Trocando As Bolas

em sábado, 23 de novembro de 2019

Depois de uma meia temporada extremamente confusa, em que os roteiristas fizeram uma verdadeira salada para contar as histórias de três vilãs que entraram e saíram da série sem fazer mal a uma mosca, finalmente deixaram claro nesta Season Finale de Once Upon a Time o que realmente quiseram transmitir ao longo dos dez episódios anteriores, em que as vilãs não tocaram o terror, e em compensação os mocinhos provaram que, sem querer querendo, também são capazes de cometer algumas atrocidades – talvez mais graves do que as cometidas pelos vilões.
Operação Manguaça... Digo... Operação Mangusto promoveu uma divertida inversão de papéis, mostrando como seriam os contos de fadas se os mocinhos fossem os vilões, e os vilões estivessem a fim de trilhar um bom caminho.
Como eu disse lá no começo da review passada, não gostei muito da segunda metade da quarta temporada de OUAT, mas se há uma coisa que eu admiro nessa série, é sua capacidade de entregar bons episódios duplos para encerrar a temporada, mesmo que os dez anteriores não tenham feito o menor sentido.
Enfim, vamos direto ao que interessa:
Era uma vez, um autor insatisfeito por não conseguir uma boa publicação para os seus escritos, e que trabalhava como vendedor numa loja de produtos eletrônicos para pagar as contas. Mas talvez as coisas mudem em breve, pois ele recebeu uma carta de uma Editora chamada Star, que pode ser sua grande chance para tirar os manuscritos da gaveta.
Tudo bem que o escritório que encontrou naquele endereço era bem diferente do que ele imaginava para uma editora: uma grande sala vazia, mobiliada somente com uma escrivaninha ao fundo. Quem o recebeu foi um personagem que conhecemos ao longo da temporada – mas como isso é um flashback, Isaac ainda não sabia que o sujeito engravatado à sua frente era o Aprendiz.
Ele explica que em sua organização as coisas são diferentes das outras editoras que Isaac conheceu. Ali ele não precisa de contrato. O Aprendiz coloca algumas canetas de estilos diferentes sobre a mesa, e pede que ele escolha uma, a que chamar sua atenção. E ele escolhe a caneta tinteiro, que começa a brilhar sob seu toque.
Cara de sorte, hein! Aquele sujeitinho com cara de maluco estava prestes a assumir o trabalho mais importante de todos os reinos: registrar a história dos nossos queridos personagens para a posteridade. E para isso, o Aprendiz abre a porta do novo escritório do Autor: a própria Floresta Encantada!
Isso aconteceu há muito tempo. Quanto, exatamente, não me atrevo a especular; mais de trinta anos com certeza. Como sei disso? Primeiro: a televisão que o outro vendedor ofereceu ao cliente que já estava sendo atendido por Isaac era bem antiquada, e o diferencial oferecido pelo espertalhão para roubar a comissão do Autor foi um controle remoto – sinal de que estamos olhando para uma época em que isso ainda era novidade. Aqui no Brasil, foi no final dos anos 1980 ou início dos anos 1990. Lá nos States, provavelmente o controle chegou alguns anos antes. E segundo: já vimos nessa temporada que o Autor andava por Tão, Tão Distante quando Branca de Neve ainda estava grávida da Emma, e roubando ovos de dragão para fortalecer a papinha. Então, naturalmente, sabemos que isso aconteceu mais de trinta anos atrás.
Atualmente, em Storybrooke, nossos heróis já foram informados de que o Autor fugiu com a tinta para terminar a obra que Rumplestiltskin encomendou – que pode ou não incluir uma vingancinha contra eles; imaginem só o que o Crocodilo não terá reservado para o Hook? E como sabem que dispõem de pouco tempo para deter o que está por vir, todos se reúnem na mansão do Feiticeiro para procurar uma solução nos inúmeros livros em branco espalhados nas estantes. Gente, se os livros preenchidos na biblioteca administrada pela Sra. Stiltskin não têm nada a dizer sobre o que está por vir, o que os faz pensar que a resposta estará escondida nos livros em branco?
Coff! *WHISKY* Coff!
E como o Aprendiz não retornou da casa do chapéu com o bonde das fadas, a Fada Azul usa a vassoura do Mickey para trazê-lo de volta. Não que ele seja de grande ajuda. O único meio que ele conhece para deter o Autor é prendê-lo de volta no livro, onde não poderá fazer mal a mais ninguém, nem interferir na história. Acho que ele perdeu alguns parafusos na viagem de ida e volta dentro do Chapéu do Mickey, e esqueceu que foi de dentro do livro que aquele escritorzinho de meia tigela o manipulou – aliás, ninguém explicou ainda como foi que ele conseguiu manipular, sem magia, o ser que o contratou para esse trabalho, e que, pela lógica, deveria ser muito mais poderoso do que ele ou sua pena – para enviar o ovo de Dragão recheado de Trevas para o mundo real.
Com o coração prestes a virar carvão, Rumple sabe que nenhuma magia pode alterar o passado ou trazer os mortos de volta, mas pode alterar seu destino dali para frente. Em sua história original, o Autor planejava dar finais felizes aos vilões. Rumple só quer uma história onde possa conviver com a perda de Baelfire, mas não quer esquecê-lo. Quer se lembrar que Bae morreu sabendo que seu pai era um herói, que tivesse orgulho dele. Um pedido bastante coerente, se lembrarmos que Bae conviveu com Rumplestiltskin quando ele era considerado covarde.
Daí em diante, algumas ações se desenrolam ao mesmo tempo. Enquanto Gancho e os Charmings estão no loft, revirando a papelada em busca da página com a porta para prender novamente o Autor, Emma, Regina e Robin Hood estão a caminho da loja de Gold para impedir o Autor de fazer o que quer que seja. Mas o tempo acaba antes que qualquer um deles possa ter concluído a tarefa, pois, assim que o Autor pinga o ponto final em sua história, todos os habitantes de Storybrooke desaparecem dentro do novo livro.
Bem, todos menos Henry, que nasceu no mundo real, e, portanto, fica sozinho na cidade fantasma.
Aqui entre nós: como foi que esse Autor conseguiu escrever um livro inteiro em poucos minutos? O final do episódio anterior nos enganou. A primeira frase que ele escreveu não foi “era uma vez”; em tradução livre, aquele “Once upon a time...” significa “e o Autor foi agraciado com a mão do Flash”! Porque nada mais explica essa rapidez toda!
E como ficou sozinho com esse B.O. para resolver, Henry aproveitou as aulinhas de direção que tomara com Vovô Charming – porque em Storybrooke o ajudante da Xerife ensina o neto a violar a lei sobre menores ao volante –, pega o carro de Regina – porque nem o Henry é lerdinho a ponto de preferir o EmmaMóvel, embora eu simpatize com aquele Fusquinha amarelo –, e dirige até a cidade mais próxima, com fotos de suas mães e de seus avós no bolso, e pergunta à garçonete de uma lanchonete de beira de estrada se os viu.
Claro que a garçonete não compra essa história, e se afasta para telefonar, provavelmente para o Conselho Tutelar, ou para a polícia, para contar que há um garoto em sua lanchonete que provavelmente fugiu de casa, e ainda roubou o carro da mãe. Então Henry decide dar no pé antes que autoridades mais rigorosas que sua mãe e seu avô apareçam; mas antes de sair, vê um livro à venda que lhe chama atenção.
Acontece que Isaac não alterou somente a história de seus personagens; ele também escreveu seu próprio final feliz: agora ele é um autor de sucesso, e está autografando seu novo best-seller.
O interessante é que os fãs vão ao seu evento fantasiados como seus personagens, e carregando bottons dos preferidos. Regina é maioria, claro. Os fãs expressam seu amor pela nossa Rainha pedindo ao Autor que dê a ela um final feliz na continuação de seu livro.
De repente Henry aparece, e mostra a ele a página com a porta e a chave, ameaçando prendê-lo de volta no livro se não disser o que aconteceu com sua família.
Isaac faz então uma pausa nos autógrafos, e leva Henry ao depósito onde o manuscrito original de “Heróis e Vilões” está guardado, e conta que os personagens estão dentro do livro. Menos a Salvadora, pois não havia espaço para ela em sua nova história. Henry exige que os traga de volta, mas Isaac já não tem mais poder algum, pois violou a regra primordial de seu trabalho, que proíbe o Autor de escrever seu próprio final feliz.
Então Henry faz a única coisa que imagina poder dar certo para tentar arrumar essa bagunça: enfia a chave na porta de uma choupana no novo livro, e acaba sendo sugado para dentro dele junto com o Autor.
E vão parar justamente no último capítulo. E quando os sinos tocarem no final do livro, aquela nova versão da história se tornará definitiva.
Provando ser um filho da mãe de marca maior, Isaac amarra Henry a um carroção e o deixa lá para ser devorado por um ogro, e assim não possa alterar qualquer coisa em sua história.
Acontece que nessa nova versão, Rumple não é mais o Senhor das Trevas, mas um cavaleiro herói e valente que já enfrentou todos os tipos de gigantes. Ele anda em seu cavalo com uma lança, e com essa lança ele mata os dragões, fala com as portas... Não, peraí, esse é o Chaves...
Mas enfim, Rumple é um cavaleiro heroico, e ele pode até não enfrentar gigantes nesse episódio, mas mata o ogro que estava tentando jantar o Henry, deixando o garoto são e salvo, e livre para procurar o resto de sua família.
E como ainda não conhece essa versão da história, Henry consulta o livro que roubou na lanchonete para encontrar o esconderijo de Regina na floresta, e desviar das armadilhas no caminho.
Acontece que Isaac não se contentou em dar finais felizes aos vilões. Ele inverteu seus papéis. Então, nessa versão, Regina é a bandida mais procurada do Reino – exatamente como sua enteada fora um dia –, e a Rainha Branca de Neve pôs sua cabeça a prêmio há muito tempo, depois de Regina ter destruído sua vida. E mais ou menos como Branca de Neve fizera muitos anos atrás, Regina pretende assaltar uma carruagem de impostos naquela tarde para fugir do Reino, e fica surpresa quando Henry lhe mostra esse plano no livro.
Relaxa, garoto, já, já a gente descobre.
E o Isaac também; porque esse Autor, pelo visto, não conhece sua própria história. Quando amarrou Henry à carroça para ser devorado pelo Ogro, ele esqueceu que o matador de ogros salvaria a aldeia naquele capítulo, e fica frustrado ao não encontrar os ossos do garoto bem branquinhos na cena do crime; mas o cadáver do Ogro estava lá para todo mundo ver. Ele também esqueceu que os Guardas Negros – outrora conhecidos como Sete Anões – passariam por ali naquela hora, e ficariam muito intrigados ao encontrá-lo portando um botton com a legenda “Longa vida à Regina”, deduzindo que ele é um aliado da bandida, cuja cabeça a Rainha Dark Snow ficaria muito feliz em cortar.
Agora vejam só quem assaltou o guarda-roupa de luxo da série! Finalmente vemos Branca de Neve com um figurino decente; nem em seu casamento a moça esteve tão bem vestida. Aliás, aquele vestido de noiva dela parecia ter sido – mal – costurado pelos passarinhos do reino. Cruz credo...
Naturalmente, o figurino do dia foi roubado do guarda-roupa da Rainha Má, mas tudo bem.
Como previsto, Dark Snow ficou feliz como uma cacatua por finalmente ter alguém para esquartejar, já que ninguém ainda conseguiu lhe trazer sua madrasta fugitiva. Mas afinal, o que foi que Regina fez para ela?
Lembram qual era o motivo do ódio da Rainha Má pela Branca de Neve? A menina fofocou para Cora o namoro de Regina com o tratador de cavalos e o coitado acabou morto. Bem, o inverso aconteceu nessa versão. Dark Snow vivia um tórrido romance com o Príncipe James – irmão gêmeo malvado de Charming, lembram? Cuja morte transformou o ex-pastor de ovelhas em Príncipe –, até que Regina fez qualquer coisa, e o malvadão acabou morto. Após essa tragédia, Dark Snow se apossou do coração do Príncipe Charming, para tentar trocar seis por meia dúzia, mas descobriu que um irmão gêmeo não é cem por cento igual ao outro. Por mais que ela tentasse, induzisse, manipulasse e controlasse, aquela Paulina jamais chegaria aos pés de Paola Bracho. Uma história muito triste. Mas Isaac promete dar a ela um final feliz, se o mantiver vivo.
Então, o Autor fofoca os planos da bandida, e Dark Snow vai ao seu encontro na carruagem que Regina pretende assaltar, disposta a fazer picadinho de madrasta, e, como roubar o figurino não basta, a nova malvadona toda poderosa do pedaço também roubou o costume da Rainha Má de ameaçar as pessoas com bolas de fogo, só para animar a conversa. Mas Regina é salva por uma flecha, que atinge a porta da carruagem, fazendo Dark Snow se desequilibrar, literalmente apagando seu fogo.
Claro que essa pontaria certeira só podia ser do nosso querido e amado rei dos bandidos: Robin Hood!
Ele ajuda Regina a fugir, levando-a na garupa de seu cavalo até uma taverna, onde brindam ao fogo apagado da Branca de Neve. Regina está encantada com o fora-da-lei – como já era de se esperar, afinal, ele é sua alma gêmea –, mas é tão turrona como sempre, e em vez de agradecer, afirma que podia se virar.
E nesse momento ela é apresentada à noiva do cara, Zelena, com quem ele se casará naquele mesmo dia.
E pelo visto, naquele reino ninguém teme o azar de ver a noiva antes do casamento, porque a Zelena está lá na taverna se esfregando no Robin, toda arrumada, praticamente prontinha para entrar na Igreja.
Como são pessoas educadas, Robin e Zelena convidam a bandida para assistir à cerimônia, mas ela já agendou outro compromisso.
Então ela vai dando linha na pipa. Henry, que seguiu o rastro dela até lá, fica feliz ao saber que ela conheceu Robin Hood, com quem está destinada a ser feliz, mas ela informa que sua metade da maçã está prestes a se casar com a ruiva de pele verde de Oz.
Henry tenta fazer Regina acreditar que Zelena é sua irmã, e que ela está vivendo uma mentira, mas suas novas lembranças são de ter sido abandonada ainda bebê, e de não ter irmã nenhuma.
Pensando bem, para quem teve uma mãe como a Cora, passar a ser uma órfã abandonada pode até ser um progresso...
E é nesse momento que Henry se dá conta de que os sinos dos quais Isaac lhe falara, cujo soar tornará a nova versão da história definitiva, são os mesmos sinos que anunciarão o fim da cerimônia de casamento. Então, se quiserem impedir uma catástrofe na vida dos personagens, precisam impedir o casamento!
Mas Regina não quer ter nada com isso, e o manda procurar a outra mãe da qual lhe falou, a tal da Emma, mas ele diz que ela não está no livro. Ao menos, foi isso o que o paspalho do Autor lhe disse. E deve ser verdade, pois, se estivesse, Regina saberia, afinal, Emma é a feiticeira mais poderosa do mundo; mas Regina garante que a única bruxa naquela terra é a Branca de Neve.
Enquanto Emma está acorrentada na ilha prisão, gritando feito louca, conhecemos um pouco mais sobre a nova versão de Rumplestiltskin. Nosso agora cavaleiro herói e valente é o ídolo da criançada do Reino; está feliz e muitíssimo bem casado com sua Belle, que ainda adora vestidos amarelos, e os dois têm um filhinho que é a coisinha mais fofinha que verão nesse episódio.
Mas nem tudo serão flores por muito tempo. Pois naquele dia eles recebem a visita do Autor arruaceiro, que aparentemente não recebeu educação em casa; já chega na casa do sujeito reclamando que a água dele tem gosto de lama, e forçando a pobre moça a ir buscar água fresca para ele no poço. Claro que tudo não passava de um ardil. Ele estava pouco se lixando para o gosto da água; Belle podia tê-la temperado com pimenta que ele não ia nem ligar; o que ele queria era falar a sós com Rumplestiltskin.
Rumple não entende como os problemas de outros personagens podem afetar sua história, então o Autor revela a verdade por trás de suas lembranças falsificadas: que Rumple costumava ser o pior de todos os vilões, e que convenceu o Autor a usar magia para reescrever sua história. Ele sabe segredos do passado de Rumple que Belle nem desconfia, principalmente sobre o primogênito do cavaleiro, Baelfire. Naquela versão, ele morreu de maneira heroica, lutando na Guerra dos Ogros, mas a verdade é que ele morreu por causa da covardia do pai. Rumple fica ofendido, pois se lembra de ter defendido Bae com nobreza, fez o melhor que pôde, mas o Autor diz que ele não é herói de verdade, e se não impedir que Regina consiga seu final feliz, todos saberão disso.
E Isaac vai embora com aquela cara de Mefistófeles depois de tentar o Dr. Fausto a vender sua alma. Só faltou oferecer a Rumplestiltskin o Chirrin Chirrion do diabo.
Enquanto isso, Henry invade o Jolly Roger para pedir que o Capitão Gancho o leve ao Mar Sem Fundo, mesmo sabendo que são águas traiçoeiras, pois está decidido a resgatar sua mãe, Emma, que foi enviada para uma prisão naquelas águas pela Rainha.
Pois é, mon amis... Nessa versão, Hook é um mero criado de bordo, e o Jolly Roger é capitaneado por Barba Negra. Pelo menos essa alteração faz sentido, se lembrarem que Gancho trocou seu navio com o pirata por um feijão mágico, quando teve necessidade de ir ao encontro de Emma em Nova York, antes que Branca de Neve lançasse a segunda Maldição – aquela que teve um temperinho verde adicionado por Zelena. Tudo bem que ele recuperou o navio, quando decidiu devolver a voz de Úrsula, mas será que o Autor sabia disso? Seja lá como for, como o objetivo era tirar os finais felizes dos mocinhos, e Gancho deixou de ser vilão faz tempo, desde que começou a namorar a mãe do Quico... Digo, do Henry, faz sentido o navio ter voltado para as mãos do lendário pirata malvado.
Mas como Barba Negra adora um joguinho, ele propõe um duelo de espadas pela posse do navio. Mas estão lembrados de que nessa versão o Autor extraiu toda a covardia de Rumplestiltskin? Bem, ao que tudo indica ela era uma espécie de presença viva, e o Autor não podia simplesmente apagá-la da história. Tinha que colocá-la em algum lugar. Assim, ele a enfiou todinha no Gancho, que se tornou meio incapaz de levantar a espada contra alguém.
Felizmente, Henry não deveria estar no livro. O moleque puxa uma espada que alguém abandonou no convés, e corta uma corda aleatória, atingindo Barba Negra na cara com um anzol dos cabos de mastreação.
*ARRAM* Seu nariz vai crescer, hein, aprendiz de Pinóquio! Se eu me lembro bem, quem te ensinou a conduzir o navio foi seu pai biológico, Baelfire; que por sua vez, aprendeu com Gancho.
Camareira: sirva só as rosquinhas. Os roteiristas precisam dar um tempinho nas bebidas!
Enfim... Já que o garoto fez o serviço mais difícil, que era botar Barba Negra para dormir, Gancho finalmente concordou em levá-lo até a ilha perdida onde Emma está presa. E precisam executar um plano inteligente para invadi-la sem lutar com o Cavaleiro Negro que está montando guarda – pois Hook continua cheio de medos, repetindo feito um papagaio de pirata que é um marujo, e não um soldado. Então eles se disfarçam, e Hook finge estar trazendo um perigoso prisioneiro a mando da Rainha – no caso, Henry. E como é o valente dessa versão, Henry aproveita enquanto o guarda puxa o saco que está cobrindo sua cabeça, e tenta entender como aquele fedelho que sequer tem barba ainda pode ser tão perigoso, para golpeá-lo com o punho da espada e roubar as chaves da prisão.
Henry manda Gancho prender o guarda numa cela, enquanto ele procura sua mãe pela torre. E fica surpreso ao ser reconhecido por ela.
E a melhor atuação também, moça!
Aparentemente, conservar a memória de Emma fazia parte dos planos de vingança de Rumple. Mas naquele mundo ela não tem magia, nem é a Salvadora. E para piorar, ela descobre que está sem namorado, também, porque Killian, o Capitão Gancho não faz a menor ideia de quem ela seja.
O importante agora é sumirem daquela torre bem rápido, antes que o guarda desperte, pois esse guarda é nada menos que Lilly, a filha cheia de Trevas da Malévola, e um dos motivos para aquela prisão ser considerada impenetrável é o fato de que, naquele reino, ela tem pleno domínio da transformação em dragão.
Muito bem colocado, dona Emma. Os rapazes rapidamente carregam o canhão, acertam o monstro em cheio, fazendo-a dar um mergulho no mar.
Olha só essa: não basta tirar a coragem e o navio de um desafeto; Rumplestiltskin fez com que o Autor escrevesse Killian como sendo alérgico a rum! Quanto ódio nesse coração, hein, Senhor das Trevas?! Agora o coitado do pirata só bebe leite de cabra. Fazer o quê, né?
Os roteiristas podiam seguir o exemplo de vez em quando, não acham?
Enquanto navegam de volta para Tão, Tão Distante, Hook fica todo assanhadinho para cima da Salvadora. Porque algumas coisas nunca mudam...
E como as notícias correm bem rápido naquele Reino, Dark Snow fica fula ao saber que Regina conseguiu escapar, e que ninguém consegue encontrar o tal fedelho que o Autor disse ser aliado da bandida. Então ela reúne seu conselho do mal, e como a porca sempre torce o rabo primeiro para os mais fracos, a nova Rainha Malvada começa a diminuir o grupo dos Anões.
Assim que desembarcam em terra firme, Emma troca o vestido por roupas mais confortáveis, dá um jeito de fazer uma maçaroca no cabelo – Henry, melhor você ficar de olho no que sua mãe e o pirata bonitão andam fazendo aí pelos becos do Reino –, e tenta reativar a memória muscular de Hook com a espada. Se não me engano, ela deve ter despertado a memória de outros músculos dele também, porque ele deduz que lá no outro mundo de onde ela veio, eles são meio próximos.
Pena que esse momento romance seja interrompido pela chegada de Lilly, que os entrega aos guardas da Rainha Snow Black. A Rainha imediatamente reconhece a louca da escadaria... Digo, da torre, e Emma tenta convencê-los de que é fruto do amor verdadeiro dela com o guarda David – que nesse episódio assaltou a maleta de maquiagem do Hook, e roubou todo o seu delineador –, tenta enfiar a verdade neles goela abaixo, e Dark Snow até finge que acredita, um segundo antes de dizer que vai arrancar a esperança de Emma junto com as amídalas, para que pare de dizer bobagens.
Mas quando a Rainha decide matar Henry na frente da mãe, Hook decide que já é hora de voltar a falar grosso.
Não que Colin O’Donoghue alguma vez tenha falado grosso; é força de expressão...
Ele manda Emma salvar a si mesma e ao garoto. Ela não quer deixá-lo para trás, mas Hook garante que se ela conseguir fazer tudo voltar ao normal, qualquer coisa que acontecer a ele será revertida.
E fica para trás, lutando com David em nível de igualdade.
Francamente, David! Precisamos ter uma conversinha: eu, você, meu chinelo e sua bunda! Pensando bem, você matou o Killian... Vou pegar a cinta, fivela de aço com tachinhas pontudas!
Resta a Emma fazer valer o sacrifício de seu amado, e sair do alcance das bolas de fogo de Dark Snow com seu filho.
Enquanto isso, Rumple anuncia a Belle que precisa tomar uma importante decisão, para garantir a permanência de sua felicidade. Ele acabou de saber de uma ameaça que chegou ao Reino, e se não for controlada, destruirá tudo o que construíram.
Senhor da Luz... Vejam até que ponto o Autor inverteu as bolas nesse episódio.
Mas eu tenho que reconhecer que os roteiristas fizeram o correto aqui. Se tivessem dado finais felizes aos vilões, mantendo-os em seu posto de vilões, estariam contradizendo toda a filosofia que a série pregou desde o começo, de que o bem sempre vence o mal, e que finais felizes estão reservados àqueles que fazem boas escolhas. Transformar os vilões em heróis foi a forma mais coerente de contar essa versão da história, depois de já ter mostrado que mesmo os heróis já andaram cometendo erros, e que alguns vilões se regeneraram.
Todavia, como na história do romance de Emma com Killian Jones, certas coisas não mudam. Belle serve uma xícara de chá ao marido, para ajudá-lo a clarear as ideias, e ao deixá-la cair, percebem que ela ficou lascada.
E é por isso que todos têm que se apressar, que nem o Coelho da Alice, porque o tempo para essa história deixar de ser a fantasia de um escritor biruta e se tornar definitiva está acabando.
E Regina não está nem pensando em fazer qualquer coisa para evitar que isso aconteça. Ela está mais preocupada em salvar seu pescoço de ser separado de sua cabeça pela Dark Snow.
Henry e Emma chegam ao esconderijo da bandida no exato momento em que ela está terminando de fazer as malas para partir.
Mas Emma confirma todas as histórias que Henry contou para Regina, e aconselha a bandida a correr atrás de seu amor, dizer ao Robin como se sente, invadir o casamento dele e roubá-lo da bruxa verde.
Então Emma conta que acabou de ver o homem que ama morrer, sem que ela jamais tivesse dito que o amava, por medo. Sua única chance de tê-lo de volta é convencer Regina a não cometer o mesmo erro que ela.
Eis que chega o momento tão esperado: Zelena entra na Igreja vestida de noiva. A boa notícia é que os sinos ainda não tocaram, então ainda dá tempo de Regina impedir o casamento. Mas bem nessa hora, aparece o Rumplestiltskin para atrapalhar.
Mas em vez de entrar gritando “Pare, agora!”, correr até o altar e beijar o noivo, nossa Rainha fica parada na porta, apenas sorrindo para Robin, e na última hora, em vez de reivindicar seu final feliz, ela decide se sacrificar para salvar a vida de Henry – porque Emma foi à nocaute ainda no primeiro assalto, e o garoto estava prestes a ser esquartejado por Rumplestiltskin, quando Regina se atirou na frente de seu filho ainda não reconhecido, e levou o golpe mortal em seu lugar.
E nesse momento os sinos tocam, anunciando o fim da cerimônia de casamento, do livro, e da esperança dos mocinhos de poderem alterar alguma coisa naquela história.
Os noivos saem da Igreja, e Robin corre imediatamente em socorro de Regina, enquanto Zelena começa a espernear e reclamar que a bandida estragou seu dia.
Vendo a amiga às portas da morte, Emma desce o sarrafo em Isaac para tentar obrigá-lo a desfazer essa versão, mas ele já não é mais o Autor; não tem mais nenhum poder: nem naquele Reino, nem em qualquer outro.
Atraído por um bom pressentimento, Henry apanha a pena e o bloco de anotações que caíram da bolsa de Isaac, e, para sua surpresa, a pena começa a brilhar em sua mão.
Emma se apressa a oferecer seu sangue para que Henry possa carregar a tinta e escrever tudo como era antes, mas naquela versão ela não é a Salvadora, então, seu sangue não serve. Além do mais, a história ali está invertida. Se antes precisavam das trevas de um salvador, ali precisam da luz.
Então Henry molha a pena no sangue de Regina, e reescreve o final do livro:
Ele pinga o ponto final; a magia envolve a escrita e os transporta de volta à Storybrooke, onde tudo está exatamente como antes.
E o Capitão Me-EnGancho está vivo!!!
E como a Salvadora reage ao vê-lo vivo?
Melhor mesmo, Emma!
Agora você vê, né... A fulana passa duas temporadas cozinhando o gato, precisa ver o cara morrer numa realidade alternativa, pra finalmente parar de fazer doce! E o engraçado é que ela jogou o bonitão na cama dos pais! Isso é que é uma série de família...
#Desapontado
Francamente, Dona Emma! Você está merecendo dividir a surra de chinelo e cinta com o seu pai. Não aprendeu nada nesse episódio, não? A vida é curta, minha filha, aproveita! Se mexe!
Agora, um que tem noção do perigo é o Isaac. Depois de tomar uma rasteira do filho palerma da Salvadora – bem, não tão palerma nesse episódio –, o ex-Autor foge da loja do Sr. Gold antes que as trevas explodam o corpo do velho, e acabe respingando nele, ou que a ex Sra. Stiltskin apareça para expulsá-lo a vassouradas. Mas ela está mais furiosa com o ex-marido do que com o ex Autor por causa de toda aquela confusão. Mas o velho está morrendo, então, vão ter que deixar essa DR para mais tarde.
Pelo menos, o ex Autor safado não vai muito longe: acaba parado numa blitz pelo casal Charming, que confisca seu material até ele quitar suas dívidas municipais.
Pois é, Zé Ruela: não tem mais best-seller, não tem mais fãs, não tem mais autógrafos, NÃO TEM MAIS BISCOITO!
E Branca de Neve aproveita para tirar satisfações por ele tê-los influenciado a fazer mal à Malévola e à filha dela, e Isaac diz que eles o fazem lembrar de todos os chefes ruins que ele teve na vida. Mas eu não sei, não... Imaginem a Branca de Neve como chefe de alguém. A primeira cagada que o funcionário fizer, vai ouvir meia hora de discurso sobre como as coisas darão certo se ele passar a ter um bom coração. Na segunda cagada, ela chama os passarinhos da floresta pra ajudar. Na terceira, ela dá o dia de folga pro funcionário e faz ela mesma o serviço. Que chefe horrível ela seria, hein?! Estou até com pena dos lúdicos funcionários dela... E o Charming não seria muito diferente. Como ajudante de xerife, ele deixa o neto de quatorze anos sair dirigindo pela cidade como se fosse a coisa mais natural do mundo; está mais preocupado em papear e passear com a família do que com a Hora do Brasil; imaginem esse cara como chefe de alguém... Tá arriscado o funcionário mandar nele.
Enfim, a explicação do sujeito não convenceu ninguém, mas pelo menos ele vai poder alegar insanidade.
AI! O cara tomou um esporro da Branca de Neve... Amigo, o fundo do poço tem porão! Só pra te avisar...
Quanto ao novo Autor, Henry é aconselhado pelo Aprendiz sobre a tentação de usar aquela pena. Bem que o garoto gostaria de poder usá-la para trazer o pai de volta, mas sabe que a morte de Gancho foi revertida porque estavam num mundo de ficção. Bae morreu no mundo real, e isso nunca poderá ser desfeito por magia alguma, nem mesmo a pena do Autor.
E como viu de perto as consequências de tentar mudar as histórias, Henry decide que ninguém deveria ter tanto poder assim. E decide quebrar a pena, para que ninguém mais possa cometer o mesmo erro que Isaac cometeu.
Ótimo... E agora, quem vai escrever as histórias? Pensei que o Autor fosse uma função mais importante nessa novela, não alguém que poderia simplesmente deixar de existir, sem consequências. Senão, por que o Aprendiz perdeu tanto tempo selecionando um?
Como em toda Season Finale, não pode faltar um momento de alegria na lanchonete da Vovó. Regina já conferiu Zelena depois que retornaram da dimensão de Heróis & Vilões. A bruxa verde continua presa e grávida, exatamente como a deixaram. Mas ela e Robin podem lidar com isso, agora que sabem que seu amor é mais poderoso que a pena mal usada de um Autor sequelado. E como tudo está de volta aos seus lugares, Robin decide levar nossa Rainha para um passeio ao luar.
Já o casal Charming, depois de trancafiar o Zé Ruela, correm para se desculpar com Killian por terem lhe dado o teco lá no outro Reino.
Esse aí tem motivo para detestar os sogros, mesmo! Ainda que tudo tenha sido sem querer querendo...
E Lilly conta para Emma que finalmente fez as pazes com a mãe – que não foi convidada para participar da Season Finale. Porque, como sempre, faz todo o sentido a vilã da mid-season não estar presente no episódio final. Porque isso é Once Upon a Time, onde os roteiristas bebem metade do orçamento, o guarda-roupa da Regina consome a outra metade, e o povo fica catando moeda na porta da Igreja para poder escalar os atores para participações especiais.
Como ia dizendo, Lilly decidiu ficar na cidade e tentar descobrir quem é o seu pai. Malévola não soube dizer, porque ela foi fabricada quando a bruxa estava na forma de dragão, então, seu pai pode ser literalmente qualquer dragão que a bruxa da Bela Adormecida tenha pegado. Não descartem Mushu, Smaug, ou um Rabocórnio Húngaro qualquer. O pedaço do ovo do qual nasceu, que Lilly transformou em colar, é sua única pista para encontrá-lo.
Bem, mas nem tudo são flores nessa reta final da Season Finale. Rumplestiltskin está nas últimas. O último pontinho vermelho de seu coração está prestes a desaparecer, e destruir sua capacidade de amar. Ele se consola com o fato de que teve uma última oportunidade de experimentar a felicidade ao lado de Belle, naquele mundo de faz de conta, onde levavam a vida que ele sempre desejou ao lado dela.
Mas Rumple sabe que quando sua humanidade desaparecer, só restará o Senhor das Trevas. Então, para proteger as pessoas queridas de seu lado obscuro, Rumple devolve a Adaga verdadeira à Belle, e pede que ela vá para o mais longe possível dele, para que fique segura. E perde os sentidos.
Belle corre para avisar aos heróis que o vilão está quase morrendo, e o Aprendiz propõe usar o chapéu para remover as Trevas do corpo dele. Se ainda houver energia no coração de Rumple, pode ser que ele se cure. Ele tira o coração do moribundo, recita um feitiço maluco, e manda as Trevas literalmente para a casa do chapéu; em seguida devolve o coração limpo do ex Senhor das Trevas ao corpo dele. O nome dele foi apagado da Adaga, agora que não é mais o Senhor das Trevas. O problema é que Rumple foi das Trevas por séculos, e o retorno ao homem que costumava ser não será fácil. Pelo menos, com o feitiço do Aprendiz, o corpo dele será preservado até que descubram se existe um meio de ajudá-lo.
No momento terão um problema maior para resolver, porque as Trevas eram demais para o Chapéu conter. Elas conseguiram se libertar, atacaram o Aprendiz, e tentaram torná-lo seu novo receptáculo. Emma consegue expulsá-las, e mandá-las para fora da loja, soltando-as pela cidade, e manda os Charmings atrás da coisa, enquanto socorre o Aprendiz e tenta descobrir como conter aquilo.
Mas a nova missão promete ser complicada.
Muito antes de suas histórias acontecerem, o Feiticeiro lutou contra as Trevas e conseguiu impedi-las de destruir reinos inteiros, conectando-as a uma alma humana que pudesse ser controlada pela Adaga. O Senhor das Trevas. Somente o Feiticeiro é poderoso o suficiente para extingui-las. Precisam encontrá-lo.
Transmitido o enredo e a missão da próxima temporada, o Aprendiz tira uma soneca até a Season 5.
Emma corre para a rua, e descobre que os Charmings perderam as Trevas de vista, mas logo percebe que a coisa não foi a lugar nenhum, está pairando à sua volta, sobre a cidade. Ao identificar um receptáculo em potencial, as Trevas tentam envolver Regina, mas Emma está determinada a não permitir que a amiga sacrifique mais uma vez o final feliz pelo qual tanto lutou.
Então Emma finalmente diz a Killian que o ama, ergue a Adaga, e permite que as Trevas a envolvam, transformando-a na nova Senhora das Trevas.
Vai ver era disso que o chifre do unicórnio estava falando. Viu, Branca de Neve?!  Não precisava ter tirado o ovo da coitada da Malévola...
Bem, esta foi a quarta temporada de Once Upon A Time. Foi uma grande temporada? NÃO! Mas teve seus momentos. A etapa Frozen, a mais bonitinha, pegou carona no então hype da Disney; as Rainhas da Escuridão foi um oferecimento Maionese Air Lines, “a forma mais maluca de viajar sem largar o copo de uísque”; e a Season Finale, a grande cereja do bolo, que, como de costume abrilhantou uma temporada repleta de altos e baixos.
Nossa próxima aventura será na Inglaterra Medieval, onde conheceremos personagens clássicos do folclore britânico; novos e incríveis desafios naquela que foi, provavelmente, a última temporada boa de OUAT.
Nos vemos lá! *-*

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