Eadlyn Shreave nasceu sete minutos antes do irmão gêmeo, e isso fez dela Rainha de Illéa. Agora ela terá sete minutos para decidir com quem dividirá o resto de sua vida.
A COROA (A SELEÇÃO #5)
Título Original: The Crown
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Páginas: 310
Gênero: Distopia | Romance
Sinopse:
Em A Herdeira, o universo de a Seleção entrou numa nova era. Vinte anos se passaram desde que America Singer e o príncipe Maxon se apaixonaram, e a filha do casal é a primeira princesa a passar por sua própria seleção.
Eadlyn não acreditava que encontraria um companheiro entre os trinta e cinco pretendentes do concurso, muito menos o amor verdadeiro. Mas às vezes o coração prega peças… e agora Eadlyn precisa fazer uma escolha muito mais difícil - e importante - do que esperava.
America Singer e o Príncipe Maxon se apaixonaram, e a filha do casal é a primeira princesa a passar por sua própria seleção.
EEEEE
A Seleção que ela nunca desejou começou a caminhar para um final inesperado após os eventos que finalizaram A Herdeira. Tendo que assumir imediatamente a regência do reino, Eadlyn se viu de repente sozinha para representar um papel para o qual deveria ter sido preparada sua vida inteira, e descobriu igualmente sozinha que governar um reino vai muito além de administrar um orçamento. Às vezes, sua palavra é a única coisa que pode iniciar ou evitar uma guerra. Às vezes, é necessário falar mais grosso que um conselho inteiro masculino, e pôr alguns deles para fora quase a pontapés para evitar que o reino caia em desgraça.
Apesar de ter sido a herdeira do trono de Illéa a vida inteira, e de ter estudado para isso desde criança, Eadlyn não estava preparada para ser Rainha. Para começar, só muito recentemente ela descobriu que o povo não ia com a cara dela. E por uma boa razão, que ela se deu conta logo em seguida: ela não conhecia o povo, nunca se inteirou de seus problemas, de suas dificuldades, ou de como a dissolução das castas realmente afetou suas vidas. A intenção de Maxon e América ao extinguir esse sistema de hierarquia social era muito boa: permitir que o povo tivesse direito de escolha sobre como viver suas vidas; possibilitar que exercessem as profissões que realmente quisessem, e não aquelas que eram permitidas às suas castas; casar com quem bem entendessem, do mesmo nível social ou não. Mas a realidade se mostrou muito mais complicada do que a simples extinção de um numero.
Pessoas de castas superiores conservavam os preconceitos em relação às pessoas de castas mais baixas, e isso muitas vezes se refletia em restrição social, moral e profissional para essas pessoas mais humildes. Em teoria, ninguém mais era Dois, Oito ou Cinco, mas, na prática, ainda eram tratados dessa forma. Algumas pessoas eram obrigadas a viver em lugares com péssimas condições sanitárias ou de segurança simplesmente porque vieram de famílias de castas inferiores. E o fato de parecer – e no caso de Eadlyn isso ser absolutamente verdade – que a realeza nem mesmo tomava conhecimento dessas dificuldades de aceitação, fazia com que a popularidade da monarquia, e em especial da Princesa Herdeira, caísse dia após dia.
Foi só ao receber no palácio trinta e cinco rapazes vindos de todos os distritos do reino que Eadlyn começou a enxergar a realidade da população de Illéa. As pessoas se sentiam abandonadas à própria sorte, esquecidas por uma realeza que não se importava com os reflexos dessa nova sociedade que era igualitária apenas na teoria.
América e Maxon se preocupavam com o povo, e estavam tentando criar ações que pudessem mudar esse quadro no reino, mas isso necessitava de tempo, e a iminência de uma sucessão tornava os ânimos do povo ainda mais exaltados.
Muito longe da violência das rebeliões da época da seleção de Maxon, Eadlyn precisou enfrentar a imprensa, e principalmente, aqueles que tinham total acesso ao palácio: seus Conselheiros Reais.
Uma única pessoa parecia compreender realmente o problema e estar disposta a ajudar a futura Rainha a resolvê-lo de forma pacífica. Todos os outros estavam mais preocupados em gritar e discutir do que ajudar.
E, no meio de tudo isso, ainda tinha a Seleção. Com seu trabalho ampliado, e o tempo livre reduzido, Eadlyn precisou restringir o número dos selecionados para a Elite. Seis candidatos permaneceram no palácio, para participar de um momento histórico inédito e memorável: a coroação da Rainha Eadlyn Schreave.
Era a primeira vez que uma mulher subia ao trono de Illéa. E ela agora tinha um prazo apertado para escolher um marido, pois uma nova ameaça se avizinhava: Marid Illéa, o popular descendente do fundador do reino, conspirava para tomar o trono, fosse com o consentimento da Princesa – ou seja, casando-se com ela no lugar de um dos selecionados –, ou sem ele – através de um golpe de Estado.
Marid estava se tornando perigosamente inconveniente, fazendo a imprensa acreditar que havia um acordo tácito para que ele disputasse, e provavelmente conquistasse a mão da Princesa, o que a forçou a encerrar a Seleção subitamente, escolhendo seu marido.
E essa precipitação quase a lançou num caminho sem volta, ao lado de um homem que não amava. E o pior acontecera: mesmo contra sua vontade, durante essa Seleção, Eadlyn se apaixonou. Mas esse amor era tecnicamente proibido.
Na última hora, só o que lhe restou foram sete minutos: sete minutos para debater com o pai, seu antecessor no trono, suas possibilidades, de forma que a escolha não interferisse nos interesses políticos do reino; sete minutos para abrir seu coração ou para fechá-lo de vez.
E neste momento eu suspiro de alívio, porque apesar do que A Herdeira pudesse ter delineado para a conclusão desta saga, Kiera Cass não me decepcionou. E a escolha da Princesa não poderia ter sido mais extraordinária.
Nenhuma das duas, na verdade.
A Coroa encerra com chave de ouro uma saga que me apaixonou desde o primeiro capítulo. Nunca teria imaginado que um romance distópico pudesse conquistar lugar definitivo na prateleira dos favoritos na minha estante, mas A Seleção conseguiu. A história de amor de Maxon e América foi encantadora e surpreendente em cada página, e muito coerente com o cenário histórico atual. Foi até uma escolha ousada da autora, colocar trinta e cinco mulheres para disputar o coração de um Príncipe, numa época em que as mulheres lutam por liberdade, igualdade e empoderamento, principalmente profissional; mas ao contrário do que se poderia imaginar, a saga não fez regredir esse ideal. Pelo contrário, América foi a bússola que guiou o reino para a paz; pôs fim a uma rebelião que tinha sua razão de existir, e mudou completamente um quadro político horroroso, em que o povo alienado e oprimido não tinha autonomia para decidir sobre nenhum aspecto de suas vidas. Foi a voz de América Singer, uma mulher, de uma casta inferior, a candidata selecionada apenas para preencher a cota de “gentalha” no reality show da Família Real, que trouxe ventos mais favoráveis ao reino; que pôs fim à Idade das Trevas e da ignorância imposta por opressores que queriam se manter no poder a qualquer custo; que trouxe liberdade a um povo que nem sequer sabia que podia ter uma vida melhor.
O caminho para essa liberdade se mostrou mais complicado do que parecia, como é natural em qualquer sociedade: toda mudança sempre gera consequências, apreensões, repressões, apoio e críticas. Porém, o mais importante era progredir. E a luz que os guiou a esse progresso foi justamente uma mulher, que exceto por não ser negra, correspondia a todas as classes que geralmente sofrem preconceitos em qualquer lugar do mundo, a começar pelo gênero.
A Seleção é, nesse aspecto, uma saga revolucionária. Temos uma heroína, que nunca pediu para exercer esse papel, mas que o assumiu quando viu que podia fazer a diferença; que começou pelos pequenos gestos, protegendo suas criadas quando o castelo estava sob ataque, pessoas que não deveriam entrar no refúgio destinado aos nobres; e terminou com outra heroína, esta, sim, que desde seu nascimento sabia que teria que assumir esse papel cedo ou tarde, e que teve que descobrir sozinha que nunca foi devidamente preparada para esse destino, mas que ao assumi-lo, encontrou uma maneira de desempenhar esse papel de forma correta e admirável. E o mais importante, descobriu que para ser a pessoa mais poderosa do mundo, ela não precisava abrir mão de seu coração. Você pode ser mulher, ser esposa, amar e ser amada, e ainda ser totalmente poderosa.
Você tem esse poder, mulher! Você pode ser tudo o que você quiser, e fazer qualquer coisa que quiser; basta não acreditar quando alguém te disser o contrário.
Você pode tudo!
P.S.: Sempre tem um engraçadinho querendo começar uma briga desnecessária a troco de nada... E mantê-lo à mesa do Conselho do Reino é realmente algo perigoso. Agiu bem, Eadlyn!
P.S.2: É impressionante como mesmo depois de morto o Rei Clarksson ainda prova que é um membro fundador do partido FDP. Você nunca mereceu uma mulher bacana como a Rainha Amberly.
P.S.3: É bom mesmo que a senhorita faça as pazes com a sua cunhada, mocinha! Não é porque você agora é Rainha que pode ficar de picuinha com uma garota que não fez nada além de amar o seu irmão. Humpf!
P.S.4: Marid, querido, essa garota cresceu com o mantra “eu sou Eadlyn Schreave. Nenhuma pessoa é tão poderosa quanto eu”. Acha mesmo que ela vai dar mole para alguém tomar a coroa dela? Quanta ingenuidade...
P.S.5: É impressionante a facilidade com que os pretendentes pedem para sair. Parece até que o Capitão Nascimento está patrulhando o corredor do palácio...
P.S.6: Melhor mesmo tu não estragar a vida do cara, guria! Nem da irmã dele tu gosta...
P.S.7: “Vocês ficar juntos. Eu faço seu bolo”. É possível amar um personagem que mal abriu a boca em dois livros, com apenas sete palavras? Sim, é possível! Quando esse personagem é o noruécio mais fofo da ficção. ♥
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