Eu não tenho exatamente o hábito de marcar todos os filmes que eu vejo, mas puxando pela memória, deu para relembrar os mais marcantes desse ano.
A lista inclui apenas filmes vistos pela primeira vez esse ano, e não especificamente lançamentos de 2020.
🎬 O Melhor de 2020:
Não necessariamente nessa ordem:
Entre Facas e Segredos (2019)
Parece aquele velho clichê: um milionário morto misteriosamente, e a família inteira é suspeita do crime, enquanto tenta partilhar a herança. O grande trunfo do filme é descortinar aos poucos o mistério de como o cara morreu, pelos olhos de sua cuidadora, uma jovem estrangeira, e a única pessoa com um álibi na hora do crime.
Uma Segunda Chance Para Amar (2019)
Kate passou por um transplante de coração no último natal, e desde então, não parece muito empenhada em cuidar da saúde. Entre problemas familiares, e excessos que envolvem comidas gordurosas, álcool e farras, Kate conhece um cara que a inspira a valorizar mais a segunda chance que recebeu, e a se reaproximar de sua família.
Ah, sim, tanto a inspiração para o filme quanto a trilha sonora é de George Michael. Alguém esperava menos?
Jojo Rabbit (2019)
O amigo imaginário de Jojo é o Hitler. Por aí, a gente já pode imaginar que a trama é, no mínimo, fora do convencional. Jojo é membro da Juventude Hitlerista, uma instituição obrigatória na Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, e ele segue a doutrina com fanatismo... Até descobrir que sua mãe abriga uma garota judia escondida no sótão.
Destaque para Scarlett Johansson, na pele da divertida mãe de Jojo, uma mulher preocupada com o fim da guerra e em proteger aqueles que estão sendo oprimidos pelos nazistas. Suas filosofias bem-humoradas, seu jeito descontraído, e sua forma otimista de ver o mundo mesmo diante dos horrores da guerra mereciam ter levado o Oscar esse ano.
Outros destaques vão para Taika Waititi, que viveu o lado drogadão do Hitler na imaginação de Jojo, e para Sam Rockwell, que, mesmo na pele de um capitão nazista, mostrou que alguns deles tinham alguma coisa no coração.
Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa (2020)
Eu aguardava ansiosamente por esse filme desde que vi Esquadrão Suicida pela primeira vez. Não só porque Harleen é minha anti-heroína favorita do Batman; não só porque Margot Robbie teve uma atuação brilhante nesse papel; mas porque depois de Mulher Maravilha ter sido o único filme independente dos heróis da DC nos últimos dez anos que não me fez sentir vergonha alheia – sério, gente, o filme do Aquaman comprova o argumento do Raj em The Big Bang Theory:
Mulher Maravilha é um filme fantástico, que elevou o nível dos heróis da DC, e, principalmente, fugiu do clichê de produzir um filme de mulherzinha. Diana Prince tinha muito mais testosterona do que muito macho que eu conheço, e o roteiro, embora não tenha sido brilhante em termos de criatividade, foi impecável em retratar uma mulher poderosa – mais até do que empoderada –, independente, valente e determinada a tudo para concluir sua missão.
Depois de ver um filme voltado para uma personagem feminina brilhar daquele jeito, minha expectativa em cima da Arlequina estava no topo do Everest – o que é perigoso, em se tratando de cinema, e, principalmente, de personagens do universo do Batman, cujos vilões são sensacionais, embora os roteiristas frequentemente pirem na batatinha.
Mas a expectativa foi totalmente correspondida nesse filme, em que Arlequina literalmente pintou e bordou, provou que não precisa do Coringa para brilhar – algo, aliás, que ela já tinha deixado claro em Esquadrão Suicida –, e ainda fugiu um pouco do rótulo de vilã. Ela não tem lá muitos escrúpulos morais – é até um tanto sádica, quando está lidando com malvadões –, mas bem lá no fundo, Arlequina não é má; ela apenas tem um senso de justiça um tanto deturpado. E o filme foi impecável ao retratá-la dessa forma, respeitando aquela personalidade insana de crueldade infantil, a astúcia e o carisma tão característicos da personagem.
🎬 O Pior de 2020:
Era Uma Vez... Em Hollywood (2019)
Um caleidoscópio psicodélico que procura misturar realidade e ficção, para retratar as mudanças de Hollywood naquela loucura que foram os anos 1960. O filme tinha tudo para dar certo, se o roteiro não parecesse ter sido escrito por uma pessoa bêbada, determinada a misturar um ator fracassado e bipolar, com um dublê bonito demais para ficar nessa função, e o horroroso episódio em que Sharon Tate – atriz real, que foi esposa do diretor Roman Polanski – e mais quatro amigos foram brutalmente assassinados por seguidores de Charles Manson. Aliás, a atuação de Margot Robbie no papel de Tate é a única coisa que faz essa bodega valer a pena.
Cemitério Maldito (2019)
O filme original foi rodado em 1989, com efeitos especiais equivalentes aos do Chapolin Colorado – o que era muito ultrapassado, quase duas décadas depois do Vermelhinho, e numa indústria milionária, que não se sustentava à base de sanduíche de presunto e refrigerante sem gás. Mesmo assim, o filme é um clássico cult, bem escrito – baseado no livro de Stephen King, o que explica muita coisa –, bem dirigido e com um elenco bem escolhido, que incluía até Herman Monstro... Digo, Fred Gwynne. Era de se imaginar que com muito mais recursos para produzir efeitos especiais bem mais realistas, esse remake fosse se sobressair. Mas, na prática, o filme ficou muito abaixo do original. A maior parte dos efeitos foram ok, mas o roteiro... Faltou muita coisa.
Coringa (2019)
Sabe quando o trailer é infinitamente melhor do que o filme? É o caso aqui. O produtor juntou os melhores momentos do filme – mais ou menos um minuto e meio de fita – para fazer o trailer. O resto é apenas isso: resto. O filme é lento, sonolento, e vai basicamente do nada a lugar nenhum. Se eu posso fazer um único elogio é ao Joaquin Phoenix, que conseguiu dar um pouco de vida a um roteiro extremamente sombrio. Aquela mania doentia de gargalhar do nada, a qualquer momento e diante das situações mais absurdas foi a única coisa reconhecível no filme desse palhaço do mal. E cá entre nós, qualquer um que apanhasse tanto na vida quanto esse cara, certamente ficaria tão louco e sádico ou até mais do que ele.
O barulho foi gigantesco, mas o filme, só testou a paciência.
Cats (2019)
Falando em muito barulho por nada... O filme baseado no famoso musical da Broadway fez a meleca caindo do nariz da Jennifer Hudson ser o ponto alto de um espetáculo confuso e completamente sem sentido. Visualmente, não é dos piores filmes que eu vi, não, mas em termos de roteiro, até o High School Musical tinha mais história...
🎬As Surpresas do Ano:
Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo! (2018)
Não é que a expectativa estivesse lá embaixo, mas o primeiro Mamma Mia! não me deixou particularmente impressionada. É um filmezinho café com leite, divertido para assistir na Sessão da Tarde, mas não particularmente memorável. Não achei que fossem conseguir uma continuação muito melhor do que aquilo, mas, agora, preciso morder a língua, porque esse filme superou – e muito! – seu antecessor.
Lily James pegou uma verdadeira bucha: ela interpretaria a versão jovem da personagem interpretada no primeiro filme apenas por Meryl Streep. Qualquer atriz poderia se sentir intimidada com essa responsabilidade, mas Lily James agarrou a personagem com unhas e dentes, e não apenas me convenceu de que podia ser, de fato, a versão jovem de Donna, como pareceu ter se divertido muito fazendo, e essa energia foi realmente contagiante.
Se esse filme foi tão melhor do que o primeiro, 80% sem dúvida foi por culpa dela.
Ah, sim, e não basta ter Meryl Streep como mãe, Amanda Seyfried ainda teve Cher como avó. O curioso é que ambas as atrizes têm mais ou menos a mesma idade...
Jojo Rabbit (2019)
Confesso: não esperava gostar tanto de um filme indicado ao Oscar. Faz pelo menos dez anos que o meu gosto cinematográfico tem discordado bastante da Academia. Tenho saudade do tempo em que os críticos se lembravam de que para fazer um filme complexo, sobre temas sérios, ele não precisava necessariamente ser chato.
As Panteras (2019)
Esse aqui é o seguinte: nunca fui muito fã das Panteras de 2000. Sim, o filme é divertidinho, mas não estava nem no top 500 dos meus favoritos. Daí, nessa nova mania de produzir 800 remakes para cada 1000 filmes lançados no ano, decidiram refilmar As Panteras. E já começaram escalando um elenco bastante suspeito: de um lado, Kristen inexpressiva Stewart, do outro, Naomi caixinha de surpresas Scott. Os poucos filmes que eu vi dessa mocinha tiveram interpretações variadas, algumas mais ou menos, outras nem isso. Ou seja, a expectativa estava sepultada no pré-sal. No entanto, surpreendentemente, eu gostei desse filme. Reparei que a Kristen Stewart ficou um pouco menos inexpressiva nesse filme do que em todos os outros que vi dela. Quanto a Naomi... Bem, foi a café com leite desse elenco, mas a história foi bem melhor do que eu esperava, ainda que não tenha escapado do clichê.
🎬 Os Clássicos:
Eu sou apaixonada por filmes antigos. Em média, para cada filme recente que entra para minha lista de favoritos, outros quatro anteriores aos anos 1990 são adicionados. E com a quarentena, é aquela história: já que as novidades não estão muito atraentes, vamos buscar refúgio nos clássicos. E o que pintou de coisa boa na minha cinelist esse ano, não tá escrito!
Aqui eu só listei os melhores:
A Felicidade Não Se Compra (1946)
George Bailey sempre ajudou todo mundo na cidade: quando criança, ele salvou o irmão de um afogamento, e, graças a isso, perdeu a audição num dos ouvidos; depois, evitou que o farmacêutico envenenasse acidentalmente uma freguesa, ao misturar substâncias extraídas do pote errado; mais tarde, precisou se desdobrar para tirar a Cooperativa de Crédito que herdou do pai do buraco; e ainda financiou casas populares para os cidadãos, sem se importar que não conseguiria ficar rico oferecendo taxas e parcelamentos tão abaixo do mercado.
Mas aí, veio um Natal em que o mundo ruiu sobre sua cabeça. O tio, sem querer, perdeu uma grande soma de dinheiro que poderia salvar a Cooperativa; sem esse valor, ele estaria jogado na sarjeta antes do Ano Novo. Determinado a não vender seus princípios a um inescrupuloso banqueiro da região, George apela para o impensável: tirar a própria vida, sabendo que o valor do seguro salvaria sua família da ruína.
Mas um cara gente fina como ele, naturalmente, está cheio de crédito no Céu, de modo que um anjo – ainda em treinamento – foi enviado para mostrar ao desanimado e desesperado George como seria a vida das pessoas de sua cidade caso ele não houvesse nascido, fazendo-o perceber quantas vidas ele influenciou positivamente, e voltar atrás em sua mórbida decisão.
O filme é simplesmente lindo, e faz a gente pensar naquilo que deve realmente ser valorizado na vida: a família e os verdadeiros amigos.
Assassinato Por Morte (1976)
Peguei esse filme por engano quando pesquisava as continuações da Pantera Cor de Rosa (os filmes protagonizados por Peter Sellers, entre os anos 1960 e 1970), e ele acabou se tornando um dos meus favoritos do ano.
Cinco detetives são convidados a passar a noite no casarão do excêntrico e misterioso Lionel Twain, com a proposta de que desvendem um assassinato que ocorrerá na mansão naquela noite.
A comédia parodia os tradicionais filmes de detetive, e vários detetives famosos da televisão e da literatura – como Columbo, Poirot e Miss Marple. E ainda traz no elenco algumas das maiores estrelas de todos os tempos: David Niven (A Volta Ao Mundo Em 80 Dias, de 1956), Peter Sellers (A Pantera Cor de Rosa, de 1963), Elsa Lanchester (A Noiva de Frankenstein, de 1935), Maggie Smith (a Minerva McGonagall, de Harry Potter), Alec Guiness (o Obi-Wan Kenobi nos episódios IV, V e VI de Star Wars), e Truman Capote (mais conhecido por ser o autor do livro Bonequinha de Luxo, que inspirou o filme homônimo, estrelado por Audrey Hepburn).
Os Sete Suspeitos (1985)
Lembram de um jogo de tabuleiro chamado Detetive, em que o Coronel Mostarda assassinava alguém na Biblioteca com o Castiçal? Esse filme foi inspirado naquele jogo. Aqui, Mostarda, Sra. White (Dona Branca), Sra. Peacock (Sra. Pavão), Professor Plum (Ameixa), Sr. Green (Verde) e Srta. Scarlett (Vermelha) são convidados para uma festa na casa do Sr. Body, onde são informados pelo mordomo de que Body conhece seus segredos mais obscuros e pretende chantageá-los. Quando as luzes se apagam, assim como no jogo de tabuleiro, o anfitrião é assassinado. A partir daí, desenrola-se o mistério sobre quem o matou, enquanto outros assassinatos são cometidos em diferentes cômodos da casa, e com diferentes armas. No desfecho, são apresentados três finais diferentes, demonstrando a flexibilidade do jogo de tabuleiro em estabelecer a culpa e as circunstâncias do crime a qualquer um de seus personagens.
É uma comédia divertida, que infelizmente é pouco lembrada hoje em dia.
Abbott & Costello – Caçando Múmias No Egito (1955)
A dupla que protagonizava comédias pastelão ao estilo Os Três Patetas desta vez foi até o Egito, para trabalhar como guardiões de uma múmia recém-descoberta, e acabaram tendo que se desvencilhar de caçadores de tesouros, que pretendiam saquear a tumba onde a múmia foi encontrada.
Aquele Gato Danado (1965)
Aposto que ao ler o título você se lembrou de um filme da Christina Ricci. Bem, esta é a versão anterior, e muito mais divertida. DC, o gato de Patti, aparece um belo dia com uma coleira inusitada: um relógio de pulso com um pedido de socorro gravado atrás da bateria. Suspeitando que o relógio pudesse ser de uma caixa de banco que havia sido sequestrada naquela semana, Patti leva a pista para o Agente Zeke Kelso (Dean Jones, de O Fantasma do Barba Negra), que se dispõe a seguir o gato em seus passeios noturnos, para ver se ele os leva ao cativeiro.
Janela Indiscreta (1954)
Três nomes para justificar a presença desse filme na lista de favoritos do ano: James Stewart (de A Felicidade Não Se Compra), Grace Kelly e Alfred Hitchcock.
Jimmy Stewart é um repórter que está se recuperando de um acidente que lhe quebrou uma perna, e que, entediado, se põe a espionar a vizinhança pela janela – quem nunca? Mas suas observações o levam a desconfiar de que um de seus vizinhos assassinou a esposa. Cabe a Grace Kelly – já que ele está impedido de andar – averiguar se a suspeita do namorado tem procedência.
Os Homens Preferem as Louras (1953)
Uma comédia musical muito divertida, e famosa pela canção “Diamonds Are a Girl’s Best Friend”.
Lorelei Lee (Marilyn Monroe) e Dorothy Shaw (Jane Russell) são duas cantoras de cabaré e dançarinas que estão se apresentando num cruzeiro. A bordo, está um detetive, contratado pelo pai do noivo de Lorelei para vigiá-la, e alcaguetar, caso ela faça algo questionável durante a viagem – tipo chifrar seu filho. O sogro desaprova o casamento por causa do estilo de vida de Lorelei, e por ela vir de uma família pobre. O filme ainda provou que de saia curta todas as loiras são iguais (quem assistiu, entenderá).
Como Roubar Um Milhão de Dólares (1966)
Quem disse que só de Bonequinha de Luxo viveu a carreira de Audrey Hepburn? Aqui, ela vive a filha de um falsificador de obras de arte, que surpreende um ladrão dentro de casa, tentando roubar um dos quadros falsificados. Ela consegue impedir o crime, e até faz amizade com o ladrão, e depois, acaba precisando de sua ajuda profissional, pois o pai emprestou uma estatueta falsa a um museu, e, na hora de fazer o seguro de US$1 milhão, ela precisará ser avaliada por um especialista, que, obviamente, descobrirá a fraude. Cabe a Hepburn e ao ladrão furtar a peça do museu antes que o especialista apareça.
Luzes da Cidade (1931)
É Charlie Chaplin, né! Aquele gênio que nem precisava abrir a boca para fazer um filme sensacional.
O Vagabundo interpretado por Chaplin se apaixona por uma florista cega, e ao saber que ela e sua avó estão prestes a ser despejadas de casa, faz tudo o que pode para ajudá-la, incluindo se inscrever numa luta de boxe, que não lhe rende mais do que várias pancadas. Grana, zero.
Todavia ele “fizera amizade” com um excêntrico milionário, que o recompensou depois de ter salvo sua vida. O problema é que, quando bebia, o sujeito era o seu melhor amigo, mas quando estava sóbrio, não fazia ideia de quem ele era.
Assim mesmo, à custa de muita confusão, o Vagabundo consegue com esse milionário o dinheiro necessário para pagar as dívidas de sua amada, e pagar também pela cirurgia que permitiria que ela voltasse a enxergar.
Embora mudo, o filme é extremamente engraçado, e atualmente é um dos meus favoritos do Chaplin.
Tempos Modernos (1936)
Esse eu tinha assistido uma vez na escola, muito tempo atrás, e já não me lembrava de quase nada.
O Vagabundo interpretado por Chaplin está empregado numa fábrica, que recentemente começara a se automatizar. Após ser submetido a várias situações incomuns, como ser usado como cobaia para testar uma máquina de alimentação defeituosa, que supostamente serviria para otimizar o tempo e reduzir o período de almoço dos funcionários, o rapaz pira na batatinha e acaba internado num hospício. Quando se recupera, acaba preso por engano durante uma manifestação ilegal nas ruas. Na prisão, depois de ingerir cocaína por engano – ele pensou que era sal –, e de impedir uma rebelião, ele se torna amigo dos carcereiros.
Mas ao sair da prisão, e se mostrar inapto para outros empregos aos quais se candidatou – porque ele consegue ser mais estabanado do que o Chaves –, ele conhece uma garota órfã, que estava sendo perseguida por roubar um pão. Ele então assume a culpa, decidindo que vivia melhor na prisão do que em liberdade, mas os dois conseguem escapar. O Vagabundo e a órfã então formam uma parceria, em busca de uma vida melhor. Daí por diante, a história se desenrola a partir de suas várias tentativas de conseguir um emprego e suas idas e voltas da prisão. O casal chega a conseguir uma cabana caindo aos pedaços à beira de um córrego para viver, e após sair da prisão pela terceira vez, o Vagabundo é empregado na cafeteria onde a órfã está trabalhando como dançarina. Como garçom ele faz o Chaves parecer a pessoa mais eficiente do mundo, mas seu número musical acaba conquistando a plateia. Pena que sua amiga ainda estava sendo procurada pela polícia, o que os forçou a recomeçar a vida novamente.
Monsieur Verdoux (1947)
Nem só de comédias se desenvolveu a carreira de Charles Chaplin. Nesse filme dramático – com alguns momentos cômicos –, ele vive um marido que se desdobra para sustentar a mulher deficiente e o filho. E como ele ganha a vida? Casando-se com mulheres ricas e assassinando-as assim que a necessidade de dinheiro aparece.
🎬 Os Nacionais:
Vai Que Cola 2 – O Começo (2019)
Assim como aconteceu com Mamma Mia!, gostei mais dessa continuação do que do primeiro filme. O roteiro recriou o passado dos personagens, com a chegada de Ferdinando ao Méier, o início do triângulo amoroso Máicol-Jéssica-Lacraia, a morte do finado Tiziu, marido de Terezinha, e a chegada da trambiqueira Velna, suposta gringa que se aproximou da viúva para descobrir a localização de um tesouro. O filme foi tão divertido que não senti falta do Paulo Gustavo.
O Amor Dá Trabalho (2019)
Leandro Hassum empacotou no meio do expediente, num setor de reclamações de uma repartição pública, e para purgar os maus atos cometidos na vida, teve que bancar o cupido para uma bem-sucedida empresária do ramo alimentício – ela tem um Food Truck especializado em comida vegetariana –, que ainda sonha se casar com o noivo que a abandonou no passado. Mal sabe ela que o universo a estava livrando de uma roubada.
Filme do Hassum é sempre divertido, e esse aqui, é gargalhada garantida!
Minha Mãe é Uma Peça 3 (2019)
Nem precisa explanar, todo mundo conhece Dona Hermínia, né!? Aquela mãe super equilibrada, mansa, politicamente correta, de bem com a vida, que se dá super bem com os filhos... Não, peraí... Essa é a tia Gorete das coxinhas. Ah, sim! Dona Hermínia! Aquela mãe que, como diria Copélia, “prefiro não comentar!”
🎬 Atrasado, Mas Memorável:
Esses filmes são anteriores a 2019, mas eu não sei em que planeta eu vivi, que só fui assistir no ano passado.
Zootopia (2016)
A coelhinha Judy Hopps sonha ser uma policial respeitada, mas é difícil impor respeito sendo aquela coisinha fofa. Para provar seu valor, ela aceita investigar o desaparecimento de alguns cidadãos, com a ajuda de Nick, uma raposa trambiqueira. Juntos, eles desbaratam uma conspiração para mudar o poder e a sociedade em Zootopia.
Os Mistérios de Aurora Teagarden: A Casa dos Julius (2016)
Normalmente eu não dou bola para os filmes da Hallmark, pois são que nem novela mexicana: quem viu uma, viu todas. Mas, estava eu zapeando a TV um belo dia, e esbarrei com esse título. E depois de ver um, diferente das novelas mexicanas, fiquei com vontade de ver os demais.
A série de filmes é baseada nos livros homônimos de Charlaine Harris – autora dos livros que inspiraram a série True Blood. Aurora Teagarden é uma bibliotecária que lidera um clube do livro chamado “Clube de Assassinatos Reais”. Eles leem livros sobre assassinatos e debatem sobre os crimes e as investigações. Eventualmente, ela esbarra num crime real, junta os outros membros do clube e se mete a investigar – não raramente, resolvendo o mistério antes da polícia; e menos raro ainda, colocando a própria vida em risco para apanhar o criminoso.
Em A Casa dos Julius, Aurora decidiu comprar a tal casa, mesmo ela sendo meio isolada, e descobre que a família que ali morou desapareceu misteriosamente. Suas investigações a levam a desconfiar de que a família foi assassinada, e que talvez os corpos estejam escondidos em algum lugar dentro da casa.
Sinistro, hein!? Você a compraria depois dessa?
Outros filmes da série que assisti esse ano foram: O Segredo da Caveira (2015), Colhendo o Que Plantou (2018), Um Jogo de Gato e Rato (2019), Uma Herança de Matar (2019) e Jogo Sujo (2019).
Deu para perceber que eu nem gostei da brincadeira, né...
Extraordinário (2017)
Esse filme é de fazer o coração derreter feito manteiga. Auggie tem o rosto deformado, e isso faz com que ele sofra muito bullying. Mesmo assim, os pais decidem enviá-lo à escola, onde, com seu jeito doce e adorável, ele acaba conquistando amigos de verdade.
Baseado no livro de R. J. Palacio, o filme levanta uma discussão dolorosa, algo que demonstra quanto nossa sociedade atual, em pleno Século XXI, permanece muito incivilizada: o bullying. E eu não estou me referindo a gracinhas corriqueiras que podem ser atribuídas ao politicamente incorreto; estou falando de crueldade, de discriminar uma pessoa com base em algo que ela não pode mudar. No caso de Auggie, é uma deformação no rosto, mas é a mesma questão quando o motivo do preconceito é racial ou social. De um lado dessa equação temos o diretor da escola com sua implacável e admirável luta contra o bullying – quem dera houvesse mais gente determinada assim a acabar com essa prática deplorável –, e do outro, a mãe de Julian, um dos colegas de escola de Auggie, que representa aquela parcela ultrajante das pessoas que infelizmente consideram natural que as crianças e as pessoas em geral se achem no direito de repudiar e humilhar os outros por suas diferenças.
Os Farofeiros (2018)
Mais um nacional para ninguém botar defeito. O elenco inclui Paulinho Gogó, Charles Paraventi, Cacau Protásio e Danielle Winits. Ou seja: não tinha como dar errado.
O enredo é super simples: são quatro famílias dividindo o aluguel de uma casa de praia. O problema começa quando percebem que a casa não está lá no seu melhor estado; alguns membros da trupe não se relacionam lá muito bem; e tem uma mulher ameaçando parir a cada dez minutos de cena mais ou menos.
O básico.
🎬 Menções Honrosas:
A Família Addams (2019)
Não cheguei a criar expectativas sobre essa animação por vários motivos: depois da série de TV dos anos 1960 nenhuma adaptação pareceu ser boa o bastante – embora eu tenha gostado dos filmes dos anos 1990 –; e o desenho dos anos 1990 ainda faz parte da minha memória afetiva de forma insuperável. Mas, embora essa animação não tenha sido espetacular, fez uma adaptação bem razoável da história dos Addams, incorporando pequenas referências mostradas anteriormente tanto nos filmes, quanto nas séries e desenhos.
Scooby-Doo e a Maldição do 13° Fantasma (2019)
A Máquina de Mistério vai ao Himalaia para capturar treze demônios libertados de uma arca.
A Maldição da Chorona (2019)
O filme trabalha em cima de uma das lendas mais famosas do folclore mexicano: a Chorona, uma mulher que, quando viva, afogou os próprios filhos após um ataque de ciúmes, e depois se jogou no rio, onde morreu, se debulhando em lágrimas. Agora ela vaga pela Terra, capturando outras crianças para substituir seus filhos, chorando sem parar.
Sem muitas pretensões, o filme contou a história de uma assistente social que se depara com o fantasma da Chorona, enquanto trabalha num caso muito estranho: uma mãe manteve seus filhos trancados num armário, cercados de amuletos místicos, para protegê-los da Chorona. Quando as crianças se tornam vítimas do fantasma, cabe a ela proteger seus próprios filhos de terem o mesmo destino.
Numa década em que quase todos os filmes de terror foram remakes, encontrar uma história inédita razoavelmente bem feita foi realmente surpreendente.
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