Diz
o ditado que mãe é padecer no Paraíso. Talvez porque, em alguns casos, se descer na Consolação tá arriscado se
perder, rs. Sobretudo se essa mãe gosta de entornar umas e outras e mais
algumas em um estômago completamente despreparado.
Poderia
ser o caso dessa mãe em particular. Mas, desconfio que ela prefere colocar os
próprios filhos a perder – desde que ela possa lucrar alguma coisa com isso.
Neste
dia tão especial, quero falar dessa figura tão importante na vida de todos nós.
Afinal de contas, é graças a ela que estamos aqui. Então, mãe, obrigada por ter me tido. (Com o perdão
do trocadilho infame, rs).
Brincadeiras
a parte, para a review de hoje, escolhi uma das mães mais divertidas da ficção,
a mulher que “pariu” duas figuras hilárias, que já nos arrancaram risadas
incontáveis em mais de dez temporadas de Two And A Half Men. Com vocês: Evelyn
Harper!
Episódio
de hoje:
“Saindo Com a Mamãe”
Nossa
história começa, como em quase todos os episódios da série, com os personagens
tomando o café da manhã na cozinha de Charlie. Este, chega meio apressado,
sussurrando para Jake a mentira que inventou para dar o fora na mulher com quem
passou a noite, e pedindo que ele e o irmão confirmem.
A
propósito, a “situação delicada” de Charlie pensa que seu nome é Steve. E Alan
fica com peso na consciência por mentir para uma pobre mulher para que Charlie
possa dar o fora nela.
E
bem nesse momento, quem aparece para uma visita inesperada? Sua mãe, Evelyn
Harper.
O
caso é que Evelyn não é uma dessas modelos burrinhas que o Charlie costuma
passar a perna (e o rodo). Evelyn é a avó da criatura, e sabe que o aniversário
de Jake foi há meses, e que os filhos estão tentando arrumar uma desculpa para
dispensá-la. E nem adianta dizer que estavam esperando para dar o presente do
moleque no dia dos burros, porque Evelyn sabe perfeitamente que o aniversário
Alan também não é hoje.
E
por falar em burro:
Para
quem achou estranho essa distância ser relevante, uma vez que Malibu e São
Francisco ficam no mesmo estado, lembre-se que a Califórnia é bem comprida; ou
seja, são mais ou menos trezentos quilômetros de uma cidade a outra.
Dadas
as circunstâncias, eles acabam tendo que confessar que não vão a jogo nenhum, o
que deixa Jake chateado.
Evelyn
faz um pouco de chantagem emocional, fingindo estar magoada porque os filhos
pensam tão pouco nela. Charlie, que conhece a peça de outros carnavais e não se
comove facilmente, é sarcástico, porém Alan se sente culpado, e pergunta se
podem fazer algo para compensá-la. Daí ela finalmente revela o motivo de sua
visita: acontece que Teddy, seu namorado está viajando, e ela precisa de
companhia para ir à Ópera.
Alan
imediatamente se esquiva, dizendo que tem um encontro esta noite. Com uma
boneca inflável, Evelyn supõe, mas Alan garante que dessa vez é com uma mulher
de verdade, e que a tal boneca foi brincadeira de um paciente.
Então
o abacaxi acaba sobrando para Charlie. Abacaxi,
leia-se: sair com a mamãe. E de repente ele se lembra que está recebendo uma
amiga muito especial em sua casa. E para provar que ele não está mentindo para
a mãe dessa vez, a moça entra na cozinha, vestida com uma de suas camisetas,
chamando-o de Steve, dando-lhe um beijinho, e vomitando na pia da cozinha. O
básico...
Agora
olha só que situação... Geralmente, é o Alan quem paga os pecados que ainda nem
chegou a cometer, enquanto o Charlie curte a vida com uma mulher diferente a
cada tomada e um copo de qualquer líquido proibitivo para passarinho, sorrindo
como quem nunca teve um problema na vida. Mas dessa vez a situação se inverteu:
Charlie está na fossa, tomando um porre para criar coragem de sair do quarto e
ser visto em público com uma mulher trinta anos mais velha, que, apenas por
acaso, foi a mesma que o colocou no mundo, enquanto Alan ri à toa, sabendo que
terá uma noite maravilhosa com uma mulher – segundo ele – bonita, esperta,
divertida, disponível, e o melhor de tudo, que não é sua mãe. E ainda se dá ao
luxo de tirar um bom sarro do irmão.
Mas,
como no fundo é uma boa pessoa, que gosta de viver em paz com a consciência,
Alan – com anos de experiência em ser o garotão da mamãe – dá algumas dicas ao
irmão para tornar sua noite menos insuportável. Por exemplo: Evelyn gosta de
passar fome alguns dias antes desses eventos pra poder caber no vestido. Isso
significa que ela vai mandar vodca pra dentro de um estomago completamente
vazio. Ou seja, ela vai ficar muito
bêbada. Então, a menos que Charlie queira levar uns tapas na cara com qualquer
coisa que Evelyn tenha à mão, é melhor levar um saquinho com alguma coisa para
ela comer, como um biscoitinho, um amendoim, enfim, qualquer coisa que ele
possa enfiar nela para absorver a bebida.
E,
acima de tudo, não deve deixar a mãe tirar os sapatos, porque se ela tirar, ele
vai ter que carregá-los a noite inteira, e depois vai acabar tendo que massagear
os pés dela no saguão, e não é um espetáculo muito bonito ficar apertando calos
em público.
E
antes de sair do quarto, Alan se gaba da noite maravilhosa que o espera, e
aproveita para tirar mais um pouco de sarro da pouco habitual falta de sorte de
Charlie. O que quase lhe custa a cabeça, quando Charlie lhe atira um sapato no
corredor, que passa zunindo atrás dele antes de atingir a parede.
Ledo
engano, amigão!
O
que Alan não desconfia, é que mesmo quando parecem estar fazendo papéis
trocados na novela, a sorte continua sorrindo para Charlie e dando uma banana
para ele.
Porque,
o que Charlie descobre é que sair com sua mãe pode não ser tão ruim quanto
parecia – na verdade pode ser até divertido!
A
princípio, parece que está se
cumprindo a profecia do Alan: Evelyn está no saguão da casa de Ópera, entornando
um gim atrás do outro, para aliviar a dor, pois seus sapatos estão lhe matando,
e Charlie está tentando convencê-la a comer um biscoitinho de trigo para evitar
que o álcool suba para além da atmosfera de Evelyn. E é a partir daí que
Charlie conhece um outro lado de sua mãe: o lado Leão Lobo – antenado nas
fofocas dos ricos e das celebridades. Vamos intitular esse programa como Hora
da Maledicência.
Quem
não conhecia esse lado fofoqueiro do Charlie, não esquenta. Se tem uma coisa
que deixa todo mundo com os ouvidos ligados, mesmo que não admita, é uma boa
fofoca! Principalmente se for cabeluda. E com o mercado de imóveis do jeito que
está, Evelyn precisa saber essas coisas, para poder manipular certas relações e
conseguir vender alguns imóveis caros. Ganhar seu pão – ou, quem sabe, seu
brioche – de cada dia.
Porque,
afinal, Charlie Harper tem a quem puxar!
E
nesse momento, uma mulher se aproxima para cumprimentar Evelyn.
Gravem
bem essa fulana, porque ainda teremos notícias dela.
E
apenas para que fique registrado, o combinado era que Charlie levaria sua mãe à Ópera, mas ao que tudo indica, eles
ficaram só no saguão, enchendo a cara, observando as Toscas e fofocando sobre os Pagliaccis*.
Se chegaram a entrar para assistir ao espetáculo, aposto que roncaram até fazer
bico.
Enquanto
a noite de Charlie com a mãe está indo às mil maravilhas, o encontro de Alan
está comprovando sua sina nessa série. Porque o encontro mal começou, e a
mulher já está querendo dispensá-lo. Mas o problema não é ele, de modo algum; é
ela.
Mas
Alan já tem uma vasta experiência com rejeições, depois de ter sido dispensado
por 32 mulheres diferentes na vida, e nunca por culpa dele. E mesmo ela
tentando melhorar as coisas, assumindo que é ela que não quer, e dizendo que
ele é um cara legal, isso não o faz sentir melhor. E como prometeram que aquele
seria o episódio em que ele iria herdar a sorte do Charlie – mais ou menos como
Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis trocando de corpos em Sexta-Feira Muito Louca –,
ele tenta argumentar para salvar sua noite.
E
depois de muita apelação, Alan consegue uma segunda chance. Se não por mérito
próprio, pelo menos por piedade.
Mas
antes não tivesse conseguido, porque logo depois de sacudir o berço, a mulher
cai em prantos, se perguntando porque tem essa necessidade constante de se
degradar, e nem mesmo se dá o trabalho de sair da cama antes de ligar para sua
terapeuta para desabafar a causa de sua depressão.
Como
não tem grana para pagar uma terapeuta, o jeito para Alan é desabafar com a
empregada mesmo, enquanto toma seu café naquela manhã. Mas, do jeito dela,
Berta também acaba tirando uma com a cara do Harper azarado.
Porque
não tem nada mais estimulante para a auto-estima de um cara que deixou a
namorada revoltada depois de um encontro no sofá-cama, do que ouvir a empregada
dizer que já é inacreditável ele ter arranjado uma mulher, para início de
conversa.
No
revés da roleta da sorte, Charlie acorda de bom humor, e já combina de fazer
compras com a mãe mais tarde. Porque, afinal de contas, descobriu que sair com
ela pode ser muito divertido.
E
só para deixar Alan um pouco mais cabisbaixo, ao retornarem das compras, Evelyn
revela que comprou um presentinho para o filho favorito, para lhe agradecer
pelo almoço, e mal nota a presença de Alan na sala.
Como
não fez nada o dia todo, Alan ficou em casa atendendo o telefone e anotando
recados, e aproveita esse momento amiguinhos de Charlie e sua mãe para avisar
que uma mulher chamada Margaret ligou. Lembram daquela fulana que vive uma
eterna lua-de-mel – de acordo com Evelyn, com um noivo diferente a cada noite?
Então...
Assim,
Evelyn vai embora tranquila, pois tem lugares para ir, casas para vender, novas
viúvas para telefonar... E sabe que Charlie jamais quebraria uma promessa feita
a ela...
Assim
que a mãe vira as costas, e Alan ameaça jogar o recado no lixo, Charlie o
impede. Afinal, esse é um terrível dilema: por um lado ele prometeu à mãe que
não ligaria; porém Margaret é uma mulher bonita e disponível...
Então
Charlie decide deixar que a sorte decida por ele: amassa o papel numa bolinha;
se errar a lata de lixo, esquece esse papo; se entrar, liga para Margaret.
Como
já estava previsto, Charlie vai lá se encontrar com a dita cuja, e, para não ficar
encarando detalhes, cobre a foto do marido dela que está sobre a mesa de
cabeceira com uma meia.
Mas
na hora H, ele tem uma súbita crise de consciência, e tenta entender o que leva
aquela mulher a trair o marido com tanta frequência. Porque algum motivo deve
ter: ele deve tê-la traído primeiro, e agora ela está se vingando, ou deve ser
um homem agressivo, ou gay, ou sofreu algum acidente bizarro de caça que
prejudicou seu dedo do meio... Mas o caso é que não tem problema nenhum: o cara
nunca traiu a mulher – até onde ela sabe, pelo menos –, é um fofo, nunca a
maltratou, não é gay, e continua com todos os opcionais de fábrica no devido
lugar.
Mas
com toda essa enrolação, o sujeito acabou voltando mais cedo de viagem,
interrompendo a brincadeira dos vadios, e obrigando Charlie a fugir pela
janela.
E
querem saber o que é mais irônico? Charlie experimenta arremessar outra bolinha
de papel na lixeira, desta vez a uma boa distância; e não é que ela cai dentro!
Enquanto
isso, a mina do Alan o procura para se desculpar pelo fiasco da noite passada, quando,
segundo ela, ficou na fronteira da psicose.
Como
é um bom cristão, Alan a perdoa prontamente. Sobretudo porque ela está disposta
a compensá-lo, mesmo sabendo que não deu muito certo da última vez.
Enquanto
isso, é Charlie quem está em maus lençóis. Ou melhor, ele está sem lençol
nenhum, pendurado na janela da casa da vadia, só de cueca, ouvindo-a discutir
com o marido. E, para piorar, um pombo resolveu pousar em sua testa, mirando o
poposão bem na sua cara.
O
sujeito voltou mais cedo porque recebeu uma ligação dizendo que ele deveria dar
uma olhada em sua esposa. E já que encontrou-a com a cama desarrumada e uma
meia muito suspeita cobrindo sua foto na mesa de cabeceira, decide expulsá-la
de casa, mas ela se recusa a sair, mesmo ele afirmando que vai vender a propriedade,
pois embora o mercado esteja ruim, sua corretora garantiu que pode conseguir um
bom dinheiro por ela, e ele confia, pois ela também é sua amiga, e foi quem o alertou sobre a piranhagem da esposa. E Charlie percebe que a mãe o usou para
conseguir um negócio.
Parece
que esse é o fim de uma bela amizade entre mãe e filho.
Mas
Charlie – sem cocô de pombo na cara –, ainda está em melhor situação do que
Alan, pois sua namorada sai de casa esbravejando, e nem se espanta ao deparar
com Charlie chegando de cueca no meio da noite.
Então
os irmãos Harper vão para o deque chorar as mágoas.
Não
podem culpar mamãe Harper por tentar estreitar os laços com o filho promíscuo.
Seria ótimo para os negócios: ele pega a mulherada, e ela ganha a comissão da
partilha dos bens no divórcio. Todos os Harper sairiam felizes. Pelo menos, até
um desses maridos traídos decidir que têm Harpers demais em Malibu...
E
enquanto eles conversam sobre o relacionamento com a mãe, veem a namorada suicida
do Alan se jogando no mar. Não dá para acreditar que esse cara conseguiu chegar
à 12° temporada da série sem nunca ter colocado a faca de manteiga na garganta.
Ou sem ter pirado na batatinha e se tornado um serial killer.
Enfim,
meio desanimado, Alan vai lá salvar a doida, enquanto Charlie pensa no que vai
fazer amanhã à noite. Como se a gente já não soubesse...
Afinal
de contas, estamos falando do Don Juan de Malibu.
*Notinha explicativa: Tosca e Pagliacci são duas óperas famosas.
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