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em terça-feira, 5 de junho de 2018

Em toda a história desse blog, houve uma única vez em que tive que escrever uma postagem, digamos, de opinião, sobre um filme, e foi para explicar minha relação de amor e ódio com a saga Crepúsculo – que, ao contrário do que muitos pensam, eu não odiei... tanto... assim... Bem, não foi exatamente um épico; os livros eram melhores – pero no mucho –, e basicamente o que mais me irritou na saga foi a escolha do elenco. Não que os diretores tenham sido grande coisa.
O motivo que me faz escrever essa postagem hoje é muito diferente. No entanto, temos aqui uma estranha coincidência: Bill Condon, diretor de A Bela e a Fera, também foi responsável pelas duas partes de Amanhecer. Reitero que a saga inteira não é grande coisa, mas os dois últimos filmes foram precisamente os mais bem feitinhos.
Mas, como já enunciei aí no parágrafo de cima, é sobre A Bela e a Fera que eu quero falar: o hype do ano passado, a versão live-action de um dos maiores clássicos da Disney – na minha opinião, o melhor filme já produzido pelo estúdio, e pelo visto, os Academy Awards concordam comigo.
Não faria o menor sentido escrever uma review sobre essa versão live-action do ano passado, depois de ter escrito sobre o desenho, afinal, ambos os filmes são basicamente iguais. Mas gostaria de comentar umas coisinhas.
Calma, Walt Disney, não precisa se revirar no túmulo! Tá tudo certo. Ou quase...
Essa nova mania da Disney de refilmar os clássicos em live-action é um terreno complicado de pisar. Adorei Espelho, Espelho Meu – não é segredo pra ninguém –; Cinderela, de 2014, não ficou ruim – todo mundo conhece minha implicância com esse  conto de fadas, mas Helena Bonham Carter como Fada Madrinha estava I-N-C-R-Í-V-E-L! E nem vou falar de Cate Blanchett: para quem já foi Rainha Elizabeth e Bob Dylan, fazer Lady Tremaine é fichinha! E por incrível que pareça, impliquei menos com a atriz que fez a Cinderela nessa versão, do que com a irmã caçula da Dakota Fanning na pele da Princesa Aurora. Aliás, uma familiazinha que desandou legal... Falando na diaba, Malévola versão Angelina Jolie, só não foi pior por causa dela! Ela, gloriosa; a história, horrorosa!
Enfim, como a Disney sempre surpreende com essas novas versões de seus contos de fadas – para o bem ou para o mal –, tentei não criar muitas expectativas sobre A Bela e a Fera. Tentei! Quando vi o trailer pela primeira vez, fiz três observações:
1) Impliquei de cara com a caracterização da Fera, queria que tivesse ficado mais parecido com o desenho, e sei que a Disney tem profissionais competentes na área de maquiagem, computação gráfica, efeitos visuais e o escambau, que poderiam ter feito um servicinho melhor;
2) Gostei dos efeitos especiais da dança dos talheres. Deu para sentir que o capricho com esta que sempre foi uma das cenas mais deslumbrantes do desenho foi impecável;

E
3) Emma Watson.
Emma Watson presente num filme pode significar duas coisas: altíssima categoria ou um desastre épico. Não existe meio termo.
Bem... Antes que o fandom de Harry Potter – incluam-me dentro dessa – comece a me arremessar tomates, deixe-me explicar.
Como praticamente todo o elenco da saga do bruxinho – com exceção de Alan Rickman (Snape, Always! Shuif!) e Helena Bonham Carter (Bella – a legítima Bella – trix Lestrange), e vou dar uma colher de chá para Ralph Finnes (a.k.a tio Voldy) por motivos de Encontro de Amor – que é anterior à sua participação na saga – e A Duquesa, todo o resto do elenco deu uma bela patinada em suas escolhas posteriores de trabalho.
Sejamos honestos: o que fez Daniel Radcliffe, fora Harry Potter?
* A Mulher de Preto – que não era grande coisa no livro, e o filme teve a capacidade de ser pior! Sem falar que Danny era jovem demais para o papel;
* Um Verão Para Toda Vida – cuja história se resume a “cinco órfãos numa praia. Fim”. E eu perdi quase duas horas da minha vida assistindo essa bodega...
* Victor Frankenstein – que, convenhamos, não é um grande filme; no máximo, bom;
* Truque de Mestre 2° Ato – bom filme, continuação abaixo do primeiro, como sempre, e em que Danny ocupou um papel de terceira importância no elenco.
Carece perguntar de Rupert Grint, o Rony Weasley? Vou usar as palavras de Cookie, o velhinho simpático de Atlantis:
Outro dia eu vi Tom Felton, o Draco Malfoy no comercial de uma série do +Globosat, e só consigo imaginar que não tá fácil pra ninguém.
Quanto a Emma, é o seguinte: ela é uma excelente atriz – uma curiosidade é que, segundo ela própria, era a pior de sua turma de interpretação quando conseguiu o papel da Hermione, o que só pode significar que, ou ela é modesta demais, ou muito rigorosa em sua autoavaliação –, no entanto, tem feito umas escolhas infelizes de roteiro desde que a saga do bruxinho acabou.
* As Vantagens de Ser Invisível é um saco – tudo bem, eu nunca assisti o filme inteiro, sempre pego o bonde andando, mais ou menos lá pela parte do Rock Horror, e quando chega na cena de Charlie e Mary Alice no sofá, de duas uma: ou eu cochilo e perco o final do filme, ou meu dedo escorrega no botão CH do controle remoto e muda de canal, assim, sem querer querendo, sabe? O caso é que eu já li o livro – este sim, inteiro! –, e sei que a coisa vai do nada a lugar nenhum. Nem sei como conseguiram convencer Emma Watson a participar disso...
* Me recuso a comentar Noé! Eu tinha achado a versão anterior com o Jon Voight horrorosa; essa versão conseguiu fazer algo pior com um elenco muito mais top!
* Outro dia eu vi o trailer de um filme chamado Bling Ring: A Gangue de Hollywood, em que a Emma faz parte de uma gangue que assalta casas de celebridades; não assisti ainda, mas esse parece legal.
E que fique registrado aqui que eu não critiquei a ATUAÇÃO da Emma Watson! Eu não gostei dos FILMES! Ela, incrível; filme, horrível!
Muito bem...
Isto posto, na falta de uma boa referência de filme bom que ela tenha feito, fora Harry Potter, eu não tinha como criar expectativas sobre A Bela e a Fera. Principalmente porque a roteirista também trabalhou em Malévola, e deu no que deu:
Eu já escrevi diálogos que tempos depois eu me perguntei “em que copo eu estava com a cabeça”, mas isso aqui superou qualquer porre que eu possa sonhar em tomar! Nem em Once Upon A Time Sexta Temporada, com Fada Negra prometendo e prometendo e prometendo e prometendo e prometendo e prometendo e jurando de pé junto, com mindinho, dando uma voltinha, num pé só, com três pulinhos, que iria preparar A Batalha Final – que nunca chegava –, ou com aquele musical debiloide no penúltimo episódio, que conseguiu me fazer sentir vergonha alheia até da – Cristo, perdoai esta blasfêmia! – Rainha Má, eu vi algo tão desnecessário.
Enfim...
Mas depois de ver o filme, preciso alterar um pouquinho aquela minha lista preliminar de avaliação:
1) Vendo assim de pertinho, sabe que eu até simpatizei com o visu da Fera? É possível que no trailer ele tenha sido mostrado rápido demais. Reparando bem, não ficou tão ruim, não – e aqui entre nós, Dan Stevens, ruge aqui no meu ouvidinho, coisa linda! (Quem viu o final do filme vai entender);
2) Eu disse que gostei dos efeitos especiais da dança dos talheres. Preciso retificar: eu A-D-O-R-E-I esses efeitos. Ficou bem diferente do desenho – lógico, seria muito difícil fazer em live-action algo remotamente parecido com o que foi feito no desenho, onde o céu é o limite para a imaginação e o talento dos desenhistas; mas dentro da mesma proposta, e utilizando as cores das delícias que foram oferecidas à Bela e fogos de artifício para incrementar, conseguiram produzir uma cena linda de se ver. Era a cena mais deslumbrante do desenho, e foi uma das mais deslumbrantes do filme também – esta e a da Fera sendo envolvida pelas pétalas caídas da rosa e a magia da Feiticeira, para voltar a ser um Príncipe. Impecável chega a ser uma palavra modesta para descrevê-la. A transformação da Fera chegou a superar o desenho em beleza. Pena que não tiveram o mesmo cuidado com a animação de certos personagens...;

3) E... Emma Watson.
Primeiro deixa eu completar essa história da animação dos personagens: que diabo fizeram com a Madame Samovar?
Queridos animadores da Disney, não me subestimem! Eu sei que vocês podem fazer muito melhor do que isso... Em todo caso, se era muito complicado recriar a carinha do bule de chá digitalmente como no desenho, podiam ter feito a governanta numa dessas animações stop-motion, a la Frozen, Estranho Mundo de Jack, e Enrolados a quatro, e embutido no filme. Juro que eu ia me importar muito menos, e ficaria menos deselegante que essa aberração dessa cara digitalizada na lateral do bule. SEN OR! Conheço uma xícara que quer o dinheiro e a cara da mãe de volta! Falando nisso, pelo menos o Zip ficou engraçadinho...
Para se ter uma ideia do tanto que eu impliquei com esse bule, o Horloge quase nem me incomodou...
Agora o que não me incomodou nem um pouquinho: o irreconhecível Ewan McGregor versão Lumière – uma das minhas escolhas favoritas nesse elenco. Ok, não ficou igual ao desenho, mas teve uma animação mais decente. O melhor profissional para os melhores personagens... Ainda não me conformo com a Madame Samovar...
Fifi, aquela espanadorazinha graciosa, que quase não teve destaque no desenho, estava linda nesse filme, e até foi mais bem aproveitada. Muito mais que o Guarda-Roupa da Bela, que só sabia regurgitar fitas e tiras de seda. Tudo bem que na parte da batalha contra os invasores do castelo a cena mais hilária foi dela.
A propósito, essa não foi a única cena a mostrar que a Disney não é mais a mesma. No baile final, Lefou – redimido depois que o Gaston foi literalmente para a ponte que caiu – ficou todo sorridente dançando com um Monsieur – a propósito, o mesmo sujeito do vestido. Sinal que ele gostou da brincadeira...
E é preciso comentar o elenco estelar desse filme:
* Emma Thompson – uma dama que é figurinha carimbada nos filmes da Disney nos últimos tempos –, que, espero, tenha ficado tão fula quanto eu com a caracterização de sua Madame-o-Bule-de-Chá;
* Ian McKellen no papel de Horloge – outro que pode reclamar um pouquinho com o pessoal da animação, pero não tanto quanto a Sra. Thompson. Se ela ainda estivesse encarnada na criadora de Mary Poppins esse povo ia ver com quantos paus se faz uma canoa...
* Stanley Tucci, como o Maestro Piano de Cauda – que não existia no desenho, mas talvez se lembrem que no Natal Encantado da Bela e a Fera havia um órgão endiabrado querendo pôr o castelo abaixo. Bem, creio que não se trate do mesmo personagem, mas de uma versão mais simpática – e muito menos homicida – do músico;
* Kevin Kline – Será Que Ele É? – o pai da Bela.
* E por último, mas não menos importante – jamais! Muito pelo contrário –, Luke Evans como Gaston.
Um elenco perfeito! Pro pessoal da animação fazer esse bule...
Tá bom, parei! Chega de falar do bule!
Porque eu ia falar da Emma Watson. E a deixei por último de propósito, para dar tempo de todo mundo me xingar por causa do bule de chá. Agora que todo mundo já esgotou o repertório de palavrões, vamos falar da nossa Bela.
Um enigma não tão complicado assim, aparentemente. Na interpretação da mocinha, Emma estava impecável. Ela fez uma versão mais moleca da Bela, em comparação ao desenho, em que a Bela tinha uma postura mais refinada – até demais para alguém que viveu a maior parte da vida numa aldeiazinha do interior. Emma captou essa parte, e incorporou em sua mocinha uma postura mais leve e descontraída, porém, sem perder a delicadeza e a elegância.
Se ela cantou ou se ela dublou, não sei. O que eu sei é que na versão dublada em português, faltou uma coisa chamada timing. Veja bem: o filme utilizou basicamente as mesmas canções do desenho – foram criadas duas ou três a mais, e a letra de algumas recicladas sofreu pequeninas ampliações. O problema é que no desenho, o mover dos lábios dos personagens era mais lento, mais parecido com o ritmo da música que estava sendo dublada em português; no filme, não sei se a letra em inglês, principalmente da canção de abertura, foi alterada, mas Emma cantava num tempo e a dublagem em outro. Ela era o Lewis Hamilton e a dubladora o Barrichelo. Deu pra sacar? Ficou beeeem fora do tempo: enquanto a dublagem estendia o “Aaaaaaaa”, Emma recitava o abecedário inteiro. Não encaixou, mas tudo bem. Essa foi a canção que mais destoou nesse sentido. As outras quase não fizeram diferença.
E esse é um dos motivos porque não preciso escrever a review do filme: ele é basicamente igual ao desenho. As únicas diferenças são Gaston fingindo que acredita na loucura de Maurice, depois abandonando-o na floresta para ser devorado por lobos, para mais tarde incitar o pessoal da taverna a colocá-lo no manicômio. E Zip não chegou a fugir do castelo escondido na bolsa de Bela. Ela partiu sozinha, ficou trancada com o pai na carruagem do manicômio, e fugiu de lá com a ajuda de um grampo de cabelo. Aliás, uma das atuações mais hilárias da carreira do Kevin Kline é quando ele comenta com o guarda que nunca conseguiu botar rédea na Bela, ao vê-la passando com o cavalo roubado, e largando a maior parte do vestido amarelo para trás – como se fosse a coisa mais normal do mundo o prisioneiro abrir a porta da cela pelo lado de dentro e bater um papinho com o carcereiro enquanto mastiga feno do lado de fora. Também tivemos uma aldeã chamada Agathe, que vivia como uma mendiga, e mais tarde descobrimos que ela era esposa de Horloge, e que tinha ficado na miséria depois que ele “desapareceu”. Foi um reencontro comovente o desses dois:
Também conhecemos uma cena do passado do Príncipe, que era um menino simpático, até a mãe morrer e seu pai decidir transformá-lo num energúmeno.
Ah, sim, e ele gosta de Shakespeare. Acho que me apaixonei ♥♥♥♥♥
E minha alteração favorita: a Fera abre um livro mágico, e leva Bela a Paris. Na verdade, a um sótão em Paris, onde ela nasceu, e onde sua mãe foi abandonada às portas da morte, para que Bela não fosse contaminada com a peste – uma história muito triste que seu pai nunca quis lhe contar. E o motivo de essa ser minha cena favorita – dentre as novas do filme –, é que a morte da mãe da Bela nunca tinha sido abordada; faltava realmente uma peça no passado dela; tampouco tinha ficado claro porque Maurice, com ambições de se tornar um famoso inventor, foi se esconder naquela aldeiazinha pacata. Agora temos a história. Talvez eles não precisassem realmente ter saído de Paris por causa da peste, mas o motivo é aceitável.
E aqui cabe uma curiosidade, Emma Watson, apesar de ser considerada uma atriz britânica, nasceu em Paris, quando seus pais trabalhavam lá. Coincidência interessante, não acham?
Só não entendi uma coisa nessa versão: por que o telhado e as pontes do telhado do castelo da Fera foram feitos de farinha? Era pisar e tudo desmoronava? Será que aquela rosa tinha o poder de fazer o castelo inteiro ruir ao concluir o ciclo da maldição, se ela não fosse quebrada?
Ah, e para falar só mais uma vez da Madame Samovar, no desenho eu tive a impressão de que poderia haver um futuro romance entre ela e Maurice – ao menos, eu sempre shippei esse casal –, mas no filme, ela reencontrou o marido após a quebra da maldição – e ele não devia trabalhar no castelo, já que não tinha sido transformado em peça de decoração ou utensílio de cozinha. E mesmo assim, dona safadinha estava toda sorrisos para o pai da Bela.
Pois é, a Disney realmente não é mais a mesma...
Fiquem com o deslumbrante clipe da canção Beauty and the Beast, com Ariana Grande e John Legend:

2 comentários:

  1. Eu assisti e amei demais o Live Action. A cena mesmo do jantar da Bela, onde todo mundo canta e dança. "Pode ficar a vontade, olhe a nossa especialidade..." ficou igualzinha de idêntica ao desenho e eu simplesmente amei. Amei Malévola (e terá o dois). Crepúsculo não achei tão interessante, apesar de ter assistido a todos os filmes e lido os livros também (inclusive tenho a coleção de livros completa em minha estante) eu ainda achei fraco o filme (nunca vou me esquecer que a cena mais foda na verdade foi uma visão do futuro) O.O
    Enfim...

    https://j-informal.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. kkkk Com certeza, Crepúsculo merecia ter sido mais bem adaptado. Os livros são bem melhores.

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