Quarentena, Dia 64
Eca! Acabei de
matar um rato. Tive vontade dar uma vassourada na vizinha porca do apartamento
da frente, mas fiquei com medo de contaminar minha vassoura. E o rato não
estava usando máscara. Cadê meu álcool 70%?
Quarentena, Dia 64
Eca! Acabei de
matar um rato. Tive vontade dar uma vassourada na vizinha porca do apartamento
da frente, mas fiquei com medo de contaminar minha vassoura. E o rato não
estava usando máscara. Cadê meu álcool 70%?
Quarentena, Dia 57
“Quem for de direita, toma cloroquina.
Quem for de esquerda, tubaína”. Se era para ter um palhaço na presidência, eu
preferia o Tiririca. Pelo menos, ele é profissional.
Por Talita Vasconcelos
Quarentena, Dia 50
Hoje faz exatamente
cinquenta dias que eu não tenho nenhum arranca-rabo com a Dona Lourdes. Não
estou nos reconhecendo! Sério: nenhuma treta por causa da vaga na garagem,
nenhum desentendimento pelo descarte do lixo, nenhuma acusação de termos jogado
seu gato na lixeira – só para constar: nunca fizemos isso com o bichinho; o
caso é que ele sempre mergulha por cima do ombro de quem quer que abra a lata
de lixo no dia em que o seu Horácio do 62 faz macarrão com sardinha –, nenhuma
queixa porque a Dona Horrores(?) largou o saco de lixo no elevador – às vezes
eu desconfio que a Dona Lourdes reclama comigo porque me acha boa ouvinte –,
nada sobre o excesso de fumaça que sai pela janela da nossa cozinha – essa
reclamação é típica das sextas-feiras, que é o meu dia de cozinhar, e aí, só
orando; mas nos últimos tempos não tenho tido muitas oportunidades de
frequentar a cozinha, já que duas cozinheiras de mão cheia a tem mantido
ocupada quase vinte e quatro horas por dia. Enfim, Dona Lourdes não reclama de
absolutamente nada com a minha pessoa há exatos cinquenta dias. Estou começando
a ficar preocupada. Será que não seria o caso de pedir que um médico venha dar
uma examinada na síndica? Porque isso não é normal...
Quarentena, Dia 43
Nunca pensei que
qualquer ser humano algum dia diria isso, mas: “graças a Deus, minha mãe não
mora mais em Nova York!” Os números da pandemia por lá, não param de subir.
Por Talita Vasconcelos
Quarentena, Dia 36
Sabe aquela noite
em que você não encontra nada apetecível para fazer? (A coisa está tão fora do
normal na vida da gente, que eu achei um uso para a palavra apetecível... Nem sei quando foi a
última vez que usei essa). Hoje é essa noite. Nem a TV serviu para distrair.
Acabamos a noite, quatro mulheres na mesa da cozinha (Cristiana, Bibi, Paloma e
eu), jogando Stop.
Stop!
Eu não jogava
esse trem desde a oitava série!
Mas até que foi
divertido. Teve até uma cena curiosa com a letra M.
Michelle, Marrom,
Margarida, Martelo, Melancia... Chegamos ao “minha
sogra é”, e todo mundo sabe o que vem por aí, né?
– Mal educada –
respondi, pensando na gracinha da mãe
do Marcelo, meu último namorado firme.
– Muquirana –
respondeu Bibi.
– Miserável –
essa foi a Paloma, e eu nem sei se ela tem alguma sogra para se inspirar.
– Maravilhosa.
Nessa hora,
Cristiana nos deixou mudas. Trocamos olhares assombrados por um instante, e em
seguida aplaudimos.
– Todo mundo
esculhambando a sogra, a pessoa me saca um maravilhosa
– elogiou Bibi. – Essa pessoa tem Jesus no coração.
– Ou não está
tomando direito o Gardenal.
E com essa minha
observação, o momento foi-se.
Não que a minha
amiga não tivesse razão. A mãe do Pedrão realmente é a exceção no quesito
sogra.
Por Talita Vasconcelos
Quarentena, Dia 29
Nosso vídeo no
Youtube teve cem mil visualizações. Em cinco dias! Ok, não é um viraaaaaaal, mas é um belo de um número.
Se continuar nesse ritmo, quem sabe não nos renda um troquinho? Isto é, assim
que o nosso canal for elegível para uma plataforma de propaganda.
Por Talita Vasconcelos
Quarentena, Dia 22
Estou começando a
pensar que não vou ter dinheiro para pagar minha parte do aluguel no mês que
vem. Será que o “Seu Barriga” me deixa pendurar?
Por Talita Vasconcelos
Quarentena, Dia 15
Sabe qual é o
cúmulo da falta do que fazer? Sentar na varanda às onze horas da noite para
ouvir o barraco que está rolando no prédio da frente. Não entendi o motivo da
treta, mas o circo está pegando fogo. Fiz até pipoca.
Por Talita Vasconcelos
Quarentena, Dia 08
Fiquei hoje com
uma sensação esquisita, quando deu nove horas da noite e a Dona Lourdes,
síndica do prédio, não veio encher o saco porque o meu carro estava ocupando a
vaga para visitantes na garagem. Isso acontece toda terça-feira, porque os
namorados da Karina Periguete insistem em estacionar na minha vaga. Como eu não
saí de casa, eles devem ter arrumado outra vaga para ocupar. Ficou faltando
alguma coisa para completar a minha rotina diária...
Porque com a
cachaça fazendo coisa a gente já está acostumado, mas isolamento social é tão
enlouquecedor quanto. Vamos dar uma espiada em como a Emanuelly está se saindo
nesse isolamento social, iniciado no final de março. Quarentena também faz
coisa que, se contar, ninguém acredita. Dá só uma olhada no diário dela.
Só não contem que
fui eu que peguei.