Por Talita Vasconcelos
Quarentena, Dia 36
Sabe aquela noite
em que você não encontra nada apetecível para fazer? (A coisa está tão fora do
normal na vida da gente, que eu achei um uso para a palavra apetecível... Nem sei quando foi a
última vez que usei essa). Hoje é essa noite. Nem a TV serviu para distrair.
Acabamos a noite, quatro mulheres na mesa da cozinha (Cristiana, Bibi, Paloma e
eu), jogando Stop.
Stop!
Eu não jogava
esse trem desde a oitava série!
Mas até que foi
divertido. Teve até uma cena curiosa com a letra M.
Michelle, Marrom,
Margarida, Martelo, Melancia... Chegamos ao “minha
sogra é”, e todo mundo sabe o que vem por aí, né?
– Mal educada –
respondi, pensando na gracinha da mãe
do Marcelo, meu último namorado firme.
– Muquirana –
respondeu Bibi.
– Miserável –
essa foi a Paloma, e eu nem sei se ela tem alguma sogra para se inspirar.
– Maravilhosa.
Nessa hora,
Cristiana nos deixou mudas. Trocamos olhares assombrados por um instante, e em
seguida aplaudimos.
– Todo mundo
esculhambando a sogra, a pessoa me saca um maravilhosa
– elogiou Bibi. – Essa pessoa tem Jesus no coração.
– Ou não está
tomando direito o Gardenal.
E com essa minha
observação, o momento foi-se.
Não que a minha
amiga não tivesse razão. A mãe do Pedrão realmente é a exceção no quesito
sogra.