Para
a penúltima postagem do Halloween Animado, escolhi um episódio cujo vídeo já
incorporei numa postagem aqui tempos atrás. É o meu episódio favorito do
Chômpiras, protagonista do esquete Los
Caquitos, que acabou se tornando a vedete do Programa Chespirito nas três
últimas temporadas (1993-1995), quando Chaves e Chapolin deixaram de ser
produzidos.
Talvez
essa série não seja tão especial para vocês quanto é para mim – pois, assim
como Chapolin e Chaves, os personagens mais famosos do Bolaños, Chômpiras também
marcou a minha infância. Esse episódio, em particular, eu devo ter assistido
algumas milhares de vezes, pois tinha gravado numa fita – sabe? VHS: aquele
dinossauro que antecedeu os atuais DVDs e Blu-rays, e que hoje em dia são quase
impossíveis de reproduzir, devido à extinção dos videocassetes. Uma pena,
realmente.
No
episódio de hoje vamos passar uma noite assustadoramente divertida no Hotel Mal-Assombrado!
Nossa
aventura começa numa noite qualquer, quando o Sargento Refúgio chega de mala e
cuia no hotel onde trabalha a nossa turma, procurando um quarto para passar a
noite.
Mas
então, o que o levaria a procurar abrigo no hotel?
Bem,
acontece que o Sargento Refúgio mora sozinho com sua mãe, mas a velha teve que
viajar para visitar um parente que está doente, e ele tem medo de ficar
sozinho.
Acontece
que o apartamento onde mora o Sargento Refúgio fica num edifício muito velho, e
nessas construções antigas nunca faltam dois ou três fantasmas para
assombrá-los à noite. Tudo bem que ele nunca viu nenhum, mas já sentiu a
presença. Quando sua mãe está lá não tem problema, porque ela sabe como
afugentá-los: com água benta, com defumações, ou com orações que só ela
conhece. Mas como ela não está em casa, ele achou melhor não se arriscar.
Mas
como o Seu Cecílio é macaco-velho, já tem uma boa estrada gerenciando hotéis, ele
logo suspeita que tem gato nessa tuba.
E
como é sempre legal tirar sarro desses amigos bundões – ainda mais em se
tratando de um sujeito grandalhão que não tem mais idade para essas bobagens –,
Seu Cecílio aproveita para jogar uma preocupação na cabeça do Sargento.
Relaxa,
Sargento... Ele só está tirando uma com a sua cara. Mas, por via das dúvidas,
melhor não trancar a porta do quarto esta noite...
Enquanto
isso, num dos andares de cima, Chimoltrúfia arruma a cama para Maruja. E, como
se tivesse assistido à primeira cena do episódio, a perua interroga a camareira
a respeito de um boato que ouviu por aí.
Faz
isso não, Chimoltrúfia... Essa mulher não vai conseguir dormir essa noite...
Mesmo
assim, Maruja decide se certificar sobre tudo o que já falaram a respeito das
assombrações do hotel.
Muito
reconfortante, Chimoltrúfia...
Não
se espantem com o linguajar da camareira. Ao longo do episódio vocês conhecerão
mais algumas palavrinhas que só existem no vocabulário dela.
Mas
como Maruja é uma mulher racional, e sabe que tudo isso não passa de crendice
popular, deduz que Chimoltrúfia está contando essas coisas para assustá-la –
apesar de ter sido ela quem puxou o
assunto... E como a cama já está arrumada, e Maruja já está pronta para nanar, ela dispensa os serviços da
camareira.
Lá
embaixo, no lobby, Chômpiras e Botijão conversam tranquilamente, sentados no
sofá, já que foram escalados para trabalhar no turno da noite. Quer dizer,
Chômpiras, provavelmente, vai trabalhar; Botijão já se prepara para tirar um
cochilo no sofá.
Simples
assim. Afinal, para quê ele te paga, Chômpiras?
Espera
um minutinho... O Botijão não paga nada para ninguém. Pelo contrário...
Melhor, então, fazer alguma coisa para não deixá-lo dormir. Como lembrá-lo do boato sobre o fantasma no hotel...
Olha
o bullying!
Pelo
visto, o Botijão não é tão facilmente impressionável como o resto dos
personagens da série. Então, Chômpiras decide se mandar; mas antes disso, ele
pega um gatinho que estava circulando pelo lobby e coloca sobre a pança do
amigo, para tentar assustá-lo.
Aliás,
guardem bem a fuça dessa figurinha, porque ele causará uma grande confusão
nesse episódio.
A
madrugada avança lentamente. E como a noite é uma criança, e, pelo visto,
ninguém consegue dormir direito nesse hotel – nem os funcionários, nem os
hóspedes –, lá pelas tantas da madrugada, o Sargento Refúgio chama Chimoltrúfia
ao seu quarto para reclamar de sua insônia. E já de cara ela avisa que é uma
mulher decente. Porque a Chimoltrúfia é precisamente o tipo de camareira que
mexe com a fantasia dos homens... Como se tivesse um frigobar abastecido com
muita água que o passarinho não bebe no quarto do Sargento, e ele o tivesse
esvaziado inteiro...
Claro
que o que o Sargento Refúgio quis dizer é que não estava conseguindo dormir. E
o problema não era vontade de ver a camareira. Desta vez, a culpa é do gato – e não tem nada a ver com o Kiko.
Tem
certeza de que estão se entendendo? Pois não parece...
Agora
que finalmente chegaram a um acordo a respeito do gato, dos ratos, dos miados e
de onde eles vêm, o Sargento pede que Chimoltrúfia dê um jeito de trancar o
gato em algum lugar que não seja tão perto dos quartos dos hóspedes.
É...
Pois é... Enquanto Chimoltrúfia estava no quarto anotando as queixas do
Sargento, o gato ficou quietinho, fazendo boca de siri para tentar não ser
trancado. No entanto, como qualquer criatura irritante, esperou apenas que ela
se retirasse, e que o Sargento se ajeitasse novamente para dormir, para
recomeçar a cantoria.
Sim,
eu sei que gatos não cantam – ainda que agora eu esteja pensando no grupo de
jazz dos Aristogatas –, mas vocês entenderam o contexto...
E
como é a eficiência em pessoa, Chimoltrúfia foi imediatamente atrás de Chômpiras,
para pedir que trancasse o gato, para que parasse de incomodar os hóspedes, e
lhe emprestou a chave mestra para que ele pudesse executar o serviço.
Agora
vejam só o que esse maluco vai aprontar: estão lembrados de que Chimoltrúfia
contou a lenda do diabo que chacoalha as camas do hotel para a Maruja?
Adivinhem onde o gato achou de se esconder...? E onde o Chômpiras se enfiou
para capturar o bicho...?
Claro
que o Sargento não acredita em nada do que ela conta. Afinal, a mulher tá de
camisola, fazendo escândalo no meio da noite... É mais fácil crer que ela teve um pesadelo, não?
Enquanto
ele tenta impedir que Maruja faça um escândalo ainda maior, o gato escapa do quarto da moça
e vai se esconder no quarto ao lado – que, por acaso, era o do Sargento.
Atenção, Seu Cecílio! Abre o olho com isso aí!
Só que Chômpiras continua em
seu encalço; de modo que, quando o Sargento volta, depara-se com uma cena muito
estranha.
Enquanto
isso, na recepção, Maruja tenta encerrar rapidamente sua conta para ir embora
do hotel, mas está tendo problemas para explicar porque está com tanta pressa.
Essa
Chimoltrúfia é impagável! Claro que o que o Seu Cecílio queria dizer, era que a
essa altura dos acontecimentos, era ridículo demais que Marujita ainda
acreditasse em fantasmas. Mas vai tentar explicar isso para alguém que acordou
com a cama sendo chacoalhada pelo fantasma do gato endiabrado...
Então
é claro que Marujita não estava nem um pouco interessada em continuar a
conversa, e exigiu que o gerente mandasse buscar sua bagagem.
E
enquanto essa discussão acontecia na recepção, o Sargento Refúgio acordava
Botijão aos berros, assustado com a cena grotesca que acabara de presenciar em
seu quarto.
Claro
que não tinha cama nenhuma possuída pelo demônio. Até porque, todos nós sabemos
que essas entidades preferem usar seres humanos normais para assustar os irmãos
Winchester. A criatura chacoalhando as camas do hotel Boa Vista era somente o Chômpiras
numa luta corporal com um simples gatinho. E o pior, é que mesmo num espaço tão
reduzido, ele não conseguiu segurar o bicho. Mas, ao menos, ele conseguiu
formular um plano B: desgrudou um pedaço de fita crepe de uma caixa de papelão,
fez uma bolinha, jogou no chão para distrair o gatinho, e assim, conseguir
jogar a caixa por cima dele. O gato até tentou correr, arrastando a caixa, mas
assim ficou mais fácil para o Chômpiras conseguir segurá-lo.
Enquanto isso, o Seu Cecílio está ficando impaciente, tocando repetidamente a
sineta para chamar o carregador – que, por acaso, é o Chômpiras – sem ser atendido.
Porque
pimenta nos olhos dos outros é refresco, não é, Chimoltrúfia?
Para
acabar com a discussão, Seu Cecílio manda a camareira procurar o carregador, e,
ao passar pelo lobby, ela se depara com uma conversa interessante entre Botijão
e o Sargento Refúgio, em que o policial garante ao ascensorista que a cama
dançava e balançava – e não havia ninguém em cima dela –, e vai tirando suas
próprias conclusões a respeito dessa estranha coincidência.
Nas
últimas temporadas da série, Bolaños tomou a liberdade de introduzir sutilmente
algumas piadas ambíguas no programa, mas nada comparado ao humor escrachado de
hoje, de qualquer modo.
E como o relacionamento da perua com o Sargento não é de sua conta, Chimoltrúfia
vai procurar Chômpiras no andar de cima, e o encontra no corredor dos quartos,
vigiando uma caixa de papelão, e avisa que Seu Cecílio está procurando por ele.
Agora
vejam só o que o medo é capaz de fazer com a pessoa: Seu Cecílio manda o
Chômpiras ir buscar a bagagem de Maruja no quarto dela, e a moça não está
preocupada sequer em trocar de roupa para sair do hotel, mesmo sabendo que se
sair na rua tal como está, será alvo de gozações.
Então
Chômpiras vai buscar a mala da moça, e aproveita que Botijão está acordado no
lobby, se divertindo à custa do medo do Sargento Refúgio para contar a fofoca.
Mas
sabe como é maluco, né, galera...? Melhor não contrariar...
Que
é exatamente o que a Chimoltrúfia está fazendo lá no corredor do andar de cima.
Não
conhece esses santos? Consulte, então, o livro de geografia mais próximo de
você!
E
bem nesse momento, chega o Chômpiras, e toca o ombro dela por trás, só para
deixá-la ainda mais assustada. Então ela começa a gesticular na direção da
caixa, e Chômpiras, que pegou o bonde andando, e não sabe que a amiga está
imaginando diabo onde não tem, confirma seus temores.
Ah,
se ele soubesse o que essa maluca pensava que tinha dentro da caixa...
Só
para que fique registrado: foi a própria Chimoltrúfia quem encarregou o
Chômpiras de procurar e prender o gatinho. Agora, depois de ter se ocupado com
a rádio-patroa lá na recepção, e de tomar conhecimento do bundalelê dos
infernos que andou rolando debaixo das camas naquela madrugada, ela esqueceu
completamente o problema do gato que mia, e deduziu de cara que a caixa só
podia estar possuída pelo demônio... É duro trabalhar com sono, né, dona
Chimoltrúfia...?
E
ela foi direto passar o relatório para o Botijão e o Sargento Refúgio.
Olha
o Bullying, dona Chimoltrúfia! Afinal, seu marido só está um pouquinho acima do
peso...
E como ele não acredita em uma só palavra do que ela diz, Chimoltrúfia
o desafia a ir verificar com seus próprios olhos; o que ele decide fazer. E o
que deixa o Chômpiras mais chocado ao descer com as malas, é ter visto o
Botijão subindo pelas escadas. A menor das assombrações naquela noite
tumultuada, convenhamos...
Mas,
pensando bem, esse fato é realmente curioso... Afinal, Botijão é pago nessa
bodega para manejar o elevador. Ele não gosta de fazer isso para os hóspedes,
mas acho que seu contrato não o proibia de fazer isso para si mesmo...
Seja
lá como for, ao chegar ao andar de cima e tentar tocar na caixa, ela começa a
se mexer, evitando seu toque.
Enquanto
isso, Chômpiras leva as malas de Maruja para a recepção, e Seu Cecílio manda-o
acompanhá-la até pegar um táxi.
De
fato, não é bom deixar uma mulher sozinha andando nas ruas com uma camisola
como essa... Podem confundi-la com uma vedete de programa de auditório, e aí, a
casa cai...
Enquanto
isso, Chimoltrúfia tenta convencer o Sargento Refúgio a prender o diabo. Afinal
de contas, ele é uma autoridade policial, e portanto, tem autonomia para
prender qualquer pessoa ou entidade que encontra-se praticando um crime. Se bem
que, não tenho certeza se chacoalhar a cama alheia é crime... Sobretudo estando
embaixo da citada cama.
Mas
bem nesse momento, quando o Sargento está tentando protestar contra a ideia
estapafúrdia da Chimoltrúfia, Botijão desce as escadas correndo e gritando
apavorado, porque a caixa amaldiçoada está em seu encalço. E lá vai a turma
inteira tumultuar a recepção, e enlouquecer o único adulto não supersticioso do
lugar.
Mas
nem deu tempo de o Seu Cecílio se impressionar, pois o Chômpiras despachou
Marujita de camisola e pantufas num táxi qualquer, e voltou para retirar o
gatinho de dentro da caixa com toda a tranquilidade.
Claro...
Porque o coitado do gato é tão parecido com um diabinho... Se fosse um bode,
pelo menos...
É
por isso que eu digo: nem toda caixa que se mexe é uma assombração; pode ser só
um bichinho inocente dando uma voltinha no meio da noite... E botando todo
mundo pra correr!
Enfim...
Esse foi o nosso episódio especial de hoje. E na próxima, que será a última postagem dessa série de Halloween, teremos um encontro assombroso com o mítico
fantasma da Chorona.
Até
lá! *-*
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