Eita Mulher Chorona... Grita Feito a Valentona ♪♪

em sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Como não poderia deixar de ser, Halloween Animado tem que ter Chespirito. A novidade deste ano é que vou começar com um episódio do Chaves em Desenho.
Boa parte dos episódios do desenho foi baseada em episódios da série, mas este aqui, se existiu na série original, nunca foi exibido no Brasil. Ou passou por muitas alterações antes de ser transformado em desenho.
Vamos nos divertir hoje com:
 
A Noite dos Espantos
O episódio começa na Escolinha do Professor Girafales, onde as crianças respondem perguntas sobre a História do Brasil. E nós sabemos como essa galera é estudiosa, né...
Porque na cabeça da Paty, Independência era o nome de uma mulher. Mas o Chaves está mais ligado, e como já devorou muitos livros – inclusive os devorou literalmente, porque na falta de sanduíche de presunto, o que cair na rede é peixe –, ele sabe que Ipiranga era o nome do Riacho onde Dom Pedro I deu o grito – porque, como a Paty explicou, naquela época ainda não existia anestesia, e segundo o pessoal da História Bêbada, deu uma diarreia coletiva na comitiva de Dom Pedro.
Depois de corrigir o nome do José Bonifácio, o Professor dá oportunidade a um dos alunos que deseje se aprofundar no tema, mas como Nhonho não gosta da sugestão da Pópis de que ele é o aluno perfeito para isso, por ser o mais pesado da turma, os alunos começam aquele bate-boca corriqueiro, que termina com Chaves dizendo que o Nhonho é mais pesado que o Mestre Linguiça.
Daí tá-tá-tá-tá-táááá-TÁ!
O de sempre, e nós já sabemos que escapuliu.
Mas da próxima vez que algo lhe escapulir...
Nunca saberemos qual seria a ameaça da vez, pois Chaves interrompeu o Professor para lembrá-lo de seu discurso sobre estudar a História com amor, o que deixa o Professor Linguiç... Digo, Girafales, sem saída.
Então o episódio salta para depois da aula, quando os meninos estão jogando com bolinhas de gude no pátio da vila, mas isso já, já vai terminar em confusão, porque o Quico insiste em trapacear, acertando duas bolinhas numa única jogada, embora a regra permita que ele acerte apenas uma de cada vez. Daí o Chaves começa a matraquear, impedindo que Quico se concentre na jogada.
Então os meninos concordam em fazer boca de siri enquanto o bochechudo joga. Mas o Nhonho ouviu por aí que não é saudável segurar o espirro, por mais escandaloso que seja, assustando o Quico, e fazendo-o errar.
Daí o Quico tenta mais uma vez, mas não acerta direito o peteleco na bolinha, fazendo-a pular na garganta do Chaves. Eis que o Nhonho dá um tapão em suas costas, para evitar que o amigo engolisse a bolinha de gude do Quico, e ele a cospe na direção da Dona Florinda, que estava arrumando as flores num vaso, e só não saiu distribuindo tapas, porque para ela interessa mais agradar ao seu tesouro, recuperando a bolinha que entrou na toca de um rato, do que descontar no Chaves. Se o Seu Madruga estivesse envolvido no rolo, aí seriam outros quinhentos.
O curioso é que o rato que vive no buraco da parede da vila é parente do Jerry, amigo do Tom, e esperto o bastante para colocar a ratoeira no caminho da mão da Dona Florinda, para que ela sinta na pele o que é bom para tosse.
E depois de ter todo esse trabalho para recuperar a bolinha do Quico, Dona Florinda foi informada de que não era mais necessário, pois seu tesouro já tinha encontrado outra bolinha de gude para brincar.
Vem cá, amizade, esse episódio não deveria ser de terror? Então por que até agora só vimos a criançada fazendo arte na escola, fazendo arte na vila, e a Dona Florinda perdendo uma briga contra o Xaropinho?
É porque ainda não anoiteceu. Mas não esquenta, não, porque alguém está prestes a tomar o primeiro susto do episódio.
Esse aí não tem medo de apanhar, né...
Se bem que, depois de tantos anos apanhando da mãe do Quico, Seu Madruga já deve estar calejado.
Dona Florinda vai embora resmungando como sempre, e como nessa vila as televisões de todo mundo vivem dando defeito, Dona Clotilde sai para ver qual é a boa da vizinhança, e ouve uma enciclopédia de reclamações da Dona Florinda, que já está farta de viver cercada de gentalha, de tanta gente vulgar, sem educação, blá-blá-blá... Aquela velha novela de sempre.
E bem nesse momento, enquanto Dona Florinda continua rateando suas reclamações nas orelhas da Bruxa do 71, Jaiminho, o Carteiro, aparece para lhe entregar uma correspondência. E como ela não lhe dá a menor atenção, nem desliga a matraca para ele poder falar, o carteiro decide não evitar a fadiga desta vez, e assustá-la com o apito.
Desta vez não era o cheque da pensão de seu finado marido, que já descansa em pança, mas uma edição especial da revista As Mais Encantadoras Fofocas da Televisão, com reportagens especiais sobre a novela mais romântica do momento, Amor Sentimental, e que traz o pôster do galã da novela bem no centro.
Eu juro que tentei pensar numa boa piada para zoar o nome dessa novela, mas considerando todas as novelas mexicanas que já passaram no SBT, com uma infinidade de títulos bizarros, acho que Amor Sentimental nem seria o mais absurdo.
A propósito, o Professor Girafales está sabendo que a senhora anda cobiçando outro ator que não é o Héctor Bonilla, Dona Florinda?
Errou de gentalha desta vez, tesouro.
Bem, as horas avançam, e vemos Chaves e Quico assistindo ao programa do Chapolin Colorado na casa do bochechudo, mas Dona Florinda não permite que vejam os desenhos que vão passar em seguida, pois ela não pode de jeito nenhum perder sua novela.
O que um galã não faz, hein?! Será o Sebastián Rulli?
Bem, o episódio avança mais algumas horas, e vemos que já anoiteceu. As crianças continuam brincando no pátio, e Dona Florinda ainda está com cara de vela derretida na frente da TV. Isso me leva a crer que, de duas uma, ou a Televisa anunciou uma maratona com os capítulos da semana da tal novela, ou os capítulos são mais extensos que o filme da Cleópatra.
E a mulher fica tão envolvida na novela melosa, que ao cochilar no sofá, começa a sonhar que está se casando com o Professor Girafales. Que nem a Dona Clotilde, sonhando que sobe ao altar com o Seu Madruga naquele outro episódio que eu resenhei.
E com essa já são duas assombrações no episódio. Mais uma, já pode pedir música no Fantástico.
E o pior é que o pesadelo da Dona Florinda acabou dando o maior susto no Chavinho, que estava passando em frente à casa dela lá no pátio, se assustou com seu grito e acabou tendo um piripaque.
E ficou lá paralisado a noite toda, até o Nhonho chegar de manhã para lhe jogar um balde d’água na cara. Inclusive, espantando os pombos que estavam usando o menino como poleiro.
Então Chaves conta que se assustou com um grito medonho que ouviu naquela noite.
Ao ouvir a história de como se deu o piripaque do amigo, Nhonho deduz que ele deve ter sonhado que tinha uma mulher gritando em seu ouvido, mas Chaves garante que estava bem acordado quando se deu o acontecido. E embora tenha sido encontrado paradão feito bocó em frente à casa da Bruxa do 71, o grito que ele ouviu também não foi a megera invocando o diabo.
Creio que a essa altura do campeonato, com o Chaves sendo exibido diariamente no SBT há mais de trinta anos, dificilmente alguém aí não sabe do que a Pópis estava falando, mas, em todo caso, vamos explicar: a Chorona é um personagem do folclore mexicano, uma lenda urbana, criada para assustar a criançada – tipo a loira do banheiro por aqui. Segundo a lenda, a Chorona é o espírito de uma mulher que vaga por toda parte procurando seus filhos perdidos.
Chapolin Colorado também a retratou algumas vezes, e o Pancada andou confundindo sua vizinha Maria Esperança de Macho com a Chorona no episódio Toda Bela Tem Um Tio Que é Uma Fera, que eu resenhei na primeira maratona do Halloween Animado dois anos atrás.
Quanto à presença da Chiquinha, no México o registro de direitos autorais precisa ser renovado a cada dez anos; e Maria Antonieta de Las Nieves registrou a personagem em seu nome, anos atrás, quando Bolaños esqueceu de fazer a renovação. Isso rendeu uma encrenca judicial, fez a atriz sofrer um piripaque, e ao que tudo indica, cortaram relações depois disso. Por isso sua personagem não aparece na animação.
Trívia...
Claro que naquela turma de medrosos tem que ter alguém cético, como o Nhonho, que tenta convencer os outros de que a Chorona não existe, mas Pópis é doutorada no assunto, e assegura que a Chorona existe, sim, e que quando ela aparece num lugar fica perambulando por lá até a próxima lua cheia. Ou seja, se ficarem atentos, podem ouvi-la gritar de novo naquela noite.
Por isso eles decidem ficar de guarda a noite toda no pátio da vila, para constatar se o fantasma existe ou não.
As crianças se armam de vassouras, e brincam de soldados em frente à casa da Dona Florinda até anoitecer.
Todavia, conforme as horas passam, vai caindo o tédio, as crianças começam a buscar distrações, brincando com ioiôs, jogando Adoleta, fazem uma fogueira no meio do pátio – e sabe-se lá como não colocaram fogo na vila inteira com essa brincadeira – assam salsichas, e finalmente caem no sono.
E enquanto o povo dorme, quem aparece?
O mais engraçado, é que Seu Madruga sonâmbulo aparentemente caiu na farra, e retornou usando um chapéu de Merlim, saia e colar havaianos.
E as crianças dorminhocas perderam toda a diversão. Quando acordam, quase de manhã, decidem que já está bom de vigília, e que o melhor é irem para as caminhas. Mas aí a Pópis bate o pé, porque ela está determinada a provar que a lenda é verdadeira, e começa a usar seus supostos poderes mediúnicos para tentar invocar o fantasma da Chorona. E o que acontece?
Às vezes as coisas são exatamente o que parecem. Acontece que a Dona Florinda acordou com sede – e pelo visto nem se deu conta de que seu tesouro não dormiu em casa. Uma mãe exemplar, essa Valentona do 14 –, foi até a cozinha, se salvou de pisar nas bolinhas de gude que Quico deixou espalhadas no meio da casa, mas acabou pisando num carrinho, e ficou patinando pela casa. Eis o motivo dos gritos que as crianças ouviram.
Só que lá fora ninguém tomou conhecimento da bagunça que o tesouro da mamãe largou no meio do caminho, e quando viram a sombra da mulher passando desembestada em frente à janela, as crianças foram logo deduzindo que era a Chorona, e aí perna para quem tem!
E o pior é que a “Chorona”, ao cair desajeitada no sofá, começou a chamar pelo Quico.
Sem falar que, se a mãe do Quico tiver passado o creme horrendo para rugas, e a Chorona der de cara com ela, vai tomar um baita de um susto. Capaz de ela desistir de vez de procurar os filhos e passar o resto da eternidade bem quietinha na cova evitando a fadiga. E evitando também a Dona Florinda.
Mas ninguém vai resolver a algazarra nessa noite. E no dia seguinte, ao contarem as fofocas da noite ao Seu Madruga, o homem cai na gargalhada.
Pelo sim, pelo não, até o Jaiminho, que adora evitar a fadiga, se dispõe a fazer companhia às crianças na vigilância do pátio esta noite. E também se arma com uma vassoura.
Mas antes que os sustos comecem, vemos Dona Florinda assistindo novamente a sua novela – ninguém esqueceu essa parte do roteiro. E justamente no momento em que ela ia servir um pedaço de bolo ao Professor Girafales, a desgramada da protagonista foi contar ao galã da novela que mantém a forma graças a uma dieta de alface e oxigênio.
Cá entre nós, Professor: eu também preferia aquele bolo. Parecia muito mais apetitoso.
Agora sim, de volta ao pátio da vila, depois de uma cena que não teve muito a ver com a trama do episódio, mas que fará sentido daqui a pouquinho, Jaiminho confere seu relógio e percebe que é quase meia-noite. Em algum momento não identificado, o Professor Girafales foi embora, e de novo, Dona Florinda esqueceu de recolher o filho para dentro de casa.
De repente ouvem alguém se aproximando. A porta da vila se abre e...
Só queria entender qual é a lógica do carro da pamonha estar passando na rua quase meia-noite. De duas uma, ou esse cara não tem um pingo de noção, ou acertou o relógio no fuso horário de Timbuktu. Tem medo de tomar penico na cara, não, cidadão?
Bem, agora que já constatou que as crianças da vila têm muita imaginação, Jaiminho decidiu que o melhor mesmo é voltar a evitar a fadiga, e ir para casa dormir.
Mas essas crianças são... mexicanas... e também não desistem nunca! E decidem continuar vigiando, para o caso de a assombração aparecer, finalmente terem um motivo justo para quebrar todas as vassouras da vizinhança.
E se o Jaiminho tivesse aguentado só mais um pouquinho, ele teria ouvido os gritos que tanto apavoraram as crianças nesse episódio.
Desta vez, a culpa foi do alface. Dona Florinda descobriu que a dieta da Renata do Rosário era a maior furada quando acordou no meio da noite com a lombriga gritando, a barriga roncando, e o alface respondendo que não tem biscoito. Bem que ela tentou resistir, para não furar a dieta, mas no fim, a fome foi mais forte do que ela. De vez em quando assaltar a geladeira é um caso de vida ou morte.
Daí, na falta de um bom sanduíche de presunto, vai a lata de figos, mesmo. Segundo ela, figos não engordam. Mas quem os come, deve pensar diferente. Ainda mais que figo em lata, geralmente, é figo em calda. E a calda tem calorias pra dedéu!
E bem na hora em que ela vai abrir a lata daquela gostosura, quem é que aparece?
Olha o Jerry aí de novo, para fazer a Velha Coroca gritar mais que criança na cadeira do dentista.
O pior é que o Xaropinho ainda é desaforado, e dá uma banana para a mulher maluca que já enfiou a mão em sua toca no início do episódio, e sobe na mesa na maior ousadia para pegar a lata de figos. Nisso, Dona Florinda já está pendurada no lustre.
Notem que ela gritou “meus figos!”. Mas o que as crianças entenderam?
E depois de cair do lustre, a mulher se levantou virada no Schwarzenegger, decidida a quebrar a casa inteira em cima do Xaropinho. Sobrou vassourada até nos retratos do Quico.
Eis que se cumpre a profecia do Seu Madruga.
Adianta disfarçar, não, Dona Valentona. Todo mundo viu que a senhora se assustou com seu próprio reflexo. O Quico tinha razão, esse creme para rugas é mesmo tenebroso.
E o ratinho aproveitou a confusão para achar o caminho de sua toca. Daí Dona Florinda saiu pro pátio atrás dele, e as crianças foram logo confundindo a Dona Assombração com a outra Florinda. Digo...
Pois é, Dona Florinda, eu não queria falar, mas... Para, que tá feio, amiga... Se essa criançada te confunde com a Chorona, o que tu vai tomar de vassourada...
Já diz o ditado, aqui se faz, aqui se paga. Tanta pancada que essa megera deu no coitado do Seu Madruga, quase sempre sem merecer, desta vez, foi ela quem apanhou de graça.
Tomou, papuda!? A senhora não tem vergonha de ficar assustando as crianças?!
Se o Seu Madruga ficasse quieto, até escapava de apanhar nesse episódio, mas ele foi lá arrumar encrenca com a Chorona, chamando ela de Florinda... Digo... Tentando tirar sarro da mãe do Quico por ter sido confundida com a Chorona pelas crianças, então, lá vai surra.
Gente, Dona Neves não é fraca, não, hein! Será que ela contracenou com o Tarcísio Meira?
E como bofetada não é castigo suficiente por ter feito ela tomar um monte de vassouradas das crianças, Dona Florinda decidiu amarrar o Seu Madruga no canto do sofá, para segurar vela dela com o Professor Girafales, e o pior de tudo, ser obrigado a assistir aquele desespero de novela, que o Mestre Linguiça só aguenta à base de muitos churros com o cafezinho da Florinda.
O Chapolin Colorado encontra-se indisponível, ou fora da área de cobertura.
Mas podia ser pior, Madruguinha; podia ser horário político. Ou o Programa do Pânico...

Em nossa próxima aventura, os Irmãos Winchester cairão de paraquedas em seu fã-clube, e descobrirão as diferentes versões que os adolescentes costumam criar sobre suas vidas e seus relacionamentos amorosos.
Até lá! *-*


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