Mais Uma Rainha Do Drama

em segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Um filme clichê adolescente:

- A protagonista é a rainha do drama, que está disposta a infringir todas as regras para chegar ao seu objetivo;


- A mãe divorciada – é impressionante como esses filmes gostam de contar histórias de jovens filhos de pais separados, porque supostamente todo mundo se identifica – passa o filme inteiro com cara de “estou de saco cheio de ser mãe de adolescente! Por favor, me demitam e me coloquem para fazer figuração em Two And A Half Men”;


- O pai é quase um figurante, que tem 3 ou 4 cenas minúsculas, e quase sempre tem suas aparições ofuscadas pelo próprio cachorro de estimação;


- A vilã é a garota mais popular da escola, que passa o filme todo tentando passar a perna na mocinha, e é sempre seguida por duas figurantes que aparentemente não têm nada melhor para fazer além de encarar a mocinha com uma expressão idiota enquanto ela é intimidada pela abelha-rainha. Elas entram em cena mudas, saem caladas, e seu guarda-roupa é totalmente voltado a combinar com a rainha do grupo;
- Claro que a mocinha tem uma melhor amiga, geralmente a garota mais tonta da escola, feia, burra ou deslocada – ou tudo junto – que no decorrer do filme prova para todo mundo que tem um cérebro ativo dentro da cabeça, e acaba passando por uma mudança radical de personalidade graças à influência da protagonista;

- Como em todo filme adolescente, não pode faltar um carinha lindo que arrasta uma carreta da Volkswagen pela protagonista, mas ela só se dá conta disso no final;


- E o motivo porque ela passa o filme inteiro ignorando a paixão do amigo bonzinho e bonitinho é sempre um cara mais descolado que até pode ficar com ela por um tempo, mas em geral se revela um idiota.





Até aqui eu descrevi pelo menos uma centena de filmes clichê para adolescentes e pré-adolescentes da Disney.

Vamos simplificar agora, dizendo que o tal cara descolado por quem a protagonista está apaixonada é um astro do rock.



Embora tenha parecido, eu não vou zoar esse filme, até porque seria hipocrisia da minha parte, já que eu até gosto dele.

Confissões de Uma Adolescente em Crise é outro filme clichê, com enredo batido, amassado, com claras em neve, assado e decorado com chantilly. É inquestionável! A receita é velha e repetitiva, mas alguns detalhes chamam atenção.

Honestamente, eu não gosto da Lindsay Lohan. Não acho que ela seja uma boa atriz, e não se sai muito melhor como cantora, embora seja, digamos, afinada. Mas eu também não estou aqui para julgar a atriz.

Neste filme, o detalhe que vale a pena comentar é a determinação da protagonista. Lola Step – que na verdade se chama Mary – não é uma garota do tipo “o que será, será, e se conforma”, como ela própria diz. Ela corre atrás do que quer, não fica esperando acontecer ou cair do céu, ela faz o possível, o impossível, o improvável e o inacreditável para conhecer seu ídolo Stu Wolf – que acaba se revelando um idiota, mas tem seu momento de redenção graças a algo que ela diz. Como sempre, o mundo gira e torno da protagonista –, e para provar para a vilã clichê Carla Santini que é amiga dele e que foi convidada para sua festa, quando na verdade não foi.

Mais que determinação, Lola tem um otimismo quase inabalável. Ela colore a própria vida com cores mais vibrantes quando sente que ela está desinteressante. Claro que no decorrer da história ela aprende que não é bom mentir, porque esse tipo de filme serve justamente para ensinar essas lições às crianças. Mas mesmo quando tudo está dando errado, Lola acredita que vai dar certo, e usa isso como impulso para prosseguir, mesmo quando a amiga pensa em desistir.

Oxalá, existissem mais Lolas neste mundo, determinadas a realizar seus sonhos e objetivos, a fazer alguma diferença no mundo, e otimistas em qualquer situação.


Outro detalhe interessante é que neste filme, a vilã não fica por cima da carne seca o tempo inteiro, para cair de uma vez no final. Carla Santini leva vários tombos no decorrer da história, e está sempre frustrada porque seus planos contra a protagonista sempre fracassam. Lola chega à cidade literalmente para desestruturar o império de maldades de Carla, a começar, provando ser mais talentosa no teatro, conseguindo o papel que Carla queria no musical, e se tornando a aluna favorita da professora. Isto é o que faz a inveja da vilã aumentar, e coloca Lola na linha de fogo.
No auge do desespero, Carla usa as mentiras da mocinha contra ela, e este é o único momento em que vemos Lola fraquejar. Mas o feitiço vira contra a feiticeira quando Stu Wolf em pessoa, desta vez sóbrio e controlado, vai à fictícia Dellwood, Nova Jersey, onde Lola mora, para devolver o colar que Lola esqueceu em sua casa no dia da festa – provando que ela falara a verdade, pela primeira vez na vida –, e mostrando a todos que Carla era a mentirosa no final das contas.


E é lógico que depois de toda a confusão resolvida, Lola finalmente percebe a paixão do amigo Sam, e fica com ele no final. Como eu disse, clichê.


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