Eu Vou Literalmente Até o Inferno Para Te Encontrar

em quarta-feira, 22 de abril de 2020

Depois de passarmos uma meia temporada deliciosa em Camelot, resolvendo questões relacionadas ao Mago Merlim, ao Rei Arthur, a Excalibur, e o problema do Cisne Encardido – porque, convenhamos, não dá para chamar a Emma de Cisne Negro de verdade, né?! A mulher tentou, fingiu, fez de conta que estava má enquanto desfilava pela cidade com os trajes de Senhora das Trevas, mas a verdade é que até seus atos mais questionáveis são perfeitamente perdoáveis, e ela fez pensando num bem maior, embora Rumplestiltskin assegure que é tudo desculpa esfarrapada, e que todo Senhor das Trevas tenta justificar suas maldades dessa forma. Afinal, manipular todos os outros personagens ao seu bel prazer é um bônus, que sempre vem junto na descrição da função do Dark One.
Seja lá como for, Emma transitou pelo lado negro da força, tomou um banho de alvejante, e está de volta, linda, loira, descabelada, e vestida com sua inseparável jaqueta vermelha, e completamente determinada a ir até o inferno para buscar seu amor perdido.
Literalmente!
A trama da segunda parte da temporada de Once Upon a Time acontece no Mundo Inferior, então preparem-se para ver muita mitologia grega misturada nesse conto de fadas de cronologia extremamente bagunçada que nós tanto amamos.
Esse arco foi um presente para os fãs que estavam com saudade de alguns personagens muito queridos que já tinham partido. Cora, Peter Pan, Cruella, e até a insignificante Milah deram as caras por aqui. Só senti falta do Graham.
O grande pecado desse arco foi ter transformado o Mundo Inferior numa espécie de colônia de férias. Hades, que tinha tudo para ser um vilão digno do título, uma vez que é difícil encontrar atenuantes para o Senhor dos Mortos, acabou não sendo tão convincente, com sua suposta busca por redenção. Se era para repetir essa novela, deviam tê-lo transformado em um mocinho amaldiçoado desde o início, em vez de primeiro pintá-lo de vilão.
Sem falar que várias tramas paralelas acabaram ocupando um espaço desnecessário, somente para explicar a presença de certos personagens no Submundo, conectá-los aos heróis e mostrar porque eles eram seus assuntos inacabados. Boa parte dessas inserções teriam sido melhor administradas se a explicação tivesse sido inserida nos diálogos dentro do tempo presente da série, em vez de perder tempo com um monte de flashbacks desnecessários.
E ainda desperdiçaram a grande oportunidade de colocar nossos heróis frente a frente com todos os fantasmas de seu passado – literalmente –, expondo-os ao perigo real de enfrentar as almas atormentadas que eles mesmos despacharam. Em vez disso, nossos heróis passearam, viveram aventuras, fizeram amigos, tiraram um monte de selfies, e descobriram que a Bruxa Cega do João e Maria continua sendo uma excelente cozinheira. Voltaram até mais gordinhos dessa viagem – de lazer – ao inferno. Afinal, todos nós sabemos que é um lugar cheio de boas intenções...
Mas para quê explanar aqui o que vocês conferirão ao longo da review? Então, sigam-me os bons!
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Um Cisne Negro Na Corte do Rei Arthur

em terça-feira, 7 de abril de 2020

Depois de uma quarta temporada complicada, cheia de altos e baixos, com uma deliciosa imersão no universo Frozen – onde destaco uma Anna perfeita; uma Elsa que poderia ter sido melhor utilizada, mas que cativou pela forma singela como construiu laços fraternais com a Salvadora; uma Rainha da Neve inserida para não transformar Elsa em vilã, o que aliás, foi a grande sacada naquela Mid-Season; e a lamentável ausência de Olaf –, e depois com uma inexplicável viagem na maionese, que transformou três das mais icônicas vilãs da Disney de Rainhas da Escuridão a Rainhas do Dramalhão Mexicano – sendo mais vítimas das armações dos mocinhos do que o contrário –, e com uma Season Finale quase tão incrível quanto a da temporada anterior, que finalmente revelou onde os roteiristas queriam chegar com toda a embromação, chegamos ao clímax prometido desde a metade da temporada passada: Emma Swan, a Salvadora, fruto do amor verdadeiro de Branca de Neve e Príncipe Encantado, se transformou na Senhora das Trevas. Não por predestinação natural, como seus pais temiam desde antes de ela nascer, o que os levou a transferir as Trevas de seu bebê para o filhote de dragão de Malévola; mas como resultado de um sacrifício, para evitar que Regina regredisse todo o caminho percorrido para se tornar uma heroína, depois de terem vencido as artimanhas do Autor, e mais ou menos salvo a vida de Rumplestiltskin.
Puxa vida! Foi uma temporada bem agitada, não acham? E nos deixaram um gancho com a expectativa mais alta desde o início da série – e aqui estou deixando de lado até as especulações sobre como seria a participação da galera de Frozen –, com a promessa de uma meia temporada ambientada em Camelot, onde nossos heróis sairiam em busca de Merlim, o Feiticeiro, o único capaz de aniquilar as Trevas de uma vez por todas.
Posso adiantar que a quinta temporada – pelo menos até poucos episódios antes da Season Finale – foi uma lufada de ar puro nesse roteiro complicado que Once Upon a Time vinha jogando no ventilador nos últimos anos. Eu disse tempos atrás que a série não poderia render muitas temporadas, mas, sabe-se lá como, conseguiram sustentá-la até a sétima! Pena que o roteiro acabou na quinta...
Convenhamos, a série perdeu o gás na quarta temporada – embora muitos considerem a terceira como início da derrocada, por causa da Neverland sombria; eu gostei daquela parte justamente por esse detalhe. Que graça teria transportar os personagens para uma Terra do Nunca igualzinha a que todo mundo conhece pela versão Disney? A versão OUAT deu novos ares àquele lugar tão emblemático, a ilha do garoto que não queria crescer. E fez sentido, já que nessa versão Peter Pan era um vilão. Já a etapa Oz, apesar da Zelena – por muitos motivos, uma das melhores vilãs, e por que não dizer, uma das melhores personagens da série –, e do desenvolvimento do romance de OutlawQueen, me agradou um pouco menos do que Neverland. Zelena foi extraordinária, mas faltou aos roteiristas serem mais coerentes com sua motivação e explicarem melhor a estrutura dos ingredientes que ela precisava reunir para criar sua máquina do tempo. Mas, ao menos, esse enredo nos rendeu a melhor Season Finale – e na minha humilde opinião, o melhor episódio – da série, em que Emma e Gancho foram arrastados para a Floresta Encantada, trinta anos no passado, para viver uma versão de O Mágico de Oz bem ao estilo OUAT – sem a participação da Bruxa Má do Oeste, que seria desnecessária naquele contexto, com a Emma se auto sabotando –, e finalmente deu à Salvadora um conto de fadas para chamar de seu. Memorável!
Mas como ia dizendo, considero o início da queda de OUAT a quarta temporada. Frozen foi bonitinho – muito embora tenha forçado a barra para inserir o hype daquele momento na série –, e se não foi completamente convincente, pelo menos foi divertido. Já a trama das supostas Rainhas da Escuridão teria ido do nada a lugar nenhum se não tivessem criado aquela Season Finale – muito boa por sinal –, em que os personagens aparecem com os papéis invertidos: os vilões vivendo como heróis e vice-versa. O que não apaga o fato de ter sido uma meia temporada confusa. E ninguém explicou até agora onde diabo enfiaram a Malévola no episódio final, e nunca mais ouvimos falar da Lily depois disso.
Normal. Se não fosse assim, não seria Once Upon a Time, uma série especialista em dar chá de sumiço nos personagens secundários, sem qualquer explicação.
Finalmente chegamos à quinta temporada. E esta é a última grande história que OUAT se dispôs a nos contar. Pela primeira vez em muito tempo, a série nos entregou duas tramas razoáveis – a primeira muito melhor que a segunda, como sempre, já que a segunda não soube aproveitar a oportunidade que criou –, mas queimou o filme bonitinho nos eventos que levaram à derrota do segundo vilão, e principalmente com a Season Finale. Geralmente é o oposto que acontece, né: primeiro OUAT nos confunde o máximo que pode, para enfim nos presentear com uma Finale maravilhosa. Desta vez, escorregaram na batatinha no final, que prenunciou o desastre que estava por vir na sexta temporada. Mas não vamos nos adiantar.
Porque o tema de hoje é a etapa Camelot!
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