Nem sempre o ator que começa
interpretando um personagem segue com ele até o final do programa, série ou novela.
Esse recast é algo muito frequente em
novelas mexicanas, por exemplo, seja por necessidade – quando o ator adoece no
meio da produção e precisa ser afastado, ou morre –, seja por picuinhas ou
conflitos de agenda. Mas também já tivemos vários casos em séries de TV bem
populares, em sagas cinematográficas extensas, e até mesmo na nossa telinha.
Veja alguns rostos que mudaram no
decorrer da produção – em alguns casos, o público mal se deu conta da troca.
O Terceiro
Pateta (Os Três Patetas)
Um dos exemplos mais antigos talvez
seja Os Três Patetas – que, na verdade,
era uma série de filmes curtas-metragens para o cinema, que acabou expandindo
seu sucesso na televisão. É um caso um pouco diferente do restante da lista –
em que atores diferentes deram vida ao mesmo personagem –, mas a verdade é que
a ideia aqui era trocar o rosto e o nome, mas sem alterar a função do
personagem na comédia, então, dá mais ou menos no mesmo.
Esse caso foi comentado mais
detalhadamente aqui no blog no tributo aos mestres da comédia pastelão, mas
vamos relembrar. Ao longo dos quase cinquenta anos da parceria, o terceiro
pateta foi trocado quatro vezes: antes de assinarem seu primeiro contrato com a
Fox, o trio era formado por Moe, Larry e Shemp, mas o terceiro deixou o grupo
por não querer carregar Ted Healy, então empregador dos patetas e líder do
grupo, como contrapeso na nova empreitada, deixando seu posto para o irmão mais
novo, Curly. Mais tarde, quando Curly precisou se afastar dos filmes para
cuidar da saúde, Shemp retornou, e ficou até seu falecimento, quando o terceiro
pateta passou a ser interpretado por Joe Besser, o Joe; mas o público não foi
muito com a cara dele, e sua participação rendeu somente dezesseis curtas,
sendo mais uma vez substituído por Joe DeRita, o Curly-Joe, que permaneceu até
o final da parceria, encerrada definitivamente por causa do falecimento de Moe.
James Stephens
(A Feiticeira)
Essa troca dificilmente é notada aqui
no Brasil – especialmente nas últimas duas décadas –, pois raramente uma
emissora de TV exibe as três últimas temporadas de A Feiticeira.
O marido constantemente colocado em
saia justa para tentar evitar que os poderes de sua esposa Samantha sejam
descobertos pelos pobres mortais, foi interpretado nas cinco primeiras temporadas
por Dick York. Mas o ator sofria de fortes dores na coluna, que ele tentava
controlar com medicamentos. A partir da quinta temporada, as dores se
agravaram, e o ator ficou diversas vezes impossibilitado de filmar. Muitos
episódios foram reescritos sem seu personagem, e sua ausência era justificada
com viagens de negócios. Mas ao fim daquela temporada ficou claro que ele não
poderia continuar na produção, então seu xará Dick Sargent foi chamado para
substituí-lo; e embora a série ainda tenha durado três temporadas após a troca,
o segundo intérprete do marido de Samantha estava muito distante de possuir o
carisma do primeiro.
O curioso é que Sargent era a primeira
opção para interpretar James Stephens (Darrin, no áudio original) desde o
princípio, mas estava envolvido em outros projetos na época.
Marilyn
Monstro (Os Monstros)
A atriz Berverly Owen começou a série
interpretando a sobrinha “esquisita” dos monstros, como um favor ao namorado,
Jon Stone, um dos produtores da série, mas isso durou somente treze episódios. De
casamento marcado, Beverly abandonou a produção no final da primeira temporada,
sendo substituída pela estreante Pat Priest, no último episódio, e esta levou a
personagem até o fim da série. O interessante é que as duas atrizes eram tão parecidas
– ainda mais sob as lentes de uma série em preto e branco – que até hoje poucas
pessoas se deram conta da troca.
Vivian
Banks (Um Maluco No Pedaço)
Um dos recasts mais polêmicos da televisão americana foi a substituição de
Janet Hubert-Whitten por Daphne Reid como Tia Vivian, em Um Maluco No Pedaço. Para o público, a coisa aconteceu assim: Janet
engravidou e pariu Nick Banks, filho mais novo do Tio Phil, mas quem saiu da
maternidade com o bebê nos braços e o criou foi Daphne.
Simples assim. Só que na vida real,
parece que a coisa não foi tão simples.
Quando tem chumbo trocado, é difícil
entender quem está falando a verdade. Janet alegou que os produtores queriam
reduzir a participação de sua personagem na série e também seu salário, por
influência de Will Smith, com quem a atriz tinha um relacionamento tenso. Além
disso, sua gravidez na vida real – que acabou sendo incorporada ao roteiro da
série – foi considerada quebra de contrato. Já Will Smith afirmou que a atriz
queria transformar a série em “Tia Viv no Pedaço”, pois não se conformava com o
sucesso imediato do protagonista, uma vez que ela atuava há muito mais tempo.
Alfonso Ribeiro, que deu vida ao divertido Carlton Banks, também comentou em um
de seus shows de stand-up comedy que
era difícil trabalhar com a atriz, chegando a afirmar que ela era “louca”, e
que ela provocava várias discussões entre os membros do elenco.
Seja lá qual for a versão verdadeira, a
série sofreu uma perda irreparável com essa substituição, pois Janet compunha a
melhor versão da Tia Vivian: uma mulher feroz, sem medo de falar o que pensa,
sarcástica, mas amorosa quando se tratava de proteger os filhos, e criativa na
hora de ensinar a História dos negros aos seus alunos. A nova Tia Vivian se
tornou uma dona de casa tranquila e maternal; simpática, mas nem a sombra do
que tinha sido com sua intérprete original.
Claire Kyle e Vanessa Scott (Eu, A Patroa e As
Crianças)
Na primeira temporada, a filha do meio
de Michael e Jay Kyle era interpretada por Jazz Raycole. Mas ao receber os
primeiros textos da segunda temporada, seus pais não gostaram nadinha de saber
que sua amiga Charmaine ficaria grávida, e decidiram retirar a menina do
elenco. Por isso ela foi substituída por Jennifer Nicole Freeman, que,
convenhamos, deu mais carisma à personagem.
A série chegou a fazer piada com essa
troca. Na primeira aparição de Claire na segunda temporada, Michael olha para
ela e comenta: “Eu não sei o que é, mas
você está diferente. Parece até outra pessoa...”.
Mas Claire não foi a única personagem a
trocar de rosto em Eu, A Patroa e As
Crianças. No final da terceira temporada, Júnior começou a namorar Vanessa
Scott, na época, interpretada por Meagan Good. Foi com ela que o garoto
inaugurou a cama dos pais, o que acabou por exilá-lo na garagem, e foi também
ao lado dela que ele anunciou que Jay e Michael seriam avós. Mas a partir da
quarta temporada, quando essa história se desenvolveria, Vanessa retornou com o
rosto de Brooklyn Sudano. Essa troca não virou piada, nem foi explicada, mas
considerando que Meagan Good é figurinha carimbada em diversas séries de TV
americanas, é provável que a atriz já tivesse agendado outros projetos quando
descobriu que a personagem ganharia mais destaque.
Carol
(Friends)
Eu poderia dizer que esse recast é difícil de lembrar, mas como Friends tem fã saindo até do bueiro, vai
saber!
Nos dois primeiros episódios da série,
a esposa lésbica do Ross foi interpretada por Anita Barone, mas a moça, que
tinha feito testes para o papel de uma das três protagonistas, não ficou nada
satisfeita com a ideia de interpretar uma personagem secundária, e decidiu
abandonar a produção ainda no comecinho.
Seu lugar foi assumido por Jane Sibbett
até o final da série. E embora Sibbett não tenha feito outros papéis
particularmente memoráveis, não consigo lembrar de simplesmente nenhum papel de
Anita Barone. Friends explodiu, Carol
se tornou um rosto conhecido, sua primeira intérprete ficou com dor de cotovelo
por não ter um camarim só para si, ou o corte de cabelo da década, e continua
sendo ninguém na memória...
Ruby
(Supernatural)
Essa foi a troca mais facilmente
justificável da lista. Em Supernatural,
Ruby era um demônio que começou tentando ajudar os irmãos Winchester, e depois
se revelou lacaia de Lúcifer, com a missão de romper o último selo que o prendia
na jaula.
Na terceira temporada, ela foi
interpretada pela loirinha Katie Cassidy, quando era só uma aliada dos meninos
na guerra contra Lilith, e na tentativa de resgatar a alma de Dean, vendida a
um demônio da encruzilhada para salvar a vida de Sam. Na quarta temporada, ela
apareceu com o rosto de Anna Williams num único episódio – uma humana que
estava sendo possuída por ela. Quando Sam se queixou e a forçou a abandonar o
corpo que estava possuindo, Ruby se apossou do corpo de uma mulher em coma, a
morena Genevieve Cortese, em cuja forma a personagem se envolveu com Sam na
série, e acabou levando o bonitão para casa na vida real.
Toby Cavanaugh e Jason Dilaurentis (Pretty Little
Liars)
Essa
série me irritou com a brincadeirinha de esconde-esconde na TV a cabo, sendo
exibida por pelo menos três emissoras diferentes: começou no Boomerang, migrou para o Glitz na terceira temporada, e depois
para a TNT Séries na quinta. Cada vez
que um canal começava a exibir Pretty Little Liars, o dito canal:
a) saía
momentaneamente da grade das principais operadoras de TV a cabo;
b) o
novo canal a exibi-la só existia no pacote mais caro;
c) o
canal passava de repente a figurar apenas no pacote mais caro – e eu me recuso
a aumentar cinquenta reais no valor da assinatura por causa de um único canal!
Era
o canal entrar num pacote intermediário, o mesmo deixava de exibir a série. De
duas uma: ou jogaram uma uruca ferrada em PLL,
ou eu realmente não dei sorte. No fim das contas, as duas últimas temporadas só
foram exibidas pela Netflix, mas a
minha paciência já tinha acabado lá no Glitz.
Seja
lá como for, os recasts ocorreram no
começo da série, quando eu ainda tinha vontade de assisti-la.
Toby
Cavanaugh, o irmão de criação/peguete de Jenna Marshall começou a série com o
rosto de James Neat. Sem sal, sem açúcar e sem graça. Percebendo isso, os
produtores decidiram substituí-lo por Keegan Allen, que não é exatamente um
exemplo de carisma, mas deu mais consistência ao personagem, com seu jeito
melancólico, soturno, e reservado – sempre que não estava na presença de
Spencer Hastings, que conseguia acender uma chama no personagem.
Falta
de carisma provavelmente também foi o motivo da troca do intérprete do irmão
da, então finada, Alison Dilaurentis, Jason: saiu Parker Bagley – que o fazia
parecer uma versão triste e mau encarada do Sheldon Cooper –, e entrou Drew Van
Acker – não que a questão do carisma tenha sido completamente resolvida; o
personagem aparentemente não agradou muito mesmo após a troca, mas melhorou um
pouquinho.
Robin Hood
(Once Upon A Time)
Essa é uma daquela trocas que
provavelmente pouca gente vai lembrar. A primeira aparição de Robin Hood
aconteceu quase no final da segunda temporada, no episódio “Lacey”. Durante um flashback do episódio, em que estava
tentando salvar a vida de sua esposa doente, Maid Marian, Robin Hood foi vivido
por Tom Ellis. Mas quando o personagem entrou para o elenco regular na terceira
temporada, para trazer um pouco de romance à vida da nossa Rainha Regina, Ellis
já estava envolvido em outros projetos – atualmente ele protagoniza a série Lúcifer. O escolhido para substituí-lo
foi Sean Maguire.
Rebekah
Mikaelson (The Originals)
Gente,
não quer brincar, não desce pro play, faz favor!
A
história dos Vampiros Originais começou lá em The Vampire Diaries – na segunda temporada, com uma introdução meio
nebulosa, e com um desenvolvimento mais claro na terceira, sendo o tema
principal da história naquele ano. O sucesso dos personagens foi tanto, que a
emissora criou um spin-off
protagonizado pela Família de Vampiros Originais. Mas olha só o pepino que a
nova série herdou: Claire Holt, intérprete da vampira Rebekah, a única mulher e
uma das personagens mais queridas do clã, passou anos sem visitar a família na
Austrália por conta de seu trabalho em séries de TV na terra do Tio Sam, por
isso, nos últimos anos, ela só tem concordado em fazer participações especiais
aqui e ali – só o suficiente para pagar as contas; motivo pelo qual a namorada
mais carismática de Emily Fields em Pretty
Little Liars foi a que menos durou no elenco. O que fazer então, já que ela
era uma das protagonistas da nova série? Ué, gente... Não tem tanta bruxa no
enredo de The Originals? Que tal
fazer uma delas colocar a alma de Rebekah no corpo de outra atriz?
Foi
esta a solução encontrada pela roteirista Julie Plec para manter Rebekah como
uma das personagens principais da série, sem que a atriz ficasse presa nove
meses por ano nos Estados Unidos. Tendo participado de apenas metade dos
episódios da primeira temporada, Rebekah voltou para a segunda temporada, e
logo no início foi transportada para o corpo de Maisie Richardson-Sellers. Na
história da série, Sellers seria a bruxa serial
killer de crianças Eva Sinclair, que foi aprisionada pelas bruxas para
fazer cessar seus crimes. Agora, com a Vampira Original usando seu corpo através
de possessão, ela pode circular livremente pela cidade e participar da trama
principal.
Quanto
a Claire Holt, ela divide o papel com Sellers, aparecendo ocasionalmente em flashbacks do passado da família
Mikaelson, e faz participações especiais na história contemporânea, geralmente
nas season finales, quando toma de
volta seu antigo corpo para ajudar a resolver os pepinos da família.
E
quando eu disse “se não quer brincar, não desce pro play”, eu estava brincando.
Claire Holt é o tipo de atriz que abrilhanta todo e qualquer personagem que
interprete, mesmo que seja só uma participação especial, ou que tenha de
dividi-lo ao longo da temporada.
Mariana e
Silvana (Cúmplices de Um Resgate)
Se aqui no Brasil Larissa Manoela
emprestou sua fama às gêmeas Isabela e Manuela no remake escrito por Íris
Abravanel, de forma individual, na trama original mexicana, duas atrizes
interpretaram as gêmeas: na primeira fase, elas foram vividas por Belinda Peregrín;
já na segunda fase foi Daniela Luján, famosa por Luz Clarita e O Diário de
Daniela quem concluiu o trabalho.
A saída da atriz causou muita controvérsia,
e até hoje as versões divergem. A produtora Rosy Ocampo – famosa por trocar
inúmeros atores importantes ao longo de suas novelas – afirmou numa coletiva de
imprensa que a saída de Belinda se dera porque, com o sucesso de audiência, a
novela seria esticada, porém, o contrato que firmaram com a atriz acabara, e
como ela já havia agendado compromissos acadêmicos e profissionais, não poderia
permanecer no projeto. O pai de Belinda confirmou a história para a imprensa.
Anos mais tarde, porém, Belinda alegou que havia pedido três sábados de folga
por mês para poder se dedicar mais aos estudos, e a produtora recusou. A partir
daí, não se sabe se a saída de Belinda foi decidida pela produtora da novela ou
pelos pais da menina.
O curioso é que a novela nasceu de uma
ideia da própria Daniela Luján, que viera a substituir Belinda no papel das
protagonistas. A menina teria sugerido a Rosy Ocampo que fizesse uma novela
infantil com protagonistas gêmeas, um tema frequente em novelas adultas, e que
sempre garantia sucessos de audiência. Aparentemente os mexicanos adoram ver
mulheres duplicadas na televisão. Mas quando o projeto começou a ser
desenvolvido, Daniela não foi chamada para participar. Após a saída de Belinda,
porém, ela aparentemente já estava com a senha 01 na mão para substituí-la.
Será mesmo suspeito, ou eu é que sou naturalmente desconfiada?
Cora
(Império)
Substituir atores no decorrer da novela
não é exclusividade dos mexicanos. Já tivemos nossa cota por aqui também.
Afinal, novela é uma obra aberta, e ninguém está livre de imprevistos.
Um dos mais curiosos recasts brasileiros foi o da novela Império – aquela do Comendador Alexandre
Nero. Drica Moraes dava vida à vilã Cora, mas passou por problemas de saúde e
precisou se afastar. Como a personagem estava no auge de sua popularidade, e
não havia previsão de quando a atriz poderia retomar as gravações – Drica
chegou a passar um período sem voz –, o autor precisou ser criativo para
substituí-la. A solução foi dar chá de sumiço em Cora durante alguns capítulos,
e depois trazê-la de volta com uma aparência vinte anos mais jovem.
Marjorie Estiano, que deu vida à
personagem na primeira fase da novela, foi a escolhida para substituí-la, como
um inabitual retorno do tempo.
A cena em que a megera explicou seu
rejuvenescimento ao blogueiro Téo Pereira foi cômica:
Agora eu pergunto: essa história de
rejuvenescimento convenceu alguém?
Simone
Cantapedra (Meu Cunhado)
Essa série foi ao ar no inicio dos anos
2000, mas pipocou na programação do SBT uns cinco anos atrás no quadro “Quem Não Viu Vai Ver” – o mesmo que
reprisou o humorístico Ô Coitado!, em
que Gorete Milagres interpretava a divertida empregada Filomena.
Meu
Cunhado – que
durou menos que a Filó na reprise –, era protagonizada por Ronald Golias, na
pele de Bronco, o cunhado inconveniente e irresponsável do publicitário
Washington Cantapedra, personagem de Moacyr Franco. Mas a irmã do Bronco e a
esposa do Cantapedra foram interpretadas por duas atrizes ao longo do
humorístico.
Guilhermina Guinle foi a primeira a dar
vida à Simone, mas saiu na terceira temporada, ao entrar para o elenco da
novela Mulheres Apaixonadas, da
Globo. Para justificar sua saída, foi criado um episódio em que Simone,
insatisfeita com a passagem do tempo, decide passar por uma cirurgia plástica.
Coisa pequena, sabe... Ela só fez alguns retoques no nariz, na boca, nas
orelhas, ao redor dos olhos, na bochecha, no maxilar... Até ficar com o rosto bem
parecido com o da Luísa Thiré. Foi praticamente um prequel do que aconteceria
com a plástica no rosto da Renée Zellwegger, só que o desastre na série foi bem menor...
Rita e
Isadora (Toma Lá Dá Cá)
Outra troca que pouquíssimas pessoas
vão lembrar. No episódio piloto da sitcom
Toma Lá Dá Cá, que foi ao ar como
especial de fim de ano na Globo em 2005, a esposa do Arnaldo foi interpretada
por Débora Bloch. A princípio, o programa era apenas isso: um especial de fim
de ano; mas a recepção do público foi tão positiva que Miguel Falabella recebeu
sinal verde para transformá-lo em uma série. Todavia Débora estava envolvida
com sua peça teatral, e teve que abandonar a personagem. Para o seu lugar foram
cogitadas três divas da comédia nacional: Fernanda Torres, Denise Fraga e
Marisa Orth. Talvez pensando em reprisar o sucesso de Sai de Baixo, Miguel acabou escolhendo sua antiga companheira de
elenco. Desta vez, sem cala a boca,
Magda!
Outra personagem que mudou de rosto após
o piloto foi Isadora. No especial de fim de ano, Mitzi Evelyn dava vida à filha
rebelde de Rita e Mario Jorge, mas quando Toma
Lá Dá Cá foi confirmada como série, a personagem foi reescrita mais sensual
e mau caráter, sendo substituída por
Fernanda Souza.
Albus Dumbledore (Harry Potter)
O
único exemplo nessa lista que não veio da televisão ocorreu por um motivo
triste. O ator Richard Harris, que interpretou o querido diretor de Hogwarts
nos dois primeiros filmes, faleceu pouco antes do lançamento de Harry Potter e a Câmara Secreta. O
escolhido para substituí-lo foi Michael Gambon, que interpretou Dumbledore tão
divinamente no restante da saga, que poucas pessoas se deram conta da troca.
Mas
é fácil perceber que na atuação de Harris havia mais tranquilidade em
Dumbledore, ele era mais calmo, mais suave, com um sorriso mais amistoso.
Gambon foi brilhante em sua interpretação, mas o tornou mais forte, um pouco
mais enérgico e menos sorridente que seu intérprete anterior.
Escolher
o melhor? Deixo isso para os especialistas. Em meu coração potterhead, há um empate técnico.
E
esta nem foi a única substituição na saga do bruxinho. Afinal, em um projeto
tão longo – foram cerca de dez anos entre a estreia do primeiro e do último
filme –, é natural que o elenco passe por mudanças, seja lá qual for o motivo.
Tivemos
o recast de Tom, o proprietário do
Caldeirão Furado, que tinha o rosto de Derek Deadman em Harry Potter e a Pedra Filosofal, e o engraçado Jim Tavare em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban.
Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado
também teve mais de um rosto deformado por um bom maquiador: no primeiro filme,
ele teve o rosto de Richard Bremmer, e a voz de Ian Hart, uma vez que estava
usando o corpo do Professor Quirrell, interpretado por Hart, como hospedeiro; a
partir do quarto filme, quando recuperou seu antigo corpo através do ritual no
cemitério, Lorde Voldemort passou a ser interpretado por Ralph Fiennes.
Agora,
uma troca um tanto quanto esquisita aconteceu no último filme da saga, Harry Potter as Relíquias da Morte – Parte 2.
Estão lembrados da cena em que Harry, Rony e Hermione enfrentam a gangue do
Draco Malfoy na Sala Precisa? E há um garoto negro na panelinha do bruxinho
loiro? Bem, ao contrário do que muitos pensam, aquele não era Crabbe. O ator
que interpretou Crabbe nos filmes anteriores, Jamie Waylett, foi
impossibilitado de participar do filme, pois estava cumprindo pena de serviço
comunitário por posse de maconha. E não me perguntem de quem foi a ideia “brilhante” (só que não), de, em vez de
substituir o ator, trocar o personagem na cena. O garoto que vemos
com Draco e Goyle naquela cena é Blaise Zabini, outro membro da Sonserina. Por
isso ele foi interpretado por Louis Cordice. E você aí pensando que a pele do
Crabbe tinha escurecido por se sentar perto demais de Simas Finnigan na aula de
poções, hein!?
Bem,
eu poderia citar ainda muitos outros recasts
famosos, como:
Victoria – interpretada
por Rachelle Lefevre em Crepúsculo e Lua Nova e por Bryce Dallas Howard em
Eclipse.
Jane –
interpretada por Danielle Winits no primeiro filme da saga Até Que a Sorte Nos
Separe e por Camila Morgado nas duas continuações.
Dra. Júlia Zacarias/ Juli Di
Trévi – interpretada por Íttala Nandi na primeira fase
da novela Caminhos do Coração e por Babi Xavier na continuação Os Mutantes.
Paty –
no programa do Chaves, a menina dos sonhos do protagonista foi interpretada por
quatro atrizes ao longo dos quase vinte e cinco anos da série, entre programa
independente e esquete do Programa Chespirito. Foram elas: Patty Juárez em Uma
Visita Muito Importante, Uma Vizinha
e Beijinhos, de 1972; Rosita Bouchot
em A Chegada das Novas Vizinhas, O Namoro de Seu Madruga e Se Beijo Fosse Sapinho, O Mundo Seria Um
Brejo, de 1975; Ana Lilian de La Macorra, a mais conhecida, interpretou
Paty a partir da terceira refilmagem da saga das Novas Vizinhas, em 1978, e fez participações esporádicas até o fim
da série independente; e Veronica Fernández, filha de Maria Antonieta de Las
Nieves, a Chiquinha, interpretou a personagem em dez esquetes do Chaves em
1987.
Paraíso... Digo, Céu... Digo, Glória
–
Assim como a Paty foi substituída a cada remake, sua tia Glória passou pelo
mesmo processo, sendo interpretada por quatro atrizes diferentes. Foram elas:
Maribel Fernández (1972), Olívia Leiva (1975), Regina Torné (1978, a mais
conhecida aqui), e Mari Carmem Vela (1987). Esta última também fez aparições em
outros esquetes do programa Chespirito na década de 1990, interpretando outros
personagens.
E
muitos outros recasts que eu
certamente esqueci, mas vou parar por aqui, ou esse artigo vai ficar mais longo
que a Av. Sapopemba.
Caraca! O.O eu não sabia de metade das trocas. Acredita que não lembro nadica de nada da troca de personagens em Supernatural (pois foi a única série das citadas que vi de verdade)? E olha que assisti até a 5º temporada sem descanso. HUAHUAHUAHUA
ResponderExcluirhttps://j-informal.blogspot.com.br/
Pior que eu acredito, rsrs. Conforme eu fui escrevendo o artigo, eu fui relembrando o elenco das séries. Algumas eu nem lembrava mais que tinha atores trocados, como Pretty Little Liars, que eu lembrava da troca do Jason, mas não do Toby, até ver os primeiros episódios de novo. E da Ruby eu lembrava da Kate e da Genevieve, mas só lembrei da Anna Williams assistindo o episódio que ela apareceu, rs.
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