Hoje
quero falar sobre um dos maiores clássicos da Disney. Sim, clássico! Não
importa que seja um curta-metragem com menos de meia hora, e que não seja
exibido na televisão desde mil novecentos e Dercy Gonçalves... Não importa que
você só tenha acesso a esse desenho através de uma compilação em DVD – O Natal Mágico do Mickey: Nevou Na Casa do
Mickey, a quem interessar possa –, ou através de um vídeo com resolução
mega zoada no Youtube – vai por mim, você encontra o vídeo em melhor estado na
internet, se procurar bem... Enfim, nada disso importa. O desenho é um clássico
desde o momento em que foi realizado, e é uma pena que tanto o Disney Channel,
quanto a Globo e o SBT nunca se lembrem de transmiti-lo como presente de Natal
às novas gerações alienadas com o excesso de séries teen mal produzidas da
Nickelodeon e novelas argentinas que hoje em dia entopem a grade dos canais
“infantis” da TV a cabo. E me perdoem o desabafo!
Até
o SBT aparentemente parou com a mania de passar os mesmos filmes repetidos todo
feriado. Não importava se era Dia das Crianças, Dia de Finados ou Dia dos
Inconfidentes, podíamos sempre esperar por uma tarde regada a Harry Potter, Dennis, o Pimentinha, O Filho
Máskara e Happy Feet – O Pinguim.
Nem para incluir um desenho aí, hein!? Ou um filme menos batido...
Enfim,
mas eu estava falando do clássico da Disney. E o motivo de eu ter decidido
falar sobre ele é precisamente sua injusta ausência na programação de qualquer
canal nesta época do ano. Gente, é Natal! E nenhuma emissora vai transmitir
esse clássico da Disney baseado em outro grande clássico da literatura, de
Charles Dickens!? Como diria a Pópis:
Muito
bem...
O
clássico Disney de hoje é nada mais, nada menos que O Conto de Natal do Mickey.
Não
estou falando da animação de 2009 Os
Fantasmas de Scrooge – que é muito boa também –, mas da versão anterior que
a Disney produziu do conto em 1983, tendo no elenco principal as maiores
estrelas da casa. Só para se ter uma ideia:
Quero
ver alguém apontar um filme de Hollywood com tantas estrelas no elenco.
E
ai de quem me vier com Ele Não Está Tão a
Fim de Você! Ou Idas e Vindas do Amor!
Ou Noite de Ano Novo! Afinal, todos
eles tiveram um grande número de decadentes ou estrelas em ascensão. E se
mencionar Os Mercenários, o pau vai
comer!
Agora
que dei provas do meu grande espírito natalino, vamos à review do nosso
fofíssimo especial de Natal.
Tudo
começa – quem diria! – na manhã da véspera de Natal.
Pois
é, óbvio! Scrooge Patinhas está chegando em sua firma de contabilidade, lembrando-se
de que precisamente naquele dia faz sete anos que seu sócio Jacob Marley
morreu. Que coisa triste, o cidadão ter morrido na véspera de Natal, não é
mesmo? Exceto que o velho era conhecido por roubar a grana das viúvas e tapear
os pobres, então, talvez tenha sido um presente de Natal para a clientela ele
ter morrido naquela época do ano. E embora ele tenha deixado em testamento
dinheiro suficiente para pagar uma bela sepultura de mármore egípcio na cripta
dos nobres na Abadia de Westminster, com vista para o mausoléu da Rainha
Elizabeth I, e ao lado de William Shakespeare – não sei se os dois estão
sepultados lá, mas vamos usar a imaginação –, Scrooge achou que o sócio não
valia o desperdício de moedinhas n° 2, n° 3... n°17.790, colocou o defunto num
saco de lixo e o arremessou no Tâmisa, mesmo...
Sim,
porque Scrooge é um sovina miserável que não permite nem que seu funcionário
utilize um pedaço tosco de carvão para acender o aquecedor e melhorar a
temperatura em seu ambiente de trabalho, mesmo que esteja nevando lá fora,
pois, como sabem, dezembro é o início do inverno no hemisfério norte, por isso
faz um frio desgramado na semana do
Natal, permitindo que as crianças usem toneladas de roupas quentinhas, façam
guerras de bolas de neve, construam milhares de versões diferentes do Olaf e
patinem num lago congelado com a sola escorregadia de suas galochas. Matando
todos nós, moradores das zonas tropicais de inveja. Oh, Deus, porque eu não nasci no hemisfério norte? Nem precisava
ser na Inglaterra... França ou Suíça estava bom demais para mim...
Enfim,
voltando ao desenho, Cratchit pede ao patrão que lhe dê meio dia de folga no
trabalho para que ele possa participar da ceia de Natal com a família, ao que
Scrooge prontamente aquiesce... Mas vai descontar de seu salário.
Que,
a propósito, é uma miséria.
Mickey,
querido... Quero dizer, Bob... Não precisa entrar em detalhes e lembrar seu
patrão avarento sobre os centavinhos a mais de seu salário...
E
antes que alguém irrompa em prantos: calma, gente, a Madame Patilda não morreu!
Foi só uma piada...
Na
verdade, Scrooge concorda em deixar o funcionário sair mais cedo, descontando
só os oito xelins, e deixando os quatro pennys de gorjeta. Afinal, Bob é o
funcionário do mês! O fato de ele ser seu único funcionário é um mero
detalhe...
Assim
resolvidos, Cratchit volta ao trabalho, e Scrooge volta toda a sua atenção ao
seu único e verdadeiro amor, que é: contar suas moedinhas!
Porque
não importa qual seja a encarnação, não muda o hobby favorito desse pato!
Eis
que nesse momento recebem a visita de Fred, sobrinho de Scrooge, que está muito
animado com o feriado, e viera convidar o tio para a ceia de natal em sua casa.
Aqui
entre nós: comer qualquer tipo de ave não deveria ser considerado um tipo de
canibalismo na família McDuck? Sugestão, Donald: escolha pernil!
Como
além de sovina, Scrooge é um velho mal agradecido, ele manda o sobrinho catar
coquinho sem a menor cerimônia, mas ao menos o rapaz consegue deixar a
guirlanda que trouxera pendurada na maçaneta da porta, para dar uma decorada no
ambiente de trabalho do pobre Cratchit.
E
por falar em pobres... Chegam dois sujeitos vestidos de Testemunhas de Jeová
para pedir donativos para os pobres. Logo para quem...
Assim
o velho bate a porta na cara dos pedintes, antes que eles tenham tempo de
processar seu argumento esfarrapado. Afinal, o velho Scrooge não trabalhou a vida
inteira para ganhar seu rico dinheirinho e desperdiçá-lo agora com os famintos
de Londres...
Pois
é, feliz Natal para você também, Sr. Scrooge...
Enfim,
o relógio anuncia o fim do expediente, e Cratchit se anima, dança um mambo no
meio do escritório, bagunça o cabelo do patrão, pula na calçada, deseja feliz
Natal às velhinhas que estão paradas feito bocó na rua fofocando sobre a
sobrinha da Patilda que não foi convidada para o especial de Natal, e corre
para casa cantando “Let It Go”...
Tadinho,
gente! Deixa o menino sair mais cedo! Quê que custa? Dois minutos não vão te
quebrar, não, seu velho avarento...
Agora,
sim, o rapaz pode sair pelas ruas cobertas de neve cantando em coro com a
Rainha Elsa. Ao contrário de seu patrão, que sai do escritório carrancudo,
olhando feio para criancinhas, socando velhinhos e resmungando com os
cachorros...
E
quando chega em casa, é saudado alegremente pela aldrava mal-assombrada em sua
porta.
E
não basta a aldrava ganhar vida, uma sombra ainda o acompanha pela escada,
arrastando correntes, fazendo o velho Scrooge correr para o quarto e passar
duzentas trancas na porta para se esconder da assombração.
A
essa altura dos acontecimentos, ele já devia saber que uma das qualidades dos
fantasmas é atravessar superfícies sólidas...
Mas
essa visitinha do além é bem intencionada no final das contas. Acontece que o
velho Jacob Marley, o sócio de Scrooge que foi enterrado numa caçamba de lixo,
descobriu as consequências de sua vida de avareza e tapeações, de roubar o
dinheiro dos pobres e das viúvas, de aceitar propina de políticos e guardar
moedas e mais moedas nos paraísos fiscais. Ele acabou condenado a arrastar
aquelas correntes pela eternidade, e alerta que Scrooge está muito perto de ter
o mesmo destino. Se não mudar logo seu comportamento, o velho sovina muito em
breve dormirá de conchinha com o capeta no inferno.
Aliás,
pensando no recadinho do Marley agora, acho mesmo que alguém devia apresentar
esse desenho ao pessoal lá de Brasília, porque acho que eles atendem a todos os
requisitos da lista: tapeando pobres, roubando de viúvas, recebendo e pagando
propina, colecionando dólares nos paraísos fiscais... Olha, se um dia desses
acordarem cozinhando no caldeirão da Bruxa do 71 com um tridente espetado no rabo,
não reclamem! Não digam que o Pateta não avisou!
Felizmente
para Scrooge, seu amigo lá do outro lado da vida conseguiu negociar um acordo
para tentar salvá-lo. Naquela noite, ele receberá a visita de três espíritos
que irão lhe mostrar com quantos paus se faz uma canoa.
Recado
dado, Pateta rola escada abaixo e vai embora.
Ao
se ver novamente sozinho no quarto, Scrooge reflete sobre o que acabou de
acontecer, inspeciona a lareira e embaixo da cama para ver se não tem outra
assombração escondida, depois deduz que tudo não passou de uma alucinação
porque ele esqueceu de tomar seu Gardenal esta noite, e vai dormir.
Mas
a primeira assombração não tarda a aparecer.
Saltitando
pelo quarto, o Grilo Falante toca a sineta do despertador com seu
guarda-chuvinha para cumprir sua missão o mais rápido possível.
Pois
é, o rapaz veio todo gabaritado e apressado, para levá-lo voando em um passeio.
Eles pegam uma curva no relógio e voltam a um Natal lá pela meia idade do
Patinhas, quando ele trabalhava para um tal de Fezzywig, um sujeito muito gente
boa, que dava ótimas festas de Natal. Ótimas e muito bem frequentadas, por
sinal. Se liga na lista de convidados VIP:
Só
os figurões do estúdio em cena! Esse tal de Fezzywig devia ser tipo o Grande
Gatsby, da parada!
Mas
já naquele tempo o velho Scrooge ficava emburrado pelos cantos enquanto todo
mundo se divertia. A diferença é que agora ele o faz com os bolsos cheios de
ouro.
Porém
até ele já teve um raio de sol que tentasse iluminar sua patética existência.
Não querendo jogar uma intriga na família McDuck, mas já jogando, o velho
Patinhas Scrooge, naquele passado distante que visitou com o Grilo Falante,
andava colocando chifres em seu sobrinho Donald! Pois o raio de sol de sua
vida, a moçoila por quem ele estava apaixonado era Margarida!
Mas
como aqui a história é outra, vamos chamar a moça de Isabel.
E
na verdade, eu não devia mesmo intrigar o Donald com seu tio mão-de-vaca.
Afinal de contas, não foi ele quem se arrastou para debaixo do visco,
implorando por um beijo, não é, não, dona Daisy Duck...
Eu
disse Daisy Duck, não Daisy Duke!
Eu
acredito, florzinha, acredito... E você ainda pode alegar que foi tudo beijo
técnico, que o Donald deu o maior apoio, e que você e o velho são apenas bons
amigos... Essas estrelas...
Mas
enfim, estamos no Natal, e é muito feio ficar jogando intriga nas pessoas nessa
época do ano, então, deixemos de lado os chifres do pato e passemos ao toco que
o velho Scrooge deu na Margarida. Digo, na Isabel!
Como
ia dizendo, a patinha estava paradinha na do Scrooge, louquinha para desencalhar
o moço, arrastou o pato para baixo do visco, depois o arrastou para a pista de
dança... Só faltou chamar o padre e empurrar a aliança no dedo dele.
Determinada a garota! Muito à frente de seu tempo. Mas o lerdão achou por bem
cozinhar a patinha por dez anos.
Não
literalmente, claro, porque quando o filme acabasse ele precisaria devolvê-la
ao seu sobrinho sem nenhum pedaço faltando. É modo de falar...
Depois
de ter sido arrastado para todo lado na festa de Fezzywig – segundo ele, um bom
patrão, cujo exemplo ele escolheu não seguir para com o pobre Cratchit –,
Scrooge decidiu arrastar o noivado por dez anos. E quando Isabel finalmente lhe
deu um ultimato – ou casa ou desocupa a noiva –, ele não teve o menor pudor em
chutar seu traseiro.
Assim
Scrooge partiu o nobre coração da camponesa, pois amava o ouro mais do que a
ela.
Aparentemente,
o velho sentiu algum remorso ao ver quanto ele foi filho da mãe esses anos
todos, e imediatamente pediu ao Grilo Falante que desligasse a televisão, ou
mudasse para o canal do Chapolin.
O
Grilo o envia de volta ao seu quarto, onde o segundo espírito já o aguarda. E
se o primeiro cabia na palma da mão, este agora mal cabe no quarto! E olha que
os aposentos do Sr. Scrooge não são nada pequenos!
Mas
o sujeito deve ter seguido uma dieta rica em carboidratos e proteínas para
chegar a esse tamanho gigantesco, mas garante ao velho Scrooge que jantar um
avarento repugnante como ele estragaria toda a sua dieta, portanto pode ficar
tranquilo e apreciar o banquete que ele trouxe para o quarto: pastelão, peru,
leitão assado, carne assada com molho barbecue... Tudo o que o velho sovina
nunca desfrutou, para economizar seus ricos centavinhos.
A
propósito, não apresentei o grandão aí: esse é o Fantasma do Natal Presente. E
acho interessante essa diferença de tamanho entre os fantasmas: primeiro o
insignificante Grilo e depois o imenso gigante – talvez uma representação da
fortuna do velho avarento, que era inexistente na época mostrada pelo primeiro
espírito, e enorme agora; ou talvez uma forma de mostrar que o tempo de vida de
uma pessoa é extremamente curto, e portanto cada momento deve ser valorizado ao
máximo... Podemos filosofar bastante sobre isso, mas aí a review ficará mais
longa que o desenho, então, prossigamos.
O
espírito diz ao velho Scrooge que, embora ele não valha o pedaço de carvão que
Cratchit não tem autorização para queimar no aquecedor, ainda existem pessoas
que se importam e sentem alguma afeição por ele, o que surpreende o velho
cético. Afinal, ele tem consciência da própria cretinice, e duvida que alguém
possa ter qualquer afeição por sua pessoa.
Notem
que, enquanto o primeiro espírito era muito pequeno, e precisou voar pela
janela com o velho Scrooge na garupa – o que só prova que o Grilo Falante
roubou algumas latas de espinafre do Marinheiro Popeye para ficar tão forte –,
esse espírito é tão grandalhão que atravessa a cidade em duas passadas, e ainda
consegue levantar os telhados das casas com uma mão, enquanto estrangula Scrooge
com a outra. E se a prefeitura de Patópolis estiver interessada em saber que
fim levou o poste de luz em frente à casa do Sr. Scrooge, foi o grandão que o
arrancou e usou como lanterna.
O
gigante leva Scrooge à humilde residência de seu funcionário explorado e mal
pago Bob Cratchit, para que ele veja que, apesar de não ter quase nada a
oferecer à família, aquelas pessoas são felizes e têm a maior consideração pelo
velho pão-duro.
Só
isso já deveria bastar para trincar o velho Scrooge de vergonha: seu
funcionário, sua esposa e seus três filhos terem que dividir um passarinho
minúsculo e duas azeitonas na ceia de Natal, e ainda desengordurar suas roupas
imundas durante o jantar. Mas o pior ainda está por vir. Pois é neste momento
que Scrooge conhece o mais adorável dos filhos de Cratchit, Tiny, que vem
descendo as escadas, apoiado numa muleta, mas com um lindo sorriso no rosto.
Apesar
de ser um menino doente, Tiny é dono de um otimismo inabalável, e é sem sombra
de dúvida a alegria daquele lar.
Caso
não tenha percebido ainda, Sr. Scrooge, o nome disso que está sentindo agora é
remorso, peso na consciência. Mas pode ser que ainda tenha conserto...
E
é neste momento que o gigantesco Espírito do Natal Presente o abandona,
transportando-o a um cemitério, onde o Espírito dos Natais Futuros o aguarda,
com seu manto negro, e seu silêncio sepulcral. Acima na alameda, o espírito
aponta a lápide do pequeno Tiny, onde Cratchit ainda chora amargamente, agarrado
à muletinha do filho.
E
eu desafio qualquer um a mostrar uma expressão de dor mais comovente do que
esta – seja com um ator de verdade ou outra animação. Acho que isso diz muito
sobre porque Disney é a maior empresa de animação de todos os tempos. E um dos
maiores estúdios cinematográficos e televisivos de todos os tempos também.
Enfim,
o velho Scrooge desaba, corroído de remorso por não ter percebido a tempo as
dificuldades enfrentadas por Cratchit, e por não ter conhecido antes aquela
criança adorável, que ele acima de tudo desejaria salvar...
E
nesse momento percebemos que Scrooge e o Espírito N° 3 não estão sozinhos no
cemitério. Ouvimos dois coveiros com cara de vira-latas beberrões – que na
verdade são as duas doninhas de ... – cavando a cova de um defunto solitário, que
parente nenhum se dignou a gastar dez minutos da vida para vir enterrar e
prantear.
Sentiram
que eu tentei sonorizar uma gargalhada fatal, né? Tipo a Bruxa Má da Branca de
Neve... Doutor Abobrinha, que seja...
Enfim,
o Espírito do Bafo de Onça despe o capuz, arremessa Scrooge na própria cova, o
inferno abre sua bocarra para recebê-lo, o Capiroto aparece em pessoa para
botar o velho sovina num espeto e jogá-lo no caldeirão da Bruxa do 71, onde o
pato ficará delicioso cozido com batatas, cenoura, abobrinha e alho-poró...
No entanto, todavia, mas, porém...
Como o objetivo do conto era apresentar ao velho Scrooge o caminho da redenção,
e não transformá-lo na ceia de Natal dos condenados, ele é novamente
transportado para o seu quarto, onde literalmente cai da cama, toda enrolado no
cobertor, no lençol, no dossel, no tapete, nas cortinas, e em tudo mais que
encontra pelo caminho, e, pela primeira vez na vida, o velho explode em euforia
ao descobrir que é manhã de Natal.
O
que o medo da danação não faz com a pessoa... Deixou o velho Scrooge mais
animado que uma colegial em dia de baile de formatura, e ainda o fez correr
para fora de casa de pijama!
Hehe...
Até que o velho Patinhas é espirituoso, não acham?
E
ao pisar na calçada, quem são as primeiras pessoas que ele encontra nessa linda
manhã de Natal? A dupla de Testemunhas de Jeová que foi até o seu escritório no
dia anterior pedir donativos para os pobres. Mas acho que hoje eles estão só
entregando panfletos, mesmo...
Em
seguida, Scrooge corre pelas ruas, desejando feliz Natal a todas as pessoas que
encontra. E falando em encontrar, ele dá de cara com seu sobrinho Fred Donald,
e aproveita para dizer a ele o quanto está ansioso pela ceia daquela noite, e
pede que não economize nos docinhos nem nas frutas cristalizadas.
Gente,
é Disney! Se patos podem andar por aí
de camisolão e cartola, acho que eu posso inventar um cavalo falante!
Enfim,
Scrooge faz uma visitinha a uma das lojas do comércio local que permaneceu
aberta no feriado e sai de lá com um saco mais recheado que o do Papai Noel. E
é com ele nos ombros que o ex-muquirana aparece à porta de seu funcionário, Bob
Cratchit.
Se
liga na carranca que o velho encenou para entrar na casa do Cratchit. Pro
coitado do funcionário começar o dia de Natal todo borrado...
Mas
enquanto Scrooge discursa sobre estar farto dessa história de meio dia de
folga, e que essa vagabundagem de seu funcionário não lhe deixa outra
alternativa, a não ser lhe dar...
E
enquanto o Mickey imagina que as reticências serão completadas com “um chute no
traseiro”...
E
enquanto a Sra. Cratchit estrangula o pano de prato de tanta aflição enquanto
observa a cena lá da cozinha...
O
pequeno Tiny dá uma espiadinha no saco que o velho Scrooge repousara no chão
para descansar seu cangote reumático, e...
Descobre
que o velho estava com o saco cheio de brinquedos!
Correndo
o risco de que a frase acima seja interpretada incorretamente, melhor deixar a
criança mostrar. Afinal, uma imagem vale mais do que mil palavras, como
dizem...
Para
confusão do pobre Cratchit, que imaginara estar prestes a ser demitido, e nem desconfia
o que seu provável-ex-patrão está fazendo em sua casa com um saco cheio de
brinquedos.
Eu
prefiro não comentar o fato de que Scrooge trouxe um senhor Chester assado no
mesmo saco junto com os brinquedos... E nem se deu o trabalho de embrulhar a
ave... Afinal, ele é novo nesse negócio de generosidade, higiene e o protocolo
na apresentação de presentes deve ser novidade em sua vida, e ninguém é
perfeito...
Assim,
o velho Scrooge se torna o herói dos filhos de Cratchit, ganha um caloroso
abraço em grupo, e pode respirar aliviado porque no dia em que Jacob “Pateta”
Marley vier outra vez para acompanhá-lo ao além, não haverá cheiro de queimado
em seu lombo.
Como
diria Shakespeare: tudo bem quando
termina bem!
Ou
como Tiny tão lindamente colocou:
É
isso aí, gente... Feliz Natal!
Thank you for your comment on my blog!
ResponderExcluirI follow you too! ;oD
xoxo Jacqueline
www.hokis1981.com
Oi! Adorei sua resenha sobre este filme, que é tão especial para mim. Ele passou agora no Natal, e eu chorei, como sempre que o vejo, haha Acho que mais pessoas deveriam conhecê-lo, né? Beijos, fica com Deus!
ResponderExcluirObrigada!♥ Eu também amo demais esse filme. É pena que a TV raramente se lembre dele.
ExcluirObrigada pela visita e seja sempre muito bem-vinda!
Beijos! *-*