Depois
do sucesso do Halloween Animado no ano passado, decidi manter a tradição, e
dedicar o mês de outubro a episódios de séries de TV que se encaixam com a
data. Bem, ano passado comecei com os desenhos; desta vez vou começar com as
séries de comédia.
Sem
mais delongas, vamos iniciar com um clássico da TV mundial: um dos filmes curtas-metragens de Os Três Patetas. O trio mais biruta da tela nos divertirá
hoje com a comédia:
Nossa
história começa no escritório do Investigador Especial conhecido como Professor
Picareta. Já deu para sentir, pelo nome do sujeito, que a história promete,
né?! Ele está muito concentrado, examinando atentamente um crânio humano quando
sua secretária entra no escritório, acompanhada por um jornalista, bem a tempo
de ouvir a conclusão do profissional.
Fico
me perguntando como ele terá chegado a essa conclusão. Será que ele encontrou
alguma caspa ensanguentada, grudada no crânio? Será que a necropsia indicou vestígios
de uma overdose de medicamentos nesses fragmentos de pele morta e oleosa?
Bem,
passemos adiante.
O
repórter está lá para entrevistá-lo sobre seu mais recente caso, em que ele
aparentemente colaborou para a destruição de uma rede de espiões. Mas como
perceberão ao longo do episódio, o tal Professor Picareta, na realidade, não participou
do caso. Sabe-se lá como ele conseguiu levar a fama pela arte dos Patetas...
Sabemos
que ele está exagerando as coisas logo no começo da narrativa, quando ele se
refere aos Três Patetas como “três grandes vendedores”, pois sabemos que esses
três fazem bagunça até vendendo pirulito na praça, logo, não há como serem
considerados “grandes” em qualquer que seja a função que desempenhem no
episódio. Pelo menos, não por uma pessoa com o mínimo de bom senso...
O
que comprovamos, ao assistir às suas tentativas de vender máquinas redutoras de
porta em porta. Aparentemente, a engenhoca funciona como uma cinta motorizada,
que promete fazer a pessoa perder peso sem esforço.
E
a sorte também não alivia. Na primeira casa em que batem, oferecem a máquina
redutora de peso para a Olívia Palito, e tudo o que conseguem vender é uma
plaquinha que diz “vendedores, sumam!”, por cinquenta centavos, antes de levarem
a porta na cara.
A
segunda casa parece mais promissora, pois a moradora realmente precisa perder
uns quilinhos. E depois de assistir a uma demonstração da máquina, que parece
estar transformando Curly numa batedeira humana, esta simpática senhora decide
ajudar os Patetas a não serem despejados, comprando uma das máquinas.
Agora,
sim, as coisas parecem estar caminhando bem para os nossos amigos. Ao menos até
o Curly ter a brilhante ideia de se escorar numa viga mal colocada, fazendo
desabar o toldo que recobre a varanda de sua cliente, encharcando a todos com a
água da chuva que estava acumulada ali.
Logo
em seguida, nossos atrapalhados vendedores batem à casa de um grande inventor.
Provavelmente tão “grande” quanto eles são “grandes vendedores”. O detalhe é
que o sujeito mora no meio do nada, numa casa cercada por pelo menos oito
quilômetros de mato. O que me leva a pensar porque diabos esses Patetas
continuaram andando naquela direção, se não havia nenhuma casa onde pudessem
tentar vender suas geringonças...
Seja
lá como for, eles batem à porta, e são recebidos por um mordomo meio sinistro,
que os conduz para dentro da casa, sob a mira de um trabuco.
Acho
que um dos motivos para o Curly ser o Pateta favorito da maioria das pessoas é
sua semelhança intelectual com a Magda: o bicho é tão distraído, que nem parece
notar que o Tropeço está ameaçando estourar os miolos deles no hall de entrada,
pois está mais interessado na infinidade de relógios que recobrem as paredes
daquele recinto.
Os
Patetas então são levados à presença do patrão, e imediatamente confundidos com
os novos zeladores. E como estão na pindaíba, decidem aceitar o trampo não
requisitado; afinal, de algum modo eles precisam inteirar o dinheiro do
aluguel...
O
problema é que o coitado do inventor não sabe que está falando com os três
seres humanos mais atrapalhados do planeta, e vai logo entregando uma
espingarda na mão do Curly para que tomem conta da casa em sua ausência, e
protejam suas invenções.
Sabe-se
lá porque cargas d’água, a espingarda agora está no escritório do Professor
Picareta, como ele mostra ao jornalista, que suspeita que o tal inventor era o
chefe espião, mas o Picareta não quer adiantar os fatos. Apenas deixa escapar
que Graves, o inventor, foi convocado para uma missão secreta, por isso deixou
a casa sob a vigilância dos Patetas.
Logo
quem...
E
como se não bastasse dar uma arma aos malucos...
Curly
garante que a bomba não será necessária, pois gostou mais do primeiro presente
que ganhou naquele dia.
Assim
acertados, o inventor parte em sua missão, deixando sua casa e suas preciosas
invenções aos cuidados dos Patetas.
Mal
sabiam eles que do lado de fora da casa, uma caveira, um coveiro e um diabo observavam
tudo de trás de um arbusto.
O
que, aliás, pouco depende das três supostas assombrações, pois, assim que ficam
sozinhos na casa trancada, nossos amigos ouvem alguém tocando piano na sala.
Bem
observado, Larry! Um fantasma erudito, sem sombra de dúvida. Ou talvez...
A
comicidade desta situação é suficiente para fazê-los concluir que não há nada a
temer naquela casa. Exceto o som de uma risada sinistra, e uma tortada na cara.
Logo
depois de receberem uma mensagem indecifrável em código morse pelo rádio – e
bancarem a Chiquinha tentando traduzir os resmungos do Kiko, depois de ele
quase ter sido esmagado pelo Sr. Barriga, ou o Kiko tentando traduzir o choro
da Chiquinha em outro episódio –, os três Patetas decidem se separar para
poderem vigiar melhor o lugar.
E
por estarem distraídos procurando fantasmas embaixo dos móveis, Larry e Curly
não veem Moe ser tragado para dentro de uma passagem secreta na estante
giratória – o senhor de todos os clichês em casas assombradas.
Estão
lembrados daquele episódio do Chapolin Colorado em que o Chapolin vai ajudar um
cientista louco, e uma de suas invenções é um protetor automático de caixas
fortes, que soca a cara de quem abrir a porta do cofre? Bem, a casa do Sr.
Graves tinha um sistema parecido numa das prateleiras da estante. Quando Curly
retira três volumes de “Como Fazer Amigos e Mantê-los”, uma luva de boxe o
atinge bem no meio da cara.
Depois
de uma breve luta contra o socador, a estante se abre, e Curly, sem perceber,
espreme a cabeça de Moe que voltava de sua excursão pelas passagens secretas da
casa. E como sabem que estão prestes a apanhar do membro mais zangado do trio,
Curly e Larry saem correndo, enquanto Moe leva outra tortada na cara.
Anotem
a evidência: o atirador de tortas não reconhece sarcasmo!
E
é nesse momento que o trem fantasma invade a casa do inventor. Primeiro, Larry
abre a porta da frente e dá de cara com um esqueleto.
Depois
Curly mexe num baú no corredor, e um balão com o desenho de um japonês muito
zangado se ergue de dentro, prendendo-se ao seu paletó, fazendo-o arrastar uma
cabeça flutuante atrás de si, como se estivesse sendo seguido por um fantasma,
fazendo Larry fugir correndo outra vez.
Em
seguida, Moe decide descansar um minutinho numa cadeira de balanço, sem
perceber que é o balanço dela que está acendendo e apagando a luz da sala. Até
porque, é difícil acreditar que uma coisa tão boba está provocando essa assombração,
quando se vê o diabo espiando pela janela.
Tadinho
do Curly! Agora ele pensa que está assombrado.
Por
sorte, ou para piorar ainda mais sua situação emocional àquela altura, o balão
estoura ao encostar na chama de uma vela, assustando mais uma vez o coitado do Pateta,
que tenta se esconder num sarcófago, mas ele já está ocupado.
Não
é horrível quando você está fugindo de uma múmia, se esconde debaixo de um
abajur e dá de cara com um esqueleto vivo?
O
pior é que, na fuga, ele acabou correndo com lençol e tudo, bem na hora em que
Larry encontrou uma tora de madeira para se defender das assombrações.
E
pelo visto tem de tudo na casa desse inventor. Porque não basta o Moe se
assustar com um animal empalhado numa sala, logo em seguida, um macaquinho de
verdade aparece para acariciá-lo com o rabo. Sem maldade...
E
então os três Patetas tornam a se reunir debaixo de um candelabro, onde veem os
três “fantasmas” se erguerem de trás de um móvel.
Perguntinha:
se a casa do inventor não estava abandonada, por que tinha tantos móveis cobertos
com um lençóis? Será que aquele macaquinho simpático anda fazendo caquinha onde
não devia?
Bem,
não importa, porque, como a espingarda está fora de alcance, Curly saca a bomba
que ganharam do Sr. Graves para ameaçar os espiões.
Já
notaram que nas comédias pastelão ninguém morre com explosões de bombas e
dinamites?
É
a pergunta de um milhão de dólares: quem estava jogando as tortas?
Fazendo
jus ao nome, a última tortada provou que o Professor Picareta não passava de um
grande mentiroso charlatão.
Com
o caso assim concluído – ou não! –, chegamos ao fim do episódio de hoje.
Nosso próximo encontro será na casa de um cantor brega desaparecido, onde
conheceremos um simpático fantasma com muito fogo no rabo.
Até
lá! *-*
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