Depois de uma
meia temporada extremamente confusa, em que os roteiristas fizeram uma
verdadeira salada para contar as histórias de três vilãs que entraram e saíram
da série sem fazer mal a uma mosca, finalmente deixaram claro nesta Season
Finale de Once Upon a Time o que realmente quiseram transmitir ao longo dos dez episódios anteriores,
em que as vilãs não tocaram o terror, e em compensação os mocinhos provaram
que, sem querer querendo, também são capazes de cometer algumas atrocidades –
talvez mais graves do que as cometidas pelos vilões.
Operação Manguaça... Digo... Operação Mangusto promoveu uma
divertida inversão de papéis, mostrando como seriam os contos de fadas se os
mocinhos fossem os vilões, e os vilões estivessem a fim de trilhar um bom
caminho.
Como eu disse lá
no começo da review passada, não gostei muito da segunda metade da quarta
temporada de OUAT, mas se há uma coisa que eu admiro nessa série, é sua
capacidade de entregar bons episódios duplos para encerrar a temporada, mesmo
que os dez anteriores não tenham feito o menor sentido.
Enfim, vamos
direto ao que interessa:
Era uma vez, um
autor insatisfeito por não conseguir uma boa publicação para os seus escritos,
e que trabalhava como vendedor numa loja de produtos eletrônicos para pagar as
contas. Mas talvez as coisas mudem em breve, pois ele recebeu uma carta de uma
Editora chamada Star, que pode ser sua grande chance para tirar os manuscritos
da gaveta.
Tudo bem que o
escritório que encontrou naquele endereço era bem diferente do que ele
imaginava para uma editora: uma grande sala vazia, mobiliada somente com uma
escrivaninha ao fundo. Quem o recebeu foi um personagem que conhecemos ao longo
da temporada – mas como isso é um flashback, Isaac ainda não sabia que o
sujeito engravatado à sua frente era o Aprendiz.
Ele explica que
em sua organização as coisas são diferentes das outras editoras que Isaac
conheceu. Ali ele não precisa de contrato. O Aprendiz coloca algumas canetas de
estilos diferentes sobre a mesa, e pede que ele escolha uma, a que chamar sua
atenção. E ele escolhe a caneta tinteiro, que começa a brilhar sob seu toque.
Cara de sorte,
hein! Aquele sujeitinho com cara de maluco estava prestes a assumir o trabalho
mais importante de todos os reinos: registrar a história dos nossos queridos
personagens para a posteridade. E para isso, o Aprendiz abre a porta do novo
escritório do Autor: a própria Floresta Encantada!
Isso aconteceu há
muito tempo. Quanto, exatamente, não me atrevo a especular; mais de trinta anos
com certeza. Como sei disso? Primeiro: a televisão que o outro vendedor
ofereceu ao cliente que já estava sendo atendido por Isaac era bem antiquada, e
o diferencial oferecido pelo espertalhão para roubar a comissão do Autor foi um
controle remoto – sinal de que estamos olhando para uma época em que isso ainda
era novidade. Aqui no Brasil, foi no final dos anos 1980 ou início dos anos
1990. Lá nos States, provavelmente o controle chegou alguns anos antes. E
segundo: já vimos nessa temporada que o Autor andava por Tão, Tão Distante quando Branca de Neve ainda estava grávida da
Emma, e roubando ovos de dragão para fortalecer a papinha. Então, naturalmente,
sabemos que isso aconteceu mais de trinta anos atrás.
Atualmente, em
Storybrooke, nossos heróis já foram informados de que o Autor fugiu com a tinta
para terminar a obra que Rumplestiltskin encomendou – que pode ou não incluir
uma vingancinha contra eles; imaginem só o que o Crocodilo não terá reservado
para o Hook? E como sabem que dispõem de pouco tempo para deter o que está por
vir, todos se reúnem na mansão do Feiticeiro para procurar uma solução nos
inúmeros livros em branco espalhados nas estantes. Gente, se os livros
preenchidos na biblioteca administrada pela Sra. Stiltskin não têm nada a dizer
sobre o que está por vir, o que os faz pensar que a resposta estará escondida
nos livros em branco?
Coff! *WHISKY* Coff!
E como o Aprendiz
não retornou da casa do chapéu com o bonde das fadas, a Fada Azul usa a
vassoura do Mickey para trazê-lo de volta. Não que ele seja de grande ajuda. O
único meio que ele conhece para deter o Autor é prendê-lo de volta no livro,
onde não poderá fazer mal a mais ninguém, nem interferir na história. Acho que
ele perdeu alguns parafusos na viagem de ida e volta dentro do Chapéu do
Mickey, e esqueceu que foi de dentro do livro que aquele escritorzinho de meia
tigela o manipulou – aliás, ninguém explicou ainda como foi que ele conseguiu
manipular, sem magia, o ser que o contratou para esse trabalho, e que, pela
lógica, deveria ser muito mais poderoso do que ele ou sua pena – para enviar o
ovo de Dragão recheado de Trevas para o mundo real.
Com o coração
prestes a virar carvão, Rumple sabe que nenhuma magia pode alterar o passado ou
trazer os mortos de volta, mas pode alterar seu destino dali para frente. Em
sua história original, o Autor planejava dar finais felizes aos vilões. Rumple
só quer uma história onde possa conviver com a perda de Baelfire, mas não quer
esquecê-lo. Quer se lembrar que Bae morreu sabendo que seu pai era um herói,
que tivesse orgulho dele. Um pedido bastante coerente, se lembrarmos que Bae
conviveu com Rumplestiltskin quando ele era considerado covarde.
Daí em diante,
algumas ações se desenrolam ao mesmo tempo. Enquanto Gancho e os Charmings
estão no loft, revirando a papelada em busca da página com a porta para prender
novamente o Autor, Emma, Regina e Robin Hood estão a caminho da loja de Gold para
impedir o Autor de fazer o que quer que seja. Mas o tempo acaba antes que
qualquer um deles possa ter concluído a tarefa, pois, assim que o Autor pinga o
ponto final em sua história, todos os habitantes de Storybrooke desaparecem
dentro do novo livro.
Bem, todos menos
Henry, que nasceu no mundo real, e, portanto, fica sozinho na cidade fantasma.
Aqui entre nós:
como foi que esse Autor conseguiu escrever um livro inteiro em poucos minutos?
O final do episódio anterior nos enganou. A primeira frase que ele escreveu não
foi “era uma vez”; em tradução livre,
aquele “Once upon a time...”
significa “e o Autor foi agraciado com a
mão do Flash”! Porque nada mais explica essa rapidez toda!
E como ficou
sozinho com esse B.O. para resolver, Henry aproveitou as aulinhas de direção
que tomara com Vovô Charming – porque em Storybrooke o ajudante da Xerife
ensina o neto a violar a lei sobre menores ao volante –, pega o carro de Regina
– porque nem o Henry é lerdinho a ponto de preferir o EmmaMóvel, embora eu
simpatize com aquele Fusquinha amarelo –, e dirige até a cidade mais próxima,
com fotos de suas mães e de seus avós no bolso, e pergunta à garçonete de uma
lanchonete de beira de estrada se os viu.
Claro que a
garçonete não compra essa história, e se afasta para telefonar, provavelmente
para o Conselho Tutelar, ou para a polícia, para contar que há um garoto em sua
lanchonete que provavelmente fugiu de casa, e ainda roubou o carro da mãe.
Então Henry decide dar no pé antes que autoridades mais rigorosas que sua mãe e
seu avô apareçam; mas antes de sair, vê um livro à venda que lhe chama atenção.
Acontece que Isaac
não alterou somente a história de seus personagens; ele também escreveu seu
próprio final feliz: agora ele é um autor de sucesso, e está autografando seu
novo best-seller.
O interessante é
que os fãs vão ao seu evento fantasiados como seus personagens, e carregando
bottons dos preferidos. Regina é maioria, claro. Os fãs expressam seu amor pela
nossa Rainha pedindo ao Autor que dê a ela um final feliz na continuação de seu
livro.
De repente Henry
aparece, e mostra a ele a página com a porta e a chave, ameaçando prendê-lo de
volta no livro se não disser o que aconteceu com sua família.
Isaac faz então
uma pausa nos autógrafos, e leva Henry ao depósito onde o manuscrito original
de “Heróis e Vilões” está guardado, e conta que os personagens estão dentro do
livro. Menos a Salvadora, pois não havia espaço para ela em sua nova história.
Henry exige que os traga de volta, mas Isaac já não tem mais poder algum, pois
violou a regra primordial de seu trabalho, que proíbe o Autor de escrever seu
próprio final feliz.
Então Henry faz a
única coisa que imagina poder dar certo para tentar arrumar essa bagunça: enfia
a chave na porta de uma choupana no novo livro, e acaba sendo sugado para
dentro dele junto com o Autor.
E vão parar
justamente no último capítulo. E quando os sinos tocarem no final do livro,
aquela nova versão da história se tornará definitiva.
Provando ser um
filho da mãe de marca maior, Isaac amarra Henry a um carroção e o deixa lá para
ser devorado por um ogro, e assim não possa alterar qualquer coisa em sua
história.
Acontece que
nessa nova versão, Rumple não é mais o Senhor das Trevas, mas um cavaleiro
herói e valente que já enfrentou todos os tipos de gigantes. Ele anda em seu
cavalo com uma lança, e com essa lança ele mata os dragões, fala com as
portas... Não, peraí, esse é o Chaves...
Mas enfim, Rumple
é um cavaleiro heroico, e ele pode até não enfrentar gigantes nesse episódio,
mas mata o ogro que estava tentando jantar o Henry, deixando o garoto são e
salvo, e livre para procurar o resto de sua família.
E como ainda não
conhece essa versão da história, Henry consulta o livro que roubou na
lanchonete para encontrar o esconderijo de Regina na floresta, e desviar das
armadilhas no caminho.
Acontece que
Isaac não se contentou em dar finais felizes aos vilões. Ele inverteu seus
papéis. Então, nessa versão, Regina é a bandida mais procurada do Reino –
exatamente como sua enteada fora um dia –, e a Rainha Branca de Neve pôs sua
cabeça a prêmio há muito tempo, depois de Regina ter destruído sua vida. E mais
ou menos como Branca de Neve fizera muitos anos atrás, Regina pretende assaltar
uma carruagem de impostos naquela tarde para fugir do Reino, e fica surpresa
quando Henry lhe mostra esse plano no livro.
Relaxa, garoto,
já, já a gente descobre.
E o Isaac também;
porque esse Autor, pelo visto, não conhece sua própria história. Quando amarrou
Henry à carroça para ser devorado pelo Ogro, ele esqueceu que o matador de
ogros salvaria a aldeia naquele capítulo, e fica frustrado ao não encontrar os
ossos do garoto bem branquinhos na cena do crime; mas o cadáver do Ogro estava
lá para todo mundo ver. Ele também esqueceu que os Guardas Negros – outrora
conhecidos como Sete Anões – passariam por ali naquela hora, e ficariam muito
intrigados ao encontrá-lo portando um botton com a legenda “Longa vida à
Regina”, deduzindo que ele é um aliado da bandida, cuja cabeça a Rainha Dark
Snow ficaria muito feliz em cortar.
Agora vejam só
quem assaltou o guarda-roupa de luxo da série! Finalmente vemos Branca de Neve
com um figurino decente; nem em seu casamento a moça esteve tão bem vestida.
Aliás, aquele vestido de noiva dela parecia ter sido – mal – costurado pelos
passarinhos do reino. Cruz credo...
Naturalmente, o
figurino do dia foi roubado do guarda-roupa da Rainha Má, mas tudo bem.
Como previsto,
Dark Snow ficou feliz como uma cacatua por finalmente ter alguém para
esquartejar, já que ninguém ainda conseguiu lhe trazer sua madrasta fugitiva.
Mas afinal, o que foi que Regina fez para ela?
Lembram qual era
o motivo do ódio da Rainha Má pela Branca de Neve? A menina fofocou para Cora o
namoro de Regina com o tratador de cavalos e o coitado acabou morto. Bem, o
inverso aconteceu nessa versão. Dark Snow vivia um tórrido romance com o
Príncipe James – irmão gêmeo malvado de Charming, lembram? Cuja morte transformou o ex-pastor de ovelhas em Príncipe –, até que Regina fez qualquer
coisa, e o malvadão acabou morto. Após essa tragédia, Dark Snow se apossou do
coração do Príncipe Charming, para tentar trocar seis por meia dúzia, mas
descobriu que um irmão gêmeo não é cem por cento igual ao outro. Por mais que
ela tentasse, induzisse, manipulasse e controlasse, aquela Paulina jamais
chegaria aos pés de Paola Bracho. Uma história muito triste. Mas Isaac promete
dar a ela um final feliz, se o mantiver vivo.
Então, o Autor
fofoca os planos da bandida, e Dark Snow vai ao seu encontro na carruagem que
Regina pretende assaltar, disposta a fazer picadinho de madrasta, e, como
roubar o figurino não basta, a nova malvadona toda poderosa do pedaço também
roubou o costume da Rainha Má de ameaçar as pessoas com bolas de fogo, só para
animar a conversa. Mas Regina é salva por uma flecha, que atinge a porta da
carruagem, fazendo Dark Snow se desequilibrar, literalmente apagando seu fogo.
Claro que essa
pontaria certeira só podia ser do nosso querido e amado rei dos bandidos: Robin
Hood!
Ele ajuda Regina
a fugir, levando-a na garupa de seu cavalo até uma taverna, onde brindam ao
fogo apagado da Branca de Neve. Regina está encantada com o fora-da-lei – como
já era de se esperar, afinal, ele é sua alma gêmea –, mas é tão turrona como
sempre, e em vez de agradecer, afirma que podia se virar.
E nesse momento
ela é apresentada à noiva do cara, Zelena, com quem ele se casará naquele mesmo
dia.
E pelo visto,
naquele reino ninguém teme o azar de ver a noiva antes do casamento, porque a
Zelena está lá na taverna se esfregando no Robin, toda arrumada, praticamente
prontinha para entrar na Igreja.
Como são pessoas
educadas, Robin e Zelena convidam a bandida para assistir à cerimônia, mas ela
já agendou outro compromisso.
Então ela vai
dando linha na pipa. Henry, que seguiu o rastro dela até lá, fica feliz ao
saber que ela conheceu Robin Hood, com quem está destinada a ser feliz, mas ela
informa que sua metade da maçã está prestes a se casar com a ruiva de pele
verde de Oz.
Henry tenta fazer
Regina acreditar que Zelena é sua irmã, e que ela está vivendo uma mentira, mas
suas novas lembranças são de ter sido abandonada ainda bebê, e de não ter irmã
nenhuma.
Pensando bem,
para quem teve uma mãe como a Cora, passar a ser uma órfã abandonada pode até
ser um progresso...
E é nesse momento
que Henry se dá conta de que os sinos dos quais Isaac lhe falara, cujo soar
tornará a nova versão da história definitiva, são os mesmos sinos que
anunciarão o fim da cerimônia de casamento. Então, se quiserem impedir uma
catástrofe na vida dos personagens, precisam impedir o casamento!
Mas Regina não
quer ter nada com isso, e o manda procurar a outra mãe da qual lhe falou, a tal
da Emma, mas ele diz que ela não está no livro. Ao menos, foi isso o que o
paspalho do Autor lhe disse. E deve ser verdade, pois, se estivesse, Regina
saberia, afinal, Emma é a feiticeira mais poderosa do mundo; mas Regina garante
que a única bruxa naquela terra é a Branca de Neve.
Enquanto Emma
está acorrentada na ilha prisão, gritando feito louca, conhecemos um pouco mais
sobre a nova versão de Rumplestiltskin. Nosso agora cavaleiro herói e valente é
o ídolo da criançada do Reino; está feliz e muitíssimo bem casado com sua
Belle, que ainda adora vestidos amarelos, e os dois têm um filhinho que é a
coisinha mais fofinha que verão nesse episódio.
Mas nem tudo
serão flores por muito tempo. Pois naquele dia eles recebem a visita do Autor
arruaceiro, que aparentemente não recebeu educação em casa; já chega na casa do
sujeito reclamando que a água dele tem gosto de lama, e forçando a pobre moça a
ir buscar água fresca para ele no poço. Claro que tudo não passava de um ardil.
Ele estava pouco se lixando para o gosto da água; Belle podia tê-la temperado
com pimenta que ele não ia nem ligar; o que ele queria era falar a sós com
Rumplestiltskin.
Rumple não
entende como os problemas de outros personagens podem afetar sua história,
então o Autor revela a verdade por trás de suas lembranças falsificadas: que
Rumple costumava ser o pior de todos os vilões, e que convenceu o Autor a usar
magia para reescrever sua história. Ele sabe segredos do passado de Rumple que
Belle nem desconfia, principalmente sobre o primogênito do cavaleiro, Baelfire.
Naquela versão, ele morreu de maneira heroica, lutando na Guerra dos Ogros, mas
a verdade é que ele morreu por causa da covardia do pai. Rumple fica ofendido,
pois se lembra de ter defendido Bae com nobreza, fez o melhor que pôde, mas o
Autor diz que ele não é herói de verdade, e se não impedir que Regina consiga seu
final feliz, todos saberão disso.
E Isaac vai
embora com aquela cara de Mefistófeles depois de tentar o Dr. Fausto a vender
sua alma. Só faltou oferecer a Rumplestiltskin o Chirrin Chirrion do diabo.
Enquanto isso,
Henry invade o Jolly Roger para pedir que o Capitão Gancho o leve ao Mar Sem
Fundo, mesmo sabendo que são águas traiçoeiras, pois está decidido a resgatar
sua mãe, Emma, que foi enviada para uma prisão naquelas águas pela Rainha.
Pois é, mon amis... Nessa versão, Hook é um mero
criado de bordo, e o Jolly Roger é capitaneado por Barba Negra. Pelo menos essa
alteração faz sentido, se lembrarem que Gancho trocou seu navio com o pirata
por um feijão mágico, quando teve necessidade de ir ao encontro de Emma em Nova
York, antes que Branca de Neve lançasse a segunda Maldição – aquela que teve um
temperinho verde adicionado por Zelena. Tudo bem que ele recuperou o navio,
quando decidiu devolver a voz de Úrsula, mas será que o Autor sabia disso? Seja
lá como for, como o objetivo era tirar os finais felizes dos mocinhos, e Gancho
deixou de ser vilão faz tempo, desde que começou a namorar a mãe do Quico...
Digo, do Henry, faz sentido o navio ter voltado para as mãos do lendário pirata
malvado.
Mas como Barba
Negra adora um joguinho, ele propõe um duelo de espadas pela posse do navio.
Mas estão lembrados de que nessa versão o Autor extraiu toda a covardia de
Rumplestiltskin? Bem, ao que tudo indica ela era uma espécie de presença viva,
e o Autor não podia simplesmente apagá-la da história. Tinha que colocá-la em
algum lugar. Assim, ele a enfiou todinha no Gancho, que se tornou meio incapaz
de levantar a espada contra alguém.
Felizmente, Henry
não deveria estar no livro. O moleque puxa uma espada que alguém abandonou no
convés, e corta uma corda aleatória, atingindo Barba Negra na cara com um anzol
dos cabos de mastreação.
*ARRAM* Seu nariz vai crescer, hein, aprendiz
de Pinóquio! Se eu me lembro bem, quem te ensinou a conduzir o navio foi seu
pai biológico, Baelfire; que por sua vez, aprendeu com Gancho.
Camareira: sirva
só as rosquinhas. Os roteiristas precisam dar um tempinho nas bebidas!
Enfim... Já que o
garoto fez o serviço mais difícil, que era botar Barba Negra para dormir,
Gancho finalmente concordou em levá-lo até a ilha perdida onde Emma está presa.
E precisam executar um plano inteligente para invadi-la sem lutar com o
Cavaleiro Negro que está montando guarda – pois Hook continua cheio de medos,
repetindo feito um papagaio de pirata que é um marujo, e não um soldado. Então
eles se disfarçam, e Hook finge estar trazendo um perigoso prisioneiro a mando
da Rainha – no caso, Henry. E como é o valente dessa versão, Henry aproveita
enquanto o guarda puxa o saco que está cobrindo sua cabeça, e tenta entender
como aquele fedelho que sequer tem barba ainda pode ser tão perigoso, para
golpeá-lo com o punho da espada e roubar as chaves da prisão.
Henry manda Gancho
prender o guarda numa cela, enquanto ele procura sua mãe pela torre. E fica
surpreso ao ser reconhecido por ela.
E a melhor
atuação também, moça!
Aparentemente,
conservar a memória de Emma fazia parte dos planos de vingança de Rumple. Mas
naquele mundo ela não tem magia, nem é a Salvadora. E para piorar, ela descobre
que está sem namorado, também, porque Killian, o Capitão Gancho não faz a menor
ideia de quem ela seja.
O importante
agora é sumirem daquela torre bem rápido, antes que o guarda desperte, pois
esse guarda é nada menos que Lilly, a filha cheia de Trevas da Malévola, e um
dos motivos para aquela prisão ser considerada impenetrável é o fato de que,
naquele reino, ela tem pleno domínio da transformação em dragão.
Muito bem
colocado, dona Emma. Os rapazes rapidamente carregam o canhão, acertam o
monstro em cheio, fazendo-a dar um mergulho no mar.
Olha só essa: não
basta tirar a coragem e o navio de um desafeto; Rumplestiltskin fez com que o
Autor escrevesse Killian como sendo alérgico a rum! Quanto ódio nesse coração,
hein, Senhor das Trevas?! Agora o coitado do pirata só bebe leite de cabra.
Fazer o quê, né?
Os roteiristas
podiam seguir o exemplo de vez em quando, não acham?
Enquanto navegam
de volta para Tão, Tão Distante, Hook fica todo assanhadinho para cima da
Salvadora. Porque algumas coisas nunca mudam...
E como as
notícias correm bem rápido naquele Reino, Dark Snow fica fula ao saber que
Regina conseguiu escapar, e que ninguém consegue encontrar o tal fedelho que o
Autor disse ser aliado da bandida. Então ela reúne seu conselho do mal, e como
a porca sempre torce o rabo primeiro para os mais fracos, a nova Rainha Malvada
começa a diminuir o grupo dos Anões.
Assim que
desembarcam em terra firme, Emma troca o vestido por roupas mais confortáveis,
dá um jeito de fazer uma maçaroca no cabelo – Henry, melhor você ficar de olho
no que sua mãe e o pirata bonitão andam fazendo aí pelos becos do Reino –, e
tenta reativar a memória muscular de Hook com a espada. Se não me engano, ela
deve ter despertado a memória de outros músculos dele também, porque ele deduz
que lá no outro mundo de onde ela veio, eles são meio próximos.
Pena que esse
momento romance seja interrompido pela chegada de Lilly, que os entrega aos
guardas da Rainha Snow Black. A Rainha imediatamente reconhece a louca da
escadaria... Digo, da torre, e Emma tenta convencê-los de que é fruto do amor
verdadeiro dela com o guarda David – que nesse episódio assaltou a maleta de
maquiagem do Hook, e roubou todo o seu delineador –, tenta enfiar a verdade
neles goela abaixo, e Dark Snow até finge que acredita, um segundo antes de
dizer que vai arrancar a esperança de Emma junto com as amídalas, para que pare
de dizer bobagens.
Mas quando a
Rainha decide matar Henry na frente da mãe, Hook decide que já é hora de voltar
a falar grosso.
Não que Colin
O’Donoghue alguma vez tenha falado grosso; é força de expressão...
Ele manda Emma
salvar a si mesma e ao garoto. Ela não quer deixá-lo para trás, mas Hook
garante que se ela conseguir fazer tudo voltar ao normal, qualquer coisa que
acontecer a ele será revertida.
E fica para trás,
lutando com David em nível de igualdade.
Francamente, David!
Precisamos ter uma conversinha: eu, você, meu chinelo e sua bunda! Pensando
bem, você matou o Killian... Vou pegar a cinta, fivela de aço com tachinhas
pontudas!
Resta a Emma
fazer valer o sacrifício de seu amado, e sair do alcance das bolas de fogo de Dark
Snow com seu filho.
Enquanto isso,
Rumple anuncia a Belle que precisa tomar uma importante decisão, para garantir
a permanência de sua felicidade. Ele acabou de saber de uma ameaça que chegou
ao Reino, e se não for controlada, destruirá tudo o que construíram.
Senhor da Luz...
Vejam até que ponto o Autor inverteu as bolas nesse episódio.
Mas eu tenho que
reconhecer que os roteiristas fizeram o correto aqui. Se tivessem dado finais
felizes aos vilões, mantendo-os em seu posto de vilões, estariam contradizendo
toda a filosofia que a série pregou desde o começo, de que o bem sempre vence o
mal, e que finais felizes estão reservados àqueles que fazem boas escolhas. Transformar
os vilões em heróis foi a forma mais coerente de contar essa versão da
história, depois de já ter mostrado que mesmo os heróis já andaram cometendo
erros, e que alguns vilões se regeneraram.
Todavia, como na
história do romance de Emma com Killian Jones, certas coisas não mudam. Belle
serve uma xícara de chá ao marido, para ajudá-lo a clarear as ideias, e ao
deixá-la cair, percebem que ela ficou lascada.
E é por isso que
todos têm que se apressar, que nem o Coelho da Alice, porque o tempo para essa
história deixar de ser a fantasia de um escritor biruta e se tornar definitiva
está acabando.
E Regina não está
nem pensando em fazer qualquer coisa para evitar que isso aconteça. Ela está
mais preocupada em salvar seu pescoço de ser separado de sua cabeça pela Dark
Snow.
Henry e Emma
chegam ao esconderijo da bandida no exato momento em que ela está terminando de
fazer as malas para partir.
Mas Emma confirma
todas as histórias que Henry contou para Regina, e aconselha a bandida a correr
atrás de seu amor, dizer ao Robin como se sente, invadir o casamento dele e
roubá-lo da bruxa verde.
Então Emma conta
que acabou de ver o homem que ama morrer, sem que ela jamais tivesse dito que o
amava, por medo. Sua única chance de tê-lo de volta é convencer Regina a não
cometer o mesmo erro que ela.
Eis que chega o
momento tão esperado: Zelena entra na Igreja vestida de noiva. A boa notícia é
que os sinos ainda não tocaram, então ainda dá tempo de Regina impedir o
casamento. Mas bem nessa hora, aparece o Rumplestiltskin para atrapalhar.
Mas em vez de
entrar gritando “Pare, agora!”,
correr até o altar e beijar o noivo, nossa Rainha fica parada na porta, apenas
sorrindo para Robin, e na última hora, em vez de reivindicar seu final feliz,
ela decide se sacrificar para salvar a vida de Henry – porque Emma foi à
nocaute ainda no primeiro assalto, e o garoto estava prestes a ser esquartejado
por Rumplestiltskin, quando Regina se atirou na frente de seu filho ainda não reconhecido,
e levou o golpe mortal em seu lugar.
E nesse momento
os sinos tocam, anunciando o fim da cerimônia de casamento, do livro, e da
esperança dos mocinhos de poderem alterar alguma coisa naquela história.
Os noivos saem da
Igreja, e Robin corre imediatamente em socorro de Regina, enquanto Zelena
começa a espernear e reclamar que a bandida estragou seu dia.
Vendo a amiga às
portas da morte, Emma desce o sarrafo em Isaac para tentar obrigá-lo a desfazer
essa versão, mas ele já não é mais o Autor; não tem mais nenhum poder: nem
naquele Reino, nem em qualquer outro.
Atraído por um
bom pressentimento, Henry apanha a pena e o bloco de anotações que caíram da
bolsa de Isaac, e, para sua surpresa, a pena começa a brilhar em sua mão.
Emma se apressa a
oferecer seu sangue para que Henry possa carregar a tinta e escrever tudo como
era antes, mas naquela versão ela não é a Salvadora, então, seu sangue não
serve. Além do mais, a história ali está invertida. Se antes precisavam das
trevas de um salvador, ali precisam da luz.
Então Henry molha
a pena no sangue de Regina, e reescreve o final do livro:
Ele pinga o ponto
final; a magia envolve a escrita e os transporta de volta à Storybrooke, onde
tudo está exatamente como antes.
E o Capitão
Me-EnGancho está vivo!!!
E como a
Salvadora reage ao vê-lo vivo?
Melhor mesmo,
Emma!
Agora você vê,
né... A fulana passa duas temporadas cozinhando o gato, precisa ver o cara morrer numa realidade alternativa, pra
finalmente parar de fazer doce! E o engraçado é que ela jogou o bonitão na cama
dos pais! Isso é que é uma série de família...
#Desapontado
|
Francamente, Dona
Emma! Você está merecendo dividir a surra de chinelo e cinta com o seu pai. Não
aprendeu nada nesse episódio, não? A vida é curta, minha filha, aproveita! Se
mexe!
Agora, um que tem
noção do perigo é o Isaac. Depois de tomar uma rasteira do filho palerma da
Salvadora – bem, não tão palerma nesse episódio –, o ex-Autor foge da loja do
Sr. Gold antes que as trevas explodam o corpo do velho, e acabe respingando
nele, ou que a ex Sra. Stiltskin apareça para expulsá-lo a vassouradas. Mas ela
está mais furiosa com o ex-marido do que com o ex Autor por causa de toda
aquela confusão. Mas o velho está morrendo, então, vão ter que deixar essa DR
para mais tarde.
Pelo menos, o ex
Autor safado não vai muito longe: acaba parado numa blitz pelo casal Charming,
que confisca seu material até ele quitar suas dívidas municipais.
Pois é, Zé Ruela:
não tem mais best-seller, não tem mais fãs, não tem mais autógrafos, NÃO TEM
MAIS BISCOITO!
E Branca de Neve
aproveita para tirar satisfações por ele tê-los influenciado a fazer mal à
Malévola e à filha dela, e Isaac diz que eles o fazem lembrar de todos os
chefes ruins que ele teve na vida. Mas eu não sei, não... Imaginem a Branca de
Neve como chefe de alguém. A primeira cagada que o funcionário fizer, vai ouvir
meia hora de discurso sobre como as coisas darão certo se ele passar a ter um
bom coração. Na segunda cagada, ela chama os passarinhos da floresta pra
ajudar. Na terceira, ela dá o dia de folga pro funcionário e faz ela mesma o
serviço. Que chefe horrível ela seria, hein?! Estou até com pena dos lúdicos
funcionários dela... E o Charming não seria muito diferente. Como ajudante de
xerife, ele deixa o neto de quatorze anos sair dirigindo pela cidade como se
fosse a coisa mais natural do mundo; está mais preocupado em papear e passear
com a família do que com a Hora do Brasil; imaginem esse cara como chefe de
alguém... Tá arriscado o funcionário mandar nele.
Enfim, a explicação
do sujeito não convenceu ninguém, mas pelo menos ele vai poder alegar
insanidade.
AI! O cara tomou
um esporro da Branca de Neve... Amigo, o fundo do poço tem porão! Só pra te
avisar...
Quanto ao novo
Autor, Henry é aconselhado pelo Aprendiz sobre a tentação de usar aquela pena.
Bem que o garoto gostaria de poder usá-la para trazer o pai de volta, mas sabe
que a morte de Gancho foi revertida porque estavam num mundo de ficção. Bae
morreu no mundo real, e isso nunca poderá ser desfeito por magia alguma, nem
mesmo a pena do Autor.
E como viu de
perto as consequências de tentar mudar as histórias, Henry decide que ninguém
deveria ter tanto poder assim. E decide quebrar a pena, para que ninguém mais
possa cometer o mesmo erro que Isaac cometeu.
Ótimo... E agora,
quem vai escrever as histórias? Pensei que o Autor fosse uma função mais
importante nessa novela, não alguém que poderia simplesmente deixar de existir,
sem consequências. Senão, por que o Aprendiz perdeu tanto tempo selecionando
um?
Como em toda Season
Finale, não pode faltar um momento de alegria na lanchonete da Vovó. Regina já
conferiu Zelena depois que retornaram da dimensão de Heróis & Vilões. A
bruxa verde continua presa e grávida, exatamente como a deixaram. Mas ela e
Robin podem lidar com isso, agora que sabem que seu amor é mais poderoso que a
pena mal usada de um Autor sequelado. E como tudo está de volta aos seus
lugares, Robin decide levar nossa Rainha para um passeio ao luar.
Já o casal
Charming, depois de trancafiar o Zé Ruela, correm para se desculpar com Killian
por terem lhe dado o teco lá no outro Reino.
Esse aí tem
motivo para detestar os sogros, mesmo! Ainda que tudo tenha sido sem querer querendo...
E Lilly conta
para Emma que finalmente fez as pazes com a mãe – que não foi convidada para
participar da Season Finale. Porque, como sempre, faz todo o sentido a vilã da mid-season não estar presente no
episódio final. Porque isso é Once Upon a Time, onde os roteiristas bebem
metade do orçamento, o guarda-roupa da Regina consome a outra metade, e o povo
fica catando moeda na porta da Igreja para poder escalar os atores para participações
especiais.
Como ia dizendo,
Lilly decidiu ficar na cidade e tentar descobrir quem é o seu pai. Malévola não
soube dizer, porque ela foi fabricada quando a bruxa estava na forma de dragão,
então, seu pai pode ser literalmente qualquer dragão que a bruxa da Bela
Adormecida tenha pegado. Não descartem Mushu, Smaug, ou um Rabocórnio Húngaro
qualquer. O pedaço do ovo do qual nasceu, que Lilly transformou em colar, é sua
única pista para encontrá-lo.
Bem, mas nem tudo
são flores nessa reta final da Season Finale. Rumplestiltskin está nas últimas.
O último pontinho vermelho de seu coração está prestes a desaparecer, e
destruir sua capacidade de amar. Ele se consola com o fato de que teve uma
última oportunidade de experimentar a felicidade ao lado de Belle, naquele
mundo de faz de conta, onde levavam a vida que ele sempre desejou ao lado dela.
Mas Rumple sabe
que quando sua humanidade desaparecer, só restará o Senhor das Trevas. Então,
para proteger as pessoas queridas de seu lado obscuro, Rumple devolve a Adaga
verdadeira à Belle, e pede que ela vá para o mais longe possível dele, para que
fique segura. E perde os sentidos.
Belle corre para
avisar aos heróis que o vilão está quase morrendo, e o Aprendiz propõe usar o
chapéu para remover as Trevas do corpo dele. Se ainda houver energia no coração
de Rumple, pode ser que ele se cure. Ele tira o coração do moribundo, recita um
feitiço maluco, e manda as Trevas literalmente para a casa do chapéu; em
seguida devolve o coração limpo do ex Senhor das Trevas ao corpo dele. O nome dele
foi apagado da Adaga, agora que não é mais o Senhor das Trevas. O problema é
que Rumple foi das Trevas por séculos, e o retorno ao homem que costumava ser
não será fácil. Pelo menos, com o feitiço do Aprendiz, o corpo dele será
preservado até que descubram se existe um meio de ajudá-lo.
No momento terão
um problema maior para resolver, porque as Trevas eram demais para o Chapéu
conter. Elas conseguiram se libertar, atacaram o Aprendiz, e tentaram torná-lo
seu novo receptáculo. Emma consegue expulsá-las, e mandá-las para fora da loja,
soltando-as pela cidade, e manda os Charmings atrás da coisa, enquanto socorre
o Aprendiz e tenta descobrir como conter aquilo.
Mas a nova missão
promete ser complicada.
Muito antes de
suas histórias acontecerem, o Feiticeiro lutou contra as Trevas e conseguiu
impedi-las de destruir reinos inteiros, conectando-as a uma alma humana que
pudesse ser controlada pela Adaga. O Senhor das Trevas. Somente o Feiticeiro é
poderoso o suficiente para extingui-las. Precisam encontrá-lo.
Transmitido o
enredo e a missão da próxima temporada, o Aprendiz tira uma soneca até a Season
5.
Emma corre para a
rua, e descobre que os Charmings perderam as Trevas de vista, mas logo percebe
que a coisa não foi a lugar nenhum, está pairando à sua volta, sobre a cidade.
Ao identificar um receptáculo em potencial, as Trevas tentam envolver Regina,
mas Emma está determinada a não permitir que a amiga sacrifique mais uma vez o
final feliz pelo qual tanto lutou.
Então Emma
finalmente diz a Killian que o ama, ergue a Adaga, e permite que as Trevas a
envolvam, transformando-a na nova Senhora das Trevas.
Vai ver era disso
que o chifre do unicórnio estava falando. Viu, Branca de Neve?! Não precisava ter tirado o ovo da coitada da
Malévola...
Bem, esta foi a
quarta temporada de Once Upon A Time. Foi uma grande temporada? NÃO! Mas teve
seus momentos. A etapa Frozen, a mais bonitinha, pegou carona no então hype da Disney; as Rainhas da Escuridão
foi um oferecimento Maionese Air Lines,
“a forma mais maluca de viajar sem largar o copo de uísque”; e a Season Finale,
a grande cereja do bolo, que, como de costume abrilhantou uma temporada repleta
de altos e baixos.
Nossa próxima
aventura será na Inglaterra Medieval, onde conheceremos personagens clássicos
do folclore britânico; novos e incríveis desafios naquela que foi,
provavelmente, a última temporada boa de OUAT.
Nos vemos lá! *-*
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