Contos
de Fadas são, definitivamente, uma das fontes mais ricas em que os autores
podem beber. E acho que está mais do que comprovado que essas histórias tão
antigas e inocentes agradam tanto crianças quanto adultos. Prova disso é o
sucesso de séries como Once Upon a Time
e Grimm, que não são voltadas
especificamente para o público infantil – a segunda nem um pouquinho.
E
quem melhor para falar de contos de fadas do que os nativos do país de origem
da maior parte dessas histórias?
Já
faz algum tempo que o canal +Globosat está transmitindo a série alemã Sechs auf einen Streich (em tradução
livre Seis de Uma Vez Só, mas recebeu
como título no Brasil Os Melhores Contos
de Grimm – embora houvesse também, entre as histórias adaptadas, contos de
Hans Christian Andersen e Charles Perrault), que traz em cada episódio um conto
diferente, com duração de uma hora. Alguns bem tradicionais e conhecidos – como
Branca de Neve, Cinderela e A Bela Adormecida –, e outros menos conhecidos por
nós ocidentais – como O Ladrão-Mestre, A Luz Azul e As Moedas-Estrelas (nunca
ouviu falar nesses contos? Clique nos títulos para ler). Porém, mesmo as histórias
mais conhecidas, foram recontadas de uma maneira um pouco diferente da que
conhecemos – sobretudo porque a versão que conhecemos de algumas delas é bem diferente do conto original.
Além
do canal +Globosat, onde, eventualmente, a série passa alguns meses fora do ar –
para não ficar exaustivo, já que a emissora tem apenas vinte episódios –, a
série também é transmitida aos sábados na Cultura, embora, neste caso, ela
perca boa parte do encanto, pois, no canal a cabo, a série é exibida legendada,
com o áudio original em alemão. Na versão dublada, as histórias meio que perdem
a magia.
Seja
lá como for, separei quatro contos que gostaria de compartilhar com vocês – os
que, para mim, foram os melhores episódios. Três desses contos não são muito
conhecidos por aqui; já o último é mais tradicional, mas a forma como foi
apresentado na série é bem diferente da versão Disney. Então, vamos ao primeiro
deles:
Os Sapatos Gastos de Tanto Dançar
Como se trata de uma série alemã, cujos atores são completamente desconhecidos no nosso país, achei interessante incluir uma pequena ficha técnica apresentando o elenco para vocês. Então vamos lá:
Publicado
no segundo volume da coletânea dos Irmãos Grimm em 1814.
Título original:
Die Zertanzten Schuhe
Elenco:
Antônio (Anton,
no original): Carlo Ljubek
Amanda: Inez Bjørg
David
König Karl (Rei Karl): Dieter Hallervorden
Hofmeister (Mordomo): Andreas Schmidt
Alte (A velha que se transforma num
gato): Ruth Glöss
Prinzessin Friederike (Princesa Frederica):
Janina Flieger
Prinzessin Luise (Princesa Luísa): Luise vin
Finckh
Agora
sim, vamos ao conto:
Era
uma vez, num reino distante, um rei que tinha doze filhas. Sua esposa, a
adorada rainha havia morrido há quase dez anos, e desde então, o rei e suas
filhas estavam de luto. No entanto, o mordomo um dia trouxe ao rei uma estranha
preocupação: as doze princesas dormiam num único quarto com doze camas; mas,
ultimamente, todas as manhãs, os sapatos das princesas têm amanhecido gastos e
furados, como se elas tivessem dançado a noite toda. Todos os dias o sapateiro
do reino conserta as solas dos sapatos, e todas as manhãs eles aparecem furados
novamente. O rei, preocupado e curioso para saber o que suas filhas andam
aprontando, propôs um desafio: aquele que descobrisse o segredo das princesas –
aonde elas iam e o que faziam todas as noites –, poderia escolher aquela que
mais lhe agradasse para esposa, e se tornaria o próximo rei, após a morte do
pai delas. No entanto, se depois de três noites hospedado no castelo, no quarto
ao lado do quarto das princesas, o desafiado não tivesse descoberto o segredo
delas, seria enforcado.
Durante
muito tempo, vários príncipes se aventuraram a tentar descobrir o segredo delas
para herdar a coroa, mas todos fracassaram. O rei ficava cada vez mais
impaciente, e todas as manhãs, ao ver os sapatos das filhas furados, dava um
grito desesperado que ecoava por todo o reino.
Um
belo dia, um forasteiro veio pela estrada, trazendo consigo alguns fantoches,
com que animava o povo em todas as partes, em troca de qualquer trocado que
quisessem lhe dar. E, aproximando-se do reino das doze princesas, deparou-se
com um gato preto à esquerda da estrada.
Ele
se distraiu um instante com seus bonecos, e quando voltou sua atenção para a
beira da estrada, o gato havia desaparecido, e em seu lugar agora estava uma
velhinha com um monte de palha.
No
caminho, ele conta que veio de longe, que está sempre por aí, sem rumo, e que
gosta de animar o povo com seus fantoches. E quando avistam o castelo com as
faixas de luto pendendo de todas as janelas, ele comenta que parece uma prisão
de luto, ou um túmulo de luxo, ao que a velha concorda. Ela nota que ele traz
um anel preso numa corrente em seu pescoço, e pergunta se é uma herança de
família, se era de seu pai. Ele não tem certeza, pois foi abandonado ainda
bebê, e o anel estava em sua fralda. Ela nota que o anel parece caro, poderia até
ser o anel de um príncipe, mas ele garante que nunca vai vendê-lo, pois ele é
seu talismã.
Como
perceberão, essa história do anel ficará perdida no conto. Pode até ser que
suponha que o bonequeiro tenha sido filho de um nobre, e, sabe-se lá porque ele
foi abandonado, mas nada mais foi dito a respeito, nada mais foi revelado. Para
mais detalhes, acho que ele terá que pedir um exame de DNA no Programa do
Ratinho.
Então
seguem viagem, mas ele parece estar andando rápido demais para a pobre senhora
acompanhar.
Então
ele se propõe a carregá-la nas costas até chegarem ao povoado. Quando chegam,
ela agradece a ajuda, e pergunta como pode recompensá-lo.
Assim,
ela percebe que ele é um homem bom. E, pegando seu pacote de palha, diz que vai
seguir sozinha dali. Ele estranha, pois pensava que aquele era o destino dela.
Então,
a velha volta a se transformar no gatinho preto, e vai embora.
O
bonequeiro ri daquilo, e segue seu caminho. Ele monta o pequeno palco para o
teatro de fantoches, e faz seu espetáculo para as crianças e para os camponeses
do reino. Mas quando pede que lhe ajudem com qualquer doação, apenas um senhor
deposita um botão em sua caneca.
O
bonequeiro aproveita o sol para lavar sua camisa, e é quando é abordado pelo
mordomo do rei. Acontece que o rei estava impaciente para desvendar o segredo
de suas filhas, e muito cansado de governar sozinho. Ele queria eleger um
herdeiro logo. E o mordomo, interessado em tornar-se esse sucessor, viu nessa
impaciência a oportunidade de alcançar esse objetivo, porque, depois de muito
lançar sutilmente para o rei a ideia de lhe dar uma de suas filhas como esposa,
para que ele fosse o próximo rei, já que havia muito tempo que ele era seu
conselheiro de confiança, o rei prometera que só receberia mais um pretendente
ao trono; e se ele não descobrisse o segredo das princesas, então, ele
concederia essa graça ao mordomo.
Interessado
em garantir sua futura coroa, o mordomo pensou consigo “vou arrumar um parvo qualquer, trazê-lo ao castelo, e ao fim de três
noites, sem que ele tenha descoberto nada, como os outros, ele será executado,
e eu finalmente serei herdeiro do rei”. Então, ele saiu às ruas em busca
desse tolo. E ao deparar-se com o bonequeiro, recém-chegado ao reino, e
pensando que ele era tolo, contou-lhe sobre o desafio do rei, e propôs que ele
tentasse a sorte. O bonequeiro, porém, deixou claro que não tinha a pretensão
de casar, a não ser por amor; não queria se tornar rei assim. E imagina que, se
o rei as está oferecendo assim, a qualquer um, é porque devem ser horríveis as
princesas dali.
Logo,
porém, ele percebe estar enganado, ao ver as princesas lançando as novas faixas
de luto pelas janelas e muros do castelo, e se encantar com a beleza delas;
especialmente, com a princesa mais velha.
O
mordomo continua tentando convencê-lo, e de repente, começa a espirrar, por
causa da aproximação do gato preto, que logo se transforma novamente na
velhinha que ele ajudara. Então, o bonequeiro finalmente se decide a tentar, e
o mordomo pede que ele o encontre no portão do castelo. Antes, porém, de seguir
o mordomo, o bonequeiro recebe um manto e alguns conselhos da velhinha.
Então,
o bonequeiro vai ao encontro do mordomo, e é apresentado ao rei.
Mas
o rei o trata com desdém, porque ele é só um animador de fantoches. O
bonequeiro, então, brinca um pouco com os bonecos, faz um deles dizer que acha
que o rei tem medo de seu povo, e o contesta em seguida; ao que as princesas
riem, mas o rei acha que ele é só um palhaço da corte.
E
como é o último pretendente que está disposto a receber, o rei concorda que ele
tente descobrir o segredo das princesas.
Então,
naquela noite, elas preparam o vinho com sonífero, e é Amanda, a princesa mais
velha, quem vai levar para ele. O bonequeiro, porém, diz que não está com sede,
mas ela garante que aquele é o melhor vinho do reino. Ela questiona porque ele
colocou os fantoches na cama, como para dormirem ao lado dele, e ele diz que os
bonecos o aquecem. Ela argumenta que o vinho vai aquecê-lo melhor. E como está
demorando demais, sua irmã Frederica vai verificar o que está acontecendo, e o
bonequeiro aproveita esse momento de distração para jogar o vinho numa jarra de
prata que está ao lado da cama. Então, quando Amanda se vira, ele finge estar
tomando o último gole. Diz que é realmente muito bom, finge que está com sono, e
dorme profundamente. Ele finge ressonar, o que a assusta, e a faz ir embora
mais depressa.
Amanda
sai do quarto dizendo que o infeliz nem precisava do sonífero, de tão cansado
que estava. Então as princesas se enfileiram, seis de cada lado do corredor
entre suas camas, dão as mãos, e abrem um portal no espelho de seu quarto, que
atravessam como num passe de mágica.
O
bonequeiro, mais que depressa, ao ouvir a princesa sair de seu quarto, tratou
de vestir o manto que a velha lhe deu, e percebeu que ele realmente o deixava
invisível. Assim, ele conseguiu sair do quarto a tempo de ver as princesas
atravessarem o espelho, e pôde segui-las, sem ser visto.
O
espelho os leva a uma floresta encantada, onde as árvores e os campos são feitos
de prata. A princesa mais nova pressente que algo ruim vai acontecer a elas,
mas as outras garantem que isso é bobagem, pois o bonequeiro vai fracassar,
como todos os outros.
O
manto dele se enrosca numa árvore, quebrando um pedaço de um galho, que chama a
atenção das princesas. Mas como não veem nada, elas seguem seu caminho.
Pela
manhã, ao acordar, o bonequeiro encontra o mordomo ao seu lado, querendo saber
se ele descobriu o segredo das princesas. Ele, no entanto, mente, dizendo que
não descobrira nada.
Então,
nesse dia, ele vê o carrasco construindo sua forca, e pergunta o que é aquilo
que ele está montando.
O
carrasco lhe adverte de que aquele pode ser seu penúltimo dia de vida.
Porém
o bonequeiro não se abala. E, ao ver as princesas dançando no jardim, e tenta
se juntar a elas. A mais velha, porém, lembra às irmãs que aquela casa está de
luto, mas o bonequeiro tira justamente esta para dançar. Ela o repreende, e ele
diz que só está decidindo qual delas vai escolher para ser sua esposa, depois
que vencer o desafio.
Amanda
fica brava por ele estar fazendo troça dela, e ele aproveita sua raiva para
tirá-la novamente para dançar, e todas as outras se divertem com isso.
Na
segunda noite, novamente, Amanda vai levar o vinho para ele. E, como na noite
anterior, ele espera que ela se distraia, joga o vinho na jarra de prata, e
finge cair no sono. Então as segue novamente para dentro do espelho. Elas
atravessam a mesma floresta de prata, e ele novamente se descuida, pisando na
barra do vestido da princesa mais nova, Luise, que desconfia do incidente, mas
as outras garantem que ela apenas se enroscou em alguma pedra no caminho.
Libertado o vestido, elas chegam a um rio, que atravessam num barco enorme. Elas
ouvem as ondas se quebrando atrás delas, e supõem que seja o sentimento ardente
dos príncipes esperando por elas. As princesas não viram que o bonequeiro estava
atravessando o rio a nado atrás delas, e que ele se escondera na outra margem,
entre as árvores douradas, para torcer o manto de invisibilidade ensopado.
Pela
manhã, outra vez, lá está o mordomo ao seu lado querendo saber se ele descobriu
alguma coisa. Ele nega, e o mordomo sequer pergunta por que ele está ensopado e
espirrando. Amanda acha que ele está doente. Ele diz que ainda tem uma noite
para se salvar, mas ela garante que ele não conseguirá isso se ficar o dia todo
na cama.
Então,
ele se levanta e despe a camisa molhada, o que a faz ruborizar e sair do
quarto. E como não está realmente preocupado com seu destino, o bonequeiro sai
para o jardim, e deita numa rede que improvisou usando as faixas velhas de luto
que as princesas trocaram por novas, amarrando uma ponta numa árvore, e
prendendo a outra ponta no muro do castelo. Ao vê-lo ali descansando, o rei
comenta que ele está tão tranquilo que parece até que já descobriu o segredo
das princesas; o que ele continua negando. O rei lhe adverte de que só tem mais
uma noite, e se não descobrir, será enforcado. Mas o bonequeiro continua
sereno, e diz que é a rede que o deixa tranquilo, e convida o rei a
experimentar. Assim, mais relaxado, deitado na rede, o rei confessa que anda
muito cansado de governar, e o bonequeiro tenta convencê-lo de que não há nada
de mais em permitir que as princesas se divirtam, e que elas dancem, porque
dança é movimento, é vida, mas não revela porque está dizendo isso.
As
princesas também estão inquietas, porque elas percebem que a mais velha, Amanda,
se apaixonou pelo bonequeiro, e ele será executado na manhã seguinte se não
descobrir o segredo delas. Mas se descobrir, elas nunca mais poderão ver seus
príncipes; e elas só são felizes quando estão nos braços deles. Então, começam
a pensar em maneiras de salvar o bonequeiro. Pensam em ajudá-lo a fugir: ele
pode descer pelas faixas de luto do castelo; mas elas são curtas, não chegam ao
chão. Poderiam aumentá-las, mas não têm mais fio. E se tentarem amarrá-las, o
mordomo perceberá o que elas estão tramando. Pensam, então, em não sair naquela
noite, mas haverá o problema da noite seguinte, e da seguinte, e assim por
diante, e elas não podem passar o resto de suas vidas sem irem ao encontro dos
príncipes. Outra opção seria ficarem lá com eles para sempre, e não voltarem.
Amanda
sabe que essa solução também não adiantaria, pois os príncipes são onze, e elas
doze.
Nenhuma
delas quer que o bonequeiro morra, mas ele teve a chance de evitar isso, se não
tivesse vindo ao castelo. Todos os outros poderiam ter feito algo melhor com
suas vidas, do que ir perdê-las ali. Mas elas estão fartas de condenar homens
inocentes.
Percebendo
que não há meios de salvá-lo, elas preparam o vinho com sonífero, mas Amanda
pede que Frederica o leve desta vez.
Então,
Amanda vai levar o vinho. Ele tenta recusar. Diz que ela nunca bebe com ele.
Ela está visivelmente torturada, querendo chorar. Pede que ele beba. Ele espera
que ela lhe dê as costas para esconder as lágrimas, despeja o vinho na jarra de
prata, recosta-se no leito, e finge dormir, agarrado à taça. E quando ela vai
tirá-la de sua mão, ele agarra a mão dela, fingindo estar adormecido.
Ela
recolhe a mão, chorando, e vai ao encontro de suas irmãs.
Ele
as segue novamente, e desta vez, atravessa o rio no barco com elas, sentado ao
lado de Amanda, que está muito triste, afastada das outras. As princesas
percebem que o barco está mais pesado na água esta noite, mas não conseguem ver
o bonequeiro sentado ao lado de Amanda, escondido sob o manto de
invisibilidade. Todavia, uma delas acaba tendo uma ideia para salvá-lo do
enforcamento, e segredam umas às outras ao ouvido.
Assim,
ao chegarem à outra margem, o bonequeiro se esconde entre as árvores
diamantadas, e assiste quando as princesas se lançam nos braços de seus
príncipes, que as estão esperando, prontos para dançar a noite toda. Todas,
exceto Amanda, pois o príncipe dela não está entre eles. As princesas, seguindo
o plano, tiram os sapatos antes de começarem a dançar, pois, assim, eles não
estarão furados pela manhã, e ninguém suspeitará que elas saíram. Talvez assim,
o rei decida adiar a execução do bonequeiro, porque não houve nada para ele
descobrir essa noite. Só Amanda não tira os sapatos, pois não vai dançar.
Percebendo,
porém, que Amanda está triste e sozinha, o bonequeiro, ainda com o manto de
invisibilidade, a tira para dançar, esquecendo-se que ela não tirou os sapatos.
Assim,
pela manhã, o bonequeiro é levado ao cadafalso, já que uma das princesas
amanheceu com o sapato furado – justamente, sua favorita, Amanda.
Então,
o bonequeiro tira do bolso os três galhos que recolheu no bosque encantado que
elas visitam todas as noites: um de prata, um de ouro, e um diamantado, que
provam que ele realmente descobriu o segredo, o que elas prontamente confirmam.
E
como o trato era apenas que ele descobrisse o segredo, e não que o revelasse, e
como não quer ver suas filhas infelizes, o rei decide que o bonequeiro será o
herdeiro do trono, e pede que ele escolha qual das princesas quer como esposa. Para
desagrado do mordomo, que tenta argumentar que não foi esse o acordo, pois
ainda não sabem de coisa alguma.
As
princesas voltam a se alinhar, aliviadas por ele ter conseguido sair vivo do
desafio. O bonequeiro se aproxima, fitando uma por uma, e, parando diante de
Amanda, pergunta se ela gostou da dança da noite anterior, e ela, por timidez,
nega com a cabeça. Então, o bonequeiro, com toda a solenidade e cortesia, se
dirige ao rei.
E
vai embora. As princesas, indignadas, cercam a irmã, e a convencem a correr
atrás dele, para que pelo menos uma delas seja feliz. Então, Amanda o alcança,
e permite que ele a beije. E nesse momento, quebra-se a maldição que prendia os
príncipes no bosque encantado do outro lado do espelho, e eles atravessam para
dentro do castelo, reunindo-se cada um com a sua princesa.
O
mordomo, indignado, começa a pular sobre o cadafalso, e o carrasco, nervoso com
isso, puxa a alavanca, fazendo-o despencar pelo alçapão e cair no monte de feno.
Assim,
as princesas com seus príncipes, e Amanda com seu bonequeiro, agora dançam
alegremente pelos bosques e campinas do reino, sem se importar nem se preocupar
que os sapatos apareçam furados.
*Curiosidade:
No
conto original, não havia bonequeiro; o homem que veio tentar descobrir o
segredo das princesas era um soldado, que por ter sido ferido, não podia mais
servir ao exército de seu reino. Ele recebeu a capa de invisibilidade da
velhinha, e a instrução de não beber o vinho que lhe oferecessem antes de
dormir; e não teve pudores em contar ao rei aonde as princesas iam todas as
noites. O final, para os príncipes encantados, não foi feliz: eles permaneceram
encantados, presos no castelo subterrâneo onde as princesas costumavam dançar
todas as noites.
E
na próxima postagem, a história de um rei que queria se casar com uma mulher
esperta; e, para sua infelicidade, encontrou uma moça mais esperta que ele.
Nos
vemos lá!
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