dá as costas ao brinquedo, e minutos depois, ele inexplicavelmente aparece jogado no chão do saguão, ao pé da escada, com o pescoço torcido. Exatamente como aconteceu com o funcionário da empresa de mudanças que veio transportar as caixas com os brinquedos e objetos que não serão mais usados nos últimos dias da família no hotel para o seu novo endereço.
E essa nem foi a primeira morte que aconteceu nesse hotel nas últimas semanas. Antes dele, teve a corretora que fez a venda, e se afogou na banheira. Duas vítimas que estavam diretamente envolvidas no fechamento do hotel. Ou seja, o que quer que esteja provocando as mortes, não quer que a família Thompson deixe aquela casa.
E como isso tem toda cara de atividade sobrenatural, naturalmente, este é um caso para os irmãos Winchester.
Ainda não, bonitão. Só daí a onze temporadas. Mas tenha fé, que sua hora vai chegar.
A princípio, o mistério não parece tão complicado de se resolver, pois logo na entrada eles veem um símbolo voodoo gravado numa urna.
Mas também pode fazer coisas sinistras, meu caro. Dr. Facillier que o diga! Se bem que a fachada tem tinta branca demais para que haja trabalhos de voodoo no hotel. Mas, enfim... Os moços aí vão querer um quarto.
Sam aproveita que a mulher mencionou que tem antiguidades à venda no local para perguntar sobre a origem da urna que está na entrada, mas Mami Salvatore só sabe que a urna está lá desde antes de ela nascer.
A propósito, é bom esclarecer as coisas, porque senão essa mulher pode tirar conclusões erradas por terem pedido um quarto só.
Aliás, ao longo dessas treze temporadas da série, não faltou gente para questionar o relacionamento desses dois. Num dos escolhidos para o Halloween desse ano, um grupo de estudantes adolescentes vai especular muito a respeito. Se o povo soubesse o tipo de criatura que esses dois aí costumam pegar...
Mas nesse caso específico, desconfio que a mulher tenha usado isso como tática para descobrir se podia ter alguma chance com um dos bonitões.
Enfim, Susan toca a sineta, e Sherwin, o ancião que trabalha como carregador de bagagem nesse lugar sinistro realiza seu trabalho possivelmente pela última vez, conduzindo os rapazes ao quarto 237.
Eu sinceramente não vou questionar a numeração dos quartos nesse hotel – que claramente não tem duzentos aposentos. Como no meu conto “Quarto 214”, que faz parte do livro “A Morte Não é o Fim”, a numeração deve seguir algum padrão peculiar criado pelos primeiros proprietários.
Quanto ao carregador de bagagem meio sinistro, muita calma nessa hora, minha gente. Supernatural não é clichê a ponto de criar um mistério e botar a culpa no mordomo. Não é ele o macumbeiro do hotel. E ele também não aceita a ajuda dos rapazes com a bagagem.
Enquanto os conduz ao quarto, o mordomo, que cresceu naquele lugar, começa a tagarelar que antigamente aquele hotel era considerado um palácio. Dois vice-presidentes já se hospedaram lá. Mas já faz algum tempo que o trabalho por ali anda muito escasso.
Depois de dar uma gorjetinha ao velho – por livre e espontânea pressão; afinal, não podem ser sovinas com um cidadão que está prestes a perder seu ganha-pão –, nossos rapazes decidem dar uma xeretada pelo hotel, e tentar descobrir que diabo anda atacando naquele lugar, e é quando descobrem outro vaso antigo com um símbolo voodoo num aparador do corredor. Então eles decidem bater no apartamento da proprietária, e dar uma olhada em suas antiguidades à venda.
Se essa mulher já estava imaginando, agora, sim, ela terá certeza de que o bonitão aí gosta de escorregar no quiabo. E como está ali para isso, ela permite que eles entrem em sua moradia e mostra sua coleção de bonecas antigas, que estão em sua família há muito tempo, e costumavam ser importantes para sua mãe, Rose. Mas agora ela não está mais em condições de apreciá-las.
No entanto os rapazes ficam mais interessados naquela réplica do hotel do que nas bonecas, principalmente depois de ver o boneco com o pescoço torcido caído perto da escada.
Pela cara enfezada que exibiu na maior parte do episódio, essa menina podia até ser a Vandinha da Família Addams.
Naturalmente, os rapazes acham muito estranho encontrarem símbolos de voodoo e bonecos esquisitos numa casa onde ocorreram mortes estranhas. Até porque, mesmo quem não tem muita familiaridade no assunto sabe que bonecas são praticamente indispensáveis para a prática dessa magia.
Contrariando o prognóstico de Susan, ela ainda recebe mais um hóspede naquele dia, um funcionário da Companhia que comprou o hotel, e que pretende demoli-lo. Ele foi enviado para assinar os últimos contratos com a antiga proprietária. Porém, naquela mesma noite, a camareira o encontrou enforcado no ventilador de teto num dos quartos, exatamente como um dos bonecos na maquete do hotel.
Susan até ofereceu devolver o dinheiro dos rapazes, caso quisessem ir embora depois de verem o sujeito ser levado pela polícia e os legistas, mas os Winchester não se assustam tão facilmente, não importa o nome falso que estejam usando no dia. Não é um sujeito enforcado que vai afugentá-los do caso.
Então Dean decide bater um papinho com o mordomo, porque sabe como os velhos podem soltar a língua quando ficam nostálgicos. Ele comenta que já tinha lido sobre as outras mortes, e que parece que o hotel é amaldiçoado, mas Sherwin diz que todos os hotéis têm sua cota de sangue derramado.
Dean paga uma dose de uísque ao sujeito, e consegue que ele conte um pouco sobre a história da família que é dona do hotel. Sherwin mostra os retratos que estão sobre a lareira na sala de estar, e nas paredes perto da escada. E Dean fica particularmente interessado numa foto de Rose, mãe de Susan, quando era criança no colo de sua babá, Marie, que ostenta um curioso colar com um símbolo voodoo. O mesmo símbolo que viram nas urnas e vasos da casa.
Então Dean volta para o quarto, e enquanto Sam se recupera do porre – que ele tomou por não ter conseguido salvar o sujeito que se enforcou, porque naquela altura Sam andava num bode horroroso, porque corria um boato de que ele era imune a um vírus demoníaco que estava endoidando um monte de gente, e porque ele tinha sido escolhido para ser a casca do Lúcifer, e ele achava que quanto mais pessoas conseguisse salvar, menos possibilidade haveria de ele se transformar num monstro sem alma, o que inevitavelmente aconteceu na sexta temporada. Claro que, naquele momento, Dean tentou convencê-lo de que as profecias sobre o futuro do irmão não tinham nada a ver com o caso, e que eles nem sempre conseguiriam salvar todas as pessoas que cruzassem seu caminho, mas isso não era culpa do Sam.
Mas como não vou resenhar a série toda, prefiro nem entrar em detalhes.
Como ia dizendo, enquanto Sam se recupera do porre, Dean o põe a par das últimas descobertas sobre a matriarca da família Thompson, cuja babá pode tê-la iniciado na prática do voodoo.
Agora, sim, eles têm certeza de que precisam ter uma conversinha com a vovó Rose, e aproveitam que não tem ninguém no apartamento privado a essa hora para subirem ao quarto da velha, no sótão da casa.
E nesse momento temos a estranha sensação de que estamos prestes a ver uma releitura da mãe de Norman Bates, com o cadáver de uma velha empalhada, sentada em frente à janela.
Como Sam pôde perceber, Rose teve um derrame. E nesse estado, é óbvio que não pode ser ela a responsável pelas mortes, pois ela não está em condições de praticar voodoo.
E bem nesse momento, eles são surpreendidos pela Mami Salvatore, que os expulsa do hotel, por terem perturbado sua mãe doente.
Mas como o episódio ainda não acabou, e o mistério ainda não foi resolvido, sabemos que eles logo irão voltar.
Quanto à Susan, agora que não tem mais hóspedes para atender, ela apressa Vandinha a terminar de arrumar suas coisas, mas a menina não quer ir a parte alguma.
Oh-oh! Como podem ver, existe realmente uma presença estranha na casa. E neste momento, ela está furiosa com Susan.
Olha o perigo! A criatura já matou três. Para matar mais um não custa.
Aliás, nesse episódio, Supernatural alcançou o patamar de coragem que pouquíssimas produções, como Cemitério Maldito, A Profecia e A Órfã atingiram: colocar uma criança como monstro de uma história de terror. Na minha opinião, a julgar por algumas crianças encapetadas que eu conheço, são os monstros mais realistas. Na vida real, são até mais irritantes que muita assombração por aí...
Como já era de se imaginar, minutos depois, quando Susan vai colocar o resto da bagagem no carro, ela vê o balanço do jardim se movendo sozinho. Em seguida a gangorra. Depois o gira-gira. E isso não tem nada a ver com a resenha, mas eu sempre achei parques de diversões e playgrounds excelentes cenários para filmes de terror. Embora tenha odiado Premonição.
Só para constar.
De repente é o carro de Susan que ganha vida, e nesse momento Tyler está a uma marcha de ficar órfã.
Felizmente, Sam Winchester aparece na hora exata para se atirar sobre a mulher e salvá-la do atropelamento.
A propósito, não falei que eles não voltariam a demorar...? Digo, não demorariam a voltar.
Eles levam a moça para dentro, e servem uma dose de uísque para acalmá-la, enquanto ela conta tudo o que sabe sobre o que está acontecendo naquela casa, porque agora eles têm certeza de que o que está causando as mortes é um espírito, porque voodoo não faz carros ganharem vida.
E é quando são informados de que Rose sofreu o derrame há um mês, pouco antes de as mortes começarem. Ou seja, a velha não praticava voodoo para machucar ninguém, mas para afastar o espírito e proteger a família.
Bingo! Agora que já sabem quem é o espírito atormentado que está matando as pessoas no hotel, precisam achar um jeito de destruí-lo. Vai, Mami Salvatore, tenta lembrar quem pode ser essa menina, alguém que morou na casa, e que morreu na infância...
Então Susan se lembra de que sua mãe tinha uma irmã chamada Margaret, que morreu afogada na piscina quando tinha dez anos.
E é melhor correr, porque Maggie está tentando garantir que Vandinha fique com ela na casa para sempre.
E quando a menina tenta fugir, Maggie a joga na piscina, que estava coberta com um plástico. Ou seja, se não morrer afogada, Vandinha provavelmente morrerá sufocada naquele emaranhado de plástico molhado.
Sorte dela que Maggie ouviu o chamado de outra menina, enquanto tentava afogar a sobrinha-neta, e correu para atender, dando ao Sam a chance de quebrar o vidro da porta com um vaso e pular na piscina para salvar a Vandinha.
Más notícias, Mami Salvatore: foi sua santa mãezinha quem invocou a fantasma malvada quando estava tentando afogar sua filha, e concordou em se sacrificar pela segurança da família.
De modo que Susan encontrou sua mãe morta diante da janela do sótão quando foi buscá-la. Aparentemente, ela teve outro derrame.
Desta vez, os Winchester não querem mais nem papo com o fantasma. Até porque, tentar matar uma criança, é baixo demais até para os padrões das assombrações que eles costumam enfrentar. Preferiram deduzir que o espírito se foi, e deixar tudo como está. Mas como seguro morreu de velho, Susan, sua filha e o mordomo vão embora imediatamente, deixando as bonecas velhas, os vasos, aquela maquete bizarra do hotel e todas as antiguidades para trás. Afinal, o hotel será demolido logo, logo, e isso deve dar um jeito na fantasmada.
Só mais uma coisinha, Sam...
Nada boba essa futura Mami Salvatore, tirando uma casquinha do bonitão antes de encerrar sua participação especial na série.
Por hora, o fantasma da Maggie continua na casa, agora que tem uma companhia para brincar: o fantasma de Rose, que deu um mergulho na fonte da juventude, e se reapresentou em forma mirim para se divertir com a irmãzinha. Pelo menos, até que venha a Dona Armênia e coloque o hotel na chón.

Bem, por hoje é só, mas depois de amanhã estaremos de volta nessa mesma hora, nesse mesmo blogspot, com uma galera muito querida, que tentará desvendar o mistério do Cavaleiro Sem Cabeça.
Até lá! *-*

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