Monstros Vemos, Malucos Não Sabemos

em sábado, 13 de outubro de 2018

Se no inicio da série Supernatural se superava quando produzia episódios com maior nível de terror, a partir da terceira temporada foram os episódios cômicos que roubaram a cena.
O escolhido desta vez é o quinto episódio da quarta temporada, que brincou com os monstros clássicos do cinema, Drácula, o Lobisomem, a Múmia... Até o Frankenstein e o Fantasma da Ópera foram referenciados no episódio. E para que ficasse mais clara a homenagem aos pioneiros do cinema de horror, o episódio inteiro foi rodado em preto e branco. E o roteiro segue o modelo básico desses clássicos da Universal Pictures, com um monstro bizarro, uma donzela em perigo, um herói disputando a mocinha com o monstro, e um caçador ajudando a resolver a encrenca.
Peguem suas pipocas e divirtam-se com:
FILME DE MONSTRO
Nossa aventura começa em Canonsburg, Pensilvânia. Se bem que, quando o Impala cruza a fronteira, a placa passa a exibir Transilvânia durante um relâmpago – um pequeno spoiler a respeito da premissa do episódio. Até a trilha sonora é um clássico do cinema de horror, Toccata & Fugue in D Minor, de Bach, que, por acaso, é a mesma música que eu escolhi para a trilha sonora do Book Trailer de Quem Deu o Habeas Corpus Para a Bruxa?.
O quê? Você ainda não leu? Está esperando o quê? Monstros clássicos do cinema, uma peça de teatro patrocinada pela Lei de Murphy, tudo envolto em pura comédia!
Bem, de volta ao Supernatural, Dean não nos deixa ouvir a canção inteira – que tem quase dez minutos de duração –, e desliga o rádio do carro, reclamando da música local.
Nossa dupla foi a essa curiosa cidade para investigar a morte de uma turista chamada Marissa Wright, que estava de passagem por ali, aproveitando a Oktoberfest – o tradicional festival da cerveja alemão –, e que aparentemente foi atacada por um vampiro. Uma história bem mal contada, para falar a verdade, porque o cadáver apresenta dois furos no pescoço, como marcas de presas, mas isso não combina com os vampiros que os Winchester têm visto por aí, que costumam causar um estrago muito maior em suas vítimas.
Pelo menos, este ataque teve uma testemunha – não que o cara seja cem por cento confiável, já que todo mundo na cidade sabe que o tal do Ed Brewer é meio pirado.
Quando interrogado no bar, o sujeito jura de pés juntos que viu a garota sendo atacada pelo Drácula.
Não falei que ele era birutinha?
E entornando aquele canecaço de dois litros de cerveja, a coisa só vai piorar, eu garanto.
Bem, já ficou claro que esse não é o tipo de caso nos quais os Winchester costumam trabalhar. O assassino deve ser só um psicopata obcecado com filmes de monstros. Mas como o quarto já está pago, e é Oktoberfest, Dean quer aproveitar o ensejo para tomar umas cervejas, comer uns pretzels e paquerar a garçonete do bar.
Fazia então pouco tempo que Dean havia retornado do inferno – ele tinha feito um pacto com um demônio da encruzilhada no final da segunda temporada para salvar a vida do Sam, mas ao contrário do acordo comum, em que o vendido tem dez anos para entregar a alma, Dean só teria mais um ano de vida, e o prazo terminou no final da terceira temporada, sem que eles conseguissem descobrir um modo de romper o contrato. Apesar de que houve um episódio em que ele morreu e voltou – várias vezes, diga-se de passagem. Na minha opinião, isso deveria ter anulado o pacto. Mas enfim... Como retornou sem as velhas cicatrizes, nenhuma marca de balas ou facadas, Dean estava se sentindo a Madonna, Like a Virgem, soltinha na réplica americana da Baviera, e doidinho para conhecer a língua alemã na boca da garçonete loirinha.
Como de costume, os Winchester se apresentaram com nomes falsos de Agentes do FBI.
Mas a mocinha aí, embora seja uma garota de bar, garante que não tem o hábito de aceitar o primeiro convite de um cliente.
Em outras palavras: ela está dando condição. Vai que é tua, Dean!
O problema é que os rapazes planejam puxar o carro no dia seguinte, já que esse caso não é esquisito o bastante para eles.
Por sorte... Quer dizer... Sorte dos Winchester, e azar de um coitado... Melhor recomeçar esse parágrafo:
Bem, naquela noite, um rapaz é atacado por um Lobisomem enquanto tentava dar uns amassos na namorada dentro do carro estacionado no meio do mato.
Segundo a namorada sobrevivente, Rick Deacon não acreditava em monstros, até ser morto por um.
Mas, de novo, as marcas no cadáver não combinam com ataque de Lobisomem. Pelo menos, não com os Lobisomens que Sam e Dean já viram por aí. O corpo do rapaz ficou bem estraçalhado, mas o coração continua intacto, e esse tipo de monstro sempre devora o coração. E, de novo, a testemunha descreveu o Lobisomem dos filmes: peludo, selvagem, focinho preto, cara de cachorro... Mas os Lobisomens que eles conhecem não têm essa aparência. São gente normal, só que com um cardápio mais nojento.
Ou seja, o rapaz foi morto por alguma outra criatura. E já que estão por ali, os bonitões decidem investigar. Só por desencargo de consciência.
E, para Dean, ainda tem o bônus de poder sair com a garçonete naquela noite, pois ela nem esperou que ele dissesse que o convite continuava de pé, e foi logo informando que sairia do trabalho à meia-noite.
Já que a cidade está com essa mania esquisita...
Eles só não contavam que haveria outro ataque naquela noite, no Museu de História Americana de Canonsburg. Um segurança recebeu um sarcófago egípcio, mas o responsável pelo Museu, aparentemente, não estava esperando essa entrega, pois ficou muito surpreso quando ele ligou para avisar. O sarcófago parecia antigo, mas chegou sem registro e sem qualquer documentação. Foi isso que o segurança estranhou, e foi por isso que telefonou para o Diretor do Museu para checar o que aquele troço estava fazendo no prédio.
De repente, o sarcófago se abriu, soltando fumaça. A Múmia se levantou, e então...
Na verdade, saiu do sarcófago, e foi logo estrangulando o coitado do segurança que só estava tentando fazer seu serviço direito.
Ao examinar a cena do crime com a polícia, os Winchester fazem duas descobertas interessantes: primeiro, que o sarcófago não era antigo, foi comprado numa loja na Filadélfia; e segundo, que havia baldinhos de gelo seco lá dentro, o que significa que o monstro gosta de produzir seu próprio efeito especial.
Como Dean está em cima da hora para o seu encontro com a garçonete, ele deixa Sam no Museu, e corre para o bar onde a moça trabalha, sem saber que a bonitinha já cansou de esperar, e decidiu dar no pé.
Mas ela logo percebeu que estava sendo seguida pelo Drácula.
Então vemos o Drácula desmunhecando, e gritando feito mulherzinha, enquanto seus olhos ardem por causa do spray de pimenta. E nesse meio tempo, Dean conseguiu chegar para lutar contra o DoiDrácula, que está determinado a impedir que Harker roube sua noiva.
Mas quando tenta morder nosso herói, Dean consegue arrancar sua orelha, e a etiqueta da loja de fantasias onde o maluco comprou aquela beca antiquada.
Vampiro esquisito...
Já que o encontro foi pro vinagre, Dean leva Jamie, a garçonete para dentro do bar, tentando acalmá-la com goró, e mostra ao Sam o souvenir que arrancou do Drácula. Que, a propósito, é um Metamorfo.
E geralmente andam em bando, segundo a mitologia de Supernatural.
E como ele chamou Jamie de Mina, Sam desconfia que seja algum paquera da moça, porque Mina era a noiva que Drácula queria no filme, e Jonathan Harker o noivo dela que estava no caminho. O problema é que passa muita gente pelo bar todos os dias, não tem como a garota se lembrar de uma cantada em particular em plena Oktoberfest.
Exceto, talvez, alguém que já conhecemos.
Peraí, moça... Tá dizendo que o sujeito é suspeito de estar reeditando cenas de filmes antigos, e trabalha num cinema que só exibe filmes do arco da velha?
Se estivéssemos um pouco mais além da metade do episódio, eu diria que aí tem coisa. Mas como ainda falta uns vinte minutos pra história terminar, eu du-vi-de-o-dó que o cara seja o maluco.
Quer dizer, ele é maluco; mas não é o maluco que vocês estão procurando, meninos.
Seja lá como for, Sam vai lá no cinema investigar, enquanto Dean Harker cuida da Mina, e conta para ela sobre seu trabalho, caçando monstros reais, rodando pelo país por conta própria, procurando pesadelos para combater com o irmão.
E apesar de viver uma espécie de missão, salvando pessoas, Dean garante que não é monge, portanto, ele e a garçonete podem se pegar à vontade.
Pelo menos, até sua colega de trabalho, Lucy aparecer para roubar bebidas no bar, e interromper o love do casalzinho.
Aqui entre nós, não parece meio suspeito ter uma mulher chamada Lucy, e ela ser justamente a melhor amiga da Mina – como Lucy Westenra, na história original do vampiro –, numa história em que um maluco sai por aí usando capa e fingindo ser o Drácula?
Enfim, enquanto eles mandam birita para dentro, Sam investiga o cinema Goethe, onde O Fantasma da Ópera está em cartaz. Também vemos cartazes do Drácula na parede, o que significa que existe todo um climinha propício para um lunático se passar pelo vampiro nessa cidade.
Aliás, é justamente a canção do Fantasma da Ópera que está sendo tocada ao piano por uma sombra misteriosa, enquanto Sam se esgueira para dentro do cinema.
Com a sua sorte, bonitão, não seria nada impossível de acontecer. Afinal, uma coisa que já ficou clara em todos esses anos, é que o Sam tem uma espécie de ímã para atrair tudo quanto é maluca no cio nessa série. Atrair o suposto monstro bizarro não seria novidade...
Mas nesse caso, ele pode ficar sossegado, porque o Fantasma da Ópera é só o maluco do Ed, fingindo que sabe tocar, e brincando com os efeitos sonoros automáticos do piano. Fica implícito se a canção do filme foi imaginação do Sam ou se fazia parte do repertório gravado no instrumento.
Seja lá como for, Sam enquadra o cara, dá um susto nele, e tenta arrancar sua orelha, supondo que ela tenha crescido de novo, mas, desta vez, ela não sai.
Não, é um pouquinho pior, amigão. É um filme de monstro. Você não leu o título do episódio?
Agora que eliminou o único suspeito da lista, Sam volta para o bar, mas só encontra evidências de luta: garrafas quebradas, e um guardanapo manchado de batom em cima da mesa.
Como eu disse, uma mulher chamada Lucy ser amiga da JaiMina numa história com o Drácula é algo suspeito.
Acontece que, enquanto Sam pegava um cineminha... Ou melhor, tentava pegar um monstro no cinema, Lucy embebedou Jamie e Dean e os drogou para poder capturá-los. Dean se deu conta de que ela era o Metamorfo justamente quando começou a sentir o efeito da droga que ela pôs em sua bebida, e até acertou um murro na vadia, cujo rosto entortou como se fosse feito de massa de modelar. Depois ele quebrou a garrafa para tentar atacá-la com o vidro, mas desmaiou antes de conseguir acertá-la.
E como ela passou o episódio inteiro mordendo guardanapos para limpar o excesso de batom, agora Sam sabe exatamente quem deve procurar.
E é melhor correr, porque a vadia já voltou a se transformar no Drácula, e prendeu Dean numa espécie de laboratório no porão de sua casa, onde pretende brincar de Frankenstein com o bonitão.
Esse DoiDrácula aí é obcecado pela elegância dos monstros dos filmes. Ele só esqueceu uma coisinha: naqueles filmes, os monstros sempre morrem no final.
De repente...
DING-DONG!
Chegou a pizza!
Isso não é uma piada.
E o entregador não estranha ser atendido por um maluco fantasiado de vampiro, forçando um sotaque do leste europeu, perguntando se tem alho na pizza. Sinal de que deve ter muito maluco nessa cidade.
É mole? O DoiDrácula aí é da panelinha do pai do Chris!
Quando JaiMina desperta, numa réplica do castelo do vampiro, DoiDrácula tenta convencê-la a colocar um vestido parecido com o de suas noivas no filme, para jantar com ele.
E é quando ele finalmente revela sua triste história, sobre ter nascido diferente, ser chamado de monstro a vida inteira, e sobre o pai ter tentado assassiná-lo, para se livrar da aberração.
E já que, de um jeito ou de outro as pessoas iriam caçá-lo, ele escolheu ser um monstro com elegância, inspirado naqueles filmes tão aclamados. Pelo menos, assim ele não se sente tão sozinho.
Essa é uma fala que até poderia me fazer sentir pena do monstrengo aí. Mas como ele parece se divertir à beça tocando o terror na cidade, a dó já passou.
Enquanto isso, como aquela provavelmente é uma cidade pequena, Sam não teve dificuldade em encontrar a casa da suposta Lucy; tampouco teve dificuldade em arrombar a porta, ou encontrar o porão sombrio onde Dean está preso à mesa de eletrocussão.
Nossos heróis finalmente invadem o covil do DoiDrácula para salvar a mocinha, mas o monstrengo rapidamente tira Sam Helsing do caminho, jogando-o contra uma parede – que deve ter sido construída pelos cenógrafos do Chapolin, porque é tudo de isopor. Quebra com uma facilidade...
Então Dean Harker tenta atacá-lo com uma faca, mas também acaba derrubado.
Mas quando ele exibe os dentes afiados, se preparando para atacar Dean Harker, JaiMina consegue alcançar a arma de Sam Helsing que tinha caído no tapete durante a luta, e meter duas balas de prata no peito do DoiDrácula.
Até na hora de morrer o cara tem que fazer um teatrinho...
Mas tenho que dar mão à palmatória, o sujeito bateu as botas sem perder a elegância.
Assim, os Winchester solucionaram mais um caso. Dean aproveita que Jamie está toda agradecida por ele ter salvo sua vida, para tirar o atraso de sua breve estadia no inferno.
Só queria saber como esse pessoal vai explicar o sumiço da outra garçonete, que no fim das contas era o DoiDrácula, e era doido de pedra...
Enfim...
Nossos heróis já podem ir embora, felizes da vida por terem resolvido essa encrenca, e curtido um festival da hora na réplica da terra da cerveja.
Afinal, o Metamorfo maluco tinha certa razão: de vez em quando a vida dos Winchester parece um filme.
Nem brinca com isso, Sam.

Em nossa próxima aventura, faremos uma visitinha à casa do Tio Harry, um lar extremamente fofo, em que cipós são como o Olaf, e adoram abraços quentinhos, e os mortos costumam levantar de madrugada para assaltar a geladeira.
Até lá! *-*


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