Dos
episódios perdidos de Chaves ressuscitados pelo SBT em 2011, nenhum me fez rir
tanto quanto Panquecas Pra Dentro,
Barriga Pra Fora. O que fiquei me perguntando é por que o deixaram
escondido por tanto tempo?
Quem Não Tem Sanduíche de Presunto, Enche a Pança de Panquecas...
Publicado por
Verônica Lira
em
segunda-feira, 30 de abril de 2018
[As Noivas de Robert Griplen] Capítulo 14 - A Última Noite
Publicado por
Verônica Lira
em
sexta-feira, 27 de abril de 2018
Susan
se apressou para casa, com o coração apertado no peito. Embora não devesse
sequer estar pensando nisso, ela se perguntava se a paixão que sentira por
Bellingham fora real, ou se era somente o fascínio que Robert Griplen usava
para seduzir suas noivas.
Havia
uma carruagem parada em frente ao jardim de sua casa quando retornou. A madeira
era escura, de um tipo comum, mas Susan reconheceu imediatamente os cavalos do
Dr. Prynne.
Apressou-se
para dentro. A sala estava deserta, mas da entrada ela conseguiu ouvir os
gritos desesperados de Anne no quarto, e correu em seu socorro. O Reverendo
Bichop e a Sra. Garber estavam lá em cima, tentando convencê-la de que faziam
isso para o seu bem, mas Anne se debatia violentamente, tentando se livrar dos
braços de dois enfermeiros. A governanta chorava muito, amparada pelo braço do
Reverendo, enquanto o Dr. Prynne preparava o medicamento para sedar a garota.
–
Susan... – Bichop começou a dizer, estendendo a mão para impedir que ela
protestasse.
–
Eu sei... – interrompeu Susan. – Eu confio no senhor.
Ela
passou rapidamente por seus tutores, assistida por um olhar espantado da Sra.
Garber, e correu até a cama, onde a irmã se debatia e gritava para tentar
escapar.
–
Por favor, Susan! – implorou Anne, aflita. – Não deixe que eles me levem! Eu
não quero acabar como a Sra. Sofer... Eu não estou louca! Por favor, me
ajude!...
Mas
Susan emoldurou o rosto da irmã entre as mãos, e sussurrou, olhando-a com
veemência:
–
Você vai ficar bem. Agora, acalme-se!
–
Não deixe que eles me levem, Susan... – suplicou Anne.
Mas
Susan baixou mais a voz, e abraçou-a para sussurrar em seu ouvido:
–
Eu o vi! Ele é um demônio e está completamente louco!
–
Por favor, Susan... – insistiu Anne.
–
Mas eu não vou permitir que ele leve você!
Então,
Susan se afastou do abraço, e tornou a emoldurar o rosto da irmã.
–
O Dr. Prynne vai cuidar de você – ela disse, suavemente, olhando-a com a mesma
ternura que sua mãe costumava usar quando eram pequenas, para convencê-las a
tomar um remédio muito amargo, prometendo que isso as faria melhorar, e que
quando melhorassem, ela faria uma gostosa torta de pêssego para compensar o
gosto ruim do medicamento.
Mas
os olhos de Anne se encheram de pavor, e ela começou a gritar ainda mais alto,
e a debater-se com mais força, ao perceber que a única pessoa que ela esperava
que argumentasse contra sua internação, estava de acordo com esta medida.
Não Se Pode Apagar o Que Já foi Escrito
Publicado por
Verônica Lira
em
quarta-feira, 25 de abril de 2018
O
capítulo que encerra uma das minhas sagas favoritas está repleto de aventura,
mistério e reviravoltas.
É
lamentável que o cinema tenha se limitado a adaptar apenas o primeiro volume da
trilogia Mundo de Tinta, de Cornelia Funke, pois suas sequências tinham ainda
muita história para contar e nos encantar.
[As Noivas de Robert Griplen] Capítulo 13 - Uma Alma Atormentada
Publicado por
Verônica Lira
em
sexta-feira, 20 de abril de 2018
Susan
despertou assustada. A janela do quarto estava aberta, e uma brisa morna
soprava em seu rosto, carregada de um agora asqueroso odor de jasmim. Aquilo
não fora meramente um sonho, e esta certeza fizera seu coração em cacos.
Bateu
o olho no relógio: passava um pouco das sete da noite. Uma incontrolável
inquietação fez Susan pedir à Sra. Garber que continuasse vigiando Anne em seu
quarto, e correr à casa alfandegária, mas Roger não estava lá.
Um
pressentimento fez o olhar de Susan se virar em direção ao penhasco. Havia um
vulto parado lá em cima. Era evidente que não se tratava de Anne, mas por
alguma razão, Susan sentiu que o vulto a encarava, e se pudesse enxergar tão
longe na escuridão, se atreveria a dizer que a pessoa a encarava com
cintilantes olhos azuis.
Então,
Susan correu até o penhasco. Roger fitava distraidamente o mar, mas sua postura
indicava que ele estava esperando alguém.
–
É você! – acusou Susan. Sua voz saiu rouca e entrecortada, mas apesar disso,
ela conseguiu transmitir todo o ódio que pretendia. – Era você o tempo todo.
Roger
se voltou para Susan, mas não tinha intenção de responder.
–
Você atrai as moças para este
penhasco todos os anos... – insistiu Susan, e fez uma careta enojada antes de
cuspir as últimas palavras de sua acusação. – Robert Griplen!
–
Sim... – admitiu ele, por fim. – Eu sou Robert Griplen!
Desafio #29: A Menina Que Roubava – A Cena Nos – Livros
Publicado por
Verônica Lira
em
quarta-feira, 18 de abril de 2018
É
difícil falar em Bonequinha de Luxo sem produzir uma imagem mental de Audrey
Hepburn num tubinho preto, cheia de classe, segurando uma cigarreira, encarnada
em Holly Golightly, com sua personalidade tagarela e inquieta, sua
independência, e seu jeito espirituoso e extrovertido de encarar a vida.
Com o Coração NO Oceano
Publicado por
Verônica Lira
em
sábado, 14 de abril de 2018
Houve
uma época em que era comum pessoas criticarem quem gostou do filme Titanic como
se a pessoa tivesse cometido um crime hediondo, ou estivesse desfilando pela
rua com uma calcinha fio dental na cabeça. E verdade seja dita, muitas dessas
pessoas que criticavam quem assumidamente gostou do filme, também gostou, mas
não admitia porque estava na moda zoar o fandom.
Agora,
já se passaram vinte anos desde que o filme foi lançado – misericórdia, dá até
medo mencionar esse fato! –, e vale dizer que, independentemente de a qual
facção você pertencia – os que amaram, assumiram e foram zoados com muito
orgulho; ou os que amaram, guardaram para si, enxugaram as lágrimas pelo DiCaprio, e aporrinharam os amigos que gostavam de ver fotos do elenco do filme
na revista Capricho –, provavelmente vai concordar que Titanic é um dos filmes
mais bonitos já produzidos.
James
Cameron rodou simplesmente a versão definitiva do filme. Afinal, Titanic de
1997 não foi o primeiro filme a mostrar o naufrágio do famoso transatlântico,
mas alguém aí se lembra dos outros?
Hein?
Lembra?
Pois
é...
E
olha que houve uma versão lançada menos de um ano antes, somente para
televisão, estrelada por Catherine Zeta-Jones – a linda Helena De La Vega que
roubou o coração de Antonio Banderas nos dois filmes mais recentes do Zorro – e
Peter Gallagher – o bonitão que passou toda a semana do Natal em coma, sem
saber que estava noivo da Sandra Bullock, enquanto ela arrastava uma asa para o
seu irmão Jack, em Enquanto Você Dormia –, com roteiro não muito diferente do
filme de James Cameron, focado em outros passageiros do Titanic, a maioria
personagens reais, e que também realçava a distinção das classes sociais a
bordo. Curiosamente, esse telefilme só chegou ao Brasil alguns anos depois do
filme de Cameron ter virado hype, e
alguma emissora muito espirituosa – ou muito sem noção, o mais provável – o
exibia com o título Titanic 2! Como
se fosse possível produzir uma continuação da história de um navio que está no
fundo do oceano...
E
na verdade houve um Titanic 2 no
cinema, lançado em 2010, que contava a história de outro navio, que no
centenário do naufrágio recebeu o mesmo nome do fatídico transatlântico, e teve
a missão de refazer sua rota em sentido contrário – de Nova York à Inglaterra
–, mas um tsunami lançou icebergs em sua rota – insinuando que talvez o nome do
navio estivesse amaldiçoado.
Pouca
gente se lembra desses dois fiascos hoje em dia, filmes que tentaram reproduzir
a ideia maravilhosa de James Cameron – o de Catherine Zeta-Jones correu para se
lançar primeiro, mas o filme de Cameron já estava em processo de produção desde
1995 –, só que sem a mesma habilidade, e, sem dúvida, com orçamentos MUITO
menores.
Mas
voltando algumas décadas no tempo, Hollywood produziu vários filmes baseados na
tragédia. Um deles, Saved from the
Titanic, lançado apenas 29 dias após o naufrágio, foi escrito e estrelado pela
atriz Dorothy Gibson, sobrevivente da tragédia. Claro que estamos falando da
época em que os filmes eram mudos, e este, em particular, foi um curta-metragem
de 10 minutos, então, não estranhem ele ter sido gravado, editado e lançado em
tão pouco tempo. Eram outros tempos, outra tecnologia, um outro mundo.
Aliás,
este foi um dos primeiros filmes a utilizar cor em pelo menos duas cenas
gravadas em Kinemacolor. Pena o filme
ter se perdido, já que suas últimas cópias foram destruídas num incêndio. Quem
sabe um dia descubram que aconteceu com ele o mesmo que com Nosferatu, que sobreviveu graças à
cópias piratas.
A
versão que teve maior visibilidade foi A
Night To Remember (Somente Deus Por Testemunha), de 1958, baseado no livro
homônimo de Walter Lord, um documentarista americano. O filme até teve boa
bilheteria na época em que foi lançado, e foi bastante aclamado por
historiadores e sobreviventes do Titanic por sua precisão histórica, mas
posteriormente acabou esquecido.
O
que nos traz de volta ao tão injustamente difamado filme de James Cameron, e ao
motivo de ele ter feito tanto sucesso. Este foi o primeiro filme a focar na
tragédia humana, em vez do desastre histórico. Mas para explicar melhor a
descoberta do sucesso de Cameron, é preciso explicar como ele foi concebido.
Quando
iniciou seu projeto, James Cameron, na verdade, não planejava rodar um filme
sobre o Titanic. O que ele queria era um financiamento para poder explorar
pessoalmente os destroços do navio no fundo do oceano. É sério!
Os
destroços do Titanic foram encontrados em 1985, mais de 70 anos após o
naufrágio, porque, de duas uma: ou o navio seguiu em diagonal enquanto
afundava, afastando-se vários quilômetros do local do naufrágio enquanto descia
mais de três quilômetros oceano abaixo, ou – o mais provável –, o Quarto Oficial
do Titanic, Joseph Boxhall, responsável por atualizar a posição do navio, se
equivocou ligeiramente nos cálculos das coordenadas de sua localização quando
pediu aos operadores de rádio que transmitissem a mensagem de socorro. Esta
hipótese é aceitável, pois, de acordo com depoimentos dos Oficiais do Carpathia, o navio que recolheu os
sobreviventes no mar na manhã da tragédia, eles demoraram um pouco mais que o
previsto para encontrar os botes, pois estavam a 21 km das coordenadas que
receberam pelo rádio. Vale ressaltar que na tarde de 14 de abril, o Capitão
Smith, depois de receber vários alertas de gelo dos navios que iam à frente do
Titanic, mandou que a rota do navio se alterasse um pouco para o sul – provavelmente
ao mesmo tempo em que ordenou que aumentassem a velocidade –, então é possível
que Boxhall tenha realmente se enganado um pouquinho nos cálculos quando deu as
coordenadas ao operador de rádio. Também é possível que o rapaz não tenha
entendido algum dos números rabiscados pelo Oficial, e decidido que não faria
muita diferença transmitir, por exemplo, 21 ou 27, mas isso é especulação
minha...
Mas
como ia dizendo, desde que foram encontrados, os destroços do Titanic atraíram
muita curiosidade. Diversas expedições foram enviadas ao fundo do oceano – e
bota fundo nisso: o navio foi encontrado a 3.843 metros de profundidade, 650 kms
ao sudeste de Terra Nova, Canadá, cercado por um campo de detritos de
aproximadamente 8 km, com objetos e peças do navio que se espalharam enquanto ele
afundava, ou quando ele atingiu o fundo do mar – para explorá-los, examinar sua
conservação ou deterioração, e trazer pedaços e objetos à superfície para serem
estudados e, mais tarde, expostos em museus dedicados às vítimas da tragédia.
Grandes placas de ferro do casco do navio foram resgatadas do naufrágio, e
através delas foi possível constatar que o Titanic foi construído com a
estrutura básica de um navio de guerra, o que certamente colaborou para as
lendas sobre sua invulnerabilidade.
Um
fato curioso é que, embora tenha sido amplamente divulgado posteriormente,
nenhum jornal ou veículo de mídia da época havia descrito o Titanic como
“insubmergível” ou “inafundável” até ele naufragar. Ele era descrito como
“luxuoso”, “gigante”, “o maior navio do mundo”... Mas “inafundável” só lhe foi
atribuído após o desastre. Provavelmente por algum jornalista irônico da
época...
James
Cameron era fascinado por naufrágios, e passou anos obcecado em explorar os
destroços do Titanic. Mas é claro que estúdios como a Paramount e a 20th
Century Fox não financiariam essa expedição a troco de nada. Então Cameron os
convenceu de que ele queria explorar o local do naufrágio para fazer um filme. Ele só não havia decidido
ainda como seria esse tal filme; talvez um documentário...
A
bordo de um submarino extremamente resistente, numa área altamente perigosa,
onde a pressão de 6.000 libras por polegada quadrada da água, e uma mínima
falha na superestrutura do submarino poderia condenar todas as pessoas a bordo,
inclusive o diretor, Cameron realizou seu sonho de descer mais de três
quilômetros no fundo do Atlântico Norte, e ver de perto os destroços do famoso
navio.
As
tomadas que vemos no filme, que mostram imagens do navio no fundo do mar foram
feitas durante esta expedição. O submarino conseguiu acessar partes impensáveis
do sítio arqueológico – e, pelo que se sabe, foi responsável pelo desabamento
de parte da estrutura por causa de um pequeno acidente de percurso numa manobra
–, filmar partes preservadas do navio, inclusive salões e o interior da cabine
do Capitão, objetos pessoais, sapatos abandonados numa posição que indica que
ali, mais de setenta anos antes, foi o local de descanso eterno de uma das
vítimas, há muito decomposta...
Ao
retornar desta expedição, Cameron afirmou ter finalmente compreendido o
Titanic, e tudo o que o navio e seu naufrágio representaram na época. E ele
percebeu que não poderia simplesmente escrever mais um filme técnico,
explicando os eventos que levaram ao naufrágio do maior navio de passageiros do
início do século XX. Ele precisava conectar as pessoas à tragédia humana, ao
trauma das vítimas, e ao que os sobreviventes carregariam ao longo de suas
vidas após aquela noite. E para isso, antes de mais nada, ele precisaria criar
a identificação do público com algumas das vítimas, para que se pudesse
compreender a dimensão da tragédia.
Assim
ele criou nosso casal tão polêmico, tão divisor de opiniões, e,
indiscutivelmente, tão admirado por apoiadores e alopradores do filme.
Para
início de conversa, ele precisava de um casal jovem, porque, partindo do
princípio de que Cameron, indiretamente, se colocou dentro do filme, na pele do
explorador de naufrágios e caçador de tesouros Brock Lovett, que ouviria a
história do Titanic da boca de uma sobrevivente, precisava de alguém que
tivesse possibilidade de ter chegado vivo a 1997, oitenta e quatro anos após a
tragédia, e com lembranças nítidas daquele episódio, logo, não poderia ser uma
criança. Ele forçou a idade de sua protagonista até o limite aceitável: 17
anos, na época do naufrágio; mais ou menos 101, na época do filme. Para quem
gosta de colecionar coincidências intrigantes: Edith Eileen Haisman, uma das
mais longevas sobreviventes do Titanic, morreu em janeiro de 1997 – mais ou menos
dez meses antes da estreia do filme –, aos 100 anos de idade – completados em
outubro –, ela tinha quinze anos quando o Titanic afundou; Lillian Asplund, a
antepenúltima sobrevivente a deixar este mundo, morreu em maio de 2006 – ela
tinha seis anos na época do naufrágio, e completaria cem anos em outubro –; a
última sobrevivente a morrer foi Millvina Dean, em maio de 2009, aos 97 anos –
ela tinha dois meses de idade na época do naufrágio. Esta, pelo menos, não
tinha lembranças traumáticas daquela noite, exceto o que posteriormente lhe
contaram. E aposto que estas últimas se identificaram com o filme.
Em
toda a sua carreira como cineasta, Cameron sempre gostou de contar histórias de
amor, e decidiu que esta era precisamente a melhor maneira de contar a história
do Titanic, e conectar o público a uma tragédia tão distante. Afinal, quem não
gosta de um bom romance? Assim nasceram Jack e Rose, o Romeu e Julieta do
Titanic.
E
não dá para negar que ele foi certeiro! Jack é engraçado, bem-humorado,
otimista, e, se Leonardo DiCaprio não é tão gato quanto algumas pessoas
apregoam, também não desagrada aos olhos de ninguém; e Rose é divertida,
extrovertida, sem frescuras, sem preconceitos, consegue superar suas
fragilidades e sabe ser determinada quando quer.
Pelos
primeiros noventa minutos do filme, Cameron nos apresenta os personagens, conta
como eles embarcaram nessa viagem, como se conheceram, como se apaixonaram, e
faz com que o público também se apaixone por sua história. Só quando já estamos
seduzidos pelo casal, ele revela a noite do naufrágio, e faz com que seus
personagens permaneçam no navio até o fim, e depois fiquem à deriva, não
quentinhos nos botes, de onde teríamos apenas uma visão parcial do desespero
das pessoas que ficaram flutuando na água, a minutos de morrerem congeladas se
a ajuda não se apressasse. Não. Cameron permitiu que seus protagonistas
estivessem entre essas pessoas, para que o público sentisse até o fim a
angústia das vítimas. Porque, naturalmente, ao assistir esse filme pela
primeira vez, todo mundo torcia pela sobrevivência do casal. Sabíamos que Rose
sobreviveria, afinal, era ela quem estava contando a história, mas torcíamos
também por Jack. E posso apostar que a maioria de vocês ficou puto ao ver que o
Cal sobreviveu.
James
Cameron verdadeiramente conectou o público com aquela tragédia, e fez isso
brilhantemente. E o mais importante, ele não deu nenhum ponto sem nó. Ao longo
dessa primeira hora e meia de filme, ele utilizou os personagens que criara e
alguns personagens inspirados em pessoas reais para lançar informações que
ajudam a entender o que realmente aconteceu naquela noite trágica de abril de
1912, e o que levou o Titanic a naufragar. Mas falaremos disso durante a
resenha.
TITANIC
[As Noivas de Robert Griplen] Capítulo 12 - Sem Máscara
Publicado por
Verônica Lira
em
sexta-feira, 13 de abril de 2018
Do
mesmo modo que a conduziu até a igreja, Roger Bellingham acompanhou Susan até
sua casa, caminhando ao lado dela, sem se atrever a lhe oferecer o braço. Não
disseram uma única palavra o caminho todo, mas Susan sentia, mais do que
percebia, o olhar dele deslizando para ela a cada poucos segundos, e estava
certa de ter feito o mesmo algumas vezes. E naquele momento a partida anunciada
de Roger fazia aumentar a dor em sua alma. Pois se ele não podia ficar por ela,
e talvez não fosse mais regressar à cidade, então porque lhe dar um pequeno
momento de esperança, para, em seguida, abandoná-la? Era melhor que ele nunca
tivesse demonstrado nenhum afeto, do que deixá-la pensar que o pouco que havia
não era suficiente para fazê-lo ficar.
Ao
parar em frente ao jardim de sua casa, Roger Bellingham se virou e segurou a
mão de Susan. Ela esperou que ele erguesse sua mão e a beijasse, mas ele se
deteve no meio do caminho, encarando-a com o olhar angustiado.
–
Agradeço muito sua ajuda, Sr. Bellingham – disse Susan, finalmente rompendo o
silêncio.
Ele
assentiu, acanhado.
–
Gostaria de poder levar Anne amanhã para lhe agradecer também pessoalmente... –
Susan começou a dizer, e para seu desespero, ouviu o tremor em sua voz, apesar
de todo o esforço que estava fazendo para se controlar, e evitar que ele percebesse
sua angústia.
–
Infelizmente, isso não vai ser possível – respondeu Roger suavemente, parecendo
sofrer infinitamente ao dizer estas palavras.
Aqui Se Faz, Aqui Se Paga
Publicado por
Verônica Lira
em
terça-feira, 10 de abril de 2018
A mensagem essencial das obras da
Disney é que o bem sempre triunfa no final; os malvados são severamente
punidos, ficam completamente ferrados e mal pagos – isso quando saem vivos! Mas
o importante é que todos – os bonzinhos – vivem felizes para sempre.
Tudo bem que o estúdio raramente
mostrou a cena da morte de um vilão, assim, preto no branco, mas só a ideia, já
soa suficientemente maquiavélica.
Verdade seja dita, houve algumas mortes
de personagens bonzinhos que partiram nossos corações nos desenhos da Disney.
Para citar só alguns exemplos: a mãe do Bambi, que foi atingida pelo disparo de
um caçador enquanto corria com seu filhote, e ele só se deu conta ao
encontrar-se a salvo e sozinho na floresta; Mufasa, assassinado a sangue frio
por seu irmão invejoso Scar, e ficamos com o coração em farrapos diante de
Simba, então filhotinho, tentando fazer o pai se levantar, e depois se deitando
desconsolado ao lado do corpo dele em O
Rei Leão; Kocoum, o índio que foi morto pelos colonizadores ingleses em Pocahontas; e num passado mais recente
Ellie, a esposa do Seu Fredericksen em Up!
Altas Aventuras.
Sim, Disney é tão eficiente em nos
levar às lágrimas quanto é em nos deslumbrar. E não raramente, a morte de um
vilão poderia despertar pesadelos em algumas crianças. Algumas vezes os
mocinhos até tiveram que sujar as mãos para tirar os vilões de seus caminhos.
Inocência não é exatamente uma virtude aqui.
Pensando nisso, reuni uma lista com
alguns dos finais mais sombrios e violentos das animações da Disney, e verão
que essas cenas definitivamente não foram feitas para crianças.
Das menos horríveis, às mais
assustadoras:
[As Noivas de Robert Griplen] Capítulo 11 - As Noivas
Publicado por
Verônica Lira
em
sexta-feira, 6 de abril de 2018
Sem
pensar muito bem no que estava fazendo, Susan correu de volta à casa
alfandegária, e bateu à porta, gritando o nome de Roger Bellingham. Outro
sujeito a atendeu e ela disse, muito apressadamente, com quem queria falar.
O
sujeito pareceu confuso.
–
Roger Bellingham! – insistiu ela, pensando que o homem não lhe havia entendido.
Sua expressão estava aflita, e sua voz saía atropelada, mas ela tinha certeza
de que ele podia entendê-la agora. – Ele trabalha aqui.
Antes,
porém, que ele pudesse responder, ela teve o vislumbre de um homem de cabelos
negros passando por uma porta dentro da alfândega, então ela se desviou do
homem que a atendia e entrou sem pedir licença, indo na direção onde viu
Bellingham entrar.
Susan
o encontrou sentado a uma mesa de marfim numa sala pequena. Quando a viu chegar
ofegante e com a expressão assombrada, ele franziu a testa, preocupado.
–
O que houve com a senhorita? – indagou Bellingham.
–
Você sabe o que há lá embaixo... – A voz de Susan era quase um sibilar, e ela
não quis passar a entonação de uma pergunta. – Na mansão...
Roger
Bellingham assentiu brevemente, sem esboçar qualquer emoção.
–
Diga-me o que sabe! – exigiu ela, percebendo de repente, com certo
constrangimento, a intimidade com que se dirigira a ele, mas ignorou em
seguida. – Por favor, eu preciso saber...
Desafio #28: Nem Só de Paixões Vivem os Chick-lits... Às Vezes É Só Por Dinheiro!
Publicado por
Verônica Lira
em
domingo, 1 de abril de 2018
Acho
que estou numa fase de ineditismos aqui no blog. Em dezembro do ano passado
postei a review do especial de natal de Frozen poucos dias depois de ele ter estreado no Disney Channel. Esse ano, estou conseguindo seguir – mais ou menos
– o cronograma de postagens – coisa que geralmente só consigo em Junho e Julho.
E hoje vou postar a resenha de um livro cuja review do filme postei semana passada. É um progresso, hein!
Um Dinheiro Nada Fácil
é o primeiro volume de uma série com novecentos livros – mentira, são só(?) 24;
e crescendo! – escrito pela americana Janet Evanovich.
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