Quem Segura a Pena

em domingo, 25 de julho de 2021

 De repente eu reparei numa coisa: eu falo bastante das criações aqui no blog, mas pouquíssimo sobre os criadores, aqueles que colocam a cabeça para funcionar e dedicam parte de suas vidas a criar uma história que será para sempre eternizada em nossos corações. E em nossas estantes.

Sim, meus amores, estou falando sobre os escritores.

E como hoje é o Dia do Escritor, vou elencar alguns dos meus autores favoritos, alguns favoritos de todo mundo, alguns autores clássicos indispensáveis, e alguns que não são muito conhecidos, mas que, na minha humilde opinião de leitora voraz, todo mundo deveria conhecer.

Inclusive uma tal de Talita Vasconcelos, que me disseram que é muito simpática, e olha só os livros dela que coisa linda:

Ok, já vendi meu peixe. Agora vamos ao post.

 

Não necessariamente nessa ordem...

Joanne Rowling nasceu em Yate, Gloucestershire, Reino Unido, em 31 de Julho de 1965, e sua vida pessoal não foi sempre um mar de rosas. Dois acontecimentos marcaram fortemente a jovem “Jo”: a morte da mãe, que sofria de esclerose múltipla – isso a inspirou a descrever o sofrimento de Harry pela ausência dos pais –, e o primeiro casamento com um telejornalista português, do qual se divorciou após ter sofrido violência doméstica. Rowling se mudou para Edimburgo com a filha mais velha, Jéssica ainda bebê, e durante algum tempo dependeu da assistência social do governo britânico. Nesta altura, ela passou a se dedicar à escrita de sua obra-prima, publicada em 1997 pela Bloomsbury. A publicação de Harry Potter se deve muito a uma menina chamada Alice Newton, a filha de oito anos do presidente da editora, que ao ler o primeiro capítulo exigiu o segundo. O pai dela deduziu que o livro teria, então, potencial para cativar seu público-alvo.

Assim mesmo, Rowling foi aconselhada a continuar trabalhando, pois a probabilidade de sobreviver com a publicação de um livro infantil era mínima. Sua conta bancária atual diz que eles não podiam estar mais errados.

O pseudônimo J. K. Rowling foi criado devido ao temor da editora de que os meninos não se interessassem por um livro escrito por uma mulher. Sugeriram, então, que Joanne usasse duas iniciais e seu sobrenome, escondendo assim seu gênero. Como não tinha nome do meio, Jo decidiu homenagear sua avó paterna, Kathleen, adotando a inicial dela em seu pseudônimo.

Mais tarde, ela ainda criaria outro pseudônimo, Robert Galbraith, para publicar uma série de romances policiais protagonizados por Cormoran Strike, um detetive particular. O livro foi publicado, a princípio, sem que fosse divulgado o nome do verdadeiro autor. A editora criou até uma biografia fictícia para Galbraith, descrevendo-o como “um ex-militar da Polícia Real que havia deixado o cargo em 2003 para trabalhar na indústria de segurança civil”. A notícia, porém, vazou pouco tempo após a publicação do livro que, naturalmente, se tornou um sucesso imediato.

Na minha opinião, essa travessura serviu para provar que, independentemente de já ser um nome conhecido, Jo é capaz de cativar leitores pelo que faz de melhor: criar excelentes histórias.

Hoje ela vive feliz em Edimburgo, com seu segundo marido, Neil Murray, e os três filhos, e dedica seu tempo a criar tudo o que há de mais belo nesse mundo literário escrever livros maravilhosos e apoiar causas filantrópicas.


Cornelia Caroline Funke nasceu em Dorsten, Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha Ocidental, em 10 de Dezembro de 1958. Formou-se em Pedagogia pela Universidade de Hamburgo, tendo trabalhado alguns anos como assistente social, ajudando crianças carentes, e mais tarde como ilustradora de livros infantis.

Seu trabalho com crianças, inclusive lendo para elas, a inspirou a escrever suas próprias histórias de fantasia, cuja classificação como infantojuvenil – a exemplo da própria J. K. Rowling com Harry Potter – é bastante subjetiva.

A fama internacional veio com dois de seus livros sendo adaptados para o cinema: O Senhor dos Ladrões, em 2006, e Coração de Tinta – primeiro volume de uma trilogia M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A, seguida por Sangue de Tinta e Morte de Tinta –, em 2008, estrelado por Brendan Fraser. Ou seja, para quem ainda não tinha ligado o nome à pessoa, ela é a criadora do Língua Encantada, esse dom que onze em cada dez amantes dos livros adoraria possuir. Além de ter ajudado Guilhermo Del Toro a trazer O Labirinto do Fauno das telas para as páginas – uma nova tendência americana de transformar filmes em livros.


Considerando o número de vezes que eu já recomendei os livros dela aqui no blog, não deve ser surpresa para ninguém ela estar nesta lista.

Dona de uma escrita envolvente e muito engraçada, Carina Rissi nasceu em Ariranha, interior de São Paulo, e a inspiração para o seu principal sucesso veio – acredite se quiser – de uma lasanha.

Calma aí, minha Rainha Regina, que não é dessa lasanha que eu estou falando. (Entendedores de OUAT, entenderão).

Segundo artigo publicado no blog Cabana do Leitor, Carina estava esquentando uma lasanha no micro-ondas quando acabou a energia em sua casa. Então sua mãe sugeriu que ela esquentasse a refeição em banho-maria, mas ela não fazia ideia do que aquilo significava. Eis que Carina, essa mulher genial, começou a imaginar como seria se uma pessoa do século XXI fosse parar numa época anterior à tecnologia e às comodidades a que estamos tão habituados. Foi assim que surgiu a série Perdida, cuja seda vocês já me viram rasgar um milhão de vezes aqui no blog, e se eu disser mais uma palavra terei que cobrar pela publicidade.

Mentirinha! Eu amo falar do que eu amo.

Começando com publicação independente, Perdida – e Carina, consequentemente – se tornaram um sucesso internacional, sendo publicado em vários países, incluindo Alemanha, Ucrânia, Rússia e Itália, e já teve os direitos cinematográficos vendidos, mas, levando em conta o drama que é o cinema nacional, essa expectativa que já está rolando há alguns anos pode ainda demorar um pouco para realmente se concretizar.

Ah, sim, apenas uma curiosidade: Carina busca inspiração em Jane Austen. Mas isso não chega a ser surpresa, afinal, a excelência só se aprende com os melhores mestres.

Resenhas Postadas: Perdida, Encontrada, Destinado, Prometida, Desencantada, Procura-se Um Marido, No Mundo da Luna, Menina Veneno.


Agatha Mary Clarissa Christie Mallowan (nascida Agatha Mary Clarissa Miller) nasceu em Torquay, no condado de Devon, Inglaterra, em 15 de Setembro de 1890, e é conhecida como “Rainha/Dama do Crime” devido aos seus maravilhosos romances policiais.

Christie é considerada a romancista mais bem sucedida da história da literatura mundial, com cerca de quatro bilhões de livros vendidos. Para se ter uma ideia, somente William Shakespeare e a Bíblia venderam mais livros que ela.

Christie também foi condecorada pela Rainha Elizabeth II com o título de Dama Comendadora da Ordem do Império Britânico, o equivalente feminino ao título de Sir – por isso assinalei Lady antes do nome dela lá em cima, embora o correto seja DBE, porém acho que Lady é mais popular.

Ao todo, a autora escreveu setenta e dois romances – alguns assinados com o pseudônimo Mary Westmacott –, sendo sessenta e seis romances policiais, e inúmeros contos, reunidos em quatorze coletâneas, tendo muitas de suas obras sido publicadas postumamente.

Sua própria vida pessoal serviu como inspiração para muitas de suas obras. Agatha se casou pela primeira vez em 1914, com o piloto do Corpo Real de Aviadores Archibald Christie – de quem tomaria emprestado o sobrenome que a tornou célebre –, com quem teve sua única filha, Rosalind, em 1919, e de quem se divorciou em 1926. Este divórcio foi bastante conturbado: Archibald revelara à esposa estar apaixonado por outra mulher, Nancy Neele, fato que a desconcertou a ponto de ficar desaparecida por vários dias.

O caso se tornou manchete no Reino Unido na época, principalmente depois que o carro dela foi encontrado num barranco no lago de Silent Pool em Newlands Corner, com os faróis acesos. A polícia inglesa destacou aviões e mergulhadores e um grupo de cerca de quinze mil voluntários trabalharam nas buscas pela autora. Foi a primeira vez que aviões foram usados nas buscas por uma pessoa desaparecida na Inglaterra. Uma recompensa de cem libras foi oferecida para quem tivesse qualquer informação que ajudasse a localizá-la. Na época, isso era um dinheirão.

Agatha Christie foi encontrada dezesseis dias depois, em um hotel em Harrogate, North Yorkshire, hospedada sob o pseudônimo de Teresa Neele – mesmo sobrenome da amante de seu marido. Supostamente, ela teria alegado estar amnésica, mas, pelo que se sabe, ela contara uma história bastante específica no hotel, sobre ser uma mãe de luto, e que acabara de chegar da Cidade do Cabo, e, ao que parece, ela se divertiu bastante no local para quem estava de luto por um filho, de modo que ficou a impressão de que tudo não passou de um chilique de mulher despeitada, com especulações sobre um possível golpe publicitário para alavancar as vendas de seu livro mais recente, O Assassinato de Roger Ackroyd, e ainda com alguns teóricos da conspiração apontando que ela pode ter tentado simular a própria morte para incriminar o marido – tipo a Rosamund Pike em Garota Exemplar.

Seja lá como for, além deste episódio que parece ter saído de uma de suas tramas, Agatha viajou bastante pelo mundo com seu segundo marido, o arqueólogo Max Mallowan, com quem se casou em 1930. Com ele, Agatha visitou diversos países, acompanhando escavações arqueológicas, e, graças a isso, pôde reunir material para vários de seus livros ambientados no Oriente Médio, como Morte Na Mesopotâmia, Aventura Em Bagdá, Morte No Nilo, e sua obra mais famosa, Assassinato No Expresso do Oriente.

Ao longo de sua carreira, Agatha criou vários dos detetives mais emblemáticos da ficção, dos quais destaco:

* Hercule Poirot, detetive belga extremamente metódico e sistemático – nível Adrian Monk de T.O.C., eu diria –, e o mais famoso de seus personagens. Christie o descreveu como um homem baixinho, meticuloso e ordenado, muito inteligente e possuidor de muitas células de matéria cinzenta. Poirot foi responsável por desvendar o Assassinato No Expresso do Oriente, a Morte No Nilo, O Assassinato de Roger Ackroyd, entre outros, tendo aparecido em cerca de quarenta e cinco obras, entre romances policiais, peças e coletâneas da autora.

* Miss Jane Marple, uma senhora solteirona e abelhuda, que se mete como detetive amadora na investigação de diversos crimes. Descrita desta forma, pode parecer que a citei pejorativamente, mas cada adjetivo aqui foi escolhido literalmente, e a personagem é uma das minhas favoritas da literatura de modo geral, justamente por ser aquilo que não se espera num detetive. E, de fato, nem detetive ela é – profissionalmente, pelo menos. Geralmente ela se envolve nos mistérios quase sem querer, ou porque conhece pessoas envolvidas no caso – vítima, suspeito ou testemunha –, ou porque o crime aconteceu em seu território – seja na pequena aldeia fictícia de St. Mary Mead, onde reside, ou na pousada onde está hospedada no Caribe. Onde quer que vá, Miss Marple atrai algum instigante mistério para resolver.

O bacana nessa personagem é justamente o não ser um detetive convencional, com algum método pré-definido de investigação. Miss Marple, na verdade, não emprega método algum: não interroga suspeitos, não procura pistas, não se envolve com a polícia; ela simplesmente conversa com as pessoas sobre amenidades, observa o comportamento dos envolvidos, ouve os mexericos, observa as evidências que lhe chegam por acaso, e utiliza seu conhecimento sobre o comportamento humano para identificar os criminosos.

O que me leva a pensar que é sempre bom respeitar aquela vizinha futriqueira, que não tem nada mais para fazer na vida do que sentar no portão e observar o movimento na rua. Nunca se sabe quando as observações dela poderão ajudar a desvendar um mistério...

Marple aparece em dezessete livros, entre romances e coletâneas, incluindo Um Corpo Na Biblioteca e Mistério No Caribe.

* Ariadne Oliver, autora de romances policiais. Esta, pode-se dizer que é Agatha Christie se colocando dentro de seus livros. Ariadne Oliver está habituada a escrever sobre crimes, e, de vez em quando, acaba tendo a oportunidade de desvendá-los. As características mais marcantes da personagem são seu mau-humor, impaciência, e sua crença de que a Scotland Yard seria melhor dirigida por mulheres – no que podemos considerá-la uma das pioneiras do feminismo na literatura.

Ariadne Oliver aparece em seis romances, geralmente acompanhada de outros detetives famosos de Agatha Christie, como em Cartas Na Mesa.

* Tommy & Tuppence, um jovem casal descrito como um rapaz agradavelmente feio, mas inequivocamente um cavalheiro, embora lento, e uma jovem impetuosa. Os dois se casam no primeiro volume em que aparecem, e ao todo participam de cinco livros da autora.

* Parker Pyne, descrito como um sujeito gordo, careca, por volta dos sessenta anos, não se considera propriamente um detetive, mas um especialista em coração, que gosta de curar a infelicidade das pessoas. Aparece principalmente em contos da autora, tendo cruzado o caminho de Poirot algumas vezes, e sendo amigo de Ariadne Oliver.

Agatha Christie morreu em 12 de janeiro de 1976, em Wallingford, no condado de Oxfordshire, Inglaterra. Escreveu romances policiais, romances, peças teatrais, poesias, uma autobiografia e até um livro infantil. Boa parte de sua obra foi adaptada para cinema, televisão e teatro.

Pretendo ler obra dela inteira, se possível, mas os livros acima já estão com a senha na mão, embora, sem ordem definida na minha imensa – e cada vez maior – lista de leitura.

 

Nascido em Rouen, França, em 11 de Novembro de 1864, Maurice Leblanc foi um romancista e contista francês, famoso por ser o criador de Arsène Lupin, o charmoso ladrão de casaca, considerado o Sherlock Holmes do crime, devido à sua astúcia e habilidades semelhantes às do detetive inglês.

A criação de Lupin se deu por encomenda. Depois de ter abandonado a faculdade de Direito, e de ter publicado romances e contos de pouca relevância, Leblanc foi convidado por Pierre Lafitte, editor da recém-criada revista “Je Sais Tout” (Eu Sei Tudo), a escrever uma novela policial, cujo herói fosse o equivalente na França ao que representavam Sherlock Holmes e Raffles na Inglaterra. Assim surgiu, em 1905, Arsène Lupin – ainda sem este nome, porém, batizado em seguida.

A partir daí, Leblanc passou a publicar mensalmente as aventuras de Arsène Lupin no periódico.

Apesar de ter escrito dois romances de ficção científica após a criação de seu famoso personagem, Maurice Leblanc dedicou praticamente toda sua carreira dali em diante a Lupin, tendo publicado mais de vinte livros, entre romances e coletâneas com o ladrão de casaca, que já foi adaptado para o cinema diversas vezes.

Maurice Leblanc faleceu em 10 de Novembro de 1941, em Perpignan, França.


E foi assim que eu descobri que a minha mãe estava errada: todo mundo inclui euzinha aqui.

 

Madeleine Sophie Townley nasceu em Londres, Inglaterra, em 12 de Dezembro de 1969, e é irmã da também escritora Gemma Townley.

Formada em Filosofia, Política e Economia (que é um curso só, conhecido como PPE, do inglês Politics, Philosophy and Economics), Sophie chegou a trabalhar como jornalista financeira – assim como sua personagem mais famosa –, e foi nesse período que ela publicou, aos 24 anos, seu primeiro romance, intitulado “The Tennis Party” (sem tradução para o português), sob o pseudônimo Madeleine Wickham.

Mas o sucesso só veio mesmo em 2000, com a publicação do primeiro volume da série Becky Bloom “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom”, enviado anonimamente para a editora na qual publicara seus primeiros trabalhos. O chick-lit logo se tornou um sucesso editorial e mundial, que se multiplicou com a adaptação cinematográfica homônima em 2009, estrelada por Isla Fisher.

Sua verdadeira identidade – como autora – só foi revelada em 2003, com a publicação de O Segredo de Emma Corrigan. O pseudônimo Sophie Kinsella foi uma homenagem à sua mãe, juntando o nome do meio da própria autora com o sobrenome de solteira de sua mãe, Patrícia B. Kinsella.

Ao todo, a autora já publicou mais de vinte e cinco livros; sete deles com o pseudônimo Madeleine Wickham.


Kiera Cass nasceu em Myrtle Beach, na Carolina do Sul, EUA, em 19 de Maio de 1981. Formada em História, Kiera Cass chegou a trabalhar como professora. Também trabalhou numa livraria e em uma franquia da Ben & Jerry’s, além de ter criado um canal no Youtube, junto com uma amiga, para falar sobre a Saga Crepúsculo. Mais tarde, esse canal serviu como veículo de divulgação para seu primeiro livro, A Sereia, lançado através de publicação independente.

Mas a obra que a tornou mundialmente famosa foi a série distópica A Seleção, que, segundo a própria autora, só foi categorizada nesse gênero porque as distopias estavam na moda – Jogos Vorazes e Divergente que o digam. Para Kiera Cass, A Seleção está mais para um conto de fadas, porém, como não conseguiu encontrar um lugar no passado que funcionasse com sua história, precisou transportá-la para o futuro e criar um mundo só dela.

Além de ter começado com uma publicação independente, Kiera Cass tem outra coisa em comum com a brasileira Carina Rissi: os direitos cinematográficos de A Seleção já foram vendidos – e revendidos, e revendidos –, mas até agora não tem previsão para sair do papel.

Resenhas Postadas: A Seleção, A Elite, A Escolha, A Herdeira, A Coroa.


Neil Richard MacKinnon Gaiman nasceu em 10 de Novembro de 1960, em Portchester, Hampshire, Inglaterra, e pode ser considerado o Tim Burton da literatura, famoso por seus personagens góticos e suas fantasias sobrenaturais. Depois de ter sido rejeitado por vários editores, Neil Gaiman enveredou pelo jornalismo como um meio de fazer conexões que o ajudassem a ser publicado mais tarde – estratégia que deu pra lá de certo, considerando a sólida e muitíssimo eclética carreira de Gaiman, como escritor de histórias em quadrinhos, romances e contos, roteirista de televisão e cinema, e a verdadeira coleção de prêmios que ele já ganhou.

Entre os principais trabalhos de Gaiman estão a série em quadrinhos Sandman, que narra as aventuras de Morpheus, a personificação do sonho e do deus do sono na Mitologia Grega, e que inspirou personagens da série de TV Lucifer; várias colaborações para a DC Comics e para a Marvel – incluindo algumas histórias do Batman –, as séries de TV Neverwhere e Babylon 5, alguns episódios de Doctor Who, e o filme Beowulf. E não podemos nos esquecer de que alguns de seus livros já ganharam adaptações para o cinema, como a fantasia Stardust e o gótico infantil Coraline.


Daniel Gerhard Brown nasceu em Exeter, Nova Hampshire, EUA, em 22 de Junho de 1964, e, por incrível que pareça, foi criado num lar essencialmente cristão, frequentando escola dominical e cantando no coral da Igreja, embora hoje em dia ele se classifique como agnóstico, filosofia que considera que a razão humana é incapaz de prover fundamentos racionais suficientes para justificar tanto a existência de uma divindade, quanto sua não existência – entre outros mistérios metafísicos similares. Ou seja, é um pessoal que fica em cima do muro.

Há uma linha tênue entre o Sócrates e o Patropi!

 

Controvérsias religiosas são exatamente a sua especialidade literária. O autor ficou famoso por seu polêmico romance O Código Da Vinci, que, entre outras coisinhas, apontou Maria Madalena como suposta esposa de Jesus Cristo. Em contrapartida, o romance também foi responsável por trazer à luz seitas católicas, como a Opus Dei, cujas práticas controversas – incluindo a autoflagelação – chamaram bastante atenção e despertaram muitos debates no início dos anos 2000, além de trazer à pauta os perigos do fanatismo religioso – tendo sido este tema de outros de seus livros também.

Outra característica marcante de sua obra é o frequente confronto entre a ciência e a religião – confronto este que raramente tem um vencedor, com ambos os pontos de vista sendo defendidos com igual afinco na narrativa.

Dan Brown ainda estudou História da Arte na Universidade de Sevilha, na Espanha, onde teve oportunidade de se aprofundar nos trabalhos de Leonardo Da Vinci, que influenciaram a criação da trama de O Código Da Vinci, e sua esposa, a historiadora da arte Blythe Newlon, colabora nas pesquisas de seus livros.


Stephen Edwin King nasceu em Portland, Maine, EUA, em 21 de Setembro de 1947. Estudou Inglês na Universidade do Maine, onde começou a escrever para o jornal estudantil, e onde conheceu Tabitha Spruce, com quem se casou em 1971. É pai do também escritor Joe Hill.

Uma história interessante envolve seu romance de estreia, Carrie, publicado em 1974. Sua esposa, Tabitha, resgatou do lixo alguns esboços do livro que King havia descartado, e o incentivou a continuar a escrever a história. Inicialmente, ele recebeu apenas dois mil e quinhentos dólares pela publicação, o que não era grande coisa, mesmo naquela época; porém, as vendas do livro fizeram com que recebesse duzentos mil dólares de direitos autorais posteriormente. Olha só a fortuna que ele ia jogando no lixo!

E daí em diante o cara emplacou um sucesso após o outro. Atualmente, Stephen King é um dos autores mais publicados, mais traduzidos, e mais adaptados para cinema e televisão. Uma piadinha comum no meio literário é que se ele decidisse publicar sua lista do supermercado, a transformaria facilmente em best-seller!

Entre suas obras mais famosas estão: Carrie (que gerou o filme Carrie, A Estranha), O Iluminado, O Cemitério (que originou o filme Cemitério Maldito), Christine (sim, O Carro Assassino), It (A Coisa), À Espera de Um Milagre, O Apanhador de Sonhos, Janela Secreta (conto do livro Depois da Meia-Noite), Celular (Um Grito de Socorro), Sob a Redoma, A Torre Negra, e por aí vai.

Pretendo ler outros também, mas estes são os que estão com as senhas mais próximas.

 

Jane Austen nasceu em Steventon, Hampshire, Inglaterra, em 16 de Dezembro de 1775. Proveniente de uma família pertencente à nobreza agrária, e sendo filha de um tutor – título mais ou menos equivalente ao de um professor ou pedagogo nos nossos dias; porém, geralmente tutores ensinavam e até mesmo moravam na casa da família de seus alunos, ou admitiam que os alunos vivessem em sua casa, como era o caso do pai de Austen –, a autora provavelmente teve uma educação privilegiada – considerando o que se esperava da educação de uma mulher na época, mais voltada aos talentos domésticos e aos conhecimentos aristocráticos básicos para arranjar um bom marido. Jane Austen tinha acesso à ampla biblioteca de seu pai, de modo que pôde ler as melhores obras da literatura, sendo fato conhecido que toda a sua família era ávida leitora de romances.

Não se sabe ao certo com que idade Jane Austen começou a escrever seus próprios livros, mas sabe-se que ela possuía diversos cadernos de rascunhos já aos dezesseis anos, embora só tenha vendido seu primeiro manuscrito, o romance A Abadia Northanger, em 1803 – apesar de o livro só ter sido de fato publicado quatorze anos depois –, e publicado seu primeiro romance, Razão & Sensibilidade entre 1810 e 1811, aos 35 anos de idade. Como naquela época era incomum uma mulher ter este tipo de profissão – escritora de livros –, o romance foi publicado de forma anônima, com o pseudônimo “By a Lady”. Sua obra mais famosa e também mais cultuada, Orgulho & Preconceito, foi publicada em 1813, quando a identidade da autora acabou vazando, devido à popularidade da obra e à indiscrição da família.

Jane Austen nunca se casou, embora relatos e cartas atestem que ela pode ter tido alguns pretendentes. A autora morreu em 18 de Julho de 1817, aos 41 anos de idade. Em seu testamento, legou tudo o que tinha à sua irmã, Cassandra, que também permaneceu solteira até o fim da vida.


Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de Junho de 1839, e é considerado um dos maiores – senão O MAIOR – escritor brasileiro de todos os tempos, e, de acordo com o crítico literário americano Harold Bloom, o maior escritor negro de todos os tempos.

A biografia de Machado de Assis fala por si só, traduzindo-o como pioneiro em diversos tópicos e um fenômeno absoluto e com pouquíssimos precedentes.

Machado de Assis foi mestiço, neto de escravos alforriados, de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou Universidade, o que não o impediu de se tornar uma das mentes mais geniais de todos os tempos. O autor compensou sua pouca instrução absorvendo cultura e conhecimento intelectual através do convívio social na, então, capital do Brasil.

Trabalhou para o Ministério da Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas, conseguiu grande notoriedade publicando poesias e crônicas nos jornais, além de ter sido o fundador e primeiro presidente unânime da Academia Brasileira de Letras.

Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário. Não se sabe se com total fluência, mas sabe-se que Machado de Assis tinha amplo conhecimento em vários idiomas, especialmente francês, latim, grego e inglês. Estima-se que tenha lido mais de mil e duzentos livros ao longo de sua vida, de diversos assuntos e gêneros. Casou-se uma única vez, com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã de um de seus amigos mais próximos, em 1869, mas não tiveram filhos.

Machado de Assis morreu em 29 de Setembro de 1908, deixando uma extensa obra, constituída por dez romances, dez peças teatrais, duzentos contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos e mais de seiscentas crônicas. Um gênio, equiparado tão somente por Dante, Shakespeare e Camões, e indiscutivelmente o maior nome da literatura brasileira, da literatura de língua portuguesa, e um dos maiores da literatura mundial.

E dezenas de contos.

William Shakespeare nasceu em Stratford-upon-Avon em 23 de Abril de 1564 – data estimada com base em seu registro de batismo, no dia 26 do mesmo mês, segundo o costume da época de se batizar as crianças três dias após seu nascimento. Foi poeta, dramaturgo e ator inglês, tido como o maior escritor de língua inglesa e o mais influente dramaturgo do mundo. Para se ter uma ideia, suas obras já foram traduzidas para a maioria dos idiomas, e em termos de popularidade e vendas, ele só perde para a Bíblia.

William era filho de John Shakespeare, luveiro e sub-prefeito de Stratford, e de Mary Arden, filha de um rico proprietário de terras. Apesar disso, na maior parte de sua vida, Shakespeare pertenceu à classe média baixa da Inglaterra elizabetana.

Casou-se aos 18 anos com Anne Hathaway, oito anos mais velha, com quem teve três filhos: Susanna e os gêmeos Hamnet – qualquer semelhança com o nome de seu personagem mais famoso é mera coincidência; ou não – e Judith.

Produziu a maior parte de sua obra entre 1590 e 1613, época em que viveu em Londres, tornando-se um respeitado poeta e dramaturgo ainda em vida, tendo se tornado sócio da companhia de teatro que produzia suas peças, a Lord Chamberlain’s Men – rebatizada mais tarde como King’s Men, em homenagem ao Rei James I, quando este assumiu o trono. Uma das admiradoras da obra de Shakespeare no teatro foi a própria Rainha Elizabeth I.

A William Shakespeare são atribuídas 38 peças – dos mais variados gêneros e temas –, 154 sonetos e pelo menos dois longos poemas narrativos. Atualmente, porém, existe um debate entre acadêmicos acerca da autoria das obras de Shakespeare. Segundo alguns estudiosos, a biografia do autor não combina com a excelência das obras a ele atribuídas. Sabe-se que William Shakespeare foi um homem pobre, que apenas frequentou a escola elementar – equivalente em graduação ao ensino médio atual –, nunca esteve numa Universidade e jamais saiu da Inglaterra, embora tenha ambientado algumas de suas obras em outros países, como Itália e Dinamarca, por exemplo. Particularmente, eu discordo dos argumentos destes acadêmicos que buscam provar que Shakespeare não poderia ter escrito suas obras com base em sua formação e em sua biografia. Shakespeare cursou apenas a escola elementar – numa excelente escola de sua cidade natal, diga-se de passagem, embora tenha abandonado os estudos antes de sua conclusão, devido ao declínio financeiro da família, que o obrigou a trabalhar desde cedo –, mas é preciso ter em mente que o “ensino médio” da época de Shakespeare, na Inglaterra, era mais ou menos equivalente – se não superior – a um doutorado dos nossos dias no Brasil – haja visto quanto o ensino público e particular neste país é deficiente; quem duvida, explique: qual a necessidade de um curso pré-vestibular? Era obrigação da escola ensinar todo o conteúdo necessário para esta prova; o curso só existe, porque as escolas brasileiras não conseguem preencher todo o currículo acadêmico, e o povo, maior lesado com esse descaso, não cobra uma mudança de seus governantes, preferindo pagar por algo que é um direito garantido pela Constituição.

Constituição Brasileira = aquele papel com o qual Bolsomala limpa a bunda no Palácio do Planalto.

Retomando: Shakespeare cursou apenas a escola elementar, mas ela era muito mais instrutiva do que o ensino médio atual – em sua época, Shakespeare estudara latim, grego e uma vasta literatura, que incluía nomes como Ovídio e Platão, além de poemas franceses e romances italianos –; e o fato de não ter frequentado uma Universidade não quer dizer absolutamente nada. Sabe-se que o círculo social do autor em Londres, na época em que suas peças eram escritas e encenadas pela primeira vez, incluía aristocratas e membros da nobreza; nada impede que Shakespeare tenha tido acesso à biblioteca de alguns deles, onde pode ter adquirido o conhecimento de Literatura, Filosofia, História, Política e Ciências Sociais que demonstrou possuir em seus textos. E o fato de nunca ter saído da Inglaterra não significa que ele não possa ter adquirido conhecimento sobre outros países através das experiências pessoais desses mesmos amigos nobres e aristocratas, bem como pesquisando em seus livros.

Meu romance As Noivas de Robert Griplen se passa em Salem, Massachusetts, cidade norte-americana que nunca visitei, mas sobre a qual pesquisei exaustivamente ao longo de dois anos. Para se ter uma ideia, minha pesquisa – que incluiu a História local, desde sua colonização no início do século XVII, Geografia, Religião, Sociedade, Agricultura, e até os sobrenomes das famílias que colonizaram a região – ocupou um arquivo duas vezes maior do que o livro que escrevi. Recentemente, recebi uma mensagem de um leitor que já visitou a cidade, dizendo que reconheceu nas minhas descrições parte da geografia de Salem. Naturalmente, eu tenho acesso à internet, e pude pesquisar em dezenas de livros, entre Enciclopédias e livros de História. Shakespeare não tinha internet, mas nada impede que as bibliotecas dos amigos aristocratas e os próprios conhecimentos e experiências pessoais desses amigos tenham lhe fornecido as informações necessárias para a criação de suas obras.

A capacidade intelectual de uma pessoa não está diretamente relacionada ao grau de instrução oficial que ela possui. Temos, inclusive, um bom exemplo neste mesmo artigo que demonstra quanto esse argumento é fraco: Machado de Assis mal frequentou a escola. Alfabetizou-se, mas pouco estudou, oficialmente. E, no entanto, ele tinha um vasto conhecimento de História, Filosofia, Literatura, Política, Ciências Sociais, e diversos outros assuntos, perfeitamente demonstrado em suas obras; sabe-se que ele conhecia vários idiomas – nomeadamente inglês, francês, latim e grego –, e que ele ocupou cargos de grande responsabilidade e que exigiam alta graduação, mesmo sem possuir nenhuma, saindo-se muito bem em todos eles. E tudo isso Machado de Assis aprendeu na vida; não na escola. Ele teve oportunidade de aprender outros idiomas com seus amigos; teve acesso às bibliotecas de outras pessoas; todo o conhecimento que adquiriu ao longo da vida vieram de suas experiências pessoais e profissionais, e de sua convivência com pessoas mais instruídas, e não de uma sala de aula. Se Machado de Assis pôde fazer-se gênio dessa forma, por que não Shakespeare?

O argumento utilizado para questionar a autoria das obras de Shakespeare é, em minha opinião, demasiadamente fraco. Há ainda quem aponte que algumas das peças podem ser sido escritas por mais de uma pessoa, e outras que parecem ter sido escritas por pessoas diferentes – argumento que sustenta a teoria de tantos candidatos a autores das peças shakespearianas –, mas é preciso levar em conta que Shakespeare teve colaboradores ao longo de sua carreira, de modo que, sim, é provável que certos trechos tenham sido compostos por alguns desses colaboradores; quanto à múltipla autoria, é preciso levar em consideração que o estilo narrativo de um autor pode mudar ao longo do tempo. Se eu pegar um texto que escrevi dez anos atrás, tenho certeza de que não me reconhecerei nele, pois minha maneira de escrever evoluiu e mudou bastante desde então; o mesmo provavelmente aconteceu com Shakespeare, cuja carreira no teatro londrino durou mais de vinte anos.

Entre os candidatos mais populares a autor das obras de Shakespeare estão:

Sir Francis Bacon, proeminente cientista, filósofo, diplomata, ensaísta, historiador, poeta e político da época – o típico cara com os conhecimentos que Shakespeare deveria ter. Embora este tenha sido o candidato mais popular no século XIX, vem perdendo força nos últimos anos, sendo mesmo refutado por vários estudiosos, pois a obra de Bacon não guarda muita semelhança com o estilo de Shakespeare.

Christopher Marlowe, conhecido dramaturgo da mesma época. Esta candidatura é curiosa, pois, até onde se sabe, Marlowe foi assassinado em 1593; os defensores da tese afirmam que o sujeito simulou a própria morte para fugir de uma possível condenação por heresia. A partir daí, ele teria sido obrigado a creditar suas obras a outra pessoa – possivelmente, William Shakespeare. Estudiosos, no entanto, acreditam que qualquer similaridade entre as obras pode ter se devido ao fato de o trabalho deste autor ter inspirado dramaturgos posteriores, incluindo Shakespeare.

Edward de Vere, 17° Conde de Oxford é, atualmente o candidato mais popular. Defensores dessa teoria apontam diversas similaridades entre a vida deste homem e os eventos narrados nas peças shakespearianas. O ano de sua morte, em 1604, coincide com a época em que as peças de Shakespeare deixaram de ser publicadas. Houve um hiato até 1609, em que novas peças não foram publicadas – elas foram encenadas, mas os livretos produzidos e vendidos pelas tipografias não trouxeram mais nenhuma novidade –, quando foi publicada uma edição dos Sonetos – cuja autoria é muito debatida, por vários motivos. Alguns estudiosos acreditam que a publicação de peças tardias – ao menos 12 peças foram publicadas após esse período – indica que elas podem ter sido revisadas e até mesmo completadas por outros dramaturgos após a morte do autor.

Outro motivo para esta controvérsia acerca da autoria das peças shakespearianas é o fato de a grafia do sobrenome do autor diferir em algumas publicações da época – ele foi creditado como Shakspere (nome que consta em seu registro de batismo), Shaksper e Shake-speare (com e sem hífen, mas ainda separado). Mas é preciso ter em mente que não havia nenhuma norma ortográfica na Inglaterra da época, que definisse esta ou aquela grafia como correta. É provável que algumas pessoas tenham escrito da forma como o nome era frequentemente pronunciado. Convenhamos que este sobrenome não é lá muito comum...

Bem, mas a verdade é que hoje em dia existem acadêmicos questionando a existência até da Joana D’Arc. Não sabemos se isso tem fundamento histórico, ou se é pura falta do que fazer.

Enfim...

O que não se pode negar é que Shakespeare – seja ele quem for, ou quantos forem – é um dos maiores gênios da literatura mundial, cuja obra, embora tenha sido criada há mais de quatrocentos anos, permanece tão atual quanto o jornal de hoje, com poesia simples e cativante, e temas relevantes que continuam em pauta ainda em nossos dias, como as intrigas e disputas por poder que inspiraram Macbeth e Hamlet, o romance trágico e proibido de Romeu & Julieta – com toda a sua beleza e simplicidade –, os direitos femininos sempre disputados de A Megera Domada, o ciúme doentio de Otelo... Não à toa, suas obras continuam sendo reproduzidas e revisitadas em praticamente todos os meios artísticos – teatro, televisão, cinema e literatura – até hoje.

Shakespeare entendia a alma humana como poucos, e conseguiu, através de sua arte, expressar e traduzir todas as suas nuances de uma forma simples, elegante e atemporal.

Shakespeare morreu em 23 de Abril de 1616, em seu aniversário de 52 anos.

Estes são os que estão mais no topo da minha lista.

 

Alexandre Dumas nasceu em Villers-Cotterêts, na França, em 24 de Julho de 1802, e foi um dos mais célebres autores franceses de todos os tempos. Entre suas obras mais importantes está Os Três Mosqueteiros, primeira parte de uma trilogia que retrata os conflitos políticos ocorridos no século XVII na França, nos reinados de Luís XIII e Luís XIV, e o período de Regência entre os dois.

Dumas foi neto de um marquês e de uma escrava negra, provavelmente liberta. E apesar de ter colhido os frutos de seu trabalho ainda em vida, ganhando bastante dinheiro, vivia constantemente endividado, devido ao seu estilo de vida extravagante e promíscuo.

Assim como suas obras, que refletem diversos momentos importantes da história política da França, Dumas esteve pessoalmente envolvido nos conflitos urbanos, o que, somado às dívidas, e ao desejo de buscar inspiração para escrever seus romances de aventura, acabou por obrigá-lo a passar boa parte de sua vida no exterior – especialmente na Rússia e na Itália.

Casou-se em 1840 com a atriz Ida Ferrier, a quem não foi fiel, tendo alguns filhos fora do casamento; entre eles, o também escritor Alexandre Dumas Filho, autor de A Dama das Camélias.

Faleceu em 5 de Dezembro de 1870, aos 68 anos de idade. Em 2002, seus ossos foram transferidos de sua cidade natal ao Panteão de Paris, um mausoléu que abriga os mais importantes filósofos e escritores da França.


Edgar Poe nasceu em Boston, Massachusetts, EUA, em 19 de Janeiro de 1809, e foi um importante autor, poeta, crítico literário e editor americano. Foi um dos primeiros escritores de contos em seu país, tendo-se especializado em escrever sobre mistério e o macabro – merecidamente reconhecido como Mestre do Horror –, e é considerado o criador do gênero ficção policial, com Os Assassinatos da Rua Morgue.

O nome do meio viera de seus pais adotivos, Francis e John Allan, que o acolheram após a morte de sua mãe – o pai havia abandonado a família pouco antes da morte dela.

Casou-se em 1836 com sua prima Virgínia Clemm, à época com treze anos de idade.

Ao longo de sua vida, Poe alegadamente sofrera com vícios, especialmente em álcool, e, segundo alguns biógrafos, ópio – vícios estes, que podem ter sido motivados por suas perdas pessoais: a mãe biológica, a mãe adotiva, a esposa, e a separação dos irmãos ainda na infância, acolhidos por outras famílias. O estigma da tuberculose o perseguiu a vida inteira, tendo sido uma das causas da morte de sua mãe biológica, e mais tarde, de sua esposa, podendo até ter sido uma das causas de sua própria morte.

Durante sua vida, Poe ficou conhecido sobretudo como crítico literário – especialmente dentro dos Estados Unidos, era este seu maior reconhecimento. Como autor de ficção, tornou-se mais popular na Europa do que nos Estados Unidos, muito por causa das traduções de suas obras feitas por Charles Baudelaire.

Os contos de detetive de Poe com o personagem C. Auguste Dupin serviram de base para as futuras histórias de detetive na literatura mundial, fato reconhecido publicamente por Sir Arthur Conan Doyle, criador do Sherlock Holmes.

Poe também influenciou grandemente a ficção científica. Jules Verne (autor de A Volta Ao Mundo Em 80 Dias, Viagem Ao Centro da Terra e Vinte Mil Léguas Submarinas) escreveu uma continuação para o romance de Poe A Narrativa de Arthur Gordon Pym, intitulada A Esfinge dos Gelos. Outra de suas obras, Eureka: Um Poema Em Prosa, escrita em 1848, previu a teoria do Big Bang oitenta anos antes de ela ser formulada, embora Poe tenha negado o uso de algum método científico nesta obra; ele escreveu utilizando apenas sua intuição.

Poe ainda foi responsável por popularizar os criptogramas em jornais e revistas, desenvolvendo o método da cifra de substituição, que acabou se transformando num dos passatempos favoritos dos leitores de periódicos.

William F. Friedman, um dos principais criptologistas da América, interessou-se pelo assunto ao ler O Escaravelho de Ouro, obra em que Poe incorporara criptogramas como elemento essencial da narrativa. Anos mais tarde, Friedman usaria esse interesse para decifrar códigos da máquina “Púrpura” – prima japonesa da “Enigma”, máquina que transmitia mensagens criptografadas ao Exército Alemão –, durante a Segunda Guerra Mundial.

Depois de tantos exemplos acerca da genialidade de Poe, é desnecessário dizer que uma das prováveis doze últimas cópias de sua obra de estreia, Tamerlane and Other Poems (nunca traduzido para o português) foi vendida na casa de leilões Christie’s, em Nova York, por US$ 662.500! Apenas o maior valor pago por uma obra da literatura americana. Por que será, né?

Edgar faleceu em 7 de Outubro de 1849, aos 40 anos. A causa de sua morte nunca foi adequadamente determinada, embora várias hipóteses tenham sido consideradas.

Entre outros...

* Resposta do Criptograma aqui.


Por último, mas não menos importante, quero destacar aqui dois autores brasileiros menos conhecidos, que, na minha opinião, todo mundo deveria conhecer:

Esta mineirinha é autora de romances bem divertidos. Azar o Seu! foi amor à primeira babação de capa, e a história foi uma das mais divertidas que eu já li na minha vida!

Resenhas Postadas: Azaro Seu!, Como (Quase) Namorei Robert Pattinson

Este paulistano é mestre em literatura de terror e sobrenatural. Sua série sobre os Vampiros do Rio D’Ouro apareceu entre as indicações de leitura na novela Amor à Vida, e desde então, mora na prateleira dos favoritos da minha estante. Ok, numa das seis prateleiras de favoritos, mas, quem se liga em detalhes?

Resenhas Postadas: Os Sete, Sétimo.

 

Há quem vá discordar, mas seria imperdoável da minha parte deixá-la de fora desta homenagem aos grandes mestres da escrita.

Stephenie Morgan nasceu em Hartford, Connecticut, EUA, em 24 de Dezembro de 1973. Casou-se com Christian Meyer em 1994, e tem três filhos. Formada em literatura inglesa pela Universidade Brigham Young, Meyer ficou mundialmente famosa graças aos livros da série Crepúsculo, publicados a partir de 2005. E este é basicamente o motivo de eu incluí-la nesta lista, como uma muito merecida menção honrosa.

Eu critiquei muito os filmes aqui no blog, e por um bom motivo. Na minha opinião, o cinema teve uma pressa absurda em levar essa saga para as telonas, uma pressa tão desesperada que não teve o cuidado de se preocupar com a qualidade do produto entregue.

Os livros são realmente bons, e, se por um lado, trazem algumas incoerências narrativas passáveis, essa saga tem um mérito quase exclusivo dela – um quase disputado apenas por Harry Potter –, que foi o de seduzir um público que não tinha mais o hábito da leitura, que é o público adolescente.

Durante todos os meus anos de escola, em que convivi com pelo menos cem pessoas da minha idade, me lembro de poucas vezes em que livros foram o tema de uma conversa. Eu sempre gostei de ler, e era a única entre os meus amigos. Uma vez consegui convencer uma amiga a ir comigo à biblioteca da escola – numa das raras ocasiões em que ela se encontrava aberta – e ver se algo despertava seu interesse. Ela devolveu o livro uma semana depois, sem ter lido sequer uma página. Descobri por acaso, que um garoto tímido da minha sala, que estudou comigo durante anos gostava de ler. Trocamos várias indicações de livros depois disso. O único na minha turma que apreciava a leitura.

Aí veio a Stephenie Meyer, lançou a saga Crepúsculo, e de repente vários dos meus amigos que sempre desprezaram a leitura, devoraram avidamente as mais de mil e duzentas páginas da saga. Daqueles, mais ou menos a metade foram definitivamente conquistados por este que é, provavelmente, o mais antigo e o mais saudável dos prazeres.

Por isso tenho um respeito profundo e reverente por essa mulher, que conseguiu criar algo tão sedutor a ponto de conquistar não apenas fãs, mas resgatar uma geração que já não valorizava a literatura da forma como ela deve ser valorizada.

E esse é o principal motivo porque eu fui tão ácida nas reviews dos filmes. A impressão que eu tive, desde o primeiro contato com essa saga no cinema, foi que o estúdio escolheu as primeiras pessoas que apareceram para fazer o teste para o filme: os primeiros atores, os primeiros diretores, os primeiros operadores de câmera... E eles definitivamente não atendiam ao padrão de qualidade que a série merecia. Metade dos atores não eram adequados para os seus papéis. Os primeiros dois filmes principalmente foram realizados de maneira descuidada, e completamente inexplicável. Um filtro verde utilizado durante todo o primeiro filme: uma tentativa de salientar o clima extremamente chuvoso de Forks? Uma interpretação artística da atmosfera deprimente que cercava a vida da Bella e do Edward antes de se conhecerem? Talvez. Mas o subproduto dessa visão artística não foi tão positivo quanto a provável intenção da diretora. Lua Nova pretendia adaptar algumas partes do livro, como os pesadelos de Bella e criar uma suposta ligação da protagonista com Alice através de e-mails durante a ausência dos Cullen, mas a ideia se perdeu no meio do roteiro, e as tentativas criaram mais perguntas do que respostas. O filme, na melhor das hipóteses, carecia ainda de uma revisão, antes de ser lançado.

Bem, acho que já estendi demais esse assunto, mas gostaria de ver essa história refilmada daqui a alguns anos. Quem sabe, um remake no futuro não possa trazer novas cores a esta saga tão marcante – histórica e literariamente falando.

Reviews dos Filmes: Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse, Amanhecer – Parte 1, Amanhecer – Parte 2.

 
 

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