Ah, nada como uma boa aventura de capa e espada! Aliás, já comentei alguma coisa a respeito desse livro alguns anos atrás quando escrevi um resumo da novela Zorro – A Espada e a Rosa, mas por uma série de razões acabei não postando uma resenha sobre o livro. E como ando meio nostálgica nos últimos tempos, relendo vários dos meus livros favoritos por pura diversão (porque, de fato, não há motivo melhor!), decidi que já estava na hora de falar um pouco sobre este romance – já pegando o gancho no tema “Com mais de 300 páginas” do Desafio Literário.
Zorro é o retrato de personagens de carne e osso, com virtudes e fraquezas, sensíveis e impetuosos, que nos arrastam em suas aventuras através de uma época vibrante. Com sua habitual maestria, Isabel Allende nos revela a vida simples das missões espanholas na Califórnia no início do século XIX e a agitação nas ruas de uma Barcelona ocupada pelas tropas napoleônicas em plena Guerra da Independência; os ritos de iniciação das tribos indígenas e os mistérios para ter acesso a uma sociedade secreta europeia; a espiritualidade de um código de honra sem fronteiras e as contradições da alma humana... ‘Zorro - Começa a Lenda’, de Isabel Allende, é uma aventura como as de antigamente.ZORRO – O COMEÇO DA LENDATítulo Original: El Zorro: Comienza la LeyendaAutora: Isabel AllendeEditora: Bertrand BrasilPáginas: 420Gênero: Romance/ Aventura
Sinopse:
Aventureiro, apaixonado, intrépido e brincalhão. É a lenda do Zorro. E esta é a crônica de uma vida extraordinária em tempos excepcionais: a de Diego de la Vega... despojado de sua máscara. Um relato que começa no ano de 1790, em terras da Alta Califórnia, quando um jovem capitão espanhol se apaixona por uma índia de alma rebelde.
EEEEE
Escrito por Isabel Allende, Zorro – O Começo da Lenda conta, precisamente, o princípio da história deste que é, possivelmente, o mais romântico e encantador herói das Américas. Claro que todos conhecemos a história dele, de como ele defende os mais fracos, os pobres, os desamparados, liberta prisioneiros inocentes da cadeia, e sempre faz o comandante de palhaço – muitas vezes, com a ajuda de Bernardo, que providencialmente veste a fantasia de Zorro quando o comandante começa a suspeitar que Diego é o mascarado. Também conhecemos bem sua habilidade de arrebatar corações femininos. Por isso, exatamente, o romance de Isabel Allende pouco fala desta parte de sua história, mas foca na fase anterior da vida do herói: sua infância, o início da juventude, e os eventos que o levaram a tornar-se o justiceiro mascarado.
Bastaria
dizer, para resumir sua história, que lutar pela justiça estava em seu sangue.
Mas essa não é a história toda.
Como
não poderia deixar de ser, a história de Diego começou muito antes de seu
nascimento, quando a Missão San Gabriel, em Los Angeles, à época administrada
pelo Padre Mendoza, fora atacada por índios revoltos, liderados por um
guerreiro mítico, que, para felicidade do Capitão Alejándro de la Vega – e,
mais tarde, de seu filho –, não era muito fácil de matar. Alejándro acabou se
apaixonando pelo chefe índio – que, surpreendentemente, era uma mulher –, e,
anos mais tarde, ela deu à luz o herói de nossa história.
Uma
série de venturas e desventuras acabaram levando, anos mais tarde, Diego e seu
irmão de leite, o índio Bernardo, à Barcelona, onde Diego conseguiu se tornar
aluno de Miguel Escalante, o melhor espadachim da Espanha, e talvez, do mundo.
E foi através desse mestre que Diego conheceu La Justicia, uma sociedade secreta a qual se integrou,
comprometendo-se a defender os mais fracos, e levar os perversos à justiça.
Foi
também em Barcelona que Diego conheceu o primeiro grande amor de sua vida,
Juliana De Romeu, filha de um grande amigo de seu pai, em cuja casa ele ficou
hospedado nos cinco anos em que estudara na Espanha. Tomás De Romeu, pai da
moça, era favorável ao governo Bonapartista, que havia tomado a Espanha naquela
época, mas quando a coroa foi restituída ao seu legítimo rei, ele acabou
acusado de traição. Daí em diante, Diego acabou ficando responsável por levar
suas filhas em segurança para a Califórnia.
Para
dizer a verdade, nunca consegui torcer pelo romance de Diego com Juliana.
Sempre achei essa mocinha fútil, com aquela postura “sou bonita demais para o
mero filho de uma índia”. Sua irmã Isabel, por outro lado, apesar de ser
descrita como uma menina feia, era nitidamente a companheira perfeita para
Diego: forte, valente, destemida, e também com um enorme senso de justiça. Pena
que Diego preferia ficar sofrendo pela irmã mais velha.
Além
dos estudos no colégio e da esgrima, e de ficar suspirando por Juliana, Diego
acabou desenvolvendo outras habilidades, durante sua estadia em Barcelona,
principalmente durante sua convivência com um grupo de ciganos, que costumava
se apresentar em um circo na cidade, com quem ele acabou aprendendo muitas das
estripulias que, mais tarde, seriam muito úteis para tornar o Zorro tão
escorregadio.
E
para quem gosta de personagens reais interagindo em romances de ficção, a
autora faz com que o caminho do Zorro cruze com o de um famoso corsário de sua
época, o francês Jean Lafitte, que firmara residência em Nova Orleans na época
em que Diego retornava da Espanha.
Porém,
de suas aventuras em Los Angeles, já como o herói mascarado, a autora fala
pouco. Somente suas primeiras intervenções acabam ganhando espaço: a primeira
invasão à prisão, a libertação de alguns prisioneiros, e a luta contra Rafael
Moncada, antigo pretendente de Juliana, que chegara antes dele a Los Angeles,
para se vingar de Diego e continuar a se humilhar para a moça, e que se aproveitara
de sua influência – ou melhor, da influência de sua tia – para assumir o
comando da cidade.
Enfim...
O livro nos apresenta um capítulo até então pouco explorado da vida deste herói
cuja lenda nos encanta, apesar de ele não ter nenhum poder sobrenatural (como
os tradicionais super-heróis americanos); e que talvez por isso mesmo seja o
mais atraente e o mais envolvente dos heróis que mantinham suas identidades
ocultas detrás de uma máscara. Um herói de sangue quente, sotaque espanhol,
alma de índio, e coração de raposa. Um herói mítico, sempre disposto a fazer
justiça, e a zombar de seus opressores. Um herói que pode ter muitos rostos
escondidos debaixo da máscara, mas que atenderá por um único nome: Zorro!
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