Acabo
de notar que estou prestes a realizar algo inédito na história do Admirável
Mundo Inventado, que é fazer a review de um desenho lançado há menos de trinta
dias – ao menos, no Brasil.
Claro
que eu não podia encerrar esse dezembro de 2017 sem falar sobre o lindo
especial de Natal de Frozen.
A
Disney é mestra em produzir ótimos especiais de Natal e de Halloween – e ótimos
desenhos e animações, de modo geral –, e desta vez não foi diferente. Nos
moldes de O Natal Encantado de A Bela e a
Fera, Olaf em Uma Nova Aventura
Congelante de Frozen traz uma singela mensagem de amor, amizade e união,
numa produção de encher os olhos.
O
especial é protagonizado por Olaf, que está especialmente animado naquela véspera
de Natal, pois a Rainha Elsa e a Princesa Anna mandaram preparar uma linda
festa. E enquanto os convidados não chegam, Olaf tenta “surpreender” os
funcionários do palácio, que estão ocupados com os preparativos, mas todos lhe
dizem que ainda não é hora da aula. Afinal, a festa foi preparada para
surpreender o povo de Arendelle, no
primeiro Natal do reino depois de uma eternidade com os portões fechados. Por
isso Anna e Elsa decidiram não economizar nem nos petiscos, nem no cerimonial e
nas tradições. Mas, como perceberão em breve, para comemorar tradições, é
preciso possuir algumas.
O
cerimonial tem início com o tradicional grande sino de Natal, que é içado para
o campanário numa das torres do castelo, diante da multidão no pátio. Uma longa
corda é baixada e a Rainha Elsa, a Princesa Anna e Olaf – que acredito ser o
mais próximo que Arendelle tenha de um ministro – tocam o sino para dar início
aos festejos.
E
isso é tudo. Assim se encerram as tradições natalinas da família real de
Arendelle. Cumprida a cerimônia do sino, o povo começa a bater em retirada, deixando
as duas moças frustradas, pois não tiveram oportunidade de convidá-los para a
festança que prepararam. E é nesse momento que elas descobrem que as pessoas
estão indo embora cedo para cumprir suas tradições de família, o que deixa Olaf
todo saltitante com a expectativa de descobrir as tradições de suas amigas. O
problema é que não há nenhuma.
Lembrem-se
que os portões do castelo ficaram fechados por muitos anos, e as duas irmãs
quase não conviveram enquanto cresciam, porque os pais queriam proteger Anna do
perigoso e incontrolável poder de Elsa. A Rainha até se lembra vagamente do
último natal antes de quase transformar sua irmã caçula em picolé. Lembra que seus
pais tocaram o sino diante do povo, como elas acabaram de fazer, e então o povo
foi embora, como acabou de acontecer também. E ela não faz ideia se sua família
tinha alguma tradição natalina, pois nunca mais comemoraram o Natal naquele
castelo depois do acidente que pintou uma mecha branca no cabelo de Anna.
Isso
entristece profundamente as duas irmãs. Kristoff tenta convencê-las a
participar de algumas tradições nojentas que aprendeu com os Trolls de Pedra,
tipo vestir trajes que parecem uma mistura de dançarina havaiana com florzinha
de teatro infantil, comer uma sopa que cheira a pelo molhado, tocar canções esquisitas
no banjo, e lamber a testa da estátua de um Troll de Pedra simbólico, um atrás
do outro, fazendo pedidos – como se o Troll fosse o bolo de aniversário mais
esquisito do mundo –, e colocar capim no nariz da escultura, o que deixa as
duas moças profundamente constrangidas e enojadas.
Elsa
se sente culpada por sua família não ter nenhuma tradição natalina, uma vez que
se isolaram uns dos outros por causa de seu poder indomável, e se retira, profundamente
entristecida, deixando Anna sozinha no salão.
Então
Olaf recruta Sven para sair numa missão, em busca de tradições natalinas para
compartilhar com as amigas.
Na
primeira casa que chega, Olaf já faz o maior sucesso.
Aquela
família é toda solícita em compartilhar com Olaf sua tradição de fazer bengalas
de açúcar, que o boneco de neve imediatamente confunde com um novo nariz, que o
deixa super empolgado e meio doidão, mas o garotinho esclarece que as
bengalinhas são para comer.
E
desse jeito tá parecendo um cachimbo, Olaf! A menos que você more na Baker
Street e esteja a caminho de resolver um crime, é melhor não dar maus exemplos
às crianças que estão assistindo seu especial de Natal!
Ele
continua perguntando pela vizinhança, e recolhendo souvenirs das tradições dos súditos. E realmente, as pessoas em
Arendelle encontraram muitas formas diferentes de comemorar o Natal: uma
família pendura meias perigosamente junto à lareira; outra assa um biscoito
norueguês gigante e o reparte com a família inteira; outra distribui para a
vizinhança bolos de frutas cristalizadas, que Olaf é incapaz de digerir. Também
tem a família que forma um coral para cantar em frente às casas dos vizinhos; alguns
judeus que comemoram o Hanukkah; os cristãos que acendem velas numa igreja; outra
família que acende velas oito noites seguidas; uma velha que tricota suéteres
para as suas dúzias de gatinhos; pessoas que tricotam cachecóis e meias combinando
para a família inteira; uma menina sapequinha que esconde todos os presentes
embaixo da própria cama; outras, mais tradicionais, que esperam o Papai Noel
descer pela lareira; uma família que mora num barco e enfeita a árvore de Natal
com destroços marinhos; outra o enfeita com velas; e também faz uma visitinha
ao cara da venda da esquina, que faz sauna com a família, mas como aquele
calorzinho e o suadouro não é nada bom para quem é feito de neve como Olaf, o
sujeito o joga na rua, mas, no verdadeiro espírito natalino, generosamente dá
uma sauna abastecida com carvão para ele levar para as amigas.
Depois
dessa pesquisa que demorou o dia inteiro, Olaf retorna feliz e saltitante para
o castelo, mas o carvão da sauna provoca um pequeno incêndio no trenó, que Olaf
não percebe quanto é perigoso, e enquanto ele curte um calorzinho na
retaguarda, as travas do trenó se desprendem, fazendo-o rodopiar, virar na
contramão, ziguezaguear desgovernado na descida, voar sobre um penhasco, aterrissando
Olaf sentadinho do outro lado, enquanto o trenó despenca sozinho penhasco
abaixo, deixando Sven do lado errado do abismo.
Olaf
desce para contabilizar os estragos, e percebe, com tristeza que o fogo e a
queda destruíram quase todas as tradições que coletara, exceto o bolo de frutas
cristalizadas, que parece indestrutível. Afinal, Olaf já o comeu, o bolo passou
por ele e saiu do jeito que entrou, e continua inteiro mesmo depois do
incêndio, do mergulho no precipício e da explosão. Esse bolo é um sobrevivente!
Decidido
a levar ao menos uma tradição para o castelo, Olaf grita para Sven encontrá-lo
lá, e segue seu caminho sozinho.
Mas
assim que passa pelas primeiras árvores, Olaf descobre que o caminho está
repleto de lobos que estão loucos para dar uma provadinha em seu bolo de
frutas, e, quem sabe, papar um picolé de sobremesa.
Ao
perceber que o amigo se envolveu numa gelada – mais gelada que ele próprio –,
Sven corre para avisar aos amigos que Olaf está em perigo.
Enquanto
isso, Elsa procura Anna para se desculpar por tê-la deixado sozinha quando a
festa foi para o vinagre, mas a Princesa não está no quarto. A Rainha a procura
pelo castelo, e a encontra no sótão, revirando os baús de sua família em busca
de alguma indicação de uma tradição natalina. Mas tudo o que encontrou foram
pedaços de fantasias de Halloween que ela misturou para zoar com a irmã.
A
verdade é que Anna se fantasiou de aberração natalina nórdica só para
descontrair. Mas já que a Rainha está lá, Anna está curiosa para saber o que há
no baú de infância de Elsa.
Mas
encontram também outra coisa: um boneco de pano de um Pinguim estranhamente
parecido com Olaf, que Elsa costumava chamar de Sir Jorgenbjorgen (leia:
Iorguembiorguem), que aparentemente era o confidente de infância da Rainha – o
que a solidão não faz com a pessoa, né? Sobretudo quando ela não pode brincar
na neve com a irmã sem matá-la congelada...
E
também encontram uma caixa de cartões e lembrancinhas da infância que elas
aproveitam para abrir e recordar.
O
que Anna descobriu naquela caixa? Aguardem um momentinho que já falaremos
disso!
Porque
enquanto as princesas buscam respostas no passado, Sven chega desesperado ao estábulo
do castelo, onde Kristoff está preparando uma sopa – provavelmente aquela que
tem gosto de pelo molhado. O rapaz está animado, querendo jogar conversa fora
com seu amigo chifrudo como nos velhos tempos, porém, desta vez Sven realmente tem
algo importante a dizer. Ou melhor, a fazer o amigo entender, seja lá como
for...
E
o jeito que ele encontra, já que Kristoff realmente não consegue ler seus
pensamentos e traduzi-lo em palavras, como gostava de fazer parecer no filme, a
rena joga uma cenoura igual ao nariz de Olaf no meio da sopa e ajeita os
legumes no caldeirão para que se pareçam com o rosto sorridente do amigo
congelado, mas Kristoff interpreta que ele quer mais cenouras na sopa.
Então
Sven se desespera mais ainda, enfia a cenoura no próprio nariz, pega alguns
galhos para simular os braços do boneco de neve, e imita sua expressão de bobo-alegre.
Em seguida se joga atrás de um monte de feno, começa a latir, simulando uma
briga de Olaf com os lobos, e deixa claro que Olaf é quem está apanhando.
Felizmente,
enquanto Kristoff fica com cara de confuso, sem entender o teatrinho da rena,
Anna e Elsa, que estavam na porta, compreendem o recado de que o amiguinho
gelado está em apuros, e se apressam em seu resgate.
Enquanto
isso, Olaf consegue fugir do bosque com o bolo intacto, embora seja a única
coisa intacta na cena, pois Olaf tem um olho roxo, o nariz enfiado na orelha, a
cara e o corpinho todo arranhados – e eu nem sabia que era possível deixar um
boneco de neve num estado tão deplorável. Mas enquanto ele comemora este feito,
um gavião passa num voo rasante e leva o bolo de frutas embora, deixando Olaf
profundamente desanimado.
Então
ele começa a chorar e cantar uma canção muito triste sobre querer fazer algo
especial para as amigas, e lamenta que as coisas não tenham saído como ele
planejou. E enquanto a neve cai, parecendo que Arendelle chora junto com ele,
Olaf se senta junto a uma árvore e fica ali cabisbaixo, esperando o tempo
passar.
Anna,
Elsa, Kristoff e Sven batem de porta em porta perguntando pelo amigo de neve, e
as pessoas vão indicando a direção por onde o viram seguir, e se unindo nas
buscas com seus lampiões.
E
não demora muito até uma árvore responder aos gritos das duas irmãs, dizendo
que Olaf não está lá, que ele foi procurar tradições para suas amigas.
Oh,
tadinho, gente...
Sven
o puxa pelo nariz de cenoura para desenterrá-lo do monte de neve, e as duas
contam a ele o que descobriram sobre si mesmas em sua expedição ao sótão do
castelo, mostrando a caixa de cartões que encontraram. Todos eles têm o desenho
de Olaf. Também tem uma versão de palha do Olaf, e outras lembrancinhas
semelhantes. Anna fez isso há anos, quando ela e Elsa foram separadas por seu
perigoso poder. Relembram a época em que construíram juntas o boneco de neve,
no salão nevado do castelo onde costumavam brincar. Desde então, todo ano, como
a porta do quarto da futura Rainha estava sempre fechada para ela, Anna fazia
os cartões e os bonecos de Olaf para lembrá-la de quando brincavam juntas, de
sua infância, e do quanto se amavam. Foi Olaf quem as manteve unidas todos
esses anos, apesar das portas fechadas.
O
boneco de neve fica todo feliz com essa honra, e as pessoas tornam a cobrir
Olaf com os itens de suas tradições que tinham compartilhado mais cedo,
transformando-o numa mini árvore de natal muito engraçadinha com presentes aos
seus pés. Ao menos, momentaneamente, antes que Anna e Elsa o desenrolem, para
evitar que o boneco de neve derreta de novo.
E
então Elsa dá um show com seus poderes, criando um caminho de argolas de gelo
por onde o povo todo desfila atrás deles, pisa forte no chão coberto de neve com
seu salto agulha, fazendo crescer um grande pinheiro de cristais de gelo em
profusão, deixando todos maravilhados. Lança um festão de flocos de neve no ar,
recolhendo as lanternas das pessoas, e fazendo-o se enroscar em volta da árvore
de Natal congelada, para que formem a decoração da árvore bem ali no meio da
avenida. E como precisam de uma estrela, Anna pega uma das miniaturas de Olaf
que fizera na caixa de recordações, Elsa a prende no centro de uma elaborada
estrela de cristais de gelo, e ergue Olaf num ventinho gelado para que ele
tenha a honra de colocá-la no topo da árvore, coroando o Natal com a maior de
todas as tradições das irmãs de Arendelle.
Em
seguida, Elsa pousa Olaf cuidadosamente entre os chifres do touro... Digo, do
Sven, e ele canta sua parte da musiquinha natalina, comemorando por ter uma
família tão incrível, amigas tão incríveis, e que o mais importante no Natal é
o amor.
E,
na falta de um Papai Noel voando em seu trenó para entregar os presentes de
Natal – provavelmente ele evita aquela parte do mundo porque faz frio demais –,
o gavião voa de volta e deixa cair o bolo de frutas cristalizadas roubado na
cabeça de Olaf, deixando-o ainda mais feliz, acreditando que foi um milagre de
Natal.
Mas,
só para constar, esse bolo já foi comido pelo Olaf, desceu pelo... Será que
bonecos de neve têm aparelho digestivo? Enfim, desceu pelo interior do sujeitinho,
saiu intacto que nem caroço de milho, foi alvo de disputa dos lobos, deve ter
sido arranhado até umas horas por aquelas patas imundas, e levado nas garras de
um gavião. Não parece muito higiênico comê-lo depois de tudo isso, garotas,
fica a dica! Até a sopa de gororoba de Trolls do Kristoff parece mais saudável,
vai por mim...
Bem,
assim encerramos nosso Natal especial no Admirável Mundo Inventado, e esse ano
de 2017, que foi tão louco quanto movimentado.
Mas
não chorem! Ano que vem, estaremos de volta novamente! Eu aqui, no meu velho e
querido blog, você aí em todos os cantos do planeta Terra, e quem sabe fora
dele – alô amigos da estação espacial!
Nos
vemos em 2018, sempre nesse blogspot! *♥*
Gostei muito do seu blog amada! Feliz Ano Novo, beijinhossssssssssss
ResponderExcluirQue bom Rubia, fico muito feliz! *-*
ExcluirSeja sempre muito bem-vinda!
Beijos