Parece
que foi ontem que escrevi a primeira postagem desse blog, e vejam só: o
Admirável Mundo Inventado está completando 5 anos!
Desde
que inaugurei esse espaço, nunca fiz uma postagem de comemoração no aniversário
do blog, mas cinco anos é uma data que não dá para deixar passar em branco.
Afinal, sobrevivemos a meia década na internet! Quantos blogs duram isso hoje
em dia? Quer dizer, fora aqueles que ganham dinheiro com isso...
Enfim...
Passei a semana toda matutando o que eu poderia postar para comemorar essa data
especial. Comecei a revirar as postagens antigas, e percebi quanta coisa boa já
passou por esse meu Admirável Mundo Inventado. A princípio, o blog não tinha
uma identidade definida – nem mesmo um propósito definido. Eu apenas escrevia
resenhas sobre os livros e os filmes que eu gostava, mas depois achei que
precisava torná-lo mais divertido.
E
foi quando meu blog finalmente saiu da zona de dez acessos mensais – sendo que
nove deles provavelmente eram meus –, e finalmente começou a ganhar público.
Então,
acho que a melhor maneira de comemorar esses cinco anos, é contando um
pouquinho dessa trajetória, relembrando os personagens bacanas que já habitaram
esse espaço. Afinal, chama-se Admirável Mundo Inventado por um motivo: este é o
lugar onde todas as boas histórias da ficção – sejam filmes, séries de TV,
livros ou desenhos animados – se encontram.
O
nascimento real do blog só aconteceu em meados de setembro de 2012, quando
postei a review do primeiro filme da saga Crepúsculo. Foi a partir daquela
postagem que o blog ganhou uma identidade. Portanto, não tenham dúvida sobre o
relacionamento profundo que tenho com a saga dos vampiros purpurinados, pois,
se eu não morro de amores por aquele elenco e aqueles filmes – minha relação
com os livros é infinitamente mais feliz –, também não posso negar que eles
tiveram grande relevância na história desse espaço virtual tão amado.
Sim,
a história do Admirável Mundo Inventado começou com essa garota atrapalhada, que
é chegada numa presa afiada, vampiros cintilantes e lobisomens bombados, que
gosta de se colocar na boca dos monstros – literalmente –, e arrumar contusões
extremamente difíceis de explicar, e que, por alguma razão, seu pai, o chefe de
polícia local, não se preocupa muito em verificar.
Rolou
até polêmica com essas postagens, quando uma fã revoltada interpretou
equivocadamente o texto – ou não se deu
trabalho de ler a história toda –, e achou que eu estava falando mal da
saga.
Cá
entre nós, não sei de onde foi que ela tirou essa ideia...
Cenas de Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer – Parte 1 e Parte 2
Coloque
em contexto e vão ver como faz sentido.
Brincadeiras
a parte, foi quando eu descobri que tinha mais leitores do que pensava, porque
rapidamente o povo saiu em defesa do meu estilo tresloucado de recontar a trama,
aumentou a audiência das continuações, e o resto é história... No fim, a
revolta dessa leitora se tornou mais um capítulo maluco nos anais desse blog.
Depois
do sucesso da saga Crepúsculo versão deu
a louca na blogueira, foi a vez da minha franquia favorita, Piratas do Caribe, ganhar uma versão maluca para chamar de sua.
Em
quatro postagens individuais, contamos toda a trajetória de Jack Sparrow, o
pirata engenhoso, que queria recuperar a posse de seu antigo navio, após sofrer
um motim liderado por seu Imediato, que logo depois de passá-lo para trás e
largá-lo para morrer numa ilha deserta no meio do nada, caiu do castelo de popa
ao descobrir que o tesouro roubado junto com o navio era amaldiçoado. A tripulação
passou os anos seguintes tentando devolver o tesouro e restituir o sangue
corrompido para poder voltar a beber seu rum e comer suas maçãs na santa paz, sem
virar esqueletos ao luar, mas encontraram dificuldades em descobrir quem era o
filho verdadeiro do pirata descartado cujo sangue precisavam para se livrar da
maldição, pois a mocinha do filme, num ato de extrema infelicidade, tentando
esconder o fato de ser filha do governador, e portanto, uma refém valiosa,
apresentou-se com o sobrenome do pirata que procuravam.
Aliás,
parte do sucesso da franquia se deve ao fato de terem uma mocinha que estava
muito longe de ser uma donzela em perigo, e conhecia o código pirata como
ninguém – e que passou metade da franquia enfeitando a testa de seu noivo, até protagonizar
com ele um dos casamentos mais marcantes da ficção, que foi tema de outra postagem de sucesso aqui do blog. A outra parte se deve aos seus personagens
excêntricos como o Capitão Barbossa, um pirata perverso, que geralmente não
comete nenhum ato hediondo, a menos que alguém lhe roube uma perna torta e
cabeluda; Tia Dalma, a bruxa esquisita que nunca conheceu os produtos Jequiti,
e que, reza a lenda fez Davy Jones perder a cabeça... Ou melhor, o coração. E
não vamos nos esquecer do próprio Jack Sparrow, que provavelmente é o melhor de
todos os personagens de Johnny Depp – e olha que ele tem uma pancada de
personagens marcantes.
Com
o fim da trilogia inicial, Jack Sparrow teve que buscar novos horizontes, o que
o levou a embarcar no navio de Barba Negra, e se aventurar com sua tripulação
em busca da lendária Fonte da Juventude. E esta aventura ainda colocou Jack no
caminho de um amor do passado, uma mulher que ele desgraçou, e que, por uma
infeliz coincidência do destino, descobriu ser filha do pirata mais temido
daqueles tempos. Aliás, Johnny Depp e Penélope Cruz, na minha opinião, formam
um dos casais mais divertidos da ficção nesse filme. Muito melhor do que em
Profissão de Risco.
Aliás,
falando em Barba Negra, o fantasma dele reencarnou aqui no blog no ano passado.
Um filme clássico da Disney, esquecido por tempo demais no fundo do baú de tudo
quanto é emissora de TV, O Fantasma do Barba Negra conta a história de um sujeito
chamado Steve Walker, que foi à pequena e fictícia cidade de Godolphin para
treinar o time de atletismo da Universidade – um desafio que, por si só,
prometia deixá-lo maluco. Não bastasse isso, em sua primeira noite na cidade,
ele arremata num leilão um antigo braseiro que pertenceu à décima esposa de
Barba Negra, Aldetha Teach, que de acordo com as lendas, era uma bruxa, e
amaldiçoou o pirata a ficar preso no limbo até que o inferno congelasse, ou
porcos criassem asas, ou ele se arrependesse de suas maldades e praticasse um
ato de caridade, o que acontecesse primeiro. E justamente dentro do cabo desse
braseiro, Walker encontrou um pergaminho com um feitiço para invocar almas
presas no limbo. Daí, adivinha o que aconteceu? Barba Negra apareceu para dar um
nó nas ideias do simpático treinador.
A
partir daí, o fantasma do pirata provoca um sem-número de confusões na vida do
sujeito, em sua tentativa de ajudar a salvar a taverna das velhinhas que
descendem de sua tripulação, e que está para ser confiscada por um mafioso,
caso a hipoteca não seja paga em curto prazo, e de unir o treinador com a
simpática professora que ele vem paquerando desde que chegou.
Aliás,
as armações do fantasma gerou algumas cenas engraçadas que tornam ainda mais
terrível o fato de esse filme ter caído no esquecimento.
Ouçam
o que eu digo: esse é um dos melhores filmes de todos os tempos!
Seguindo
nas aventuras de capa e espada, contamos aqui as aventuras de um jovem gascão filho de Poseidon, que um belo dia entrou para a quadrilha de Athos, Porthos e
Aramis, que deu muita dor de cabeça para o Cardeau Richelieu, durante o reinado
de Louis XIII, de França. Reza a lenda, que numa certa feita, esses quatro
arruaceiros desceram o sarrafo em quarenta guardas do cardeal! Mas, como a
fofoca corre, e quem conta um conto aumenta o ponto, podem muito bem ter sido
quatrocentos...
O
mais interessante nessa nova saga dos Três Mosqueteiros, foi o motivo que
começou a confusão toda.
Ou
vai ver isso era só um pretexto para neguinho não assumir logo de cara, e antes
da entrevista de emprego, que era um arruaceiro.
E
disparado a série mais lida aqui no blog também é uma aventura de capa e
espada: a novela colombiana Zorro – A Espada e a Rosa, que contava as aventuras
do herói mascarado da Califórnia, que se apaixonou por uma das filhas do
Governador, mas acabou sendo obrigado a se casar com a outra, só porque a
malvada tinha implicância com a irmã, porque, segundo ela, seu suposto finado
ex-noivo a deixou por Esmeralda. Mas entre um conflito pessoal e outro, os
mocinhos arrumavam tempo para lutar contra o crime, e, principalmente, contra
os desmandos do Comandante Montero.
Saindo
das aventuras de capa e espada e entrando no lobby das comédias de horror,
temos O Jovem Frankenstein, um clássico do diretor Mel Brooks, protagonizado
pelo lendário e saudoso Gene Wilder. O filme em si já é uma paródia, com piadas
inteligentes, tanto verbais quanto visuais.
O
interessante é que algumas delas parecem sugerir que Roberto Gomez Bolaños
colaborou com o roteiro.
Isso,
ou Mel Brooks deu uma plagiada básica no Chapolin Colorado. Como não quero levantar
polêmica em cima de ninguém, vamos chamar aqui de licença poética.
E
por falar no Supergênio do humor, em 2014, poucos meses antes de sua morte, eu
fiz uma série de postagens em homenagem a Bolaños, que chamei de Galeria Chespirito – uma honra concedida somente a este mestre que recheou de risadas a
minha infância, minha adolescência, e minha vida. Ali eu comentei suas séries
menos conhecidas no Brasil – que atualmente, como o SBT criou vergonha na cara
e recolocou o Clube do Chaves no ar, têm sido exibidas nas tardes de segunda a
sexta.
Começamos
com Chômpiras (Chaveco, na dublagem do SBT), o ladrão que, depois de se
regenerar, tornou-se carregador de malas no Hotel Boa Vista, junto com seus
amigos e ex-parceiros de crimes Botijão e Chimoltrúfia – de longe a personagem
mais engraçada e marcante desse esquete.
Em
seguida homenageamos Pancada Bonaparte, aquele cidadão que as pessoas insistem
em dizer que é tão louco quanto seu amigo Lucas Pirado, mas eles não estão nem
aí para essas fofocas.
Em
seguida foi a vez do médico mais barato da cidade, especialista em cobrar
adiantado, e que carrega por aí um misterioso saquinho recheado sabe Deus com o
quê. O curioso é que o Dr. Chapatin iniciou e encerrou a trajetória do Programa
Chespirito, em seus vinte e cinco anos de produção. Ele foi o primeiro
personagem criado por Bolaños, que antes de dar consultas num consultório
barato, ocupava a cadeira do meio na mesa quadrada, um quadro do programa Sábados de la Fortuna, intitulado Os
Supergênios da Mesa Quadrada, que em 1970 se tornou uma espécie de bancada e
principal quadro do Programa Chespirito. O programa saiu do ar em 1973 para dar
lugar aos seriados Chaves e Chapolin, e retornou após o fim das duas séries, em
1980, sendo produzido até 1995. O último episódio do programa inicia com um
esquete do Dr. Chapatin, comprovando a longevidade e sucesso do médico, que
também foi o personagem que mais passeou pelos outros esquetes de Chespirito.
O
último homenageado foi precisamente o meu esquete favorito do Programa
Chespirito: Dom Caveira, o dono da funerária Pompas Fúnebres, que tem um fraco
por belas viúvas, empregadas de viúvas e xícaras de chocolate – não
necessariamente nessa ordem. Pena que o esquete tenha durado tão pouco: foram
apenas sete episódios, já no finalzinho do Programa Chespirito, que
esporadicamente, pretendo resenhar por aqui.
Na
última postagem dessa galeria, tracei uma linha do tempo, contando toda a
trajetória do Programa Chespirito desde sua estreia em 1970, até seu término em
1995, inclusive contando curiosidades das famosíssissississíssimas séries
Chaves e Chapolin, e outras séries que nunca foram exibidas no Brasil.
Sem
esquecer o texto que escrevi em homenagem a esse admirável gênio do humor na
ocasião de sua morte, que intitulei A Menina, Seu Amigo e o Mestre.
Durante
o especial Halloween Animado em outubro passado, tivemos ainda quatro episódios
de Chespirito: primeiro, o Chapolin descobriu que A Casa Dada Não Se Contam os Fantasmas.
E
o Chaveco, coitado... Descobriu que Um Diabo Embaixo da Cama Incomoda Muita Gente...
E o Pancada Bonaparte chegou à
conclusão de que Toda Bela Tem Um Tio Que É Uma Fera.
Já repararam que eu sou chegada
numa paródia musical, né?! Dia desses eu conto pra vocês as paródias que
fizeram sucesso com os amigos na Copa do Mundo, e o novo-velho hino do PSG, ao
som de Valesca Popozuda...
Mas voltando ao aniversário do
blog, outubro é sempre um mês movimentado no Admirável Mundo Inventado por
causa do Halloween. Já contei a história dessa festa e dos personagens
relacionados a ela, como bruxas, vampiros – incluindo lendas de vampiros de
verdade que, supostamente, foram vistos por aí –, lobisomens, e Jack O’Lantern,
a famosa abóbora do Halloween, no especial Gostosuras ou Travessuras?
No
Halloween Animado do ano passado, além dos episódios de Chespirito, fiz uma
maratona de desenhos animados com essa temática, que incluíram – diretamente do
fundo do baú – Onde Está Wally? ajudando um vampirinho deprimido a se
transformar num menino de verdade; Scooby-Doo espantando uma bruxa carnavalesca;
a turma de Hey, Arnold! se borrando de medo do Cocheiro Sem Cabeça; os Contos da Cripta nos levaram por uma viagem “assustadora” a bordo do Expresso da
Transilvânia; Beetlejuice, o fantasma que nos diverte, demonstrou ser Uma Babá Nada Perfeita; e Linus, melhor amigo do Charlie Brown, passou mais uma noite de
Halloween ao relento aguardando a passagem da Grande Abóbora...
E
num passado bem mais distante, também pintou por aqui aquela família que,
transcrevendo literalmente a forma como os descrevi, é constituída por um patriarca excêntrico e apaixonado por sua esposa, que tem
uma incrível obsessão por plantas carnívoras e obras de arte bizarras; filhos
que, como todas as crianças “normais”,
têm o costume de torturar um ao outro com instrumentos afiados e
cadeira-elétrica; um tio com enorme predisposição a explosivos, que parece ter
sido herdada por Simas Finnigan, um dos alunos da Grifinória – misturando
propositalmente duas séries famosas; uma avó que, embora seja uma personagem
secundária, tem um vasto conhecimento das artes mágicas e encantamentos; um
mordomo que veio de uma linhagem ilustre de criaturas feitas a partir de
pedaços de cadáveres, que ganharam vida graças a uma engenhoca desenvolvida por
um cientista alemão; um mascote que foi decepado do Capitão Gancho pelo
Crocodilo em uma de suas viagens pela Terra do Nunca; e o parente mais próximo
viveu durante muitos anos na cabeça de Axl Rose...
Será
que eu estou falando da família Silva?
Claro
que não, né! Só pode ser A Família Addams!
E
não vamos nos esquecer daquele clássico da sessão da tarde dos anos 80 – que
algum tradutor bitolado intitulou Deu a Louca Nos Monstros –, The Monster Squad, resenhado no especial de Halloween de 2014. O filme segue um grupo de
crianças aficionadas por histórias de monstros, que tomou para si a
responsabilidade de salvar a cidade quando Drácula e sua gangue decidiram
atacá-la. Acho que o grande barato desse filme foi reunir alguns dos mais
marcantes monstros da Universal Pictures – Drácula, Frankenstein, a Múmia, o
Lobisomem, e o único brasileiro da trupe, o Monstro da Lagoa Negra – na mesma
comédia. Sem falar no caçador Abraham Van Helsing, que falhou em sua missão de
matar Drácula e levá-lo com seus monstros para o inferno. Mas agora os garotos
têm uma segunda chance de concluir a nobre tarefa de Van Helsing – isto é, se
eles conseguirem encontrar alguém que se enquadre nos requisitos para recitar o
feitiço em alemão e abrir o portal para o esquecimento.
Ainda
nos especiais de Halloween, também tivemos alguns filmes mudos no blog – alguns
literalmente, outros, entendam, sem fotos legendadas, porque alguns filmes
precisavam ter suas histórias contadas sem alterações. Alguns exemplos dessa
safra foram Van Helsing – O Caçador de Monstros, equivocadamente classificado
como terror, com uma história extremamente inteligente, misturando diversos
monstros clássicos da literatura britânica do século XIX; O Corvo, aquele
maravilhoso suspense de ação protagonizado pelo inesquecível Brandon Lee, que
literalmente deu a vida por sua arte; A Dama de Branco, onde um garoto que foi
vítima de um trote dos colegas idiotas acaba sendo visitado pelo fantasma de
uma garotinha e descobrindo a trilha de um assassinato, além de se deparar com
a lendária Dama de Branco, que não é bem um fantasma nessa versão. E os
inesquecíveis Monstros da Universal Pictures: Drácula, com o inigualável Bela
Lugosi; Frankenstein, em que Boris Karloff deu ao monstro o rosto que fez o
mundo inteiro esquecer a aparência original criada por Mary Shelley; A Múmia,
também interpretada por Boris Karloff, numa versão muito diferente da aventura estilo Indiana Jones protagonizada por Brendan Fraser; e as memoráveis mil
faces de Lon Chaney, trocando de rosto para dar vida a cada monstro que
interpretava, como O Corcunda de Notre Dame e O Fantasma da Ópera.
Mas
nem só de Halloween vive o Admirável Mundo Inventado. Também tivemos algumas
doses de romance – ou melhor, de comédias românticas – por aqui, a começar pelo
meu favorito do gênero, Enquanto Você Dormia, onde Sandra Bullock, sem querer
querendo, fica noiva de Peter Gallagher. O problema é que o bonitão está em
coma, e não faz ideia de que está noivo da mocinha, e enquanto ele hiberna em
plena semana do natal, ela vai arrastando uma asa para o seu irmão Jack. Nada
muito complicado, exceto que Peter acorda, e, convencido de que está com
amnésia, pede a moça em casamento “de novo”, e como o cunhado não teve coragem
de encarar os supostos chifres do irmão, não tendo nada melhor para fazer com
sua vida, ela decidiu levar a confusão até o altar.
Mas
é claro que Peter também esqueceu de contar um detalhezinho à sua “noiva”.
E
não vamos nos esquecer do nosso Adorável Sedutor, um homem que ficou conhecido
como o maior amante de Veneza. O filme conta a história de Casanova,
interpretado pelo saudosíssimo Heath Ledger, que, depois de ter alguns
problemas com a inquisição, por causa de sua mania de fazer caridade no convento das freiras, é
coagido a se casar e sossegar o facho. Para cumprir sua sentença, ele escolhe a
mais improvável das noivas, Victoria Donato, uma mocinha que é conhecida por
seu suposto recato, mas que, como perceberão na review, de santa não tinha nem
a cara.
O
problema é que a escolha da noiva aconteceu pouco antes de Casanova conhecer a
mulher que arrebataria seu coração – nesta comédia romântica, pois sabe-se que
o Casanova real nunca se amarrou a ninguém –, Francesca Bruni, uma mulher
revolucionária, que costumava publicar textos polêmicos em favor dos direitos
das mulheres com o pseudônimo Bernardo Guardi, o segundo homem mais procurado
pela inquisição – o primeiro era Casanova.
A
partir daí, Casanova elabora uma infinidade de planos mirabolantes para se
aproximar, conhecer e conquistar a geniosa Francesca, inclusive passando-se
pelo noivo desconhecido com quem ela tem um compromisso arranjado, que acabou
tendo que se conformar em ficar com a sogra.
Ownnnn!!!!
No
hall de brasileiros no blog, tivemos o conto de fadas nordestino protagonizado
por Lisbela e o Prisioneiro, e o retrato colorido da corrupção pintado com muita
inteligência e humor escrachado em Caixa 2.
Os
contos de fadas também bagunçaram a beça por aqui, começando pela divertida
releitura de Branca de Neve protagonizada por Lily Colins em Espelho, Espelho Meu, que aqui ficou conhecida como a saga de nossa querida e amada Sobrancelha,
em que a Rainha Má estava louca para pôr as mãos – literalmente, e com toda
saliência – no príncipe da mocinha, fez um tratamento de beleza bizarro, e foi
quem acabou ganhando o primeiro pedaço da maçã envenenada...
Aliás,
permita-me fazer um comentário sobre essa nova mania da Disney de escalar
grandes divas do cinema como vilãs nas novas versões de contos de fadas. Julia
Roberts e Charlize Theron vestiram a pele da Rainha Má da Branca de Neve, Cate
Blanchett virou madrasta da Cinderela, Angelina Jolie desfilou por aí com os
chifres da Malévola... Pelo andar da carruagem, quando filmarem uma versão live-action de A Pequena Sereia, quem
interpretará Úrsula? Aposto na Halle Berry...
Mas
voltando aos contos de fadas e suas confusões, tivemos também as quatro
primeiras temporadas – a quarta ainda incompleta, e a primeira extremamente
resumida – de Once Upon a Time, aquela série que algumas pessoas dizem que é
para crianças, mas que já fez a Mulan se apaixonar por uma princesa dorminhoca,
antes de se envolver num triângulo amoroso com a Chapeuzinho Vermelho e a
Dorothy; e que, não muito tempo depois exibiu um efeito especial, no mínimo,
inconsequente, para fazer o nariz do Pinóquio crescer... Aquela série onde os
roteiristas pautam os contos de fadas com doses e mais doses do melhor uísque
paraguaio da emissora. Onde Branca de Neve carrega um assassinato nas costas, e
conheceu seu Príncipe nas bocas da Floresta Encantada; e o Príncipe, na
verdade, não era príncipe coisíssima nenhuma, mas um usurpador obrigado a
ocupar o lugar do bastardo morto filho do Rei George.
Uma
série onde a filha da Branca de Neve divide um filho com a Rainha Má, e noutros
tempos, as duas costumavam dividir também o namorado.
Aliás,
falando na Salvadora, essa mulher começou a série botando chifres na Regina, mas
ficou bem quietinha sobre o pai de seu filho ser o filho do Senhor das Trevas –
até porque, ela não estava sabendo ainda do passado sórdido do rapaz, e muito
menos que o fulano tinha mais de duzentos anos de idade. E agora que mencionei
esse fato... Como a Emma gosta de velharia, hein! Porque seu atual noivo,
Capitão Gancho é pelo menos vinte anos mais velho que o pai de seu filho! Ah,
é: e ela também andou namorando um macaco-voador. Gosto não se discute...
Sem
falar na Belle, a rata de biblioteca que não tem o mesmo glamour da Emma
Watson, e gosta de devorar tanto livros quanto grandes canecas de cerveja; e se
eu começar a esmiuçar os pecadinhos de cada personagem dessa série, deixarei os
espíritos dos Irmãos Grimm horrorizados.
Aliás,
segure os Irmãos Grimm na linha que eu já vou falar deles.
Porque
antes eu preciso fazer mais um comentário sobre Once Upon a Time: esta série é,
indiscutivelmente, sustentada por uma personagem, Regina Mills, a outrora
Rainha Má, que, mesmo depois de se regenerar, e provar por A+B+C+D+o Alfabeto
Inteiro que deixou seu lado vilão para trás há milênios, continua comendo a
maça envenenada que as princesas rejeitaram – ou, mais provavelmente, o papel
do bombom de maconha que os roteiristas amassaram –, e não consegue um tiquinho
de felicidade sustentável nesse conto de fadas. A mulher teve um noivo
assassinado por causa de uma fofoca da Branca de Neve, passou um tempo fazendo
o xerife de brinquedinho noturno para tentar aquecer suas noites frias, e
quando finalmente parecia ter encontrado seu final feliz, teve que abrir mão
dele por causa de uma trapalhada da Salvadora, que inadvertidamente trouxe a
mulher dele de volta dos mortos, e a doida arrumou um jeito de cruzar o caminho
de uma vilã gelada que a transformou em sorvete de vadia, o que levou Robin
Hood, o grande amor de Regina, a deixar a cidade, e consequentemente sua amada,
para cuidar da mulher e do filho numa terra sem magia, onde ela poderia viver
sem raspas de gelo no cabelo, e quando voltou, depois de uma temporada se
dividindo entre Camelot e o Mundo Inferior, o coitado acabou tendo a alma
aniquilada pelo Hades! Gente, que ódio todo é esse que os roteiristas têm pela
nossa Rainha?! Pelamor... Deixa a
coitada ser feliz um pouquinho!
Tão
linda e tão triste a história da nossa Rainha...
Agora
sim, voltando aos Irmãos Grimm, eles e seus compatriotas também foram
homenageados aqui no blog, com quatro episódios da série alemã Sechs auf einen Streich (em tradução
literal: Seis de Uma Vez Só; ou como
foi exibida no Brasil: Os Melhores Contos
de Grimm – apesar de exibir contos de outros autores também). dos quatro
contos resenhados no blog, três não eram muito conhecidos no Brasil:
Os Sapatos Gastos de Tanto Dançar conta a história de um ex-soldado de uma terra
distante, que agora ganha a vida exibindo teatro de fantoches pelas aldeias e
pedindo donativos ao público, e que aceita o desafio de passar três noites no
castelo do rei, tentando descobrir o que as doze princesas fazem de madrugada
para que seus sapatos amanheçam furados todos os dias. Se não conseguir
descobrir, será enforcado. Simples assim.
Mas
ninguém contava com a astúcia do nosso herói, que ganhara de presente de uma
velhinha que ele ajudou na estrada a capa da invisibilidade do Harry Potter, e
o alerta de que não deveria aceitar o vinho que as princesas levariam para ele
à noite, pois fora preparado com sonífero. Assim, o bonequeiro pôde seguir as
princesas, descobrir sua travessura, e se apaixonar por uma delas.
Em
A Esperta Filha do Camponês, um rei entediado com a burrice de suas princesas
pretendentes, e pressionado por uma lei que o forçava a se casar antes dos
trinta anos, ou perderia o trono para o primo banana e sua esposa megera, decidiu
desposar a filha de um camponês que conseguiu desvendar um de seus enigmas
malucos. O problema foi que ela acabou se mostrando mais esperta do que ele
gostaria.
Dos
contos pouco conhecidos O Rei Bico de Tordo é o meu favorito dessa série, e,
aparentemente, também é o favorito do público do blog. Ele conta a história da
Princesa Isabella de Gerânios, muito mimada e muito orgulhosa, que, depois de
desacatar uma sala cheia de príncipes em seu banquete de pretendentes, é punida
pelo pai e obrigada a se casar com um menestrel.
Sim,
muito triste. Mas há uma tramoia por trás disso, da qual o rei não tinha
conhecimento quando expulsou a filha do castelo.
Esse
menestrel, muito bonzinho, por sinal, tenta agradá-la da melhor forma que pode,
dentro de suas condições “humildes”, e, mesmo ela atentando contra sua vida com
uma sopa carregada no sal, intragável até para um jumento, acaba conquistando o
coração da princesa.
Uma
série de situações acabam levando a “pobre” Isabella a se tornar empregada no
castelo de um dos Príncipes que disputara sua mão naquele fatídico banquete, e
é lá que ela descobre a verdadeira identidade de seu menestrel, para surpresa
até de seu pai, outrora inimigo daquele reino, que nem desconfiava que o
Príncipe Ricardo de Begônia traçara um plano meio ardiloso e meio romântico
para ensinar uma lição à princesinha orgulhosa. E quase deu com os burros
n’água, verdade seja dita.
O
único conto conhecido que resenhei nessa série é uma deliciosa ironia. Creio
que, de todas as princesas e animações baseadas em contos de fadas da Disney,
uma que eu nunca gostei foi a Cinderela – Bela Adormecida também não cheira nem
fede, e também não sou particularmente fã da Pequena Sereia. Mas essa versão
alemã é, definitivamente, minha versão favorita do conto. Ou, talvez, eu
devesse dizer, a única que eu realmente A-M-E-I!
A
história começa mais ou menos como todo mundo conhece: Cinderela (Aschenputtel,
em alemão) é a empregada menos prestigiada e a mais humilhada na fazenda de sua
madrasta, e sofre muito bullying e sua meia irmã, Anabella. Sim, aqui, a gata
borralheira tem uma única irmã. Só que nessa versão, ela não conhece o príncipe
no castelo, com um vestido bonito dado pela Fada Mdrinha. Aliás, essa versão
não tem Fada Madrinha, nem aquela palhaçada de Bibit Bobit Bum. Neste conto,
Cinderela conhece o príncipe na floresta, primeiro coberta de lama, depois
coberta de farinha, e pensa que ele é um caçador.
Quando
a vê no baile, o príncipe a reconhece, e sabe que ela não é uma princesa, nem
mesmo uma socialite que fica estampando a capa da revista Caras. Mesmo assim,
ele vai atrás dela para devolver o sapatinho – que não é de cristal – e pedi-la
em casamento, e acaba se deparando com a madrasta 1-7-1, que prendeu a mocinha
num alçapão na cozinha, e pretende fazê-lo levar lebre enjoada por gata
borralheira.
Essa
versão foi inspirada no conto dos irmãos Grimm, que é a mais legal, enquanto
que a versão da Disney foi inspirada na de Charles Perrault, que é bem mais
enjoativa. Nenhuma delas é cem por cento fiel, mas essa é bem mais divertida.
Para mais detalhes sobre as diferentes versões deste conto, leia as
curiosidades no fim da review. Aquela Cinderela tinha uma família...
Falando
em séries de família, tivemos o natal da anta mais querida do Brasil... Digo,
da família mais querida do Brasil, com participação especial de Tarcísio Meira
interpretando o bom velhinho, que não era tão bom, nem tão velhinho assim, e
que, verdade seja dita, causou um verdadeiro rebu nesse natal.
Aliás,
sabe o que nasce da cruza de um louro, alto, com horror a pobre com uma anta
viciada em banana? Uma mau caráter do olho junto!
Para
quem gosta de comparações técnicas, revelamos aqui que o casamento naufragado
de Caco e Magda realmente gerou o troca-troca de Toma Lá Dá Cá e seus
divertidos personagens.
Falando
em parentesco entre séries, quem veio primeiro? A galinha ou o ovo? A Feiticeira, ou Jeannie é um gênio? Duas histórias mágicas verdadeiramente
geniais: nascidas mais ou menos na mesma época, com protagonistas de aparência
semelhante, e roteiros essencialmente similares.
A
primeira, a história da bruxinha que decidiu levar uma vida normal no mundo dos
mortais, como uma típica dona de casa americana, enlouquecendo a vida de seu
marido toda vez que metia seu narizinho onde não era chamada para ajudá-lo. E
sua série irmã, com a história da gênia de dois mil anos que, depois de ter
sido libertada pelo astronauta que encontrou sua garrafa numa ilha deserta, deu
um jeito de contrabandear-se na mochila dele e acompanhá-lo até Cocoa
Beach, para virar a vida dele de cabeça para baixo num piscar de olhos.
Mais
recentemente, relembramos 10 Momentos Inesquecíveis de Supernatural, dos quais
vou destacar dois nessa postagem:
Porque,
convenhamos, ter esse feito no currículo não é para qualquer um, não. Esse Dean
Winchester é o cara!
Sem
falar na mãe super bem informada de Charlie Harper no especial de Dia das Mães
desse ano.
Também
aprendemos aqui que, apesar de contradizer o significado da palavra, há sempre
uma maneira de se matar um imortal.
Ninguém
contava também com a astúcia de certos personagens secundários, que souberam
aproveitar a oportunidade de brilhar em aclamadas séries de TV, e acabaram
sendo os grandes responsáveis por torná-las um sucesso.
Depois
que eu descobri a fórmula para tornar o blog mais divertido, reeditei algumas
postagens a.C. (antes de Crepúsculo, com o perdão do trocadilho), como o último
episódio da segunda temporada de Pretty Little Liars, e o primeiro especial do Chaves com o elenco do SBT, incluindo nelas algumas fotos legendadas. Quem não
viu, faz favor, né! Rs.
Ainda
teve Vai Que Cola, Confissões de Uma Adolescente em Crise, Número 23, Nova Escolinha do Professor Raimundo, um especial com as Tirinhas de Peanuts, um
tour pelo mundo da fantasia, visitando lugares fictícios maravilhosos das
nossas histórias favoritas – tipo a Terra do Nunca, o País das Maravilhas,
Nárnia, Terra Média, Avalon, e por aí vai... –, e também um tour de Halloween
pelos lugares reais e fictícios mais conectados a histórias de bruxas e
fantasmas – como Salem, Nova Orleans, Transilvânia, Sleepy Hollow, e etc.
Sem
falar nos casamentos mais malucos da ficção; no pessoal que tem a boca envenenada e mata todo mundo que se atreve a beijá-los; as frases, personagens
e mulheres mais admiráveis da ficção; os dubladores mais queridos do Brasil –
que é, de longe, a postagem mais visualizada do blog –; ganhadores do Oscar e
os azarados que mereciam, mas não levaram; os mestres da comédia pastelão –
como Os Três Patetas, Charlie Chaplin, o Gordo e o Magro, Abbott e Costello –,
primeiras frases marcantes em livros.
Sem
falar em todas as resenhas de livros, contos, poemas e listas de canções que
passaram pelo blog ao longo desses cinco anos... E não vamos nos esquecer dos
meus contos autorais.
Caramba!
Agora que parei para listar é que eu estou vendo quanta coisa já passou aqui
pelo Admirável Mundo Inventado. E ainda não cumpri um quarto da lista cada vez
maior de temas, assuntos, filmes, séries e livros que quero resenhar aqui.
Ainda temos muita coisa pela frente!
Esses
cinco anos do blog me mostraram o quão gratificante é escrever para um público,
ainda que às vezes eles sejam tímidos e não compartilhem comigo seus
comentários sobre as resenhas. O Admirável Mundo Inventado foi criado para ser
um lugar divertido para se rever – ou no caso reler – histórias tão conhecidas
através de uma ótica mais cômica. Sim, com todos os spoilers! (Exceto nas
resenhas de livros). Mas sempre com muito bom humor e descontração. Creio que
ninguém até hoje desanimou de assistir algo por ter lido a história aqui no
blog. Pode até ter ficado com mais vontade, se me permitem a falta de modéstia.
Enfim,
quero continuar escrevendo essas postagens divertidas. Os projetos para o blog
são muitos, e eu espero poder contar com a visita de vocês pelos próximos
cinco, dez, quinze anos... Enfim, enquanto o Admirável Mundo Inventado estiver
no ar. Que eu espero que seja por muito tempo.
Obrigado
a todos que têm acompanhado minhas loucuras nesses cinco anos. Prometo
continuar a diverti-los com muito mais. Sempre aqui no meu velho e querido
blog, para vocês em todo o Brasil, na Alemanha, na Rússia, na França, na índia,
na Malásia e em todo o planeta Terra!
Muitos
beijinhos! *-*
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