Por Fora, Estranha Viola; Por Dentro, Um Príncipe de Múltiplos Talentos...

em sábado, 10 de setembro de 2016



Aqui estamos para mais um episódio da série alemã Sechs auf einen Streich (Os Melhores Contos de Grimm). Como prometi, apresentarei meus quatro episódios favoritos da série, e para esta terceira postagem, escolhi um conto que também não é muito conhecido no Brasil, cuja história vale muito a pena conhecer.

O Rei Bico-de-Tordo







Ou O Rei Barba-de-Melro, dependendo da tradução.

Como nas postagens anteriores, por se tratar de uma série alemã, cujos atores são completamente desconhecidos no nosso país, achei interessante incluir uma pequena ficha técnica apresentando o elenco para vocês. Então vamos lá:





Publicado no primeiro volume da coletânea dos Irmãos Grimm em 1812.
Título original: König Drosselbart
Elenco:
Prinzessin Isabella von Geranien (Princesa Isabella de Gerânios): Jasmin Schwiers
Prinz Richard von Begonien “König Drosselbart” (Príncipe Ricardo, o “Rei Bico-de-Tordo”): Ken Duken
Maximiliane, Richards Schwester (Maximiliane, irmã de Ricardo): Felicitas Woll
König August, Isabellas Vater (Rei Augusto, pai de Isabella): Hubert Mulzer
König Ottokar, Vater von Richard und Maximiliane (Rei Ottokar – não consegui encontrar equivalente para o nome em português –, pai de Ricardo e Maximiliane): Arthur Brauss
Königlicher Berater (Conselheiro Real do pai de Isabella): Harald Pfeiffer
Zofen der Prinzessin (Criadas da Princesa): Mareike Lindenmeyer; Christina Wiederhold; Marisa Leonie Bach (esta última é a criada que acaba se tornando amiga da Princesa).
Krämerin (Vendedora de porta em porta): Ulla Geiger
Fischverkäuferin (Vendedora de peixes): Carolin Weber
Husaren (Guardas): Timo Jacobs; Manuel Cortez
Koch (Cozinheiro do Castelo de Ricardo): Roman Kurz
Prinz, der um Isabella wirbt (Príncipes, pretendentes de Isabella): Jan van Weyde; Hendrik Borgmann





Agora sim, vamos ao conto:

Era uma vez uma princesa mimada e orgulhosa, que gostava de humilhar os serviçais. Ela era filha do Rei de Gerânios, que, cansado do comportamento da filha, queria casá-la o quanto antes para que deixasse de ser problema seu. Então, ele decidiu dar um banquete em seu castelo, convidando todos os pretendentes da princesa para que ela escolhesse um marido entre eles.

Antes do banquete, porém, Isabella de Gerânios, a princesa, escapou de suas servas, e foi se banhar no lago proibido, que pertencia ao Rei de Begônia, de quem eram inimigos, e suas criadas saíram para procurá-la. Enquanto ela se banhava, cantarolando sua canção favorita, o príncipe Ricardo de Begônia, que vinha a cavalo, a viu no lago e ficou encantado.





Então, mergulha também para se banhar junto com ela. Isabella se assusta ao dar de cara com ele na água, e pergunta como ele se atreve. Diz que ninguém deve entrar no lago enquanto a princesa de Gerânios se banha, a menos que queira acabar na masmorra. Mas ele decidiu correr o risco para vê-la.




E como ele a deixou falando sozinha, Isabela terminou seu banho tranquilamente, se vestiu e começou a caminhar pelo campo, procurando alguma coisa.





Então, seguindo com os galanteios, ele desce da árvore e lhe dá uma flor, que ele afirma ser tão bela quanto ela própria. No entanto, neste momento são interrompidos pelas criadas dela, que não ficam nada satisfeitas por encontrá-la flertando com um desconhecido.


Naquela tarde, no palácio, Isabella, que ficara encantada com o belo estranho que conhecera no lago, mandou que o pintor retratasse um de seus guardas posando sobre um cavalo, segurando uma lança, como se fosse um matador de dragões, mas orientou o pintor sobre as alterações que devia fazer no rosto de seu modelo, tornando-o parecido com o homem com quem flertara.
Enquanto isso, longe dali, o homem que encantara Isabela também não conseguia tirá-la da cabeça. Acontece que ele é o príncipe Ricardo de Begônia, a quem pertence o lago onde ela estava se banhando. E como simpatizou com ela, não quis expulsá-la.

Naquela tarde, enquanto pratica esgrima com sua irmã Maximiliane, Ricardo comenta que pretende ir ao banquete de Isabella, e dar um bom lance por ela.


Como Maximiliane o conhece de outros carnavais, ela começa a citar uma lista das últimas mulheres por quem Ricardo se apaixonou – as últimas duzentas, mais ou menos –, mas ele garante que desta vez é diferente; que o que ele sente por Isabella é mais forte, e pressente que já está na hora de sossegar o facho.

A irmã, por outro lado, diz que não se casará nunca, e que pretende se tornar a primeira cavaleira do reino, mas Ricardo sabe que seu pai nunca permitiria isso; ao que a irmã diz que quando Ricardo se tornar rei, ele poderá decidir. Sobretudo porque ela comprovadamente é tão habilidosa com a espada quanto qualquer homem; até mais habilidosa que o irmão na verdade, a quem ela não tem dificuldade para desarmar e fazer sua espada voar e cravar na carruagem do rei, que vinha chegando de um passeio.


Então, no dia marcado, Ricardo vai ao banquete, e se alegra ao ver o quadro que a princesa mandou pintar, com o rosto dele.
E fica ainda mais convicto de lutar pela mão da princesa depois de ver essa pintura.

O Rei de Gerânios fica todo contente ao ver o salão lotado de pretendentes à mão de sua filha, e espera poder passá-la adiante naquele mesmo dia.

A princesa Isabella, porém, não faz questão de participar do tal banquete, e tenta sabotar o tento de seu pai: primeiro, trancando-se no quarto e depois fugindo pela janela, usando lençóis amarrados. Depois, quando uma das criadas pisa na barra de seu vestido e o rasga, ela ganha algum tempo para mudar de roupas.
Depois de trocar de roupas, e sem escapatória, Isabella finalmente se apresenta para o banquete, e começa a desdenhar de cada um de seus pretendentes: o primeiro, que ela mandou que se virasse para admirá-lo, comparou com um cachorrinho, que faz tudo o que lhe mandam; ao segundo, que lhe impressionou com sua beleza, e por lhe trazer uma joia igualmente bela, afirmou que perfeição demais lhe dá tédio.
O Rei, percebendo que Isabella destratará a todos para fugir do compromisso, pede que ela pare de birra e escolha de uma vez; ao que ela sai pela sala apontando os defeitos de cada um dos pretendentes.



Até se deparar com um pretendente inesperado.


Porém, diferente do que Ricardo esperava, ao descobrir sua verdadeira identidade, Isabella o repele com raiva, zombando dele também, por tentar comprá-la com sua oferta de paz, deixando a irmã dele furiosa.
Ofendido com a maneira como Isabella está tratando todos os homens que se dignaram a ir até lá disputar sua mão, o Príncipe Siegfried de Castanhas – que oferecera a joia à princesa –, decide tomar as dores de seu rival, e dá uma bronca no pai dela.
O Rei fica bastante aborrecido com os maus modos de sua filha, e, no dia seguinte, enquanto almoçam, ouvem um menestrel passando em frente ao castelo, cantando e tocando uma música alegre.
Isabella tentou protestar, mas não teve outra saída senão casar-se com aquele pobre coitado. E como ele não passava de um mendigo, o rei não permitiu que morassem no castelo.

Convenhamos que esse foi o pior golpe do baú da história! Mas enfim... A princesa acabou partindo de seu reino com o menestrel.

Foi uma longa caminhada até sua nova moradia. O menestrel parou diante de uma tina para beber água, e sugeriu que ela também bebesse, ou ficaria com sede, mas ela, ainda cheia de si, afirmou beber somente água da fonte, levemente gelada.

E é durante essa caminhada que ela se dá conta de tudo o que perdeu por ser tão arrogante, ao ser informada de que tudo ao seu redor no caminho – as terras, a floresta, os rios – pertenciam ao Rei Bico-de-Tordo, e poderiam ter sido seus, se ela o tivesse aceitado.
Ao chegar a uma casinha muito pequena, no meio do campo, e descobrir que é ali que vai morar a partir de agora, Isabella se desespera.
Quando sai pela manhã, o menestrel deixa lenha e vegetais para ela fazer uma sopa, mas Isabella, acreditando que poderá continuar desfrutando os benefícios de ter nascido princesa, decide ir até a cidade e comer numa taverna. Pede os melhores pratos que tiverem, e manda chamar também os melhores chapeleiros, alfaiates e sapateiros, para renovar seu guarda-roupa, já que saiu do castelo só com a roupa do corpo. Ela só não esperava que tivesse que pagar pelas mercadorias.
Isabella se sente acuada, pois nunca teve que pagar por nada na vida, e aproveita uma distração para rastejar por baixo da mesa e fugir.

Ricardo, que andava por ali, e viu a confusão pela janela, pagou a conta dela, e mandou deixarem-na em paz.

Então, a princesa começou a caminhar de volta para a casa do marido, mas como não conhecia bem a floresta, acabou se perdendo, e percebeu que estava andando em círculos ao encontrar o sapato estragado que deixara para trás no caminho. Desesperada, ela acaba despencando numa colina e desmaiando.

O menestrel, preocupado, saiu em sua busca, e, ao encontrá-la desmaiada, levou-a de volta para casa, colocou-a na cama, e, como a princesa tinha febre, decidiu cuidar dela até ficar boa. E como gostou de ser paparicada, mesmo depois de já estar bem, Isabella decidiu aproveitar-se um pouco da bondade do menestrel, pedindo que lhe trouxesse rosquinhas doces, que, segundo ela, costumam ser um santo remédio quando ela está doente, curando-a como num passe de mágica.
Como queria agradá-la, o menestrel saiu para buscar as rosquinhas que ela pediu. E, ao retornar, encontrou-a brincando no quintal com a cabrinha que ele tinha dado a ela, e ficou satisfeito por ouvi-la confessando que o menestrel não era tão ruim quanto ela julgara a princípio.

E como percebeu que ela apenas fingia continuar doente, o menestrel disse à princesa que gastou todo o seu dinheiro num remédio feito de sangue de sapo que lhe garantiram que poderia curá-la. Isabella, com nojo, diz que só de ver o remédio já se sente perfeitamente bem.

E como o que vale é a intenção, e Isabella está se dando bem com o marido, decide agradá-lo um pouquinho. Enquanto ele sai para trabalhar, ela limpa o casebre, lava a roupa, colhe legumes na horta e prepara a sopa para o jantar.
Mesmo reclamando, ela faz o que tem que fazer, e tenta caprichar na sopa para o marido. Tinha experimentado pouco antes de ele chegar, e estava boa, mas ao vê-lo chegar e fazer carinho na cabra, sussurrando que não há nada como dar o remédio certo para quem acha que está doente – no caso de Isabella, o trabalho para curar seu ócio –, ela o escuta, e, com raiva, despeja todo o sal na panela, deixando a comida intragável.
No dia seguinte, como é o aniversário de Isabella, o menestrel lhe deixou um vestido – muito simples, porém novo – antes de sair para trabalhar, e ela, alegre com o presente, se enfeita toda, prepara o jantar, arruma a mesa do lado de fora com uma toalha branca, acende velas e tochas por todo o jardim, e o espera. Ele a tinha visto no dia anterior, conversando com a cabrinha, dizendo que no dia seguinte teria que comemorar seu aniversário com ela. Não que a cabra fosse má companhia, mas ela não sabe dançar. Então ela pegara seu vestido de princesa, que secava na cerca da horta, e começara a cantarolar sua música favorita, dançando sozinha no quintal de casa. Por isso ele decidiu que ela merecia um singelo presente de aniversário – até porque, ela saiu de casa só com a roupa do corpo.
Quando o menestrel chega em casa, e a vê contente, ela agradece por ele ter se lembrado do aniversário dela. Desta vez a comida que ela preparou está boa de verdade, mas, ao dar a segunda colherada, enquanto ela buscava mais um prato, ele percebeu que esquecera de tirar seu anel real. Então, ele escondeu a mão, tentando tirar o anel, que estava muito apertado em seu dedo. E como está difícil fazer isso com a esposa observando, ele aponta uma estrela cadente no céu, e aproveita a distração dela para molhar a mão no copo de água, e fazer o anel escorregar por seu dedo.
Então ele pega seu instrumento, e começa a tocar uma música alegre para ela dançar. Mas quando ela se senta ao seu lado, ele muda para uma música mais lenta: a mesma que ele a ouviu cantando no dia anterior, e também no dia em que se conheceram no lago, e ela se emociona ao reconhecer sua música favorita, achando que ele adivinhou.

E nesse momento, veem outra estrela cadente – desta vez, uma estrela de verdade.
Então ela pergunta como ele se tornou menestrel, e ele diz que queria conquistar o coração de uma mulher. Ela supõe que não tenha dado certo, mas ele garante que as coisas não são o que parecem. E como percebe que está se apaixonando por ele, e esse sentimento é inconveniente demais para ela admitir, Isabella decide se recolher.

E embora tudo naquela noite apontasse a aproximação de um final feliz para a princesa e seu menestrel, tudo começou a ruir pela manhã, quando ele despertou e encontrou-a discutindo com uma comerciante que veio tentar vender escovas, pentes, tecidos e pulseiras à sua porta.
Ao ver como a princesa ainda era orgulhosa, e como tratava as pessoas que julgava inferiores a ela, o menestrel decidiu lhe dar uma lição. Naquele dia, ele comprou uma porção de vasos de cerâmica – a maioria com algum pedaço quebrado –, colocou-os numa carroça, e mandou Isabella vendê-los na feira, para que sentisse na pele o que passavam os comerciantes lidando com pessoas como ela.

O menestrel ajudou a levar a carroça até a feira, e instalou a barraca dela entre os vendedores de peixes e verduras, apesar dos protestos dela, que temia ser vista por algum súdito de seu pai, que certamente zombaria de sua nova condição, mas o marido garantiu que isso era melhor do que passar fome. Então, deixou-a vendendo, e foi fazer seu trabalho.

A princípio, Isabella nem se dignou a gritar para anunciar sua mercadoria aos compradores. Os outros vendedores começaram a zombar dela, dizendo que se continuasse tão passiva voltaria com todos os vasos para casa. Principalmente porque eles eram ruins: jarros sem alça, peças meio quebradas... Ela, porém, não deu o braço a torcer, e disse que no dia seguinte poria a barraca no portão da feira para vender mais e longe deles. Eles, porém, advertiram-na de que os mercadores não colocam barracas lá por um bom motivo, mas ela nem esperou para ouvir o resto.

Dois guardas que passavam pela feira, encantados com a beleza dela, disseram que ela daria uma boa princesa, e ofereceram-se para protegê-la, mas ela afirmou que já ficaria feliz se conseguisse vender algo. Então, cada um deles comprou duas peças, e despejou o dinheiro na mão dela, sem questionar os preços que ela pedia.

Contrariando todas as possibilidades, Isabella consegue vender todos os vasos naquele dia, e encomenda mais para vender no dia seguinte, mas o marido ainda parece chateado quando ela chega em casa, apesar de reconhecer que ela é talentosa. Ela diz que no dia seguinte venderá ainda mais, pois porá a barraca no portão da feira, onde sua cerâmica chamará mais atenção do que entre porco velho e peixe estragado, mas o marido avisa que isso é perigoso.
Então, no dia seguinte, ela põe a barraca no início da feira, conforme disse que iria fazer. E, como temia, começa a ser reconhecida pelos súditos de seu pai. Mais precisamente pela criada que tinha pisado na barra de seu vestido no dia do banquete dos pretendentes, e que ela demitira por isso. A moça a vê na feira e se curva diante dela, reconhecendo-a como a princesa.
Então a criada vai embora, ofendida. Os guardas que compraram os primeiros vasos de Isabella no dia anterior a seguem como dois cachorrinhos, carregando a barraca para lá e para cá, parecendo protegê-la e ajudá-la – claro que na intenção de conquistá-la. O menestrel a observa de longe, e vê sua mulher flertando com aqueles homens para que comprem seus vasos e atraiam a freguesia, e um comerciante começa a importuná-lo, dizendo que ele dá liberdade demais à sua mulher, e que ela o está humilhando, mostrando aos outros que é ela quem manda em casa, e ainda por cima, o está traindo. O menestrel fica chateado, e vai embora.
Isabella não percebe a partida dele, e continua tentando vender os vasos, quando, de repente, um cavaleiro aparece no portão da feira, e empina com o cavalo sobre a barraca dela, fazendo todos os vasos caírem e quebrarem.
Maximiliane, que viu tudo, perseguiu o cavaleiro, e ficou chocada ao perceber que era seu irmão Ricardo. Ela já sabia, a essa altura, que ele estava se passando por menestrel para conquistar o coração de Isabella, e dar-lhe uma lição para que mudasse seu comportamento e deixasse de ser tão orgulhosa, mas não entende porque ele sabotou o negócio dela daquela maneira.
E o deixa sozinho.

Desesperada, Isabella volta para casa, sem saber como vai contar ao marido que perdeu tudo, pois ele vai se aborrecer; e reconhece que ele é bom demais para ela, e que ela foi tola por tentar manter sua arrogância. Então, decide ir embora.

Ela volta para a feira, e, enquanto um comerciante desmonta sua barraca, e recolhe as frutas que sobraram num cesto, ela pega uma maçã no chão e tenta sair de fininho, mas ele vê e exige que ela devolva.
Mas como não está em condições de manter seu orgulho, Isabella vai até o reino de Begônia pedir emprego na cozinha do castelo do homem que pretendeu sua mão, e a quem ela humilhou.

E tão logo começa a se mover pela cozinha, ela é reconhecida pela criada que despediu do castelo de seu pai – a serva que pisou na barra de seu vestido antes do banquete com os pretendentes, e o rasgou, e que depois ela humilhou na feira.
Mais tarde, andando do lado de fora do castelo, Isabella vê a cabra do menestrel amarrada junto a uma janela e faz carinho nela, perguntando-se como ela foi parar lá.
Mas, como tem muito trabalho a fazer, Isabella logo se afasta da cabrinha, e prossegue com suas tarefas.

Enquanto isso, Ricardo está muito aborrecido, de mau-humor, mas não contou ao pai o motivo. Sua irmã sabe, e pede que os menestréis toquem alguma coisa para alegrá-lo, e eles têm a infelicidade de escolher justamente a canção favorita da princesa Isabella; ao que o príncipe, num acesso de cólera, dá um murro na mesa e grita por silêncio.

Mais tarde, Ricardo também vê a cabra pela janela, e pergunta à irmã quem a trouxe para o castelo e se veio sozinha. Maximiliane, que estava em seu quarto escrevendo, explicou apenas que a cabra está em boas mãos.
Então Ricardo vai até a cozinha ver o que ele quer, e vê Isabella entre os serventes. Ele fica meio escondido na porta, observando, enquanto ela e a outra criada – aquela que ela tinha demitido do castelo de Gerânios – conversam com um jovem servente. O garoto pergunta se a cabra dela será cozida ou assada, e Isabella diz que ele irá para a panela primeiro que a cabra. A criada começa a rir, e acaba derrubando o bolo de uma travessa que tinha nas mãos. O cozinheiro briga com ela, porque foi o próprio rei quem pediu aquele bolo, e diz que não há lugar naquela cozinha para pessoas desajeitadas, mas Isabella assume a culpa, para que a moça não seja castigada: diz que tropeçou e esbarrou nela sem querer. Então o cozinheiro lhe adverte de que se cometer mais um erro ela será despedida.
O príncipe se comove, por ver que ela foi generosa com a criada, e percebe que ela mudou, e, enfim, aprendeu a lição que ele pretendia ensinar a ela.

Então ele anuncia ao pai que vai se casar, mas não conta quem é a noiva. Preparam um grande banquete para o dia seguinte, e convidam todos os nobres da região. Isabella fica triste ao saber que Ricardo vai se casar, e mais ainda, quando ouve os criados da cozinha, que não sabem quem ela é na realidade, comentando que, seja lá quem for a noiva de Ricardo, o Rei de Gerânios ficará furioso, pois sua filha, que tinha sido a primeira opção do príncipe, só conseguiu um menestrel. A criada que Isabella defendeu do cozinheiro tenta consolá-la – já que é a única que sabe que ela é a princesa –, mas ela diz que está bem, mesmo evidentemente não estando.
Quando os convidados chegam para o banquete, ela tenta descobrir quem é a noiva. Alguém supõe que deve ser uma mulher especial para o Príncipe fazer tanto mistério, e o rei, impaciente, pede que o filho termine logo com o suspense.
O pai de Isabella, que também foi convidado para o banquete – porque eles são inimigos, pero no mucho –, também proíbe o casamento.
Então, um criado traz o manto velho e rasgado que ele usou para se passar por mendigo, e a barba falsa que usava para esconder seu queixo pontudo, e Isabella finalmente reconhece seu marido menestrel.
Ricardo vai atrás de Isabella para tentar se explicar, e admite que foi um erro enganá-la, como menestrel e também como o cavaleiro que destruiu sua barraca na feira.
Essa declaração arrebata de vez o coração da princesa, que se atira nos braços dele e o beija.

Sem alternativa, já que Ricardo anunciou diante de toda a corte que já estava casado com Isabella, ambos os reis consentem em que eles fiquem juntos.
Agora o Rei de Begônia espera encontrar um bom marido para sua filha, Maximiliane, mas não tem esperança, porque ela é muito masculina, e estava no baile disputando queda de braço com os cavaleiros. O pai de Isabella sugere que ele ofereça um banquete, pois eles funcionam. Mas Ricardo protesta. Diz que sua irmã só se casará se quiser. Mas antes disso, ela trará muito orgulho ao seu país sendo a primeira cavaleira do reino. Satisfeita e emocionada com o apoio do irmão, ela propõe um brinde a ele.
Assim, todos viveram felizes para sempre.
E na próxima postagem, um conto que vocês estão carecas de conhecer, mas aposto que não como a série mostrou: a história de uma moça humilde e maltratada, que foi a um baile querendo apenas dançar, e acabou encontrando o amor nos braços de um belo “caçador”.

Até lá!





3 comentários:

  1. Achei muito bom, queria ter visto isso antes!

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  2. Realmente, é muito bom!!😍😍🤩🤩🥰🥰 Já assisti 3 vezes. Eu queria saber o nome das canções que o Príncipe Ricardo toca para a Princesa Isabella; são encantadoras!!🥰🥰🥰❤😍😍

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