Copa de Elite
segue os moldes de comédias americanas como Todo
Mundo Em Pânico, mesclando diversos sucessos do cinema nacional em tom de
paródia. O pano de fundo, claro, é Tropa
de Elite, mas ao longo do filme veremos referências a Chico Xavier, Nosso Lar, Se Eu Fosse Você – numa das cenas mais
hilárias dessa comédia –, Carandiru, Meu Nome Não é Johnny, Minha Mãe é Uma Peça, Bruna Surfistinha, De Pernas Pro Ar, Dois Filhos
de Francisco, entre outros. Quem escreveu o roteiro estava tão ligado nos
detalhes, que incluiu uma referência até ao goleiro Bruno numa das cenas no
presídio.
Lançado
em 2013, e pegando carona na expectativa pela Copa do Mundo no Brasil, vemos
uma divertida comédia em que um ex-Capitão, expulso da corporação policial,
precisa impedir uma conspiração para matar o Papa durante o maior torneio
esportivo do mundo.
A
primeira cena mostra uma rebelião num dos presídios do Rio de Janeiro, em que
os presos reivindicam pistolas, celulares, cigarros, bananas (???), vuvuzelas,
um boneco oficial do mascote da Copa, Furico, e uma TV de 42 polegadas para
cima, para poderem assistir aos jogos do Brasil.
Notaram
que o líder da rebelião é o Tim Maia?
Quando
a Copa começou ninguém sabia ainda, mas colocar a vitória do Brasil no jogo
como condição para liberar os reféns deveria ser preocupante. Sobretudo se
estivessem assistindo à semifinal. Se o Tim Maia resolvesse matar um refém pra
cada gol que o Brasil tomasse da Lemanha
não ia sobrar um carcereiro vivo pra contar história...
Enquanto
os presidiários torcem pelo Brasil, Jorge Capitão, Capitão do B.O.P (assim
mesmo, sem E no final, porque eles
não tem nada de Especial) entra em
cena, explodindo uma parede para botar ordem nesse galinheiro.
Não
gosto da Anitta, mas curiosamente achei que essa música dela tinha tudo a ver
com a proposta do filme. Já que é pra satirizar, não vamos economizar!
Bem,
a história do Capitão começou muito tempo atrás, no interior do Brasil. Quando
era criança, seu sonho era ser cantor. Ele formou uma dupla com seu melhor
amigo, Capitão & Pitãozinho, mas não era bem uma dupla, porque também tinha
o Miranda, que um tempo depois, descobriram que era um tarado foragido e o
prenderam. Segundo o Capitão, uma pena, porque ele era ótimo no triângulo.
Triângulo
instrumento musical. Não triângulo amoroso. Veja bem...
Capitão
& Pitãozinho fizeram sucesso pra burro. A fama era tanta, que o Capitão
logo conseguiu comprar seu primeiro carro, ainda criança. Naquela época, tudo
era liberado.
Foi
quando uma tragédia aconteceu. Capitão & Pitãozinho sofreram um acidente de
carro – lembram de João Paulo e Daniel? –, e o Capitão escapou, mas seu
parceiro de dupla não teve a mesma sorte.
Acontece
que o carro tinha sido sabotado: o motor deu pau, o freio foi pro espaço, e os
espelhinhos estavam desregulados. Capitão tentou explicar o incidente para o
pai (e aí, Seu Francisco, beleza?) e para as autoridades locais: um padre, um
bombeiro e um contorcionista. Mas ninguém acreditou nele. Se quisesse justiça,
teria que fazer tudo sozinho.
Foi
por isso que Capitão decidiu se tornar uma autoridade policial, e se juntou ao
B.O.P., onde conquistou grande reconhecimento e homenagens. Numa delas,
convidaram até o grande ator René Rodrigues para ser o mestre de cerimônias, e
homenagear esse homem, que é um grandessíssimo filho da (chiado) pátria.
Mas
por que causa, motivo, razão ou circunstância, um ator desse gabarito,
conhecido como o maior ator que esse Brasil já viu, concordaria em participar
dessa homenagem? Ora, porque o mais recente feito heroico do Capitão foi
recuperar a coisa mais importante da vida de René Rodrigues: seu Oscar.
Aliás,
essa é uma das cenas que melhor classificam esse filme como paródia, porque, em
que dimensão do planeta Maluquice, um país que já exportou Rodrigo Santoro –
para entrar mudo e sair calado em meia dúzia de produções Hollywoodianas, entre
elas, uma participação em Ben-Hur no
papel de Jesus Cristo, então vamos respeitar – e Alice Braga – a talentosa
sobrinha de Sônia Braga que é especialista em fazer filmes que todo mundo
detesta; Repo Man não entra nessa
conta –, e que já levou Sua Majestade Fernanda Montenegro ao Red Carpet, teria
o primeiro Oscar de melhor ator conquistado pelo Rafinha Bastos? Aliás, ainda
bem que não colocaram nenhum bebê nesse filme – fora o netinho cagão do Major
do B.O.P., que não chegou a contracenar com ele. Já que se lembraram de
referenciar Dois Filhos de Francisco,
melhor fugir do processo da Wanessa Camargo...
Bem,
acontece que na volta para o Brasil, depois de ter sido agraciado com a honra
maior do cinema mundial por seu trabalho em Tiradentes
– A História Que a História Não Conta; Liberdade Ainda Que Tardia – sei lá
se tudo isso fazia parte do título do filme, ou se o slogan promocional estava
incluso na fala, mas vamos adiante –, que, se eu entendi bem era a história de
um dentista revolucionário que lutou pela liberdade dos molares do Brasil, o
Oscar de Rafinha Bastos... digo, de René Rodrigues foi sequestrado por, segundo
ele, uma trupe de bandidos terríveis, mas graças ao Capitão, ele voltou para
casa são e salvo.
Não
sei se foi uma referência intencional, mas essa história de Oscar roubado me
fez lembrar o lamentável destino da Taça Jules Rimet, que pôde ficar
definitivamente no Brasil após a conquista do Tri – a taça é somente emprestada
ao Campeão Mundial pelos quatro anos de validade do título, e só passa a ser
propriedade do país após a conquista de três Copas do Mundo –, que foi roubada
e provavelmente teve seus, sei lá, cinco quilos de ouro derretidos e convertidos
em outros objetos para venda ilegal. Sorte desse ator fictício que Capitão
tenha conseguido recuperar sua estatueta antes de os bandidos jogarem no
caldeirão da Bruxa do 71, que seria basicamente o único jeito de fazer o Oscar
valer alguma coisa – monetariamente falando.
Não
acredita em mim? Ao ganhar o Oscar, esses privilegiados atores, diretores,
roteiristas, compositores e afins assinam um documento em que se comprometem a
não vender suas estatuetas. Caso tenham necessidade de vendê-la, a prioridade
na compra é da Academia, e eles pagarão a soberba quantia de US$ 1. Sim, você
leu certo: um dólar! Por essa miséria, por mais necessidade que alguém tenha,
acho que não compensa vender. Mais fácil fingir que foi roubado, e deixar que o
Tonhão da esquina derreta e converta em dúzias de alianças de casamento. Isto
é, se a estatueta for realmente feita de ouro maciço, o que eu duvido.
Enfim,
voltando ao filme, depois de receber as honrarias, o Capitão promete que
enquanto ele for vivo o único crime que haverá na cidade do Rio de Janeiro,
será a violência policial.
E
depois das homenagens, os outros soldados do B.O.P. se preparam para assistir
ao jogo do Brasil. Já até estocaram vários engradados de cerveja. Mas deixa só
o Capitão saber disso...
Em
seguida, o Capitão vai conferir as novidades na aparelhagem e no arsenal do
B.O.P..
Tem
algo de Loucademia de Polícia nesse
roteiro, porque além do cientista maluco, ainda constatarão que um dos Agentes
Zero a Esquerda que auxiliam o Capitão é tão anta quanto o Mahoney, e também
tem um Agente Tu-É-Gay-Que-Eu-Sei.
Depois
de apreender algumas mercadorias piratas de excelente qualidade na rua, os
soldados do B.O.P. vão dar uma batida num morro, onde percebem que há um
sequestro em andamento, e depois de uma ferrenha luta corporal contra os sete
anões, que trabalham nas minas do tráfico, e com o cachorro que também foi
aliciado pelos bandidos, e de aceitar o plano irresistível que o operador de
telemarketing que telefonou no meio da ação ofereceu, Capitão invade o
cativeiro, e consegue convencer o bandido de que ele não quer fazer isso.
Na
verdade, o cara não queria mesmo. O que ele queria era ser ginasta, mas o pai
era contra. E como Capitão é um ótimo negociador, o bandido decide seguir seu
antigo sonho, permitindo que o policial libertasse o refém. Mas o que poderia
ter sido um ato heroico, se revelou uma grande gafe por parte do Capitão, pois
o refém que ele libertou é o camisa 10 da Seleção Argentina.
Tirando
que o tal camisa 10 não é lá muito fã da camisa da Argentina; porque, se no
Barça ele vale por dez, na Argentina é no máximo dois e meio. Mas a proeza do
Capitão acaba lhe rendendo um apelido carinhoso da imprensa, que o acompanhou
pelo resto do filme. Mas como o Admirável Mundo Inventado é um reduto da
família brasileira, lido por pessoas de todas as idades, classes sociais,
credos e gostos, vamos manter o nível do linguajar. Portanto vou chamá-lo de
“Argentino da Nádega Avantajada”, que, afinal de contas, significa a mesma
coisa que seu apelido real.
E
a alcunha rapidamente cai na boca do povo, para desagrado do Major do B.O.P.,
afinal, seu Capitão colocou o hexacampeonato do Brasil em risco. Depois de ser
libertado do cativeiro, o craque da Argentina jogou contra a Inglaterra, e só
de raiva meteu 9x1; dez gols dele; o contra foi por pena. A humilhação foi
tanta, que a Rainha resolveu devolver as Ilhas Malvinas. Tudo indica que os hermanos vão levar essa Copa. Até o Papa
já garantiu presença na final. Por causa de toda essa lambança, o Capitão é
expulso da corporação.
Numa
das cenas mais hilárias do filme, o Capitão é forçado a devolver seu uniforme,
e acaba tendo que sair do prédio do B.O.P. pelado, pelado, nu com a mão no
bolso, ao som da música de desolação do Chaves – aquela que tocou quando ele
foi embora da vila, depois de ter sido eleito ladrão por maioria de votos. Até
a boina que o Capitão estava usando para cobrir o corpo do benito acabou confiscada, já que era parte do uniforme.
Em
casa, sem nada mais para fazer, o Capitão tenta se distrair assistindo
televisão, mas aparentemente todo mundo resolveu comentar sua lambança, e se
referir a ele por seu novo apelido: a tia do programa de culinária; o pastor
que aceita dinheiro, cartão, vale transporte e ticket alimentação, mas que por
alguma razão não aceita cheques – porque roteirista não alivia –; até os
fantoches do programa infantil estão com seu apelido na boca, para contar a
história do policial do B.O.P. que ferrou com a Copa.
Mas
ele acaba não assistindo ao teatrinho, porque o desgramado do entregador de pizza foi mais rápido do que ele
esperava – e ele pensando que não ia pagar dessa vez. Porque aparentemente, no
Rio de Janeiro, na época da Copa, estava rolando uma promoção igual àquela que
tinha no McDonalds uns anos atrás: se seu pedido não chegar em 45 segundos você
não paga. Bem, devia ser vinte minutos o prazo da pizza; pena que não tenha
essa promoção em São Paulo, onde até as motos estarão pagando IPTU daqui a
algum tempo, já que está se tornando impossível até para elas se locomoverem
nesse trânsito caótico.
Para
alívio do Capitão, ainda não era a pizza. Era o Bruno de Luca, com uma questão
de vida ou morte para o ex-policial resolver.
Médio?!
MÉDIO,
CAPITÃO?!
CARAMBA,
É O PAPA!
Então
tá, né...
Bem,
segundo o Bruninho – provavelmente é só para os íntimos, mas se o “Argentino da
Nádega Avantajada” tinha liberdade de chamá-lo assim, nós também temos, galera –,
existe uma conspiração para assassinar o Papa na final da Copa. Mas quando está
prestes a revelar quem é o principal suspeito, são interrompidos pelo som da
campainha, e o Capitão, pensando que era a pizza, pede que Bruno segure a
informação enquanto ele vai lá atender. Mas ainda não era o entregador. Era um
Palhaço, que usou a flor em sua lapela para espirrar urina nos olhos do
Capitão, entrar no apartamento, e dar uns tiros no Bruno de Luca. Ou seja, mais
um dia típico no Rio de Janeiro.
Desesperado,
o Capitão ainda tenta fazer o Bruno agonizante revelar quem quer matar o Papa,
mas são novamente interrompidos pela campainha.
Então
o Capitão corre para dentro com a pizza, pensando que talvez ainda dê tempo do
Bruninho comer um pedaço antes de cantar pra subir, mas ele já está morto. E
nem conseguiu dizer o nome da pessoa que quer matar o Papa...
Graças
a um papel encontrado dentro do sapato que o Capitão arrancou do Palhaço, com
números que não eram da loteria – ele jogou, para ter certeza –, mas
coordenadas de um GPS, ele conseguiu achar a peça que faltava no quebra-cabeça.
Literalmente!
Ele encontrou uma peça enorme, daquelas que são usadas em quebra-cabeças para
crianças de três a quatro anos. Aparentemente, ela devia servir para alguma
coisa, pois o Capitão a guardou no bolso, antes de descobrir que as coordenadas
o levaram a um inferninho, onde ele é golpeado com o braço de um manequim pela
*ARRAM* profissional.
Então,
tá...
Ela
o amarra para interrogá-lo sobre o motivo de ter invadido seu estabelecimento,
mas ele é quem acaba conduzindo o interrogatório.
Acontece
que Bia não é o Palhaço assassino que quer matar o Papa. E eles têm certeza
disso, porque o dito cujo desce pelo poste de pole dance, e começa a descer o sarrafo no Capitão, que tenta
explodi-lo com a granada refrigerante, mas ela não funciona.
O
que ele não sabia era que lá no seu prédio, um garoto estava com a verdadeira
granada sabor Cola, e amanhã eles verão a notícia da explosão no Jornal
Nacional.
E
depois de uma luta extremamente bizarra, em que o Capitão ataca o Palhaço com
todos os brinquedinhos do arsenal de Bia, o assassino foge com o Furico da moça.
E gente, estou falando do mascote da Copa!
Na
vida real era Fuleco, mas esse é o cinema nacional...
Já
que o Palhaço fugiu, e não tem mais o plano de saúde pago pelo B.O.P., Capitão
leva Bia para remendar suas feridas na casa de sua mãe, mesmo. Mas Dona Hermínia
bombada não fica nada contente por ele ter trazido piranha para dentro de casa.
Mas Bia sabe que o Palhaço não invadiu sua loja só para roubar um bichinho de pelúcia
oficial da Copa. Dentro daquele Furico ela havia guardado o primeiro vibrador
atômico do mundo. Na verdade, ela o introduziu no furico do Furico.
E
é quando conhecemos a história dessa maluca que despencou de paraquedas nesse
rolo com a arma atômica mais bizarra de todas.
Como
já dissemos, Bia era prostituta, e ficou conhecida como Bia Alpinistinha. Ela
gostava mais de surf, mas já tinham pegado o nome, e ela não queria pagar royalties. Ela atendia no centro de São
Paulo, e sempre teve tino para os negócios.
E
você aí reclamando da fila do SUS, hein...
Foi
nessa época que Bia percebeu que precisava expandir seus negócios. Então ela
abriu uma loja de artigos “educativos”, e sua fama fez com que o sucesso fosse
imediato. Mas ainda não era o bastante. Para se destacar, ela apostou todas as
suas economias na ideia de um vibrador com um pequeno reator de plutônio.
Agora, porque o Palhaço roubou esse treco, descobriremos ao longo do filme.
E
como estão sem pistas no momento, o jeito é tentar uma comunicação mediúnica
com o Bruno de Luca, para tentar descobrir o nome do assassino.
Eles
vão à casa do Chico, e pedem que ele psicografe uma mensagem do além. O médium
tenta invocar o espírito de seu amigo Emanuel, para que faça a ponte para o Outro
Lado, mas quem acaba respondendo à chamada é o Manuel, o espírito de um português.
Como
quem não tem cão caça com gato, e o Capitão não tem tempo para esperar o outro
telefonista terminar o “serviço”, vai o portuga, mesmo.
Chico
explica que precisam contatar o espírito do falecido ator Bruno de Luca, e
Manuel imediatamente vê o que pode fazer para ajudar.
Enquanto
esperam o português ir lá ver se o Bruno está disponível, o médium oferece aos
seus clientes um copo d’água, uma bolacha...
E
o português ainda volta com a triste informação de que Bruno também está na
casinha. Aparentemente alguém andou servindo asinhas de anjo vencidas lá do Outro
Lado, então tá todo mundo com piriri, e pelo visto a coisa vai demorar. Mas o
Papa não pode esperar. É quando Chico finalmente se dá conta da gravidade da
situação. Então Manuel faz o médium compartilhar com eles uma informação de
suma importância.
Acontece
que na maior prisão do país existe um computador com informações de todos os
crimes que ocorrem.
Tudo
bem que o sistema operacional é do arco da velha: Vidaloka Cadeião 95. Porque pelo visto também existe um Bill Gates
no mundo do crime.
Bia
e Capitão usam uma televisão de tubo meio antiquada como cavalo de troia para
poderem entrar no presídio, e, uma vez lá dentro, Bia fica vigiando os
monitores na sala de segurança, enquanto o Capitão se infiltra nas entranhas do
crime para hackear o computador.
O
Capitão se veste de marginal, e usa todo o conhecimento que adquiriu em anos de
combate ao crime para se misturar com a gentalha, interagir com o pessoal, e
chegar até o computador. O problema é que as pastas estão todas desorganizadas,
então, vai levar um tempinho para encontrar o arquivo sobre o assassinato do
Papa, mas ele pode ficar tranquilo, porque a Bia já amarrou o segurança que
apareceu para xeretar.
Capitão
encontra um registro com todas as vendas ilegais de armas no país, e também uma
lista com pessoas que compraram sapatos tamanho 63 nos últimos anos, e deduz
que quem estiver nas duas listas só pode ser o Palhaço. Mas como a conexão lá
dentro é discada vai demorar um pouquinho para transferir os arquivos para o
celular de Bia.
Aqui
entre nós, a quem esse filme queria enganar? Todo mundo tá careca de saber que
na cadeia tem wifi ilimitado, mais rápido que o nosso, e a conexão não cai nem
por um decreto! Mas ok, vamos fazer de conta...
Só
que bem nesse momento, enquanto os arquivos estão sendo enviados, aparece o Tim
Maia e a... ou seria o... enfim, Tammy Miranda, e pensam que Capitão é um
bandidinho mequetrefe chamado Jiboia, irmão de um tal de Fantoche, de quem ele
nunca ouviu falar, mas confirma por medo de tomar um teco. Então o bandidão
apresenta a rapaziada, diz que Jiboia é o maior nóia que ele já conheceu na
vida, e decide lhe servir alguns “aperitivos”. É uma sinuca de bico, porque se
fumar, o Capitão vai ficar drogado; se não fumar, os caras vão descobrir que
ele não é do pedaço, aí lascou. Então ele pega o baseado que o “Meu Nome Não é
Johnny” trouxe pra ele, dá uma rezadinha antes, e manda ver.
Quando
o arquivo finalmente chega ao celular de Bia, o Capitão já está pra lá de
Bagdá, depois de ter misturado de tudo e mais um pouco.
Assim
o Capitão volta às manchetes, por ter sido flagrado liderando uma rebelião que
estourou na maior cadeia do país, sob efeito de entorpecentes. Sorte que seus
antigos amigos do B.O.P., os agentes Zero Meia e Zero Dois apareceram para
livrá-lo do assédio da Jornanitta,
que já não estava mais tão interessada no caso do “Argentino da Nádega
Avantajada” porque tinha outro furo pra mostrar – de reportagem! Calma aí,
família –, a história de um homem que casou com uma mulher invisível, e teve
uma família invisível. Mas Luana Piovani não deu as caras nesse filme. Vai ver
ela estava invisível...
Depois
de sair do cadeião, o Capitão afoga as mágoas na bebida – porque ao que parece
ele ainda não estava chapado o suficiente –, e começa a acreditar que não é
capaz de salvar a vida do Papa. E uma das grandes ironias de assistir a um
filme que foi lançado antes do torneio que representa ter acontecido, é quando
nos deparamos com esse diálogo:
Se
ele soubesse o que a Alemanha ia aprontar pra cima do Brasil na Copa...
Pensando
bem, risca o que eu falei. Alemanha não aprontou nenhuma. A culpa foi do
Felipão. E do Dante! Pensando bem, o único crime da Alemanha foi ter parado em
sete.
Pessoas
me vaiando em 3...2...1...
Ainda
estou concordando com Thomas Müller: tinha nada que tirar o pé. E 7x1 é o chucrute! Aquilo foi 8x0 – quem Manuel
Neuer pensa que engana? Assume esse gol que o filho é teu, alemão! Cedendo gol
de honra... Vá tomar na cerveja...
Retomando,
depois deste pequeno ataque de fúria psicótica, Bia e o Capitão começam a
discutir, porque ele agora está realmente sendo um “Nádega Avantajada”, por
estar praticamente desistindo de salvar a vida do Papa; mas Bia também está
sendo hipócrita, porque ela está pouco se lixando para a vida do pontífice; mas
acontece que ela não passou anos desenvolvendo aquela ideia do reator de
plutônio para um Palhaço psicopata botar tudo a perder; mas se ela quer saber a
verdade, pelo Capitão, quando encontrar seu brinquedinho roubado ela pode
enfiar... na lata do lixo!
Todo
mundo reconheceu a cena, né? Ao saírem do elevador, Capitão Alpinistinha e Bia
Capitão não demoram muito para perceber que trocaram de corpo.
E
como foi cada um para um lado, Bia Capitão pega o carro e começa a procurar o
Capitão no corpo da Alpinistinha pelas ruas. Até ser parado pela polícia.
Más
notícias, Capitão: CORRE, se quiser preservar sua integridade física! Porque o
policial já encontrou uma coisa que gostaria que seu corpo com a alma da
Alpinistinha fizesse, e a lataria daquela viatura está prestes a presenciar uma
situação indiscretíssima!
Aqui
entre nós, sacanagem terem dado ao policial um sotaque de gaúcho!
Enfim,
Bia Capitão puxa Capitão Alpinistinha para longe da viatura e pede seu corpo de
volta. E a única maneira que imaginam para desfazer a troca é falar “Se eu fosse você” ao mesmo tempo. O
problema é que o policial gaúcho se junta ao coro, e fica todo feliz ao ir
parar no corpo da Alpinistinha – prova de que ele não é tão gaúcho assim...
digo...
Daí
quando eles tentam de novo a troca tripla, um mendigo se junta ao coro... E aí
pra resumir a ópera, dezenas de tentativas depois, Bia Capitão explica para a
multidão quem deve trocar com quem, até que o Capitão, que está agora no corpo
de um cadeirante, retorne ao seu corpo original e alguém devolva o dela. Mas,
de novo, mais alguém entra na bagunça, e aí danou-se...
Quarenta
e cinco minutos depois, Capitão e Bia conseguiram recuperar seus corpos
originais, mas o coitado do policial gaúcho ficou preso no corpinho de um cachorro.
Como o bichinho conseguiu latir o “se eu
fosse você” é um mistério...
E
já que sua missão aparentemente fracassou, Capitão decide procurar outra
vocação. Ele arruma um trampo como garçom num restaurante frequentado por René
Rodrigues, serve a ele um prato de espaguete al sugo, e não cede à tentação de servi-lo como o Chaves o serviu
ao Sr. Barriga. Uma lástima, teria abrilhantado a cena.
Na
falta de alguém melhor para desabafar, Capitão conta para o ator o esquema para
matar o Papa que descobriu, e reclama que o Palhaço conseguiu fugir de todos os
seus encontros, mas René garante que o Capitão dará o flagrante na hora em que
o Palhaço fizer lambança.
Falando
em lambança, o ator acaba de derrubar macarrão na calça. Sua mãe sempre falava
para ele tomar cuidado com o molho, mas ele nunca lhe deu ouvidos. Então ele
saca um lenço enorme para limpar a mancha, e Capitão percebe que o conhece de
algum lugar...
OH!
Será possível?!
Palhaçadinha
só para apimentar a review. Hehe...
É
claro que claramente que é óbvio que René Rodrigues é o Palhaço assassino! E
está até usando os sapatos tamanho 63, extremamente confortáveis para os pés
dele, pero no mucho para o nariz
chutado do Capitão.
E
as revelações não param por aí, porque ao tentar fazer a denúncia para o Major
do B.O.P., o Capitão descobre que seu antigo superior também está envolvido na
maracutaia.
E
como sabe de muita coisa, René Rodrigues decide dar um jeitinho de silenciar o
Capitão, levando-o para um ferro velho, imobilizando-o numa pilha de pneus de
caminhão, ao lado de Bia, que seguiu as pistas que levavam ao ator, achando que
era engano, e deu nisso.
E
é quando finalmente o ator nos revela o motivo de querer matar o Papa. Sua
história, bem como a do Capitão, que conhecemos lá no início do filme, começou
muito tempo atrás, quando ele ainda era criança e morava numa cidade do
interior. René também queria ser cantor. Seu nome era Pitãozinho.
Lembram
dele? Parceiro de dupla do Capitão na infância? O Luciano daquele Zézé de Camargo,
o João Paulo daquele Daniel? Então...
Acontece
que o moleque não aguentava mais viver à sombra de seu primeira-voz, por isso
ele sabotou o carro para forjar a própria morte. Fico me perguntando que
espécie de moleque crânio estão criando no interior de Goiás, que por volta dos
dez anos de idade já entende tudo de mecânica... E o detalhe é que o Capitão
reparava tanto em seu parceiro de dupla, que nem se tocou que quem estava no
banco do passageiro no dia do acidente era um espantalho.
Enfim,
Pitãozinho deixou aquela cidadezinha para trás, mudou seu nome para René
Rodrigues, e partiu para ganhar o mundo, o Oscar e otras cositas mas.
Mas
essa fama não era o bastante, ele queria mais. Sua ambição o levou à Brasília,
para mostrar à Dilma um projeto que iria revolucionar o turismo no país: o René
Redentor, a mesma escultura do Cristo, mas com seu rosto. Dilma “Cabrita Tévez
Porpetona” achou a ideia genial, e decidiu aprová-la na hora.
Sei...
Me engana que eu gosto, Rafinha Bastos...
Acontece
que convencer a presidenta foi moleza; mas quando a notícia chegou ao Vaticano,
a casa caiu. Daí, só porque o Papa não deixou aprovar o casamento gay no
Brasil, René decidiu matá-lo.
Faz
o seguinte, Capitão, salvar a vida do Papa agora tá fácil: é só trancar esse
ator enrustido numa cela com o Agente Zero Meia que eu garanto que ele sossega
o facho!
Isto
é, depois de se soltarem dos pneus de caminhão, né...
Bem,
agora só falta René contar à Bia e ao Capitão que ele roubou o reator de
plutônio do brinquedinho dela para fazer uma bomba, e colocá-la na mão do
Cristo Redentor; e essa bomba será acionada ao primeiro estímulo sonoro. Ou
seja, quando o Brasil fizer o primeiro gol na final, BOOM!
Se
eles soubessem como a Copa realmente iria terminar, nem carecia terem se
preocupado, né...? Mas o filme foi lançado um ano antes, quando ainda havia
esperança, ninguém sabia ainda que o Felipão já estava meio esclerosado, ou que
o Dante ia mostrar toda a hospitalidade da casa para os Alemães, “a casa é tua, pode enfiar bola no gol à
vontade”, e literalmente sambar na nossa cara que nem um bocó... Porque,
convenhamos, seis gols da Alemanha saíram por culpa daquele zagueiro leso, que
não fez nada além de dançar dentro da área. Teve um – acho que foi o Khedira –
que só faltou falar pra ele “criatura,
você não vai nem tentar tirar a bola do meu pé?”, e como o filho da mãe não
se manifestou, e ele também não queria se responsabilizar, tocou a bola pro
Kroos, que mandou pra dentro um segundo antes de xingar mentalmente a mãe do
companheiro que jogou essa bomba na sua mão. Ou melhor, no seu pé...
Mas
como eu ia dizendo, o plano de René Rodrigues consiste em usar o barulho da
explosão do Cristo Redentor para abafar o som do tiro que vai matar o Papa.
E
também, nesses filmes, os bandidos sempre gostam de se gabar de seus planos
malucos, porque geralmente é a forma mais fácil que os roteiristas encontram
para incluir essas explicações no texto.
E
agora que sabem de tudo, René precisa eliminar os nossos herói. E para isso,
ele conectou os pneus onde eles estão presos a um dispositivo incendiário, que
será acionado quando o Molejão parar de tocar.
Porque
quando eu acho que esse filme não tem mais o que inventar, eles tiram um Molejo
da cartola!
O
grupo também está preso a algumas pilhas de pneus, mais baixas que as do
Capitão e da Bia, porque eles precisam ter as mãos livres para poderem tocar
seus instrumentos, e imediatamente começam a tocar “Brincadeira de Criança”.
Agora,
se lhe dão licença, René Rodrigues tem um Papa para matar, e deixa os dois
condenados à própria sorte, apenas esperando que o repertório de sucessos do
Molejo acabe para desfecharem seu final.
E
aqui, ao citar o repertório de sucessos do Molejão, o Capitão faz uma revelação
bombástica – sem trocadilhos –, que me deixou verdadeiramente chocada: o “Pimpolho”
não era deles!? Como assim, gente? De quem era então o Pimpolho? Aquele cara bem legal, pena que não pode ver
mulher...
É,
sério, gente, eu tive que fazer uma pesquisa no Google agora para descobrir que
quem cantava essa música era o Art
Popular. Esse tempo todo eu também pensava que era do Molejo.
Porque
paródia nacional é isso: faz troça com filmes, personagens do cenário político
do nosso país, com a polícia do Rio de Janeiro, com os argentinos, e com as
diversas lendas urbanas e crenças populares que correm por aí...
Enquanto
o Capitão lista os sucessos do grupo, Bia consegue tirar uma bisnaga de
lubrificante do sutiã e se libertar dos pneus, e em seguida, meio a
contragosto, ajuda o Capitão a se libertar também e fugir.
Caraca,
o cara foi trolado pelo Molejo... Tá fácil pra ninguém, hein, Capitão!?
Enfim,
Bia e Capitão dão no pé, e na pressa, roubam o carro da pamonha para chegar
mais rápido ao Maraca... porque é o que tem pra hoje!
Mas
aí, no caminho, acabam se envolvendo no meio de um tiroteio com a polícia.
E
é agora, enquanto se escondem atrás do carro da pamonha, para tentar fugir dos
tiros, que o Capitão vê os atiradores sacarem uma bazuca! E o pior é que o
líder do ataque é o Major do B.O.P.! Aquele mesmo que o expulsou da corporação
depois de ele ter salvo a vida do Camisa 10 da Argentina e se tornado o
“Argentino da Nádega Avantajada”.
Mas
eles não contavam com a astúcia dos Agentes Zero à Esquerda, seus antigos
aliados, que apareceram para salvar o dia e dar um teco no Major e em todos os
seus cúmplices. Pelo menos o Major ainda teve tempo de recomendar ao Capitão
que cuidasse de seus doze filhos adotivos, antes de morrer.
Agora
a piada já tá um pouco fora de contexto, mas na época em que o filme foi
lançado, tadinho desse moleque...
E
sim, escrevi Maickssuel de propósito,
porque todo mundo sabe que brasileiro gosta de inventar!
Mas
nada disso interessa agora, porque vai começar a Grande Final da Copa do Mundo!
Todo mundo já sintonizou suas TVs e seus rádios para não perder nenhum lance
dessa partida. E quando eu digo todo mundo, é todo mundo mesmo: é o Seu Francisco, pai do Capitão lá em Goiás; é
o bandido que virou ginasta, pulando a janela de volta para ver o jogo com o
pai – porque a Copa do Mundo reúne as pessoas –; é o Chico – quase – Xavier lá
no Centro Espírita com o fantasma do português; são os presos lá no cadeião,
com uma miserinha de TV, porque é o que tem pra hoje, e ficam todos de pé para
cantar o Hino nacional, em sinal de respeito, e desafinação a parte; e a Dona Hermínia
Frota bombada que descobriu tarde demais que hoje não vai ter Caldeirão...
Porque aparentemente o roteirista não se ligou que a final da Copa aconteceria
no domingo...
HAAAAAJA
CORAÇÃO!
Enquanto
isso, René Rodrigues passeia pelos corredores internos do estádio, carregando
seu Oscar – porque aparentemente alguém passou o grude do Chaves não mão dele,
que não consegue soltar aquele negócio nem a pau, Juvenal...
E
como sabe que essa final tem tudo para ser um estouro – com e sem trocadilhos –,
Capitão prepara seus homens para entrar no estádio e deter o Palhaço. Enquanto
isso, Bia irá ao Cristo Redentor para tentar desativar a bomba.
Enquanto
ela reclama literalmente no braço do Cristo, Capitão e seus homens dão um
apagão geral no Gangnam Style que estava montando guarda na porta do camarote do
René Rodrigues, invadem o local, mas não encontram ninguém. Porque ele já está
fantasiado de Furico, se dirigindo a um local privilegiado do estádio, de onde
espera ter uma boa visão do campo, para poder atirar no Papa, com uma arma
encaixada numa vuvuzela.
Aliás,
é o Papa quem dá o pontapé inicial na partida. E de cara, já faz 1x0 pra
Argentina. Na hora da comemoração, o pontífice se excede um pouco, faz gesto
feio, abre a batina, mostra a camiseta com a homenagem ao seu Amado Irmão, e
acaba tomando cartão vermelho.
Um
pouco de cultura num filme de comédia. Espero que todo mundo tenha entendido a
referência.
...
...
...
Quê
isso, gente? Matéria de segunda série. Até o Chaves já falou disso numa aula de
História, lá na escolinha do Professor Linguiça... digo, Girafales.
Enquanto
a Seleção Brasileira tenta recuperar as rédeas do jogo, Bia faz uma operação
que não é de aritmética, abre o Furico – o mascote, gente! Concentra! –, e
encontra a bomba conectada ao seu reator de plutônio, mas vai demorar um tempo
para desarmá-la, porque tem muitos fiozinhos.
O
jogo prossegue. E para ninguém dizer que é intriga da oposição, até a mãe
anabolizada do Capitão reclama que o Neymar cai demais. Mas o importante é que
o juiz marcou falta, e dessa distância, até Cesário – paródia do comentarista
Casagrande –, que admite que futebol nunca foi seu forte – paródia perfeita,
falando nisso –, sabe que ele converte.
Capitão
se apressa em avisar Bia que o gol vai sair, mas ela não quer se livrar do
Furico, porque o reator de plutônio é o projeto de sua vida. O Capitão até
invade o campo, bota uma arma na mão do lateral brasileiro, tudo para tentar
atrasar o gol, mas não tem jeito. Ela acaba sendo obrigada a ativar o modo
foguete do mascote.
René
Rodrigues engatilha a vuvuzela...
Bia
se despede de seu Furico...
O
troço sai voando, e explode o Morro do Pão-de-Açúcar.
Na
hora H, o Capitão se atravessa na frente do Papa, e toma o tiro em seu lugar.
Pedindo
assim com jeitinho, o Papa começa a rezar por um milagre – principalmente pelo
milagre do entupimento coletivo de narizes, para que ninguém sinta aquele
cheirinho de cueca queimada no ar, que queimaria seu filme junto –, e os
repórteres aproximam o microfone para não perderem esse momento solene.
Enquanto
isso, o Capitão completa a passagem, encontra-se no Além-Vida, vestindo uma
versão branca do uniforme do B.O.P., e se depara com Bruninho de Luca
finalmente saindo da casinha, depois de ter perdido toda a diversão, para
finalmente terminar a conversa que começaram na casa do Capitão, antes do Palhaço
assassino aparecer para transformá-lo num queijo-suíço, e revela que quem quer
matar o Papa é o René Rodrigues.
Depois
de fazer a viagem mais longa de sua carreira apenas para ouvir o óbvio, Capitão
precisa voltar para deter o cara, mas percebe que isso será meio complicado.
Olhando pelo lado bom, pelo menos ele vai poder ser amigo do Bruninho de Luca
por toda a eternidade!
Não
sei se foi a reza do Papa, ou se foi o quebra-cabeça – pecinha dura da bexiga... –, ou se foi o medo de ter que aturar o Bruno
de Luca pela eternidade... Só sei que o Capitão ressuscitou! E nem era o Lázaro Ramos... Mas nada disso importa,
porque agora é PÊNALTI!
Vinte
anos depois, o Brasil decide outra final nas penalidades. E de cara, a
Argentina converte o primeiro.
Agora
as boas notícias:
Arranhãozinho...
Bobagem... Ela só explodiu um ladinho da montanha...
Mas
o Brasil chuta e É GOL!
E
agora o Capitão tá tomando uma surra do Furico, enquanto as cobranças
continuam. O goleiro defende uma cobrança da Argentina, e o Brasil converte em
seguida. René Rodrigues revela que sempre quis ser primeira-voz, ao que o
Capitão argumenta que ambos são igualmente importantes, pois não existe
Bochecha sem Claudinho, Leonardo sem Leandro, ou Daniel sem João Paulo... Se
bem que na verdade, existe. Bochecha continua aí, Leonardo também, e Daniel faz
até mais sucesso sozinho... Então eles continuam lavando a roupa suja e
trocando socos, enquanto a Argentina se prepara para bater seu último pênalti.
Se errar, o Brasil é hexa. O problema é que quem vai bater é o melhor do mundo
– que, convenhamos, não é exatamente especialista em pênaltis, na vida real.
René saca uma adaga da base do Oscar – afinal, aquela coisa tinha alguma
utilidade –, e bem nesse momento, o Camisa 10 da Argentina chuta... Bem no alto...
A bola passa por cima do gol, invade a cabine onde a luta do século entre o
Capitão do B.O.P. e o Furico está acontecendo, e acerta a cabeça do René
Rodrigues, levando-o a nocaute.
E
o Brasil é HEXA!
Na
comemoração, a mãe do Capitão arranca a peruca com os bob’s da Dona Florinda;
os caras na prisão começam a pular dentro da cela; Chico morre do coração, e
seu fantasma se senta ao lado do fantasma do português para “ver” o final do jogo;
a Seleção Brasileira ergue seu craque para a volta da vitória...
Cada
um comemora como pode, né...?
Bem,
ela deve ter encontrado uma maneira, porque estava ao lado do Capitão na
cerimônia de sua promoção a Major. Ele podia até agradecer aquela honra à
polícia militar, às celebridades e à Igreja Católica, mas a verdade é que
nenhum deles ajudou em sua jornada. Quem realmente merece seus agradecimentos
são: um atacante Camisa 10 da Argentina, o finado Bruno de Luca, um cientista
incompetente (Zero Pi), um jovem soldado irresponsável (Zero Dois), e um
soldado gay (Zero Meia).
E
principalmente, o Capitão agradece à mulher que foi essencial em sua batalha,
Bia. Um segundo antes de dar um beijo de cinema na moça, tal qual o soldado da
marinha agarrando a enfermeira da Cruz Vermelha no meio da rua, naquela foto
clássica do fim da Segunda Guerra Mundial. E de levar outro banho. Mas agora é
de champanhe.
É
que ele passou o filme inteiro levando mijo na cara.
Vamos
ao que aconteceu com os envolvidos:
René
Rodrigues teve o que mereceu, e foi encaminhado à cela do Tim Maia e da Tammy,
tornando-se imediatamente a mulher de um dos dois. Ou dos dois, né?! Vai
saber...
O
repertório do Molejo ainda não acabou, e eles continuam tocando durante os
créditos finais.
Capitão
deixa de lado seu preconceito sobre beber cerveja em serviço, e a transporta
até o quartel num tanque de guerra – para o caso de outro vagabundo resolver sentar bala nos engradados. Tipo ele, lá no
começo do filme...
E
já que ele foi o salvador da pátria – e do Papa –, resolveram lhe dar um
presentinho: esculpiram seu rosto na parte explodida do Pão-de-Açúcar, que nem
o Monte Rushmore. Porque deve ter saído mais barato para a prefeitura do Rio do
que restaurar o morro. E agora o bondinho deve passar pelo buraco de suas
orelhas, imagino. Tomara que não saia pelo nariz, porque, né...
Mas
sua história ainda não acabou. Porque, enquanto ele mostra fotos de sua
infância para Bia no banco da praça, são visitados por uma inesperada aparição.
Calma, gente, não é nem o fantasma do Bruno de Luca, nem do Chico-Quase-Xavier.
É o próprio Capitão, que veio teletransportado do futuro para pedir a ajuda de
seu Eu do passado para resolver um novo B.O.: as Olimpíadas de 2016.
Afinal,
esse é o seu trabalho, Capitão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita!
E já que chegou até aqui, deixe um comentário ♥
Se tiver um blog, deixe o link para que eu possa retribuir a visita.