Publicado por
Verônica Lira
em
sábado, 31 de dezembro de 2016
Todos
os anos, desde que comecei a escrever esse blog, eu faço uma listinha (não tão inha assim, na verdade) dos assuntos que
eu gostaria de postar naquele ano que se inicia. Frequentemente, porém, eu não
consigo postar um terço do que eu gostaria. Os motivos são muitos: correria do
dia a dia, contratempos que vão aparecendo ao longo do ano, e minhas postagens
de filmes e séries principalmente despendem muito tempo para serem preparadas,
e há uma lei de Murphy que tem a horrível mania de me perseguir, que diz que
tudo sempre leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível. O
resultado é que boa parte da minha lista de planos para um ano do blog acaba
sobrando para o ano seguinte, e às vezes para o posterior também.
Por
exemplo, esse ano, eu tinha planos de postar reviews de mais seis filmes, dos
quais quatro já estão com as postagens escritas, mas ainda não consegui montar
todas as fotos. Ficam para o ano que vem. Também tinha planejado quatro
episódios natalinos de séries e desenhos animados, que também vão ficar para o
próximo ano. Sem falar nas sequências de Once Upon a Time, nas reviews de The
Vampire Diaries e The Originals que eu venho procrastinando há dois anos, sem
terminar de montar as fotos, e outras séries que continuam nos planos; nas
listas estilo TOP 10 de diversos assuntos; e várias outras coisinhas que não
tive oportunidade de postar esse ano. Ou melhor, não tive tempo de postar esse
ano.
Então,
ao invés de preparar uma nova lista com tudo o que quero postar em 2017 – que
herdará diversas sobras da lista de 2016 –, vou fazer uma retrospectiva de tudo
o que rolou esse ano no Admirável Mundo Inventado. Porque, apesar de todos os
contratempos, 2016 acabou sendo o ano mais movimentado desde que eu comecei a
escrever o blog: teve o maior número de postagens, e também a maior interação
com os leitores.
Preparados
para relembrar o que rolou esse ano no blog? Então, vamos lá:
Saí
do quarto assim que senti que estava pronta, e coloquei o presente do meu amigo
secreto embaixo da árvore de natal, num canto da sala, ao lado dos presentes
comprados pela Cristiana, pela Valentina, pelo Pedrão e pelo Ivan. Notei que
tinha um presente a mais embaixo da árvore. Deduzi que mais alguém havia
chegado enquanto eu me maquiava. Talvez estivesse no banheiro.
Valentina
estava desenformando a rosca de nozes quando me voltei para a cozinha.
–
Essa ficou perfeita – anunciou ela, tirando as luvas térmicas. Regou a
guloseima com uma calda de coco que tinha preparado enquanto a primeira rosca
estava assando, e que ficou o dia inteiro esfriando sobre a mesa, terminou de
decorar com pedacinhos de morangos frescos, e colocou-a com todo cuidado na
bancada, ao lado da sobremesa do Ivan, que agora eu percebia que era uma
espécie de bolo ou pavê, provavelmente de chocolate, com glacê escuro e frutas
vermelhas.
Enfim,
não entendi bem o que era, mas aquilo animou meu estômago. Gosto de falar da
draga da Cristiana, mas de vez em quando preciso policiar a minha.
Falando
nela, também escolheu esse momento para surgir na sala, e também teve a atenção
imediatamente furtada para a nossa bancada de sobremesas. A Cristiana, quero
dizer, não a draga. Ou talvez, as duas.
–
Hum... Ivan, essa coisa dá água na boca só de olhar – disse Cristiana,
hesitando em chegar perto. O dia certamente não precisava de mais desastres. –
Garoto, peça-me quantas xícaras de açúcar quiser, que um dia vou te pedir em
casamento.
–
Deixa o Pedrão ouvir isso! – comentei, dando uma risadinha.
–
Tenho certeza de que ele nunca vai ter ciúme dessas sobremesas – disse Cristiana,
ainda concentrada nas delícias sobre a bancada.
–
Tem mais alguém aqui? – perguntei, ainda pensando no presente a mais que vira
ao pé da árvore de natal, muito mais modesta que a do Seu Nosferatu.
Ouvimos
a campainha.
–
Agora tem – disse Ivan, enquanto Valentina abria a porta.
–
Oi, linda! – disse Leandro, parado na porta, com o presente do amigo secreto
escondido atrás do batente. – Você me quer embrulhado ou eu posso começar a me
livrar de toda essa produção?
A
partir daí, nosso dia passou a ser governado pela lei de Murphy que diz que se
alguma coisa puder dar errado, dará; e dará na pior hora, e da forma que cause
o maior dano possível. A decoração do apartamento estava ok – aliás, estava
pronta desde o início de dezembro. Todo o resto, no entanto...
Ficou
combinado que cada um dos convidados traria um prato para a ceia, então,
basicamente, só tínhamos que nos preocupar com a nossa parte, que consistia do
purê de batatas e das batatas que eu pretendia assar para acompanhar o peru –
este, comprado pelo Casanova; mas como ele não fazia ideia do que fazer para
deixá-lo dourado e suculento, acabamos nos oferecendo para assá-lo, assim, pelo
menos, era certeza de que não comeríamos o bicho cru. E também resolvia o
problema de ter que atravessar um pedaço de São Paulo com um peru assado no
banco de trás do carro em plena véspera de natal. Assim não se corre o risco de
ter o carro depredado no sinal e acabar chegando aqui só com o rabicó do bicho.
Não que isso já tenha acontecido com alguém que eu conheça, mas nunca se
sabe...
E
Cristiana ainda iria fazer a sopa especial de vegetais, receita da avó dela,
que, por tradição de família, garantia a quem comesse um feliz natal. Diz a
lenda que havia um ingrediente secreto na sopa que garantia essa tal felicidade, mas, seja lá o que for,
não parece ter tido qualquer efeito em mim nos anos anteriores. A menos que
tenha sido camuflado pelo vinho tinto, né... Vai saber.
Nós
já tínhamos temperado o peru na noite anterior, e eu usara o mesmo tempero nas
batatas, que teria que assar separado, porque não caberia tudo de uma vez no
nosso forno. Mas antes que pudéssemos ter a chance de colocar qualquer coisa
para assar, Valentina, uma das convidadas da noite, que mora no andar de cima,
apareceu com o primeiro contratempo: ela tinha prometido trazer uma rosca de
nozes – que deixou todo mundo com água na boca no natal do ano passado,
salivando por mais um pedaço –, porém o forno dela escolheu justamente a
véspera de natal para dar o último suspiro. Então ela trouxe os ingredientes, e
pediu para assar a rosca no nosso apartamento.
Até
aí, tudo bem; era só uma questão de organizarmos os horários, e tínhamos tempo
de sobra para preparar tudo. Mas aí, enquanto eu colocava as batatas para assar
– decidi assar primeiro as batatas, pois a forma era menor, e caberia a
assadeira da Valentina ao mesmo tempo, o que nos deixaria com tempo de sobra
para dar um bronze no peru até às oito da noite – o segundo infortúnio
apareceu.
Publicado por
Verônica Lira
em
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Por Talita
Vasconcelos
Natal
é uma das minhas datas favoritas no ano, porque é sempre aquela época em que
você deixa tudo de lado e se permite aproveitar a vida, e cometer todos os
excessos que não cometeria normalmente, ao seu bel prazer: tira folga do
trabalho, ou férias coletivas – a menos que trabalhe no comércio –, dá uma
trégua na dieta, tira o escorpião da carteira e finalmente cria coragem para
comprar aquele sapato que você está namorando há meses, mas sabe que é caro
demais para o seu orçamento... E se pá,
ainda rola aquela viagenzinha com os amigos ou com a família para algum lugar
bem bacana. Sem falar no panetone, no peru, na rabanada, e nas toneladas de
chocolate sem culpa que você se permite comer, para só se arrepender lá pelo
dia três de janeiro... Enfim, Natal é uma data em que quase tudo é permitido. E
em que as melhores histórias acontecem. Inclusive as mais inacreditáveis...
–
Pinheirinho que alegria! Trá lá lá lá lá,
lá lá lá lá... Sinos tocam noite e dia... ♪
–
Nossa, quanta animação logo cedo! – comentou Cristiana, entrando na sala do
apartamento, ao me ouvir cantando na cozinha enquanto virava as panquecas para
o café-da-manhã de Natal. – Tem mais alguém aqui?
–
Comigo, não. Com você...?
–
O Pedrão só vem mais tarde. Mas, e aí? Qual é o motivo de tanta animação?
–
Como assim? É Natal!
–
É, mas para você amanhecer assim, cantando... A que horas o seu bofe vai
chegar?
–
Já te falei que não tem bofe nenhum!
Nesse
momento, enquanto eu tirava as panquecas da frigideira, a campainha tocou.
Cristiana foi atender, e depois de falar durante aproximadamente um minuto com
alguém que começou perguntando por mim, ela fechou a porta, e trouxe uma cesta
enrolada em celofane transparente, com um laço vermelho, até a bancada da
cozinha. Dentro dele havia um ursinho de pelúcia branco.
–
O Ninguém te mandou isso aqui – disse
ela, com aquele sorriso “te peguei” no rosto.
Coloquei
o prato de panquecas na mesa, e fui abrir meu presente, um tantinho constrangida. O ursinho tinha um cachecol vermelho e
dourado no pescoço, com um pequeno enfeite natalino no centro, e um gorrinho
vermelho. Ao redor dele, preenchendo o conteúdo da cesta, dezenas dos meus
bombons favoritos.
–
E aí? – insistiu Cristiana. – Ninguém
tem nome?
–
Amor, a fantasia é sua! – Eu não iria dar o braço a torcer. – Escolhe qualquer
nome: Fulano de Tal, Sicrano de Etecetera, Beltrano de Assim Por Diante...
–
Ahã! – Ela ergueu meu ursinho da cesta e começou a movê-lo diante do meu rosto,
fazendo uma vozinha tola, como se ele estivesse falando: – E quem me mandou para
você foi o Fulano de Tal, o Sicrano de Etecetera, ou o Beltrano de Assim Por
Diante?
–
Os três!
–
Ok! Fica aí escondendo o jogo! Mas eu aposto que até o fim da noite eu consigo
descobrir quem é esse teu bofe.
Publicado por
Verônica Lira
em
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Dezembro é um mês de retrospectivas, e esse
retrospecto me fez lembrar uma lista que eu tinha preparado de
possíveis assuntos para o blog, que, por alguma razão, continuam somente no
projeto. Daí, verificando a lista, eu encontrei esse assunto que nos leva a
mais uma retrospectiva interessante: a das canções que grudaram em nossas
cabeças, e acabaram fazendo mais sucesso que seus intérpretes.
Sabe aquelas canções que a gente canta
sempre que ouve, ou lembra por qualquer ou nenhum motivo, mas, não raramente,
não sabemos ou não lembramos de quem é, ou, no mínimo, não fazemos ideia de que
fim levou o artista? Então... É disso que vamos falar, dos famosos "one-hit wonders": os artistas
de um único sucesso.
Dava para fazer uma lista bem longa, mas
aqui relacionei apenas onze (que, na verdade são quatorze, como perceberão),
que, na minha opinião, são os One-hit
Wonders brasileiros mais marcantes, ou que têm uma história mais legal – ou
que me remetem a uma história mais legal.
Publicado por
Verônica Lira
em
sábado, 5 de novembro de 2016
Esse
livro estava na minha lista de leitura desde 2013, e, acreditem se quiser quem
me apresentou essa obra foi a Sophia Abrahão. Sim, a atriz. E não, não nos
conhecemos. Vou explicar: estava eu, um belo dia assistindo Amor à Vida (a
propósito, saudade do Félix), onde volta e meia o autor Walcyr Carrasco incluía
uma boa dica de livro entre as cenas. Fazia pouco tempo que Sophia havia sido
integrada ao elenco, no papel de Natasha, a irmã desconhecida de Nicole (Marina
Ruy Barbosa), que havia acabado de morrer. Eis que numa cena, apareceu a Sophia
Abrahão lendo Os Sete, de André Vianco. E não foi exatamente a capa que me chamou
atenção para esse livro, mas o minúsculo resumo feito por ela: “Estou lendo Os Sete, do André Vianco. É
sobre uma caravela portuguesa naufragada...”, e nesse momento ela foi
interrompida pela Leila (personagem de Fernanda Machado), estraga prazeres, me
deixando curiosa para saber o resto do enredo. Juro! Foi só isso que ela disse.
Seis palavrinhas a respeito do enredo. Seis palavras mágicas que aguçaram minha
curiosidade, e me incentivaram a pesquisar que livro era esse.
Publicado por
Verônica Lira
em
domingo, 30 de outubro de 2016
E
chegamos ao último episódio do nosso Halloween Animado. Esse mês foi uma
deliciosa loucura! Produzir postagens com episódios na íntegra e fotos
legendadas é uma verdadeira maratona, mas eu não vejo a hora de repetir a
experiência no ano que vem.
Por
hora, para encerrar esse ciclo maravilhoso que começou com desenhos animados –
alguns retirados do fundo do baú –, e passou para os inesquecíveis e
inigualáveis personagens de Chespirito, vamos nos divertir com uma aventura de
Pancada Bonaparte, o protagonista do esquete Los Chifladitos: os dois malucos que enlouquecem toda a vizinhança
com suas manias. No episódio de hoje eles vão descobrir que Toda Bela Tem Um Tio Que é Uma Fera!
Publicado por
Verônica Lira
em
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Para
a penúltima postagem do Halloween Animado, escolhi um episódio cujo vídeo já
incorporei numa postagem aqui tempos atrás. É o meu episódio favorito do
Chômpiras, protagonista do esquete Los
Caquitos, que acabou se tornando a vedete do Programa Chespirito nas três
últimas temporadas (1993-1995), quando Chaves e Chapolin deixaram de ser
produzidos.
Talvez
essa série não seja tão especial para vocês quanto é para mim – pois, assim
como Chapolin e Chaves, os personagens mais famosos do Bolaños, Chômpiras também
marcou a minha infância. Esse episódio, em particular, eu devo ter assistido
algumas milhares de vezes, pois tinha gravado numa fita – sabe? VHS: aquele
dinossauro que antecedeu os atuais DVDs e Blu-rays, e que hoje em dia são quase
impossíveis de reproduzir, devido à extinção dos videocassetes. Uma pena,
realmente.
No
episódio de hoje vamos passar uma noite assustadoramente divertida no Hotel Mal-Assombrado!
Publicado por
Verônica Lira
em
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Falar
do episódio de Chapolin “A Casa Dada Não Se Contam os Fantasmas” me dá saudade
de uma fita antiga que eu tinha em que o episódio do Chaves “Não Creio Em Fantasmas, Mas Que Existem...”
vinha na sequência dele. De modo que é inevitável falar do outro depois de ter
falado do um.
Sim,
eu sei, todo mundo conhece esse episódio de cor e salteado... Mas não cortem
meu barato. Os seguintes, eu prometo, serão desconhecidos do grande público.
Então,
vamos prosseguir com nosso especial de Halloween, revisitando uma noite em
que Chaves estava se borrando de medo de
um Filme de Terror!
Publicado por
Verônica Lira
em
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
O
Halloween continua Animado! Só que hoje não vamos falar de nenhum desenho. Como
prometi lá no início do mês, nesse outubro especial eu contaria episódios de
desenhos animados e também alguns episódios especiais de Chespirito. Então,
chegou a hora de passarmos à segunda parte.
Eu
sei que Chespirito é um tema recorrente aqui no blog, mas não vejo porque não
resenhar um dos meus episódios favoritos de Chapolin Colorado. Sobretudo porque
ele tem tudo a ver com o Halloween.
Publicado por
Verônica Lira
em
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Chegamos
ao sexto (!) episódio do nosso Halloween Animado! E para o especial de hoje,
escolhi um desenho que provavelmente também marcou a infância de muita gente.
Porque eu sinceramente não conheço nenhuma pessoa que não goste ou tenha
gostado do clássico criado por Charles M. Schulz em algum momento da vida.
E,
convenhamos, não existe Halloween Animado, sem mencionar o grande especial de Halloween
do Charlie Brown. (Aposto que, pela dica que deixei na postagem anterior, muita gente pensou que seria O Estranho Mundo de Jack, não é? Foi mal, pessoal! Num futuro não muito distante, quem sabe...?)
Meio
desnecessário apresentar a Turma do Minduim, né? Aquele garoto meio
melancólico, que, apesar de ser retratado só com um cachinho mínimo de
cabelo sobre a
testa, não era careca de acordo com o autor, mas tinha os cabelos tão
claros
que não apareciam em contraste com a pele; dono de um cachorro esperto
viciado
em algum tipo de alucinógeno que o fazia acreditar que era um Ás da
Primeira
Guerra Mundial; e que era constantemente sacaneado por Lucy, irmã de seu
melhor
amigo Linus, principalmente quando ela o convidava para jogar futebol.
Bem,
o restante da turma, conheceremos no decorrer da história. O
episódio que vou contar hoje foi produzido em 1966, e apesar disso continua
super atual.
Publicado por
Verônica Lira
em
sábado, 15 de outubro de 2016
Chegamos
para mais um episódio do nosso Halloween Animado. Porque falar de desenho sempre
é algo que me anima!
Ok,
é muita animação para um parágrafo só. Então, vamos apresentar logo o escolhido da
vez antes que vocês desanimem com a minha enrolação.
Anos
atrás eu comentei alguma coisa sobre esse desenho aqui no blog, mas vamos
relembrar: Beetlejuice
foi criado em 1989, inspirado no filme Os Fantasmas Se
Divertem, de Tim Burton, do ano anterior – mas o desenho acabou sendo
mais
divertido que o filme, convenhamos –, e teve quatro temporadas exibidas
no Brasil pelo Cartoon Network; no SBT, o desenho chegou a "piscar" no
Bom Dia & Cia. Ao contrário do
filme, no desenho Beetlejuice não era malvado, apenas um fantasma muito
atrapalhado e trambiqueiro, e a maior parte dos problemas que arranja
são
resultado de seu temperamento inconsequente. E, para quem se lembra do
fantasma
bizarro tentando se casar com Lydia, a garota gótica deprimente que no
filme
foi interpretada por Wynona Rider, verá que o relacionamento deles
melhorou
bastante no desenho, onde eles são melhores amigos, e ele não tem
intenção
nenhuma de torná-la sua senhora no mundo dos mortos.
O
episódio que vou lhes apresentar hoje não tem como temática o Halloween,
especificamente, mas ele é especial para mim por vários motivos: é o primeiro
episódio da série, e foi o episódio que fez com que eu me apaixonasse por esses
personagens malucos – nos tempos áureos em que o Cartoon Network exibia
desenhos legais. Hoje em dia, tudo é Ben 10 e Steven Universe. Nada contra,
mas, sinto falta dos bons desenhos do passado.
Enfim,
vamos acompanhar esta aventura de Beetlejuice tentando se sair bem em seu
primeiro emprego no mundo dos mortos.
Publicado por
Verônica Lira
em
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Bem-vindos
a mais um episódio do nosso Halloween Animado! Hoje eu tenho o grande prazer de
relembrar uma série que marcou a minha infância, e que, infelizmente, as novas
gerações não fazem a menor ideia do que se trata.
Contos
da Cripta foi produzida em dois formatos: tinha a série live-action (com atores) com histórias de terror bizarras – que,
para falar a verdade, só conheço através da blogosfera e de trechos aleatórios
do Youtube –, e tinha a série em desenho, que eu amava, e da qual vou falar
hoje.
Durante
algum tempo, lá no finalzinho dos anos 1990 e no comecinho dos anos 2000,
Contos da Cripta em desenho animado (Tales
From the Cryptkeeper, no original) foi transmitido pelo canal a cabo Fox
Kids – alguém ainda se lembra da Fox Kids? Para quem não se lembra ou nunca
ouviu falar, permita-me explicar: muitos anos atrás, uma parceria entre a Walt Disney
Company e a 20th Century Fox deu à luz um bloco infantil, que, em 1990 se
tornaria um canal totalmente voltado para o público de 7 a 14 anos: a Fox Kids.
Não sei porque cargas d’água, um belo dia – meados de 2002 – eles decidiram
retirar o canal do ar. No lugar dele, para suprir a baixa de um canal infantil
na grade das operadoras de TV a cabo, a Disney lançou o Jetix – que se tornou o
atual Disney XD, porque a Disney tem essa mania de ficar trocando o nome das
coisas –, que chegou a exibir parte da programação da antiga Fox Kids –
desenhos como Digimon, aquela cópia besta de Pokemon, e Beyblade, por exemplo –,
mas jogou fora a maior parte do que o canal extinto tinha de bom.
O
que é uma pena, porque a Fox Kids tinha muita coisa legal, como: Os Contos da
Cripta; O Fantástico Mundo de Bobby; Carmen Sandiego – sim, a personagem dos
jogos de computador –; uma série chamada Shirley Holmes, sobre uma sobrinha-neta de Sherlock Holmes, que
também soluciona crimes; uma série remake
de A Família Addams, de 1998; Zorro – a série da Disney, de 1957, com Guy Williams
–; e a série Goosebumps, baseada nos livros de R. L. Stine; e, durante um
tempo, o canal chegou, inclusive, a transmitir Os Três Patetas. Ah... Só de
lembrar dá uma saudade...
Pois
bem, depois desta longa explicação a respeito do canal, vamos falar um
pouquinho do desenho.
Contos
da Cripta foi produzido entre 1993 e 1999, e teve três temporadas com treze
episódios cada – houve um hiato entre 1995 e 1998 em que o desenho deixou de
ser produzido. Cada episódio trazia personagens diferentes – embora alguns
tenham aparecido em mais de um episódio –, e uma história de terror diferente
também, todas introduzidas e contadas pelo Guardião da Cripta (Cryptkeeper), um
fantasma magrelo que vivia tentando proteger seu precioso livro de contos de
terror de vilões como o Cavernoso (Vault Keeper) e a Bruxa Velha.
O
episódio que escolhi para resenhar hoje se passa no leste Europeu, numa região
que ficou conhecida como berço dos vampiros. Preparem seus bilhetes, pois vocês
estão prestes a embarcar no Expresso da Transylvania!
Para
o episódio de hoje, escolhi um dos meus desenhos favoritos: Hey Arnold! As
aventuras do nosso querido cabeça de
bigorna.
A
série todo mundo conhece, né? Sobre aquele garoto cuja cabeça parece uma bola
de futebol americano, e o cabelo parece ter tomado um choque de 220 volts, que
mora numa pensão com os avós malucos – um aposentado que gosta de contar lendas
urbanas, e uma senhora fora da caixinha, que parece viver numa realidade
paralela dentro da própria cabeça sem parafusos –, e com outros pensionistas
tão malucos quanto: um sujeito folgado que é sustentado pela mulher, um refugiado
vietnamita, um baixinho que trabalha com demolições, e um possível agente
secreto que vive se escondendo pelos cantos da pensão. E que tem um monte de
amigos muito divertidos lá na sua escola, a P.S. 118.
No
episódio de hoje, nenhuma das meninas aparecerá, pois os meninos decidiram
reunir só o Clube do Bolinha para uma festa do pijama na casa do Arnold. E, a
princípio, estava indo tudo muito bem, até alguém contar uma história de terror
apavorante demais, pouco antes de decidirem sair para dar uma voltinha no
parque à noite...
E
foi quando tiveram um horrível encontro com O Cocheiro Sem Cabeça!
Publicado por
Verônica Lira
em
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Estamos
de volta com mais um episódio especial do Halloween Animado no meu, no seu e no
nosso Admirável Mundo Inventado. E é difícil imaginar uma sequência de
postagens com desenhos animados para o Halloween sem incluir um bom episódio
daquela turma de crianças enxeridas que ganham a vida – bem, para dizer a
verdade, não sei se eles ganham alguma coisa com isso, mas sem dúvida se
divertem pra caramba, e nos divertem também – caçando monstros por aí. Sim, eu
estou falando deles; daquele quinteto sensacional, criado em 1969 por Iwao Takamoto,Joe
Ruby e Ken Spears, e produzido por William Hanna e Joseph Barbera; e que mesmo
usando sempre o mesmo visual dos anos 1960, nunca ficam fora de moda; aquele
pessoal engraçado, liderado por um rapaz simpático que custa a se entender com
a ruiva que gosta de bancar a donzela em perigo, que dirige um furgão pelo país
inteiro, na companhia de um cachorro covarde e esfomeado, de um amigo
atrapalhado e de uma garota esperta que sempre resolve todos os mistérios no
final.
Com
inúmeras temporadas com títulos diferentes, o desenho já mudou de formato, de
resolução, e, nos últimos tempos, mudaram até a cara dos personagens – e, não
sei quanto a vocês, mas desenho animado pra mim é que nem Havaianas: prefiro as
legítimas, recuso imitações.
O
episódio de que vou falar foi produzido em 1978, e exibido na terceira
temporada de O Show do Scooby-Doo,
e, como anunciei na postagem anterior, nossa aventura se passa em Salem, a
cidade das bruxas, na noite de Halloween.
Vamos
junto com os nossos amigos na Máquina de Mistérios visitar uma das cidades mais
assombradas do mundo, e aprender Como Expulsar Uma Bruxa!
Desde
o primeiro ano do blog, o mês de outubro sempre foi dedicado a filmes, séries
de TV e contos voltados ao Halloween ou ao universo sobrenatural – com exceção
do ano passado, quando, por questões pessoais, não pude postar aqui no blog.
Mas este ano gostaria de fazer uma espécie de Halloween Animado.
Eu
sou fã indiscutível de desenhos animados – bem, de desenhos anteriores aos anos
2000, porque desde então, tirando talvez Phineas & Ferb, assim como a
música brasileira, os desenhos animados têm decaído vergonhosamente. Conste:
estou falando de desenhos animados em
série, e não de filmes de animação! Hannah-Barbera, Cartoon Network,
Nickelodeon, Disney, Looney Toones, Animaníacs... Ah, só de lembrar dá uma
nostalgia…
Pois
bem, separei alguns episódios de Halloween dos meus desenhos animados favoritos
para compartilhar com vocês ao longo deste mês de outubro, e também alguns
episódios especiais de Chespirito.
E
já vamos começar matando a saudade de um desenho que há muitos anos deixou de
ser exibido no Brasil. No início dos anos 90, fazia parte do Programa TV
Colosso, da Globo.
Produzido
em 1991, e com apenas 13 episódios, Onde
Está Wally? foi inspirado numa série de livros de atividades, criados pelo
britânico Martin Handford, cujo objetivo era encontrar os personagens em cenas
abarrotadas. O pessoal mais novinho provavelmente não conhece esse desenho, mas já
deve ter ouvido alguma vaga referência por aí. Afinal, volta e meia alguém de
brincadeira ainda faz a icônica pergunta “Onde Está Wally?”.
Hoje nós vamos embarcar com ele numa aventura por uma terra assombrada, e descobrir que o que mais dói num vampiro em Minha Presa Esquerda!
Publicado por
Verônica Lira
em
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Ah, nada como uma boa aventura de capa e espada! Aliás, já comentei alguma coisa a respeito desse livro alguns anos atrás quando escrevi um resumo da novela Zorro – A Espada e a Rosa, mas por uma série de razões acabei não postando uma resenha sobre o livro. E como ando meio nostálgica nos últimos tempos, relendo vários dos meus livros favoritos por pura diversão (porque, de fato, não há motivo melhor!), decidi que já estava na hora de falar um pouco sobre este romance – já pegando o gancho no tema “Com mais de 300 páginas” do Desafio Literário.
Publicado por
Verônica Lira
em
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
A chegada da primavera remete tantos sentimentos
bons, tanta beleza, tanta poesia... E em se tratando de poesia, ninguém jamais
retratou a primavera com tanta delicadeza quanto ela: Cecília Meireles.
“Aprendi com a primavera a me deixar cortar e a voltar sempre inteira”.
Uma frase que me encantou ao primeiro contato, e que
traz uma reflexão profunda sobre a maneira como devemos encarar os dissabores
da vida.
Bem, o poema que trago a vocês hoje não é o que
contém esta frase; mas é uma ode à primavera, que sempre me encanta.
Publicado por
Verônica Lira
em
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
E
finalmente chegamos ao último episódio prometido da série alemã Sechs auf einen Streich (Os Melhores
Contos de Grimm). Para encerrar com chave de ouro, eu reservei um conto bem
conhecido de todos, mas aposto que muitos de vocês ficarão surpresos ao
conhecer a versão original, contada diretamente pelo povo alemão.
A Gata Borralheira
Sim,
é a história da Cinderela; mas sem Bibit Bobit Bum.
Publicado por
Verônica Lira
em
sábado, 10 de setembro de 2016
Aqui
estamos para mais um episódio da série alemã Sechs auf einen Streich (Os Melhores Contos de Grimm). Como
prometi, apresentarei meus quatro episódios favoritos da série, e para esta terceira
postagem, escolhi um conto que também não é muito conhecido no Brasil, cuja
história vale muito a pena conhecer.
Publicado por
Verônica Lira
em
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Estamos
de volta com mais um episódio da série alemã Sechs auf einen Streich (Os Melhores Contos de Grimm). Como prometi,
apresentarei meus quatro episódios favoritos da série, e para esta segunda
postagem, escolhi um conto que não é muito conhecido no Brasil, mas que é
realmente encantador.
Publicado por
Verônica Lira
em
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Contos
de Fadas são, definitivamente, uma das fontes mais ricas em que os autores
podem beber. E acho que está mais do que comprovado que essas histórias tão
antigas e inocentes agradam tanto crianças quanto adultos. Prova disso é o
sucesso de séries como Once Upon a Time
e Grimm, que não são voltadas
especificamente para o público infantil – a segunda nem um pouquinho.
E
quem melhor para falar de contos de fadas do que os nativos do país de origem
da maior parte dessas histórias?
Já
faz algum tempo que o canal +Globosat está transmitindo a série alemã Sechs auf einen Streich (em tradução
livre Seis de Uma Vez Só, mas recebeu
como título no Brasil Os Melhores Contos
de Grimm – embora houvesse também, entre as histórias adaptadas, contos de
Hans Christian Andersen e Charles Perrault), que traz em cada episódio um conto
diferente, com duração de uma hora. Alguns bem tradicionais e conhecidos – como
Branca de Neve, Cinderela e A Bela Adormecida –, e outros menos conhecidos por
nós ocidentais – como O Ladrão-Mestre, A Luz Azul e As Moedas-Estrelas (nunca
ouviu falar nesses contos? Clique nos títulos para ler). Porém, mesmo as histórias
mais conhecidas, foram recontadas de uma maneira um pouco diferente da que
conhecemos – sobretudo porque a versão que conhecemos de algumas delas é bem diferente do conto original.
Além
do canal +Globosat, onde, eventualmente, a série passa alguns meses fora do ar –
para não ficar exaustivo, já que a emissora tem apenas vinte episódios –, a
série também é transmitida aos sábados na Cultura, embora, neste caso, ela
perca boa parte do encanto, pois, no canal a cabo, a série é exibida legendada,
com o áudio original em alemão. Na versão dublada, as histórias meio que perdem
a magia.
Seja
lá como for, separei quatro contos que gostaria de compartilhar com vocês – os
que, para mim, foram os melhores episódios. Três desses contos não são muito
conhecidos por aqui; já o último é mais tradicional, mas a forma como foi
apresentado na série é bem diferente da versão Disney. Então, vamos ao primeiro
deles:
Publicado por
Verônica Lira
em
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Senhoras e
Senhores! Ladies & Gentlemen! Meus amigos e minhas amigas dessa imensa blogosfera!
É com muito orgulho e grandessíssima honra que venho anunciar que o Admirável
Mundo Inventado foi indicado ao Prêmio Dardo Bloggers pelo Rafael Rodrigues do
blog Na Companhia de Livros.
Publicado por
Verônica Lira
em
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Pegando carona nos
Jogos Olímpicos, que se iniciam esta semana, resolvi criar uma TAG inspirada
nos jogos. Aqui vamos listar filmes, livros, séries, personagens, enfim...
Representantes fictícios que facilmente chegariam ao pódio em dez modalidades
olímpicas adaptadas para o que eu chamei de Olimpíadas da Ficção.
Para participar da
TAG é bem simples:
* Faça uma postagem
no seu Blog, Facebook, Instagram ou Google+, colando as definições de cada
categoria.
* Responda a cada
uma delas com os seus medalhistas de ouro, prata e bronze (se quiser, pode
responder logo abaixo de cada definição).
* Convide seus
amigos para participar.
Simples assim.
* Não se esqueça de
colar o selo da TAG na sua postagem e colocar o link de quem te indicou.
Publicado por
Verônica Lira
em
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
Seguindo em frente com o Desafio Literário, chegou a hora de Um Livro Que Virou Filme. E tal como aconteceu com Orgulho & Preconceito, o escolhido da vez foi um livro que eu já tinha lido outras vezes, e que eu amo de paixão.
Mas aqui sou obrigada a fazer uma confissão: embora eu goste demais do livro, tenho que admitir que algumas coisas me decepcionaram um pouco no final da história. Mais especificamente no que toca o final da bruxa Lilim – que no filme foi vivida por Michelle Pfeiffer. Diversas partes do livro foram alteradas no filme (cuja review já está escrita, e será postada em breve), e isso melhorou muito o andamento da história. O final, particularmente, ficou maravilhoso no filme. No livro... Bem, é um pouco diferente.
Publicado por
Verônica Lira
em
sexta-feira, 29 de julho de 2016
Pegando emprestados os versos
da música Equalize, da Pitty, hoje eu
quero falar de gente que amou e que musicou esse amor.
Não é de hoje que o termo musa inspiradora mexe com o imaginário
popular. As musas eram entidades gregas a quem se atribuía a capacidade de
inspirar a criação artística ou científica. Mas já faz tempo que elas deixaram
de existir apenas na mitologia grega, e passaram a assumir forma humana; e,
dessa forma, inspirar lindas obras.
Não que esse talento – de
inspirar os artistas – seja uma exclusividade feminina, como verão nesta lista.
Aqui eu separei apenas dez
músicas, cujas musas e histórias que as inspiraram valem a pena conhecer.
Garota de
Ipanema
Compositor: Vinícius de
Moraes (letra) e Tom Jobim (música)
Musa: Helô Pinheiro
Em 1962, um poetinha maroto,
compositor de diversos sucessos gravados durante sua parceria com Antônio
Carlos Jobim, encantou-se por uma certa “moça
do corpo dourado” que passeava pela praia sob o “sol de Ipanema”, e “seu
balançado” que era “mais que um
poema, a coisa mais linda que ele já viu passar” tornou-se conhecido no
mundo inteiro.
Provavelmente quando passou
balançando diante desse poeta, a jovem Helô Pinheiro – mãe de Ticiane Pinheiro,
ex-mulher de Roberto Justus – nem desconfiava de que seria musa de uma das
canções brasileiras mais conhecidas e traduzidas no mundo todo, praticamente um
símbolo nacional.
A versão em inglês, The Girl From Ipanema, foi escrita por
Norman Gimbel, em 1963, e já foi gravada por artistas como Frank Sinatra
(inclusive num dueto com o próprio Tom Jobim), Ella Fitzgerald e Amy Winehouse.
Outros artistas, que não chegaram a gravar, mas cantaram a canção em seus shows
foram: Madonna, Sepultura, o ator Rick Moranis (em versão rap), e até o
pugilista Mike Tyson, acompanhado por Daniel Jobim, neto de Tom Jobim, no Caldeirão do Huck.
Hoje em dia é quase
impossível mapear todos os idiomas para os quais a canção já foi traduzida, mas
sabe-se que a Garota de Ipanema já se tornou La Fille d’Ipanema, em francês, versão escrita por Eddy Marnay; La Ragazza di Ipanema, em italiano,
gravada por Mina Mazzini; Ipaneman tyttö,
em finlandês, versão gravada por Laila Kinnunen; e ganhou até uma versão em
esperanto (língua artificial mais falada no mundo), chamada Knabino el Ipanema, gravada por Flavio
Fonseca e Alejandro Cossavella.
Sem falar que a canção já
figurou em diversos filmes e séries internacionais: embalou Brad Pitt e
Angelina Jolie numa cena de rara tranquilidade dentro do elevador de uma loja
de departamentos, enquanto aguardavam para sentar chumbo em geral, em Sr. & Sra. Smith; o icônico rebelde
mascarado cozinhou ao som da nossa musa numa das cenas mais tranquilas de V de Vingança; também é a música
ambiente na sala de espera do consultório do dentista australiano em Procurando Nemo; Amy Farrah Fowler
(Mayim Bialik) tocou a canção em sua harpa no segundo episódio da quinta temporada
de The Big Bang Theory; e até o Homer
Simpson já fez uma dancinha engraçadinha ao som da nossa musa a bordo de um
submarino num episódio da décima temporada de Os Simpsons.
Por aí já dá para se ter uma
ideia da popularidade dessa garota, né? Aliás, reza a lenda, que Garota de Ipanema é a segunda música
mais tocada no mundo, atrás somente de Yesterday,
dos Beatles.
Essa musa não é fraca, não!
Garota
De Ipanema
Olha que coisa mais linda,
Mais cheia de graça.
É ela, menina,
Que vem e que passa,
Num doce balanço,
A caminho do mar.
Moça do corpo dourado,
Do sol de Ipanema,
O seu balançado é mais que um poema,
É a coisa mais linda que eu já vi passar.
Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe...
A beleza que não é só minha,
Que também passa sozinha.
Ah, se ela soubesse,
Que quando ela passa,
O mundo inteirinho se enche de graça,
E fica mais lindo
Por causa do amor.
Luísa
Compositor: Antônio Carlos
Jobim
Musa: Ana Luíza
Já que começamos com uma
música que ficou famosa na voz do mestre Tom Jobim, embora cantando a musa de
outro poeta, nada mais lógico que dar sequência à lista com uma de suas musas.
Tom Jobim compôs para várias
musas (Lygia, Tereza da Praia, Ana Luíza...), mas houve uma em especial que
inspirou uma das – senão a – mais
belas canções brasileiras: Luíza.
Esta música já figurou outra lista aqui no blog, mas música boa sempre cabe em mais uma playlist.
Em um dia chuvoso, uma moça
alta e bonita correu para a varanda de um bar para se proteger. Seu nome era
Ana Luíza, e sua presença não deixou de ser notada por Tom Jobim, que estava no
bar na companhia de Chico Buarque e Carlinhos Oliveira. Desse encontro casual nasceram
duas canções: “Ana Luíza” e “Luísa”, mas a primeira, embora bonita também, não
teve o mesmo encanto da segunda.
Luísa é uma trova linda, com
versos apaixonados, de beleza sem par; uma intensa declaração de amor,
convertida em, me atrevo a afirmar, uma das canções mais bonitas do mundo.
Curiosamente, em 1986, Tom
Jobim se casou com outra Ana [Beatriz Lontra], e um ano mais tarde nasceu outra
Luíza [Maria Luíza, fruto dessa união]. Por isso o músico chegou a declarar que
havia composto uma canção premonitória.
Da Ana Luíza que se abrigou
da chuva no bar, e em quem Tom realmente se inspirou para escrever a canção,
não foi possível encontrar nenhuma foto.
Luísa
Rua,
Espada nua.
Boia no céu imensa e amarela,
Tão redonda a lua,
Como flutua,
Vem navegando o azul do firmamento.
E no silêncio lento,
Um trovador, cheio de estrelas.
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luísa.
Eu sou apenas um pobre amador,
Apaixonado,
Um aprendiz do teu amor.
Acorda amor,
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração.
Vem cá, Luísa,
Me dá tua mão,
O teu desejo é sempre o meu desejo.
Vem, me exorciza,
Dá-me tua boca,
E a rosa louca,
Vem me dar um beijo.
E um raio de sol,
Nos teus cabelos,
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores,
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luíza.
Luísa...
Anna Julia
Compositor: Marcelo Camelo
Musa: Anna Julia Werneck
Bem, vamos agora a 1998,
quando uma música chiclete estourou, e uma garota caiu – literalmente – na boca
do Brasil inteiro.
O nome dela era Anna Julia
Werneck, estudante da PUC-Rio, por quem o então produtor da banda, Alex Werner,
era apaixonado; porém, tímido demais para se declarar à moça, acabou contando
com a ajudinha de uma canção que tornou sua paixão e a banda Los Hermanos – até
então desconhecida – um sucesso nacional.
Anna Julia foi escrita por
Marcelo Camelo, vocalista da banda. Foi a primeira música de trabalho dos Los
Hermanos, e, convenhamos, a primeira – para não dizer única – que nos vem a
cabeça quando a banda é mencionada. O romance do produtor com a musa da banda
acabou sendo curto, mas o sucesso de Anna Julia, perdura.
Uma curiosidade é que essa
musa também ganhou uma versão em inglês, que foi gravada pelo ex-Beatle George
Harrison. Não é fraca, não!
Anna
Julia
Quem te vê passar assim por
mim,
Não sabe o que é sofrer,
Ter que ver você, assim,
Sempre tão linda.
Contemplar o sol do teu olhar,
Perder você no ar.
Na certeza de um amor.
Me achar um nada,
Pois sem ter teu carinho,
Eu me sinto sozinho,
Eu me afogo em solidão.
Oh, Anna Júlia
Oh, Anna Júlia
Nunca acreditei na ilusão de
ter você pra mim,
Me atormenta a previsão do nosso destino:
Eu passando o dia a te esperar,
Você sem me notar.
Quando tudo tiver fim,
Você vai estar com um cara,
Um alguém sem carinho,
Será sempre um espinho,
Dentro do meu coração.
Oh, Anna Júlia
Oh, Anna Júlia
Sei que você já não quer o
meu amor.
Sei que você já não gosta de mim.
Eu sei que eu não sou quem você sempre sonhou,
Mas vou reconquistar o seu amor todo pra mim.
Oh,
Anna Júlia
Oh, Anna Júlia
Oh, Anna Júlia
Oh, Anna Júlia, Júlia, Júlia
Carla
Compositor: Marcus Menna
Musa: Carla Cappelletti
Uma das minhas bandas
favoritas de todos os tempos, e que, infelizmente, não existe mais, é o LS
Jack. Liderada por Marcus Menna, a banda ganhou o coração do Brasil em 2001,
quando o vocalista escreveu uma música para homenagear sua então esposa Carla.
Curiosamente, Marcus Menna não tinha a intenção de colocar o nome de sua amada
na canção, mas o produtor do grupo insistiu e ele acabou cedendo.
O resultado foi que a canção
acabou sendo a sétima música mais tocada no Brasil naquele ano, e a 28° mais
tocada na década de 2000. Chamar de sucesso é pouco.
Para infelicidade dos fãs,
porém, três anos depois, Marcus sofreu uma parada cardiorrespiratória durante
uma lipoaspiração, que o fez permanecer alguns meses em coma induzido, e as
sequelas o afastaram do cenário musical por um longo tempo. A banda não
conseguiu ir em frente sem o seu vocalista – que se recuperou, mas não retomou
a carreira –, mas deixou um bom catálogo de sucessos para a nossa memória
afetiva.
Carla
Eu cheguei a deixar
Vestígios pra você me achar,
Foi assim que entreguei meu
coração, devagar.
Eu tentei te roubar
Aos poucos pra você notar que
fui eu
Te guardei onde ninguém vai
tirar.
No fundo dos meus olhos,
Pra dentro da memória te
levei.
Amor, você me tentou,
Oh, Carla!
Eu
te amei como jamais
Um
outro alguém vai te amar.
Antes
que o sol pudesse acordar,
Eu
te amei, oh, Carla!
Oh,
Carla!
Eu te amei, oh, Carla!
Eu te amei, oh, Carla!
Debaixo dos
Caracóis dos Seus Cabelos
Compositor: Roberto Carlos e
Erasmo Carlos
Musa: Caetano Veloso
Não, gente! Nem o Rei, nem o
Tremendão foram namorados de Caetano Veloso. Esse buraco não é tão mais embaixo
assim.
Era aquele período tenebroso
da História do nosso país, em que o Brasil era regido pela Ditadura Militar.
Várias pessoas – políticos, artistas, pensadores, jornalistas, ativistas,
enfim, diversos profissionais – foram exilados. O filho de Dona Canô foi um
deles, porque suas músicas protestavam abertamente contra o regime. A
comunicação naquele tempo era escassa e rigorosamente controlada pelos militares. Telefonemas eram grampeados,
cartas eram apreendidas no caminho e seu conteúdo minuciosamente examinado –
violação de correspondência, a gente se vê por aqui! Os militares tinham
imunidade diplomática nesse quesito –, de modo que era difícil receber e
transmitir notícias aos companheiros no exílio. Por isso, alguns artistas da época
passaram a “esconder” mensagens em suas canções.
O Rei Roberto Carlos foi um
deles. A chamada censura também
controlava o conteúdo das obras intelectuais que chegavam às mãos e aos ouvidos
dos brasileiros na época – livros, revistas, jornais, canções –, mas a canção
que Roberto gravou em 1971 acabou passando batida, pois ele soube disfarçar a
crítica à situação política do país e a homenagem ao amigo exilado em Londres
em uma poesia singela e linda.
Os “caracóis dos cabelos” a que se referia na música, eram os cachos
que Caetano ostentava naquele tempo, e a “história”
que ele tinha “pra contar” não era
tão bonita quanto a canção fazia parecer. Mas carregava a esperança de voltar,
quando tudo terminasse. Demorou quase uma década, mas Caetano pôde, enfim,
regressar “pisando a areia branca que é
seu paraíso”, quando os militares deixaram o poder.
Debaixo
dos Caracóis dos Seus Cabelos
Um dia a areia branca
Teus pés irão tocar,
E vai molhar seus cabelos
A água azul do mar.
Janelas e portas vão se abrir
Pra ver você chegar.
E ao se sentir em casa,
Sorrindo vai chorar.
Debaixo dos
caracóis dos seus cabelos,
Uma história pra contar,
De um mundo tão distante.
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos,
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante.
As luzes e o colorido
Que você vê agora,
Nas ruas por onde anda,
Na casa onde mora,
Você olha tudo e nada
Lhe faz ficar contente.
Você só deseja agora
Voltar pra sua gente.
Debaixo dos
caracóis dos seus cabelos,
Uma história pra contar,
De um mundo tão distante.
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos,
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante.
Você anda pela tarde,
E o seu olhar tristonho,
Deixa sangrar no peito
Uma saudade, um sonho.
Um dia vou ver você
Chegando num sorriso,
Pisando a areia branca
Que é seu paraíso.
Debaixo dos
caracóis dos seus cabelos,
Uma história pra contar,
De um mundo tão distante.
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos,
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante.
Menino do
Rio
Compositor: Caetano Veloso
Musa: José Artur Machado, o
Petit
Falando em Caetano Veloso,
vamos recordar uma canção que ele compôs em 1979, e que ganhou o Brasil na voz
de Baby do Brasil – na época, ainda chamada de Baby Consuelo. Aliás, uma música
linda, que foi tema de abertura da novela Água
Viva, de 1980 – época em que eu ainda não estava nem nos planos dos meus
pais; nunca estive na realidade; e que eles ainda nem se conheciam, só para
ficar registrado.
O doce Menino do Rio, do “dragão tatuado no braço”, do “calção corpo aberto no espaço e coração de
eterno flerte”, foi um surfista, que pegava ondas na praia de Ipanema nos
anos 1970, e que era amigo de diversos artistas, incluindo Caetano Veloso.
Conhecido como Petit, ele era a síntese de uma geração de jovens bronzeados,
com nenhum outro compromisso com a vida, se não viver.
O desfecho de sua história,
porém, não foi tão belo como a canção. Petit não conseguiu superar as sequelas
de um acidente que sofrera em 1987, nem a dependência química, e, em 1989, aos
32 anos de idade, foi encontrado enforcado em seu apartamento com a faixa do
quimono de jiu-jitsu. Foi encontrado da maneira como fora imortalizado nos
versos de Caetano: calção, corpo aberto
no espaço.
Menino
do Rio
Menino do Rio,
Calor que provoca arrepio,
Dragão tatuado no braço,
Calção corpo aberto no espaço,
Coração, de eterno flerte,
Adoro ver-te...
Menino vadio,
Tensão flutuante do Rio,
Eu canto pra Deus,
Proteger-te...
O Hawaí, seja aqui,
Tudo o que sonhares,
Todos os lugares,
As ondas dos mares.
Pois quando eu te vejo,
Eu desejo o teu desejo...
Menino do Rio,
Calor que provoca arrepio,
Toma esta canção
Como um beijo...
Namoradinha
de Um Amigo Meu
Compositor: Roberto Carlos
Musa: supostamente, Maria
Stella Splendore
O estilista Dener Pamplona de
Abreu, um dos pioneiros da moda no Brasil, casou-se em 1965 com Maria Stella
Splendore, uma de suas manequins – como eram chamadas na época as modelos de
passarela. O casamento durou somente quatro anos, e o casal teve dois filhos:
Frederico Augusto e Maria Leopoldina. Todavia, de acordo com declarações
posteriores de Maria Stella Splendore, o pai de sua filha poderia ser, na
verdade, o cantor Roberto Carlos, com quem ela teve um caso enquanto era casada
com Dener.
Bem, se a filha da modelo –
que ganhou um nome de princesa – é mesmo filha do rei, nunca se pôde comprovar,
mas esta não foi a única polêmica levantada por Maria Stella.
Ela também afirmou para a
imprensa que teria sido a musa inspiradora de A Namoradinha de Um Amigo Meu, composta por Roberto em 1966. O rei
nunca confirmou a história.
Mas a música é daquelas que,
provavelmente, todo mundo – ou quase todo mundo – já se identificou alguma vez
na vida.
Namoradinha
de Um Amigo Meu
Estou amando loucamente
A namoradinha de um amigo meu.
Sei que estou errado,
Mas nem mesmo sei como isso aconteceu.
Um dia sem querer olhei em
seu olhar,
E disfarcei até pra ninguém notar.
Não sei mais o que faço
Pra ninguém saber que estou gamado assim.
Se os dois souberem,
Nem mesmo sei o que eles vão pensar de mim.
Eu sei que vou sofrer, mas tenho que esquecer,
O que é dos outros não se deve ter.
Vou procurar alguém que não
tenha ninguém,
Pois comigo aconteceu
Gostar da namorada de um amigo meu.
Esse Amor
Compositor: Dan Torres
Musa: Cídia Luíze
Essa canção não foi nenhum
sucesso monstruoso, mas a história por trás dela é bem interessante. Cídia
Luíze e Dan Torres se conheceram quando participavam da terceira edição do
reality show musical Fama, na Globo,
em 2004, e o músico quase imediatamente se encantou pela bela cantora. Durante
a competição, nada aconteceu – pelo menos, nada que tenha sido exibido –, a não
ser Esse Amor.
Dan Torres foi eliminado na
semifinal, mas Cídia foi até o fim, ao lado de Tiago Silva – não o jogador do
Paris Saint-Germain; o cantor que formou a dupla com Hugo Alves, outro
participante daquela edição do programa – e João Sabiá – que posteriormente fez
uma ponta, como ator, na novela Paraíso.
E na grande final, Cídia se apresentou ao lado de seu admirador com uma canção
inédita, que ele compôs especialmente para ela – disse, na época, que compôs
para ela cantar, mas a história
mostra que sua intenção ia muito mais além.
A canção foi bem recebida
pelo público, o dueto do casal ficou lindo no palco, Cídia foi vice colocada no
programa – o campeão foi Tiago –, gravou alguns CDs ao lado de Dan Torres, e a
relação que começou como um simples affair
de reality show com direito a canção
romântica especial, durou até 2008, quando a dupla e o casal decidiram se
separar.
Cídia abandonou a carreira
musical e hoje em dia se dedica à vida de empresária; Dan recentemente deu voz
à música de abertura da novela Império,
a regravação de Lucy in the Sky With
Diamonds, dos Beatles; e a canção de sua musa – piegas, porém, bonita – não
é mais tão lembrada hoje em dia – uma década depois de seu lançamento –, mas
vale a pena retirar do baú.
ESSE
AMOR
[Cídia]
Essa noite não tem hora,
O sol vai esperar.
Nossos corpos conversando
Sem a gente nem falar.
[Dan]
E agora eu sei, o que é amor:
É tudo que eu vejo em teu olhar.
Eu já entendi,
Eu já sei porque,
Eu tô aqui: pra amar você!
[Refrão]
Esse amor não tem palavras,
Nem explicação,
Mas não é preciso.
Teu sorriso sem querer...
Te amo sem medo.
É se entregar,
É Respirar.
[Dan]
Vou ouvir teu silêncio,
Você perto de mim.
Te beijar sem descanso,
O amor que não tem fim.
[Cídia]
Eu não sei viver se for sem você,
Meu mundo hoje está em suas mãos.
[Dan]
Eu já entendi,
Eu já sei porque,
Eu tô aqui: pra amar você!
[Refrão]
Esse amor não tem palavras,
Nem explicação,
Mas não é preciso.
Teu sorriso sem querer...
Te amo sem medo.
É se entregar,
É Respirar.
Mia Gioconda
Compositor: Vicente Celestino
Musos: Iole e João Pedro Paz
Em junho de 1945, quando o
governo brasileiro realizou uma festa de recepção aos combatentes da Força
Expedicionária Brasileira (FEB) no Cassino da Urca, no Rio, o cantor Vicente
Celestino, que estava entre os convidados, encantou-se com a história de um dos
pracinhas, João Pedro Paz, na época com 23 anos. O relato nada tinha a ver com
sua bravura em combate, mas com o fato de ter deixado o grande amor de sua vida
na Itália.
João conheceu a italiana
Iole, então com 17 anos, em seu dia de folga, num baile vespertino, realizado
no Cinema Garibaldi, na localidade de Pescia, em março de 1945. Ali, ao som de Moonlight Serenade, de Glenn Miller, os
dois se apaixonaram e iniciaram um romance. Porém, sua história de amor tinha
sido interrompida pelo retorno da FEB ao Brasil.
As namoradas não tiveram
permissão para viajar com os pracinhas, mas antes do embarque, João prometera à
sua amada – com quem não se entendia com palavras, mas somente com o olhar –,
que a buscaria para que pudessem se casar.
Três meses após o seu retorno
ao Brasil, João recebeu uma carta de sua amada, informando que estava grávida.
A história de amor do pracinha foi tão tocante, que um jornalista da extinta
Folha da Tarde de Porto Alegre iniciou uma campanha para arrecadar fundos para
bancar a viagem de Iole ao Brasil.
Diferentemente da canção,
porém, o romance teve um final feliz. O casal se casou por procuração – ele, em
Porto Alegre, ela, em Pescia. Meses depois, Iole – que, na verdade, não era bionda (loira), mas morena – chegou ao
Brasil para viver com seu amado, trazendo o filho, Pedrinho, com três meses de
idade. O menino morreu doze anos depois, mas o casal ainda teve outra filha,
Ana Maria. O casal ainda está vivo, e seu casamento já dura sete décadas.
A história inspirou Vicente
Celestino, conhecido à época como Voz
Orgulho do Brasil, a compor Mia
Gioconda, uma das mais belas canções brasileiras – quiçá, uma das mais belas do mundo! –, que ficou famosa na voz de
seu compositor, e mais tarde foi gravada por diversos artistas, chegando a
fazer parte da trilha da novela O Rei do
Gado, nas vozes de Agnaldo Rayol e Christian & Ralf.
Mia
Gioconda
Do dia que nascemos e vivemos
para o mundo,
Nos falta uma costela que
encontramos num segundo.
Às vezes muito perto
desejamos encontrá-la,
No entanto é preciso muito
longe ir buscá-la.
Vejamos o destino dum
pracinha brasileiro,
Partindo para a Itália
transformou-se num guerreiro.
E lá, muito distante,
despontar o amor sentiu,
E disse estas palavras a uma
jovem quando a viu:
Italiana,
La mia vita oggi sei tu. (A minha vida
hoje é você)
Io te voglio tanto bene, (Eu
te quero muito bem)
Partiremo due insieme, (Partiremos
os dois juntos)
Ti lasciar non posso più.(Te deixar não posso mais)
Italiana,
Voglio a ti piccola bionda. (Eu te quero
pequena loira)
Hai il viso degli amore, (Tens o rosto dos amores)
Le tue labbra son due fiore, (Os
teus lábios são duas flores)
Tu sarai mia Gioconda. (Tu serás minha Gioconda)
Vencido o inimigo que antes
fora varonil,
Recebeu a FEB ordem de
embarcar para o Brasil.
Dizia a mesma ordem: “Quem
casou, não poderá,
Levar consigo a esposa, a
esposa ficará”.
Prometeu, então, o bravo, ao
dar baixa e ser civil:
“Embarcarás, amada, para os
céus do meu Brasil”.
E enquanto ela esperava lá no
cais napolitano,
Repetia estas palavras no
idioma italiano:
Brasiliano, (Brasileiro)
La mia vita oggi sei tu. (A minha vida
hoje é você)
Io te voglio tanto bene, (Eu
te quero muito bem)
Chiedo a Dio que tu venga,
(Peço a Deus que você volte)
Ti scordar non posso più.(Te esquecer não posso mais)
Brasiliano, (Brasileiro)
Sono ancora la tua bionda. (Sou ainda a
tua loira)
Mio sposo hai lasciato (Meu esposo deixaste)
Questo cuore abandonato, (Este
coração abandonado)
Che chiamasti di Gioconda. (Que chamaste de Gioconda)
Di Gioconda!
Di Gioconda!
Lucy In The Sky With Diamonds
Compositor: John Lennon
Musa: Lucy O’Donnell
Musas e musos não são
exclusividade dos compositores brasileiros – óbvio! –, e algumas canções
internacionais também têm histórias interessantes relacionadas à pessoa que as
inspirou. Esta, em particular, merece menção, porque a história por trás dela –
ao menos, parte da história – é bem fofa.
Numa tarde de 1967, Julian
Lennon, filho de John e Cynthia Lennon, na época com apenas quatro anos de
idade, mostrou ao pai um desenho que fizera de uma coleguinha do jardim de
infância: a menina rodeada por estrelas de formas variadas. Quando John
perguntou ao filho o que significava, ele respondeu: “It’s Lucy in the Sky with Diamonds” (Esta é Lucy no céu com
diamantes). Ali nascia uma das canções de maior sucesso – e polêmica – dos
Beatles.
O desenho que inspirou a música:
Não
sei onde exatamente Julian colocou a menina neste desenho, mas esta é Lucy no
céu com diamantes.
Durante muito tempo, John
precisou negar exaustivamente que a música fizesse referência a drogas. A
canção gerava controvérsia desde o título, pois as iniciais dos substantivos
formavam – não se sabe se intencionalmente – a sigla “LSD”, referência que
Lennon negou veementemente. Colaborava, ainda, para a polêmica, o fato de que a
letra parecia descrever uma viagem alucinógena. Mais tarde, porém, Lennon
explicou que outro foco de inspiração da canção foi o livro Alice Através do Espelho, de Lewis
Carroll. É fato conhecido que Alice No País das Maravilhase Alice Através
do Espelho foram os dois livros favoritos de John Lennon na infância.
Também é fato conhecido que ambos os livros parecem descrever um sonho
extremamente maluco – e que algumas das maluquices descritas na música parecem
realmente ter sido inspiradas em partes do livro.
Seja lá como for, a garota com olhos de caleidoscópio acabou
ganhando o mundo, e recentemente – como mencionei alguns parágrafos atrás – foi
tema de abertura da novela Império,
na voz de Dan Torres.
Lucy In The Sky With Diamonds
Picture yourself in a boat on a river
With tangerine trees and marmalade skies
Somebody calls you, you answer quite slowly
A girl with kaleidoscope eyes
Cellophane flowers of yellow and green
Towering over your head
Look for the girl with the sun in her eyes
And she's gone
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Follow her down to a bridge by a fountain
Where rocking horse people eat marshmallow pies
Everyone smiles as you drift past the flowers
That grow so incredibly high
Newspaper taxis appear on the shore
Waiting to take you away
Climb in the back with your head in the clouds
And you're gone
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Picture yourself on a train in a station
With plasticine porters with looking glass ties
Suddenly someone is there at the turnstile
The girl with kaleidoscope eyes
Lucy in the sky with diamonds
Lucy No Céu Com Diamantes
Imagine-se em um barco num
rio
Com árvores de tangerina e céus de marmelada
Alguém te chama, você responde lentamente
Uma garota com olhos de caleidoscópio
Flores de celofane amarelas e verdes
Elevando-se sobre sua cabeça
Procure pela garota com o sol em seus olhos
E ela se foi
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Siga-a até a ponte perto da fonte
Onde pessoas com cavalos de pau comem tortas de marshmallow
Todos sorriem enquanto você é levado através das flores
Que crescem tão inacreditavelmente alto
Táxis de jornais aparecem à margem do rio
Esperando para levá-lo embora
Suba na traseira com sua cabeça nas nuvens
E você se foi
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Imagine-se em um trem na estação
Com carregadores de massa-de-modelar com gravatas espelhadas
De repente, alguém está lá na catraca
A garota com olhos de caleidoscópio