Quarentena, Dia 92
Corrigindo: a
taxa de separações por corneamento no
condomínio acaba de cair para três. O corno do apartamento 36 voltou com a
mulher.
Quarentena, Dia 93
Tô com medo de
outubro chegar ainda na pandemia, e eu não ter grana para me dar aquela meia
dúzia de livros novos de presente que são minha tradição particular (fica a
dica para quem quiser me presentear 😉)
Quarentena, Dia 94
Acabo de notar
que talvez seja uma boa ideia dizer para o porteiro dar uma olhada se o vizinho
de cima está vivo. Já faz uma semana que ele desligou o rádio. Estou começando
a ficar preocupada.
Quarentena, Dia 95
O vizinho está
bem! O rádio é que enguiçou. Milagres acontecem.
Quarentena, Dia 96
De repente eu
comecei a reparar em quanta maquiagem eu estou economizando desde que o uso da
máscara se tornou obrigatório. Estou até pensando em manter o hábito depois que
a pandemia acabar.
Quarentena, Dia 97
O problema de não
ter mais dia certo para lavar roupa, é chegar àquela situação em que a única
calça limpa no armário é aquele jeans manchado de cândida – 90% mancha de
cândida, 10% jeans –, que não estaria mais no meu armário se eu praticasse o
desapego com mais regularidade. Daí eu me lembro que preciso comprar um novo
par de chinelos, pois o que eu tinha arrebentou anteontem, e eu já fui ao
mercado duas vezes depois disso e esqueci de comprar um novo; então eu apelo
para a estratégia de ir ao mercado usando o pé inteiro que restou do meu
chinelo, e um pé do chinelo da Cristiana – que por sinal é dois números maior –
para servir como lembrete para comprar um novo. E como se da cintura para baixo
o carro alegórico já não estivesse bem encaminhado, eu paro e penso que a única
forma de evitar que alguém preste atenção na mancha de cândida quilométrica no
meu jeans, é tentar desviar com uma peça ainda mais esdrúxula na parte de cima
– no caso, uma camiseta do Pikachu, que, por sinal, é do meu irmão, esquecida
em casa muito antes de o termo coronavírus
surgir no nosso vocabulário. A única peça não ridícula no meu vestuário era a máscara – obviamente, eu não
podia passar a pandemia toda usando uma ecobag na cabeça; depois de duas
saídas, eu criei vergonha na cara e comprei algumas máscaras bem charmosinhas;
a de hoje exibe uma coleção de beijos bem vermelhinhos na estampa, uma graça.
Mas aí, como a
Lei de Murphy não respeita quarentena, justamente no dia de hoje, que eu
gostaria – rezava e fazia promessa – de não encontrar ninguém conhecido na rua,
eu ponho o pé na portaria, dou de cara com quem? Com o vizinho que é a cara do
Podolski!
Por favor, não me reconheça! Por favor...
– E aí, Manu? –
cumprimentou ele, meio segundo depois de dar uma bela filmada no meu figurino
exótico.
– Não pergunte –
avisei, erguendo uma mão na defensiva.
– Não pretendia.
Mas, taí um pijama interessante...
Eu gostaria de
esclarecer que nenhuma peça do meu vestuário de hoje fazia parte de um pijama –
nem mesmo a camiseta do Pikachu –, mas lembrei-me a tempo de que já estava
pagando mico – ou King Kong – suficiente.
E quer saber o
que foi o pior em tudo isso? Acredita que ainda assim eu esqueci de comprar a
porcaria do chinelo?
Quarentena, Dia 98
725C1
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