Semana passada
enunciei a história de uma série que tem me cativado desde que comecei a
assistir. E aqui é bom comentar que, não me lembro em que planeta eu vivi esse
último ano, mas só descobri esse tesouro no décimo episódio da segunda
temporada. E depois de me apaixonar pela trama de um bonde grilado que eu peguei andando, fui pesquisar o que eu tinha deixado
para trás, e descobri a caverna do Ali Babá, recheada de tesouros em forma de
episódios de série.
Foi uma maratona
para conseguir os episódios e outra para assisti-los, e depois de me
familiarizar com a novela, chegou a hora de começar a compartilhá-la com vocês,
daquele jeitinho especial que vocês já conhecem, na minha linguagem particular
patenteada pela água que o passarinho não bebe. Uma substância forte e
proibitiva conhecida como Coca-Cola Zero.
Proibitiva pelo
preço, claro...
Desde que eu me
entendo por gente tenho um relacionamento sério com contos de fadas. VHSs com
desenhos deles tive vários – da Disney, meia dúzia, tudo gravado em fitas virgens,
copiado das locadoras ou gravado nas raríssimas ocasiões em que os desenhos
passavam na TV. Sério, se hoje em dia é extremamente difícil passar um desenho
da Disney na TV aberta, alguns anos atrás era quase impossível. Disney Channel
só chegou ao nosso conhecimento mais ou menos uma década atrás, então, dá para
imaginar como era complicado assistir esses clássicos. Branca de Neve e os Sete
Anões, A Bela e a Fera, Os Aristogatas, Aladdin, 101 Dálmatas – único com VHS
original –, Alice No País das Maravilhas, Mogli O Menino Lobo, O Corcunda de
Notre Dame e Pocahontas eram basicamente os membros Disney da minha coleção.
Mas genéricos produzidos por outros estúdios apareciam eventualmente com
precinhos bem razoáveis em bancas de jornais e lojas de R$1,99 – a Burbank da
Austrália salvou minha infância nesse quesito. E das coleções de livros da
primeira fase da minha infância, tive umas quatro versões diferentes dos contos
de fadas ilustrados – e outra de clássicos Bíblicos para crianças, porque
também sou filha de Deus!
E como eu nem sou uma acumuladora, das quatro
coleções de livrinhos de contos de fadas, ao menos três eu ainda tenho! Dos
clássicos Bíblicos também. A outra coleção deve ter se perdido em alguma
mudança, uma pena...
Seja lá como for,
já deu para entender quanto eu gosto desse universo. Meus episódios favoritos
do Chapolin até hoje são os que retratam contos de fadas – tipo Branca de Neve
e os Sete Tchuim Tchuim Tchum Claims e O Alfaiatezinho Valente – e outros clássicos
da literatura, como A Romântica História de Juleu & Romieta e A História de
Don Juan Tenório. E os episódios com fantasmas, bruxas e piratas, não vou
negar.
Bem, como eu
disse, deu para entender essa minha relação com os contos de fadas, né? E deu
para sacar também porque eu gostei tanto dessa série.
Once Upon a Time
criou uma versão bem diferente dos contos de fadas clássicos. Tem muito
personagem inocente fazendo o diabo, e muita gente má buscando redenção.
Naquele post de
apresentação eu destaquei a dualidade dos personagens como ponto alto do
roteiro: ninguém é cem por cento bonzinho, e nenhum vilão é pura maldade. Todos
têm o anjo e o demônio dentro de si, a Fada Madrinha e o Senhor das Trevas – a
Fada legítima é um caso à parte; aquela, para falar a verdade, não cheira nem
fede. Os demais, se contrapõem e se contradizem com relativa frequência, e é
isso que torna essa história tão especial.
Na segunda
temporada a estrutura básica da série foi ligeiramente modificada, talvez para
que todos os eventos de Storybrooke pudessem se encaixar com os flashbacks e
vice-versa, mas na primeira temporada, talvez por uma necessidade de apresentar
devidamente todos os personagens criados, a série seguiu um molde muito
utilizado em séries como Supernatural, só que em vez do “monstro da semana”
tivemos o “conto da semana”. Por isso também a review será meio longuinha.
Agora chega de
embromação, e vamos logo ao Era uma
vez...
Era uma vez, num
reino Tão, Tão Distante – sim, vou usar o nome que o lugar ganhou lá no Shrek,
porque pode ser que a franquia seja uma prévia da série. Ao menos, eu tenho
essa impressão, a julgar pela mistureba –, um Príncipe mais ou menos Encantado,
que um belo dia encontrou sua amada Princesa adormecida num esquife, rodeada
pelos Sete Anões, e a despertou com um beijo, quebrando a primeira de uma
extensa série de maldições nessa novela.
Então, sem perda
de tempo, o moço se apressou a levá-la ao altar, antes que outra coisa ruim
pudesse acontecer, mas no exato momento em que estão proferindo seus votos, a
Rainha Má decidiu invadir a cerimônia para entregar seu presente de casamento
aos pombinhos.
A bela ex Rainha
prometeu destruir o final feliz de sua enteada, e arrancar tudo o que ela amava
através de uma terrível Maldição.
Mas é claro que
ela não seria lançada imediatamente. Primeiro, porque a Rainha Má havia trocado
a Maldição das Trevas com a Malévola pela Maldição do Sono com que colocou
Branca de Neve para dormir. Na verdade, trocou pelo endereço da Bruxa que a
tinha, porque, sem adiantar detalhes da temporada, a Rainha Má precisou de dois
pares de mãozinhas para obter a famosa Maldição do Sono. Aliás, isso me leva a
crer que a ANVISA tenha fechado o Bazar das Bruxas por qualquer motivo, já que
elas andavam trocando muamba entre si, e barganhando entre as malvadas.
De qualquer
maneira, a Maldição do Sono não deu certo, já que foi quebrada com um mero
beijo.
Sendo assim,
Regina exige a Maldição das Trevas de volta, mesmo com Malévola garantindo que
ela não trará o amado da Rainha Má de volta dos mortos.
Repararam na cara
de alcoólatra dessa Malévola? Tu já teve dias melhores, hein, Malzinha...
Enfim, já que a
Bruxa não está a fim de colaborar, a Rainha Má precisa ser um pouco mais
persuasiva: atirando bolas de fogo na colega, e ameaçando fatiar seu Unicórnio
de estimação com todos os objetos afiados que consegue reunir na sala.
E depois de
enrolá-la com as voltas do próprio lustre, a Rainha Má consegue pegar o
pergaminho com a receita da Maldição dentro orbe do cajado de Malévola.
Malévola ainda
tenta alertá-la sobre as consequências de lançar aquela Maldição, que causará
um vazio tão grande, que Regina nunca será capaz de preencher. Quem criou
aquela monstruosidade faz as duas parecerem positivamente morais.
É sério, tentem
contar quantas vezes essa frase será repetida em cada temporada! Vamos ver quem
perde a conta primeiro.
Como
dinheiro não é problema, Regina dá uma banana para o aviso da outra vilã e vai
preparar sua terrível e diabólica experiência. Ela reúne o Clube das Bruxas Mega Malvadas,
Vilões, Piratas, Bandidos, Magos, Monstros, Anões das Trevas, Megeras e
Similares, para coletar os últimos ingredientes da receita. Coisa boba, sabe:
alguns fios de cabelo de gente má, como a Bruxa Vidente do Pântano, o Duende
das Meias e um Ogro extremamente gordo – ou o Monstro de Frankenstein depois de
almoçar a família inteira... E o ingrediente final, o coração sacrificado do
seu corcel de infância.
A
Maldição acabou não ligando de primeira, porque Regina estava sacrificando o
coração errado. Naturalmente, ela não sabia disso; precisou visitar o Senhor
das Trevas Rumplestiltskin em sua prisão – já que foi ele quem lhe deu aquela Maldição
originalmente, antes de ela ir lá trocar com a Malévola pelo sonífero para
Branca de Neve –, para que ele desenhasse o que ela estava fazendo de errado.
Mas a consulta ao Senhor das Trevas custa os olhos da cara naquele Reino, de
modo que, para obter sua informação ela teve que prometer transformá-lo num
proprietário riquíssimo na nova terra para onde a Maldição os levaria, e também
concordar em atendê-lo e obedecê-lo sempre que ele lhe pedisse por favor – um termo bastante perigoso
de assinar num acordo com um diabo inescrupuloso, que pode exigir que ela faça
simplesmente qualquer coisa. Mas, se
a Maldição funcionasse, ele não se lembraria de sua identidade, e
principalmente, não se lembraria desse acordo, de modo que Regina deduziu que
não tinha nada a perder.
Entendeu
agora o aviso da Malévola, sobre a Maldição te causar um enorme vazio,
Regininha?
E
pensa que isso a fez desistir do plano? Que nada! A mulher queria tanto sua
vingança, que não hesitou em bancar a Suzane Richthofen, e arrancar o coração
do próprio pai para poder lançar a Maldição. O que, claro, lhe causou o tal
vazio.
Mas
ela não contava com a astúcia do Senhor das Trevas! Rumplestiltskin já havia
previsto que a Maldição que Regina pretendia lançar seria quebrada dali a vinte
e oito anos, pela filha que Branca de Neve teria com o Príncipe Encantado, e
que nasceu justamente enquanto o Reino se sacudia com a tempestade que a
chegada da Maldição provocou. Uma prova de que a Rainha Má demorou nove meses
para encontrar e descobrir como lançar a Maldição. Deu tempo de Branca de Neve
ter sua lua-de-mel, emprenhar, parir... Se bem que, conhecendo as aventuras
dessa Princesa no Gueto, não ponho minha mão no fogo sobre ela já não ter
casado com o pãozinho no forno. Até porque, pelo que me consta, ela casou duas
vezes com o Príncipe Encantado, mas não vamos adiantar as informações.
Rumplestiltskin
previu que o fruto do amor verdadeiro da Princesa seria a Salvadora. E quando
eles o visitaram também – porque o Senhor das Trevas era um prisioneiro
muitíssimo requisitado naqueles tempos –, ele revelou a profecia, e aconselhou
o casal a proteger a criança da Maldição.
A
Fada Azul encontrou uma Árvore Encantada, que se fosse transformada num
invólucro, poderia proteger a criança de qualquer Maldição, e Gepeto concordou
em transformar a Árvore num armário, porém, a magia dela era limitada, e
somente poderia proteger uma pessoa. Sendo assim, todos concordaram que Branca
de Neve, ainda grávida, deveria usar o guarda-roupa mágico para escapar da
Maldição, criar sua filha Salvadora, e levá-la a cumprir seu destino,
libertando-os quando o momento chegasse.
Mas
o destino tem sua própria forma de trabalhar. O bebê resolveu se adiantar, e
nascer justamente no dia em que a Rainha Má finalmente conseguiu lançar sua
Maldição. O armário só ficou pronto naquele dia também, de modo que os
Encantados tiveram que tomar uma difícil decisão: separar-se de sua filha
recém-nascida, para que ela tivesse a chance de crescer livre da Maldição, e
torcer para que ela os encontrasse quando chegasse o momento de quebrá-la.
Assim,
sem sequer uma carta explicando a situação, o Príncipe leva a bebê enrolada no
cobertorzinho até o armário, lutando com os guardas da Rainha Má no caminho –
porque àquela altura, com a nuvem da Maldição se aproximando, e os guardas
invadindo, o castelo está um caos –, e consegue colocá-la no armário, que
imediatamente a transporta para um lugar seguro, tão logo suas portas são
fechadas.
O
problema é que o Príncipe foi gravemente ferido durante a luta, e perdeu os
sentidos pouco antes da viagem amaldiçoada. Ao vê-lo caído no quarto da filha,
Branca de Neve – que nem se preocupou em repousar após o parto – arriscou um
beijo de amor verdadeiro para salvá-lo, mas ele não acordou.
Assim,
todos foram varridos para um lugar absolutamente horrível, onde o único final
feliz encomendado seria o da Rainha Má.
E
nós também somos transportados a esse lugar tenebroso, conhecido como mundo
real, onde Emma, a criança recém-nascida que foi colocada no guarda-roupa – que
aparentemente errou o caminho de Nárnia – já cresceu, é uma mulher feita, e
está a caminho de um encontro.
Conheçam
Emma Swan: uma mulher solitária e insegura, que marcou um encontro pela
internet justamente no dia de seu aniversário, para não passar aquela data
sozinha. Triste, não é?
Agora,
conheçam a verdadeira Emma Swan: uma
mulher forte e decidida, que marcou um encontro pela internet no dia de seu
aniversário, porque não existe feriado para quem ganha a vida caçando patifes
que se aproveitam da fiança para fugir da condicional.
E
quando o malandro tenta fugir – e sem pagar a conta –, ela prova que uma mulher de salto alto pode
manter a elegância ao esbagaçar a cara de um fulano no volante, desde que tenha
travado os pneus do carro dele antes de entrar no restaurante.
Senhoras
e Senhores: Emma Swan!
Mas
sua vida não é um mar de rosas, não. Emma realmente vive sozinha, sem família,
e sem ninguém com quem compartilhar o cupcake que comprou para comemorar seu
aniversário.
Eis
que o destino bate à sua porta.
E
ele vem na forma de um garoto de dez anos, vestido como se estivesse a caminho
de Hogwarts, com um livro imenso embaixo do braço, que já vai se convidando
para entrar, pedindo um pedaço de bolo, e contando que ela é sua mãe biológica.
Acontece
que dez anos atrás, Emma deu um bebê para adoção. E adivinha quem é?
Pelo
menos o Gasparzinho aí até que é fofo. Tirando o fato de ter te conhecido só há
trinta segundos e já estar fuçando na sua geladeira... E também tem a chantagem
sobre ela levá-lo de volta para casa, porque se chamar a polícia, ele dirá que
ela o sequestrou; e não importa que ela seja sua mãe biológica, pois não é o
nome dela que aparece em seus documentos.
E
foi assim que a Salvadora acabou coagida a conhecer Storybrooke, uma
cidadezinha no interior do Maine, da qual ela nunca tinha ouvido falar.
Para
quem gosta de colecionar curiosidades, o nome da cidade, extremamente difícil
de traduzir, pode significar “História Partida” ou “História Interrompida”, se
considerarmos que “brooke”, uma palavra que aparentemente não existe, pode ter
derivado do verbo “broken”, e ter recebido um “o” a mais, talvez numa tentativa
de fundir o verbo com a palavra “book”, que significa livro.
Trívia.
No
caminho para lá, Henry conta uma estranha história sobre os contos de fadas
contidos naquele livro enorme que ele carrega serem histórias reais, e que
todas as pessoas em sua cidade são personagens daquelas histórias, mas não se
lembram disso porque estão amaldiçoados, e que além disso, estão parados no
tempo desde que a Maldição foi lançada, sem envelhecer um único dia desde que
saíram de Tão, Tão Distante. E ninguém pode sair da cidade, pois coisas ruins
acontecem com aqueles que tentam.
Então,
claro, Emma deduz que o garoto é maluco, e tão logo chegam à cidade onde ele
mora, ela o encaminha ao psiquiatra, que atende no meio da rua, acompanhado de
seu assistente, Pongo, o Dálmata... Ah, não, peraí, esse encontro foi acidental...
Mas
providencial, pois o terapeuta informa o endereço que Henry não estava querendo
contar, e Emma fica surpresa ao descobrir que o menino é filho da prefeita de
Storybrooke.
E
como já é muito tarde – o relógio da torre no centro da cidade está marcando
oito e quinze, mas ele está parado há vinte e oito anos –, Emma decide levá-lo
de uma vez à mãe adotiva, se livrar logo da batata-quente, e sair o quanto
antes daquela cidade de malucos.
E
quem é a mãe adotiva do rebento? Regina Mills, também conhecida como Rainha Má!
O
garoto dá uma notícia dessas à queima-roupa à sua mãe adotiva, que ele disse à
Emma que era malvada – óbvio! Ela é a Evil Queen –, e apenas fingia que o amava
– essa parte não é bem verdade, mas ok –, e entra em casa tranquilamente,
deixando essa torta de climão no jardim. E Emma assume o filho sem um exame de
DNA nem nada... Claro, porque o moleque tem a sua fuça, né, fofa...
Acontece
que quando Regina o adotou ele tinha só três semanas, e os registros de seu
nascimento eram sigilosos, pois a mãe não queria ter contato. E como o pai não
sabe de sua existência, Regina não tem com que se preocupar.
E
quando está indo embora, depois de bater um papinho com a prefeita, tomando uma
taça de sidra de maçã, Emma percebe que o garoto deixou o livro em seu carro
para forçá-la a voltar. E por estar encarando o livro no banco do carona, ela
deixa de prestar atenção na estrada por um momento, e só vê tarde demais um
lobo que aparece do nada bem na sua frente, fazendo-a atropelar a placa de
“Bem-vindo à Storybrooke”.
Mas
calma aí, minha gente, que não é agora que o Lobo Mau devorará a mocinha. Na
verdade, esse aí nem é o Lobo Mau, e o verdadeiro prefere camponeses de nobre
coração que vão todos os dias ao bosque recolher lenha.
Emma
acorda numa cela da delegacia naquela manhã, acusada de ter dirigido bêbada e
destruído um patrimônio municipal.
Mas
essa picuinha vai ter que esperar, porque enquanto o Xerife Graham registra a
queixa contra a forasteira, Regina aparece desesperada porque Henry fugiu... de
novo.
Para
sorte de Emma, desta vez ela tem um álibi muito bom para não ser envolvida no
rolo, já que passou a noite toda na delegacia. Para sorte de Regina, Emma ganha
a vida caçando fugitivos, então, se tirá-la da cadeia, ela pode ajudar a
encontrar o garoto. E não importa que Henry tenha apagado o histórico de
navegação de seu computador, pois Emma tem um dispositivo USB para recuperação
do HD, que acaba revelando que Henry a encontrou utilizando os serviços de um
site chamado “Quem É A Sua Mãe”, e pagou a taxa extremamente cara do site, de
duzentos e sessenta e cinco dólares e cinquenta centavos, com o cartão de
crédito de sua professora, Mary Margaret Blanchard.
Então
elas interrompem a aula da professora – outrora conhecida como Branca de Neve –, que está ensinando as crianças a
construírem casas de passarinho – oh, aulinha educativa! –, e só agora a moça
sente falta de seu cartão de crédito, que o garoto afanou na mão grande para
encontrar sua mãe biológica. Quando chegar a fatura, além da taxa do site, ela
terá o prejuízo da passagem de ônibus para Boston, e o táxi que ele pegou na
rodoviária para levá-lo até o apartamento de Emma. Duvido que a prefeita esteja
disposta a reembolsá-la. E saber que os taxistas americanos aceitam cartões de
crédito de crianças desacompanhadas me faz beatificar certos hábitos de
desonestidade dos brasileiros...
A
propósito, foi Mary Margaret quem deu o livro de contos de fadas para Henry, de
que Regina ainda não havia tomado conhecimento até agora. Acontece que a
professorinha achava Henry muito solitário, e queria que ele tivesse algo com
que se distrair. Claro que ela não tinha como saber que ele consideraria aquele
livro uma Bíblia, e deduziria que ele estava contando a história dos cidadãos
de Storybrooke.
Seguindo
o conselho que a professora lhe deu depois que a prefeita foi embora – porque,
apesar de não saber quem ela é de verdade, ninguém ali está realmente disposto
a colaborar com a Rainha Má –, Emma procura Henry em seu “castelo”, um pequeno
playground próximo à praia, composto por um escorregador que sai de uma
estrutura similar a um castelinho, provavelmente inspirado nas tradicionais
casas da árvore. Ela lhe devolve o livro, e ele tenta convencê-la de que seu
destino é trazer de volta os finais felizes de todos aqueles personagens
expatriados, e explica que não tem mágoa dela por tê-lo abandonado, pois
acredita que ela só queria que ele tivesse uma vida melhor, mas que no fundo
gosta dele. Foi por isso também que a Branca de Neve abriu mão dela, para que
ela pudesse ter uma chance de se proteger da Maldição. Mas ela não está com
tempo para isso, e precisa levá-lo de volta para Regina.
Acontece
que a vida de Emma também foi uma droga. Ela foi deixada ainda bebê na beira de
uma estrada, porque seus pais nem se incomodaram em deixá-la num hospital. Ela
acabou no sistema de adoção, e não teve uma família até os três anos de idade,
mas aí seus pais adotivos tiveram um filho por conta própria e a devolveram ao
orfanato. Por isso Emma pensa que se Regina está se esforçando para conquistar
o amor de Henry, ele deve lhe dar uma chance, porque não é nada fácil para uma
criança abandonada encontrar alguém que a ame. Ou que no mínimo a queira, para
início de conversa.
No
fim, Emma acaba concordando com ele para não perder a amizade. E assim consegue
que ele volte para a casa da prefeita e evita maiores problemas para si mesma.
O
engraçado é que, na noite anterior, ao soprar a vela de seu aniversário, Emma
desejou não ficar sozinha. Então Henry apareceu, como uma resposta ao seu
pedido.
Afinal,
enquanto Emma viveu os últimos dez anos esfregando a cara de trambiqueiros em
volantes pela costa leste, e fazendo sabe Deus o quê mais, foi Regina quem
trocou fraldas, cuidou de cada febre e suportou todas as malcriações.
E
tecnicamente, Emma perdeu qualquer direito legal sobre o menino quando o
abandonou. Mas as ameaças da prefeita, em vez de surtirem o efeito esperado,
acabam colocando uma pulga atrás da orelha da Salvadora, sobre a possibilidade
de Henry ter razão ao menos numa coisa: sua mãe adotiva ser verdadeiramente má,
e talvez ela devesse ficar na cidade para protegê-lo.
O
que, claro, é tudo o que Regina não quer.
Mas
Emma não deve satisfações a ninguém. Então, em vez de pegar seu fusquinha e
sair de mansinho como a prefeita sugeriu, Emma dirige até a Pensão da Vovó, que
parece estar abandonada, a julgar pelo estado deplorável do jardim da frente, e
decide alugar um quarto por uma semana.
Claro
que Emma fica desconfiada sobre as estranhas boas-vindas desse bicho grilo –
embora Henry tenha garantido que o Grilo Falante era o seu analista –, e Ruby
explica que o Sr. Gold é o dono da cidade inteira. Pelo visto, a Sra. Prefeita,
diferentemente da maioria dos políticos, se lembrou de cumprir a promessa que
fez ao Senhor das Trevas lá em Tão, Tão Distante, e o transformou no Donald
Trump do lugar.
Com
o perdão da ofensa, Sr. Gold! Eu sei que você não merece nem a comparação, nem
ser chamado de nome feio.
Uma
coisa curiosa em relação à estética da série: alguém tomou a precaução de
incluir um dedinho de esperança dentro da Maldição, já que o chaveiro da Pensão
da Vovó tem o formato de um cisne – como o sobrenome Swan, adotado por Emma,
que significa cisne em inglês.
E
sua decisão de ficar na cidade já começa a provocar mudanças e pequenas
instabilidades na Maldição. Da janela de seu quarto, Henry vê quando o ponteiro
do relógio da torre começa a se mover.
E
desde então, ele não parou mais – ao menos, enquanto ficou inteiro.
Quem
não fica nada contente ao perceber que o tempo voltou a andar em sua cidade é
Regina, mas ela não demora a descobrir o quê está ameaçando o bom andamento de
sua Maldição. Ao ver o fusca amarelo estacionado na rua, ela decide fazer uma
visitinha à Emma na pensão e lhe oferecer uma cesta de maçãs vermelhas como
sangue para a mãe biológica de seu filho comer na viagem de volta à Boston,
sugerindo, sutil como uma tijolada, que ela puxe o carro antes mesmo do café da
manhã.
E
a Rainha Má não sabia disso? Pois se Rumplestiltskin fez o favor de informá-la
de que a guria era a única pessoa que poderia quebrar a Maldição, no mesmo
diálogo em que revelou o último ingrediente que ela precisava, lá em Tão, Tão
Distante...
Acontece
que, depois de ter sido ameaçada tantas vezes pela prefeita nas últimas vinte e
quatro horas, Emma decidiu ficar um tempinho na cidade, para se convencer da
segurança de seu filho recém-encontrado.
Além
disso, Emma sabe ler nas entrelinhas. E como concordam que só uma delas sabe o
que é melhor para Henry – sendo que cada uma está tomando partido de si mesma
nessa questão –, as duas começam a se atacar mutuamente, cada uma na sua vez.
Primeiro
Regina, encarregando o repórter sensacionalista Sidney Glass de descobrir e
publicar o passado sórdido da Srta. Swan. O problema é que, naquele momento,
ele não conseguiu encontrar nada interessante, exceto que ela passou muito
tempo em lares adotivos, se envolveu em encrencas quando criança, e pariu Henry
em Phoenix, o que o leva a questionar como o garoto foi parar no Maine, do
outro lado do país. E como não encontrou nada melhor para publicar no jornal
local, ele estampou a primeira página com uma foto enorme da prisão de Emma,
com a manchete “Estranha destrói placa
histórica”. Sinal de que nada interessante acontece em Storybrooke, se isso vale a primeira página do jornal.
Então
Emma vai ao consultório do Dr. “Grilo Falante” Archibald Hopper, conversar sobre
a obsessão de Henry com os contos de fadas, e o terapeuta explica que o garoto
está usando o livro como linguagem, para as emoções que ele não consegue
expressar. Seu relacionamento com a mãe adotiva sempre foi complicado, por isso
ele tem feito terapia desde muito pequeno; e como percebe que Emma está
genuinamente preocupada com o garoto, ele decide quebrar o protocolo e violar a
ética profissional, permitindo que ela examine os arquivos de Henry. Mas é só
ela virar as costas para o doutorzinho avisar a Prefeita sobre sua visita, e
revelar que entregou os arquivos a ela, como Regina pediu.
Então
é claro que Emma mal tem tempo para estudar a pasta inteira, pois o Xerife logo
vai ao seu quarto na pensão, prendê-la outra vez pelo roubo dos arquivos de
Henry.
O
Xerife até acredita que tenham armado para Emma, mas entre ele acreditar, e
criar coragem para desafiar a prefeita, há uma distância enorme. Então Emma
volta para a cadeia, mas como as fofocas correm bem depressa naquela cidade,
Henry já soube da novela e convenceu sua simpática professorinha a pagar a
fiança da mãe. Porque Mary Margaret confia em Emma, mesmo conhecendo-a só há
cinco minutos? Porque o sangue está pulsando de forma estranha desde que Emma
chegou à cidade, e como a professora frígida sabe que não é lésbica, isso só
pode significar uma afinidade familiar.
E
Emma já sai da cadeia virada no Jiraya, e doida para cometer outro crime. Ela
compra uma serra elétrica, vai à casa da prefeita, e desconta toda sua raiva em
cima da macieira favorita que Regina tem em seu jardim.
Daí,
na vez de Regina atacar Emma, ela obriga a Vovó a expulsá-la da pensão,
lembrando-a da lei municipal que proíbe dar abrigo a criminosos, para que Emma,
não tendo onde ficar em Storybrooke, volte para o buraco de onde saiu.
Não
o da Branca de Neve, é claro; o apartamento em Boston.
E
ela trama uma dessas para uma mulher que viveu meses dentro de um fusca com o
namorado vira-lata! Querida, precisa fazer melhor do que isso para tirar Emma
da cidade. Ainda mais que Graham se recusa a prendê-la de novo por ter
depredado a macieira de Regina, e já está mais que desconfiado sobre a denúncia
do roubo dos arquivos ter sido realmente uma armação da Prefeita. Ao que ela
aproveita para lembrá-lo de que pode tirá-lo do cargo na hora em que desejar. E
o fato de não explicar os detalhes custará um preço alto ao Xerife, anotem!
Mas
antes de tomar providências quanto à insubordinação dos funcionários públicos
de Storybrooke, Regina precisa tirar a mãe biológica de seu filho do caminho.
Então ela convida Emma para negociarem um acordo de paz. Mas era uma armadilha.
Ela só queria que Henry ouvisse Emma dizer que está preocupada com o fato de
ele não distinguir a realidade da fantasia, e supor que ela pensa que ele é
maluco.
Um
golpe que poderia ter sido fatal, pois Emma ficou tão chateada por ter magoado
o garoto, que foi correndo pagar o dinheiro da fiança à Mary Margaret, decidida
a cair fora da cidade para evitar que Henry continuasse se machucando, mas
graças a uma xícara de chocolate quente com canela e alguns conselhos
maternais, ela acaba mudando de ideia, e ficando para protegê-lo.
Nesse
momento Henry não quer nem papo com seu terapeuta, nem com o guarda-chuva dele.
E não só por causa da armação para botar Emma na cadeia, mas porque ele está
chateado demais, por saber que todo mundo pensa que ele é doido. Felizmente,
Emma consegue achar um meio de distorcer o que ele a ouviu dizer à Regina, e
virar o jogo a seu favor.
O
nome disso é Operação Cobra, meu amigo. Ou mentira deslavada, no caso.
Não
que Emma esteja particularmente interessada no assunto, e também não pretende
mergulhar nessa maluquice, mas se o deixa feliz, então ela está mais que
disposta a queimar as páginas “perigosas” que Henry arrancou do livro, para
evitar que Regina descubra que ela é a Salvadora.
E
sabe quem foi lá fazer fofoca para Regina sobre essa linda reunião de família?
O Sr. Gold, que viu Emma passeando com o filho da prefeita, logo depois da
terapia. Acontece que foi Gold quem intermediou a adoção de Henry, e agora que
foi informada de que ele nasceu em Phoenix, Regina começa a suspeitar que a
escolha dele não tenha sido ao acaso. Gold queria que Emma viesse para esta
cidade; a questão é: por quê? Mas ele se faz de desentendido quando ela toca no
assunto.
O
alguém importante era o pai de
Regina. E o fato de Gold saber disso, sua obsessão por nomes, e a macumba da
obediência continuar funcionando apenas com as palavrinhas mágicas “por favor” são evidências mais do que
claras de uma coisa: Rumplestiltskin está acordado! E pelo visto, manipulando
tudo, como sempre.
E
o castelo de cartas que a Rainha Má construiu ao seu redor, logo sofrerá outro
abalo.
Depois
de um encontro desastroso com o Dr. Whale, o médico local, em que ele estava
muito mais interessado em descobrir as medidas da bunda da garçonete Ruby do
que em conhecer a simpática professorinha, e nem se deu o trabalho de pagar a
conta do restaurante, Mary Margaret acaba concordando com a ideia do Henry de
ler o conto da Branca de Neve a um paciente desconhecido que está em coma no
hospital local. Segundo o garoto, isso poderia fazê-lo acordar e se lembrar que
era o Príncipe Encantado, antes de a Maldição ser lançada.
Então
lá vai a professora fazer uma visita ao paciente em coma, com o imenso livro de
contos de Henry embaixo do braço para ler uma versão menos conhecida e muito
mais animada da história da Branca de Neve para o bonitão.
Nessa
versão, o Príncipe Encantado vinha pela estrada com sua noiva, a Princesa
Abigail – que eu carinhosamente vou apelidar de Barbie Midas –, ouvindo-a declamar um rosário de reclamações, porque o caminho é muito longo, porque a
estrada é muito acidentada, porque não chegam nunca ao castelo, porque um
pernilongo mordeu...
O
Príncipe estava mais interessado no conteúdo da bolsa de couro que trazia no
colo, do que no papo chato da Princesa, que ele claramente não amava. Eis que a
carruagem se deteve subitamente, por causa de uma árvore caída. Na verdade, uma
árvore derrubada! O que faz o Príncipe desconfiar de que caíram na emboscada de
algum trombadinha, que bateu sua carteira bem na fuça da patricinha.
Então,
o Príncipe largou tudo para trás – inclusive a patroa –, e saiu no encalço do
ladrão, para recuperar seu bem mais precioso, que, obviamente, não era a
noivinha entojada, mas uma joia guardada na bolsa roubada. E qual foi sua
surpresa ao descobrir que o ladrão era uma mulher!
Branca
de Neve, para ser mais exata. E depois de agredi-lo com uma pedrada no queixo,
e fugir com o cavalo dele, a Princesa, à época, a fugitiva mais procurada do
Reino, voltou ao seu esconderijo, recolheu os tesouros que roubara num saco, e
um frasco misterioso, contendo alguma substância perigosa que ela pretendia
usar contra a Rainha Má um dia, e tentou dar linha na pipa, mas acabou
inesperadamente capturada numa armadilha montada pelo Príncipe furtado, que
quer de volta a bolsa de couro com as joias que ela roubou.
Mas
Branca de Neve sabe como funcionam essas fusões entre Reinos. Nenhum casamento
na realeza é por amor, só interesse, ou em enriquecer, ou em evitar uma guerra.
Na
verdade, aquele buraco era ainda mais embaixo do que ela imaginava, porque o
Encantado ali sequer é um Príncipe de verdade.
Uma
das coisas mais legais em Once Upon a Time, além das versões inesperadas dos
contos clássicos, é sua habilidade em mesclar contos que aparentemente não têm
qualquer relação entre si. A Disney sempre esteve mais preocupada em ampliar a
mitologia de suas Princesas do que explorar um pouco o passado de seus
respectivos Príncipes. O Príncipe da Branca de Neve, a quem sequer se dignaram
a dar um nome no desenho – assim como à Rainha Má –, foi identificado pela
série como o protagonista de O Príncipe e o Mendigo.
O
Príncipe James era filho do Rei George, e recebeu do Rei Midas, com quem
pretendiam estabelecer uma aliança, a missão de matar um dragão que estava
causando problemas num canto remoto de Tchuim Tchuim Tchum Claim. Mas o
Príncipe foi morto antes mesmo de sair em sua jornada. O que ninguém sabia era
que o bravo bonitão não tinha uma gotinha sequer de sangue nobre. A Rainha de
George nunca pôde ter filhos, então o Rei ouviu falar que havia um
contrabandista de crianças no Reino – adivinhem quem? –, e decidiu encomendar
um filho a ele.
Mas,
para sorte do Rei George, Rumplestiltskin é um homem – duende, mago, criatura,
enfim, um cidadão – precavido, e buscou um menino que tivesse um irmão gêmeo,
para o caso de a mercadoria do Rei dar problema, ele poder trocá-la dentro da
garantia.
E
foi assim que Rumple buscou o irmão gêmeo do Príncipe, um simples pastor de
ovelhas em uma fazendinha falida, para que ele substituísse o presunto Real, e
o acordo com Midas permanecesse em pé.
Tecnicamente,
ele nem teria que matar o dragão. Os soldados do Rei George fariam o serviço, e
o falso Príncipe só teria que levar a cabeça da fera para o Midas e receber a
recompensa. Mas o senhor do Toque de Ouro tinha planos mais extensos para o
belo “Príncipe”: casá-lo com sua filha constipada, a Princesa Abigail.
E
foi assim que Encantado passou de um simples pastor de ovelhas, a herdeiro do
trono de Tangamandápio, e teve que ficar noivo da Barbie reclamona. No fim das
contas, ele acabou matando pessoalmente o dragão, numa cena que me fez lembrar
bastante a história de Davi e Golias – talvez, um dos motivos porque seu nome
na Maldição é David –, encurralando-o como costumava fazer com suas ovelhas – o
herói bíblico também as pastoreava –, e aproveitando-se do enorme tamanho do
monstro para acertá-lo – quanto maior o alvo, menor a chance de errar. Mas nem
seu feito heroico foi capaz de livrá-lo do compromisso com a patricinha.
E
como Branca de Neve não tem nada com isso, e o Príncipe já sacou, pelos cartazes
que a Rainha Má mandou espalhar pelo Reino, que ela é a criminosa N°1,
procurada viva ou morta, ela concorda em ajudá-lo a reaver o anel, contanto que
não a entregue à megera.
Branca
de Neve nega as acusações – até porque, a primeira da lista é obviamente
mentira –, mas sua inocência não impediu a Rainha de pedir sua cabeça. Ou
melhor, seu coração numa bandeja. Ou numa caixa. Ou num saco... Enfim, a
embalagem pouco importava, contanto que o coração fosse da enteada. Por isso a
Princesa tem roubado as carruagens de impostos para juntar dinheiro suficiente
para fugir do Reino.
Se
bem que a inocência dessa Princesa aí é relativa, pois ela reconhece que de
fato arruinou a vida da Rainha. E também não faz a menor cerimônia em nocautear
o Príncipe, quando ele se abaixa para beber água num riacho, jogá-lo na água,
pegar o dinheiro e dar no pé.
Mas
não vai muito longe, pois ao chegar à estrada, é cercada pelos guardas da
Rainha, e só não é capturada ou morta, porque o Príncipe, irritado por ter sido
agredido, decidiu persegui-la e acaba salvando sua vida.
Agora,
com uma dívida de honra para saldar, ela não tem outra saída senão ajudá-lo a
reaver seu precioso anel. O problema é que ela vendeu as joias para os Trolls,
e eles são meio difíceis de negociar; não são particularmente fãs da realeza, e
portanto o Príncipe deve ficar bem quietinho, e não se meter em seus assuntos.
Branca
de Neve convoca os Trolls na ponte – um bando de monstrengos que parecem feitos
de pedregulho deformado – e oferece devolver todo o dinheiro das joias que
vendeu a eles, em troca somente do anel. Mas os Trolls são seres muito
desconfiados, e, pensando tratar-se de uma armadilha, tentam matá-los, e ficam
muito interessados na moça, ao encontrarem o cartaz de “Procurada” no bolso do Príncipe, e perceberem que andavam
negociando com a Branca de Neve, decidindo exigir a recompensa por sua cabeça.
Felizmente,
o Príncipe consegue recuperar sua espada, que tinha sido confiscada, luta com
os monstrengos, joga alguns deles da ponte, e Branca de Neve usa o Pó de Fada
das Trevas que vinha guardando para usar contra a Rainha Má para transformar os
Trolls em besouros.
E
se ela sair voando, também não haverá machos no recinto, eu te garanto. Porque
nada faz homem gritar mais fino que uma barata voando! Não importa a reputação
do sujeito...
Enfim,
agora que o perigo passou, eles recolhem suas tralhas e o dinheiro que ficaram
espalhados na ponte, o Príncipe devolve o ouro à Princesa para que ela possa
cair fora daquele Reino e deixar de ser perseguida pela madrasta, e ela devolve
a bolsa de couro que tinha roubado dele.
Ela
até experimentou o anel quando o devolveu a ele, e o resultado disso foi que ele
descobriu que ficava melhor no dedo da foragida Branca de Neve do Gueto do que
no da filha chata do Rei Midas.
Assim,
eles dão os respectivos adeus, e partem, com seus corações fisgados um pelo
outro.
E
foi esse o momento que o homem em coma escolheu para segurar a mão de Mary
Margaret no hospital, demonstrando que talvez Henry tivesse razão, e a leitura
daquela história realmente pudesse ajudar a trazer o Belo Adormecido de volta.
Pena
que o médico não concorde com ele, pois a pulsação e os aparelhos mostram que
os sinais do Fulano continuam iguais, como sempre estiveram desde que foi
internado. Não que a professora confie cegamente no Dr. Whale, ainda mais
depois do encontro desastroso da noite passada, mas acata sua sugestão de ir
para casa descansar um pouco. E tão logo ela vira as costas, ele informa à
Prefeita sobre a mudança no quadro do paciente em coma. Porque, como veem, o
filho da mãe mentiu para a professora.
Para
desespero da Rainha Má, que vê sua Maldição oscilando mais uma vez.
Na
manhã seguinte, Henry empresta uma camisa que roubou no guarda-roupa de Regina
para Emma – já que sua mãe biológica veio à Storybrooke só com a roupa do corpo,
para devolvê-lo e dar no pé –, e conta como deu um perdido na mãe adotiva.
Não
que o fato seja relevante, mas em todo caso, é interessante.
Emma
pede que Henry não fique muito esperançoso sobre o progresso de Mary Margaret
com o Fulano em coma, mas a professora já chega no restaurante da Vovó Donalda
contando que o cara acordou.
Sim,
vou apelidar a avó de Chapeuzinho Vermelho como a avó do Pato Donald.
Porque,
sim, oras!
Retomando,
quando chegam ao hospital, nossas amigas encontram o Xerife no quarto do Príncipe
Encantado, investigando por onde o paciente evaporou. A Prefeita também está na
cena do crime, prontinha para comer o rabo de alguém pelo acontecido.
Supostamente, Regina era o contato emergencial do Desconhecido, pois foi ela
quem o encontrou à beira da estrada há alguns anos, sem identificação, e o
trouxe ao hospital.
Então
o Xerife interroga os dois funcionários que estavam de plantão naquele andar
quando o homem sumiu: um deles é o Soneca, que deveria vigiar as câmeras de
segurança; o outro é o faxineiro Leroy, outrora conhecido como Zangado, que
parece ser um inquilino frequente em uma das celas da delegacia. Ninguém viu
nada, como sempre, mas ao examinar as fitas de segurança, Emma percebe que
estão olhando para a gravação errada, pois os alunos de Mary Margaret decoraram
a enfermaria com enfeites de papel no dia anterior, e a fita daquela noite não
mostra enfeite nenhum. Agora tentem adivinhar como foi que alguém possivelmente
tirou o paciente do hospital e trocou as fitas de segurança?
...
da Silva Sauro.
E
quando finalmente os dois empregados param de trocar farpas e encontram a fita
certa, descobrem que o Belo Adormecido saiu do hospital sozinho, caminhando
sobre os próprios pés, e parecia estar bem.
Mas
é claro que um paciente que ficou sabe-se lá quantos anos em coma deve estar,
no mínimo, desorientado. Então, lá vai o povo atrás dele.
A
porta por onde ele saiu leva à floresta. Um trabalho de busca mais familiar
para o Xerife Graham – que conhece bem a região – do que para Emma, acostumada
a encontrar seus fugitivos em lugares como Las Vegas, enfiados numa pista de
dança ou no decote de uma stripper, e não no meio do mato.
De
repente ouvem um ruído na retaguarda. E não parece ter sido peido.
Já
que ela foi a última pessoa que o sujeito viu quando acordou, ele deve estar
indo para o último lugar onde se lembra de tê-la encontrado. Ou o último trecho
da história que ela leu para ele; ou seja, a Ponte.
Não
há Trolls naquele mundo – não que eles saibam, pelo menos –, mas tem a Ponte do
Pedágio, que está abandonada há anos, e, exatamente como Henry previu,
encontram o Desconhecido desmaiado na margem do rio. E não se deixem enganar
pela aparente frigidez da professorinha de Henry, porque o boca a boca que ela
fez no bonitão ao lhe prestar os primeiros socorros se parecia demais com um
beijo de língua!
Seja
respiração boca a boca ou beijo de amor verdadeiro, o importante é que o Fulano
acordou, mas ainda não faz ideia de quem seja. Então eles o levam de volta ao
hospital, onde ele volta a depender do soro intravenoso, e de repente uma
mulher desesperada irrompe pela porta, chamando-o de David, e alegando ser
esposa dele.
Resumo
da novela: eles brigaram, ela pensou que ele tivesse se mudado para Boston, e
nunca foi atrás para saber se ele estava vivo.
E
como Emma não nasceu ontem, ela saca que é conveniente demais que Regina tenha
encontrado a Barbie nojenta assim, tão de repente, justamente quando o Fulano
acordou, se a Prefeita foi o contato de emergência dele o tempo todo.
E
como é óbvio que tem maracutaia em toda aquela historinha, e está na cara
também que Regina está armando alguma, Emma decide aceitar a oferta do quarto
disponível no loft da professora, que ela tinha oferecido na noite anterior,
quando viu Emma se preparando para dormir em seu Fusca.
Henry
parece ter razão sobre outras coisas também, além do modo de despertar
pacientes em coma. Conversando com Mary Margaret, Emma se dá conta de que
Regina é prefeita há muito mais tempo do que seria aceitável para a idade dela
– a professora nem lembra mais quando foi que Regina se elegeu pela primeira
vez, mas aparentemente Henry ainda não estava na cidade. Ou seja, tem mais de
dez anos. E pelo visto, ninguém se atreve a desafiá-la, e permitem que ela
manipule a cidade inteira ao seu bel-prazer.
Mas
Regina aparentemente desistiu de atacá-la, depois de investigar sua vida, e
descobrir que ela se mudou sete vezes na última década. Emma não costuma criar
raízes em lugar nenhum, e é por isso que agora ela tem certeza de que a moça
não representa qualquer perigo para ela ou para o filho. Só pede que, quando
decidir cair fora, Emma não magoe Henry.
O
engraçado é que Emma teve a chance, naquela manhã mesmo, de começar a criar
raízes em Storybrooke, quando o Xerife a cercou na rua para agradecer a ajuda
no caso do Fulano desaparecido.
Ela
não pensava em aceitar, mas Regina pressioná-la a cair fora de uma vez a deixou
furiosa. E para ajudar um pouco mais em sua decisão sobre ficar ou não ficar,
se ajustar ou não àquela cidade esquisita, Gold a procurou naquele dia para lhe
oferecer seu primeiro trabalho oficial em Storybrooke: procurar uma garota que
o atacou em sua loja noite passada, e fugiu levando algo de valor que lhe
pertence. Ele não quer envolver a polícia, porque a moça está estourando de
grávida, e ele não quer arruinar a vida dela. Uma afirmação que deveria ter
ligado o desconfiômetro da Emma. Principalmente depois de ele se recusar a
contar o que foi que ela roubou.
E
para tornar seu dia ainda mais interessante, Henry conseguiu se livrar da mãe,
que se entupiu de batom logo cedo para ir a uma “reunião com o conselho da
cidade”, em pleno sábado, e só vai voltar às dezessete horas. O que significa
que ele pode passar o dia todo com sua mãe biológica. E como ele faz cara de
inocência, e Gold pouco se importa com o que o filho da prefeita apronta, ele
finge não estranhar o fato de o menino estar perambulando sozinho pelas ruas de
Storybrooke. Cidadão modelo esse Gold...
Como
não sabe por onde começar a procurar, Emma vai ao restaurante da Vovó Donalda
para ver se Ruby sabe de alguma coisa a respeito da desaparecida Ashley Boyd,
já que Emma a conhecera na manhã anterior na lavanderia que fica nos fundos do
restaurante, quando a prefeita a fez entornar chocolate quente na roupa. A
garçonete conta que o namorado de Ashley deu no pé assim que soube da gravidez
(típico!), e a garota não tem família (mais típico!), exceto uma madrasta e
duas irmãs com quem não se dá (tipicamente Cinderela!). Aliás, essa era a única
informação que Henry precisava para sacar que a garota era a Gata Borralheira
lá em Tão, Tão Distante, já que em Storybrooke ela continua sendo empregada
doméstica.
E
na falta de uma pista melhor, Emma decide seguir o conselho de Ruby e bater um
papinho com Sean Herman, o ex-namorado de Ashley, mas ele não faz a menor ideia
de onde ela esteja. E a história não é exatamente do jeito que a garçonete
contou. Sean é claramente manipulado pelo pai, e foi ele quem exigiu que o
rapaz abandonasse a moça grávida, para que ele não jogasse a vida fora para
criar um filho com uma qualquer. O homem já teve um trabalhão para conseguir
aquele acordo, para enviar o filho dela a um lar adequado, pagando à Ashley uma
pequena fortuna.
Eis
o verdadeiro motivo porque o agiota não queria a polícia envolvida no caso. O
tal bem valioso que Ashley roubou dele era o próprio bebê. Mas esse acordo aí
era do arco da velha, e foi selado muito antes de todo mundo ser arrastado para
Storybrooke.
Cinderela
tinha visto a carruagem com sua madrasta e suas irmãs coloridas partir para o
baile, e ficou admirando os fogos de artifício que iluminavam o castelo naquela
noite. Melancólica, claro, porque todo mundo saiu vestido de gala, enquanto ela
ficou em casa, vestida de chita, imunda, varrendo o chão, sem permissão para ir
ao baile se divertir e conhecer um Príncipe. Eis que sua Fada Madrinha resolveu
aparecer para resolver o problema dela, prometendo realizar seu sonho, mas
antes que pudesse terminar as apresentações, a criatura virou purpurina bem
diante dos olhos da moça.
Claro
que isso só podia ser arte do Rumplestiltskin, que veio afanar a varinha mágica
da fada, pois, segundo ele, a coisa está chapada de magia negra. Mesmo assim, a
moça ainda quer ir ao baile, e ele decide providenciar pessoalmente o Bibit Bobit Bum. Claro que, sendo ele a
ajudá-la, a magia lhe custará algo precioso.
De
modo que Cinderela não precisou se preocupar com o preço naquele momento, e,
talvez por nunca ter ouvido falar daquele diabo, foi logo aceitando o milagre
fiado, e assinando uma nota promissória, sem nem perguntar qual foi o valor
preenchido por ele, nem ler as letras miúdas.
E
como Rumple adora essas conveniências, ele troca seus trajes de escrava pelo
glorioso vestido azul e os sapatos de cristal – pois toda história precisa de
um detalhe memorável –, e a despacha para o castelo, onde ela conhece o
Príncipe, casa com ele... Aquele conto de fadas velho que todos estamos carecas
de conhecer.
O
problema começa quando ele aparece no baile de seu casamento com o Príncipe
Thomas para contar qual foi o preço que ele colocou naquele contrato: o filho
primogênito da nova Princesa.
Essa
informação a leva a fazer as malas logo após a lua de mel, ao descobrir que já
está com o pãozinho no forno, pois imagina que o Príncipe irá escorraçá-la
quando descobrir que ela vendeu o filho deles antes mesmo de conhecê-lo.
Querida,
entenda uma coisa: não existe pechincha nem promoção quando se está negociando
com Rumplestiltskin!
Mas
o Príncipe acaba sendo mais compreensivo do que se esperava, e decidiu pôr a
cabeça para funcionar, para descobrir um modo de alterar o acordo dela com o
diabo.
Quem
acaba encontrando uma alternativa é o Príncipe Encantado. A essa altura ele já
estava casado com Branca de Neve, que provavelmente já estava prenha também.
Cinderela, na reta final de sua gravidez, concorda em atrair Rumplestiltskin
para uma armadilha, em que ela tentará convencê-lo de que está grávida de
gêmeos, e como sabem que ele não resistirá a ficar com ambos os bebês, ela
pedirá que ele altere o acordo, inventando que o Reino está com dificuldades
financeiras, para que ele assine um novo contrato, concordando em tornar a
terra mais fértil em troca do segundo bebê, usando uma pena especial, que foi
encantada pela Fada Azul, para paralisar e anular a magia de quem utilizá-la.
É
claro que Rumple desconfiou da armadilha, mas ele também tinha friamente
calculado ser encarcerado pelos Encantados na cela especial preparada
exclusivamente para ele na Mina dos Anões, onde ele ficaria impossibilitado de
usar magia, mas completamente disponível para receber a visita de Branca de
Neve, e assim descobrir o nome que ela escolheu para sua filha, a criança salvadora.
E ele precisava dessa informação, pois tinha planos para ela.
Só
que logo após ajudar a prender Rumplestiltskin, Cinderela teve que lidar com o
desaparecimento do Príncipe Thomas. Já que ele assumiu a dívida pela nova magia
utilizada, alguém achou por bem cobrá-la imediatamente, e Rumplestiltskin
garantiu que ela não veria seu Príncipe de novo enquanto não lhe entregasse o
bebê que havia prometido. Não importando em que mundo estivessem – pois naquela
época a Maldição já havia sido anunciada.
E
essa promessa se cumpriu. A de mantê-la separada do rapaz, eu quero dizer.
Cinderela não voltou a ver seu Príncipe até dar à luz uma menina de seis (!)
quilos, naquele mesmo dia em Storybrooke. Bem, depois de ter ficado grávida por
vinte e oito anos – fato que por si só já devia incluí-la no Guiness Book – não me admira a criança
ter nascido tão grande. Pela lógica, essa menina já deveria ter nascido
formada, pós-graduada e doutorada.
Acontece
que Ruby mandou Emma conversar com Sean para dar uma vantagem à amiga, para
tentar fugir da cidade com o carro dela. Mas, como Henry já cansou de avisar,
ninguém atravessa a fronteira da cidade. De modo que encontraram o carro
estacionado e aberto perto dos limites de Storybrooke, e Ashley prestes a parir
no mato.
Emma
conseguiu levá-la para o hospital a tempo, e tão logo a menina nasceu, Gold já
estava lá para requisitá-la. E como a moça estava mesmo decidida a ficar com a
filha, e mudar sua vida inteira para poder cuidar dela, a Salvadora negociou um
novo acordo com Gold, em que ele concordava em transferir a dívida de Ashley
para Emma.
Um
pouco mais de cautela, Srta. Swan... Nunca se sabe que tipo de coisa esse
cidadão pode ter em mente para te cobrar depois. Ele pode te pedir para matar
alguém, roubar alguma coisa, tirá-lo da cadeia, procriar com o filho dele...
Ops!
Alerta de spoiler atrasado!
E
aqui entre nós: essa jaqueta é do Henry, né? Porque se não for, mau gosto
mandou lembrança, viu, Emma?!
Emma
avisa Ashley que conseguiu tirar Gold de seu pé, e a moça conta que decidiu
chamar sua filha de Alexandra – o nome que o Príncipe Thomas sugerira em Tão,
Tão Distante, e que ela havia detestado, quando, não se sabe como, ele já tinha
certeza de que era uma menina, sendo que nem a Fada Azul, pelo que eu sei,
podia prever o sexo de uma criança ainda no útero; a não ser que Branca de Neve
tenha compartilhado certo artefato com essa Princesa... E ela ainda se
reconciliou com o namorado, que finalmente decidiu sair de baixo da asa do pai,
e assumir sua filha como um homem de verdade.
Tudo
resolvido, Emma corre para levar Henry para casa, antes que Regina chegue, dê
pela falta dele, e coma seu fígado. Afinal, a Prefeita é mais assustadora que o
Gold!
Mal
sabem eles que, como eu suspeitei desde o princípio, a tal reunião do conselho
aconteceu num dos quartos da Pensão da Vovó, que Regina usa como motel, cada
vez que decide fazer serão com o Xerife,
que ela largou esbaforido, ao correr para casa para não perder o horário de
retorno que informou ao filho.
Henry
chega em casa em cima da hora, e corre para o seu quarto, largando um tênis
caído na escada, se joga na cama, agarra um livro e faz cara de inocência,
quando Regina vai direto ao seu quarto verificar se ele cumpriu direitinho suas
ordens de ficar quietinho fazendo o dever de casa.
Sabe
de nada, inocente!
E
já que garantiu o primeiro final feliz naquela cidade, a Salvadora decide
aceitar a proposta indecente do Xerife, e se tornar sua assistente. Claro que
Regina pode criar caso, mas nós sabemos perfeitamente que ele sabe como amansar aquela fera...
E
para quem precisa de mais provas de que Henry tem razão sobre a presença da
Salvadora estar provocando mudanças na cidade e o enfraquecimento da Maldição,
foi só Emma colocar o distintivo de assistente, oficializando sua decisão de
permanecer em Storybrooke, para todos sentirem um terremoto. Acontece que parte
dos túneis de uma antiga mina abandonada escolheram aquele exato momento para
desmoronar.
E
como problema pouco é bobagem, depois de a Prefeita e os bombeiros terem
isolado a área, Henry percebeu que as minas eram um ótimo lugar para procurar
provas de que sua teoria sobre todos ali serem personagens de contos de fadas é
real, e decidiu entrar escondido nos túneis, sob o risco de acabar soterrado.
A
verdade é que o moleque até estava certo, mas seria quase impossível ele descer
tão fundo nos túneis sozinho, principalmente sem se machucar no caminho, mas o
esquife de vidro onde Branca de Neve foi velada pelos Anões depois de ter
comido a maçã envenenada estava sepultado bem no fundo das minas.
Regina
não ficou nada satisfeita em saber que Emma é a nova assistente do Xerife
Graham – afinal, o prefeito e o corno são sempre os últimos a saber das coisas
–, mas com Henry em perigo, as duas acabaram tendo que trabalhar juntas para
resgatá-lo.
Archie,
o Dr. Grilo Falante, que tem feito as vezes de psicólogo do garoto, foi o
primeiro a entrar nas minas para procurá-lo, e acabou ficando preso com ele
após um segundo desmoronamento.
Felizmente,
com a ajuda de Pongo, a equipe de resgate conseguiu encontrar as grades de um
duto de ventilação, por onde Emma pôde descer para resgatar Henry e Archie,
exatamente no momento em que o elevador por onde tinham tentado sair, e
acabaram ficando presos, estava prestes a desabar no poço sem fundo.
Sorte
sua não pesar nada, Sr. Grilo Falante!
Enquanto
a nova funcionária pública vivia aventuras em seu primeiro dia de trabalho,
Mary Margaret arrumava sarna para se coçar. Tudo bem que a professora era
voluntária no hospital, mas a atenção que ela estava dedicando ao ex Belo
Adormecido não estava na folha de trabalho. Talvez influenciada pela
insistência de Henry sobre o Fulano ser sua alma gêmea; talvez por ter gostado
da textura dos lábios dele quando lhe fez o boca a boca na Ponte do Pedágio;
talvez porque, estando soltinha na pista, o que cair na rede é peixe... O fato
é que a professorinha está passando bastante tempo com ele, e já começa a se
sentir culpada, porque ele corresponde aos seus sentimentos, mas, ao contrário
do que se imaginava, a suposta mulher dele não é uma vaca.
Na
verdade, a Barbie Midas versão Storybrooke é bem simpática, e não parece
preocupada com essa amizade do suposto marido com a professora. Ela está mais
interessada é em ajudá-lo a recuperar sua memória – a versão amaldiçoada, não
sua vida em Tão, Tão Distante, como Príncipe usurpador, matador de dragões,
negociante das quebradas, e tudo mais.
E
é justamente por se sentir culpada por gostar de um homem casado, que Mary
Margaret decide não ir à festinha de boas-vindas que Kathryn organizou quando
David finalmente recebeu alta do hospital. E embora esteja com a casa cheia de
gente que ele nunca viu na vida, o bonitão sente falta de uma pessoa só: Mary
Margaret; e decide sair no meio da festa para procurá-la. Acontece que ele não
tem nenhuma lembrança de seu casamento com Kathryn, e não consegue se lembrar
de ter algum sentimento por ela também. Já pela professora, ele arrasta um
caminhão...
Os
princípios da professora gritam que ela deve ficar longe dele, mas quando David
decide deixar a esposa para ficar com ela, tudo muda de figura, mesmo com Regina
ameaçando espalhar por aí sua fama de destruidora de lares.
Irritar
Regina é o novo hobby dos moradores de Storybrooke, pelo visto.
Pena
que, justamente quando está decidido a reorganizar a vida e recuperar seu final
feliz, David tenha entrado na loja do Sr. Gold por engano – porque a prefeita
conhece sua cidade o suficiente para lhe indicar o caminho errado para o lugar
onde marcou encontro com a professora –, visto a antiga caixa de correio em
forma de moinho de vento que costumava decorar o jardim da casa de Kathryn, e
ela tenha lhe trazido as memórias amaldiçoadas de seu casamento com a Barbie
Midas.
Falando
nisso, o pai dela nunca deu as caras em Storybrooke. Onde será que ele se
enfiou? Alguém viu uma estátua de ouro em tamanho humano por aí?
O
caso é que agora o safado decidiu que talvez seja melhor passar um tempinho com
Kathryn, para descobrir se gosta dela ou não, o que, naturalmente, parte o
coração da pobre professorinha.
E
como beber desacompanhada é um saco, ela acaba aceitando o convite de Whale.
Afinal, quem não tem gato, caça com o que tem à mão, mesmo...
E
falando em pegar nego no flagra, quando faz a ronda naquela noite, Emma vê um
elemento saindo pela janela da casa da Prefeita. E como todo mundo sabe que
ladrões preferem a porta dos fundos, ela só pode presumir que o Xerife Graham
seja amante de Regina.
Em
outras palavras: arrume outro horário para fazer hora extra com a Prefeita!
Sobre
a questão da cadela, Graham tinha dito à Emma que iria alimentar os animais no
abrigo naquela noite, por isso pediu que ela fizesse a ronda. Essa assistente a
partir de hoje não vai dar um minuto de lambuja pro Xerife depois das seis da
tarde, pode escrever!
E
depois disso, Emma passa a evitá-lo, pois além de ele estar envolvido com sua
arqui-inimiga, está meio na cara que a nova assistente de Xerife sente alguma
atração por ele, apesar de não terem contracenado tanto assim juntos. E tentar
explicar a ela que seu caso com a Prefeita é um mero passatempo – provavelmente
remunerado, porque, nesse caso, o futuro
te condena, moço –, e roubar um beijo de sua assistente no meio da rua não fará
muito bem ao relacionamento já tumultuado da nova cidadã com a Prefeita.
Mas
beijar a Salvadora acaba fazendo um bem danado à memória do Xerife, que começa
a recuperar flashes de sua vida
passada. Tipo o lobo que Emma quase atropelou em seu primeiro dia na cidade,
que era seu companheiro de aventuras lá em Tão, Tão Distante, e uma imagem
perturbadora dele tentando esfaquear Mary Margaret...
Claro
que ele não estava se lembrando de uma agressão à professora, propriamente, mas
à Branca de Neve.
Acontece
que, como a Princesa era adorada por todos no Reino, inclusive os soldados do
exército Real, a Rainha Má precisou contratar um assassino de fora para dar
cabo de sua enteada. Isso aconteceu logo depois do funeral do Rei, e, seguindo
o conselho de seu Espelho Mágico, Regina decidiu contratar um Caçador, alguém
que não se importaria com a espécie de sua presa, para lhe trazer o coração de
Branca de Neve.
Ela
já tinha ouvido falar sobre aquele homem. Diz a lenda que ele foi abandonado
pelos pais ainda muito pequeno, e criado por lobos.
Ela
lhe deu a tarefa, em troca de torná-lo seu Caçador oficial, mas ele não estava
interessado no emprego. Ele queria que a Rainha proibisse a caça aos lobos no
Reino. E como seu preço era barato, ela concordou.
Exatamente
como no conto que conhecemos, o Caçador se vestiu como um guarda do palácio e
levou Branca de Neve para passear na floresta. Mas como já ficou claro, nessa
versão, a Princesa não é uma menina ingênua, e percebeu na hora que aquele homem
não era um guarda de verdade, já que foi o único a não lhe apresentar as
condolências pela recente morte de seu pai.
Branca
de Neve correu o máximo que pôde, mas não demorou a constatar o óbvio: ela não
conhecia direito aquela floresta; o Caçador a alcançaria, por mais que ela
corresse. Então ela parou à beira de um lago, e enquanto aguardava sua execução,
escreveu uma carta para ele entregar à Rainha. Para sorte dela, os lobos que o
criaram eram criaturas conscientes, e pensavam no futuro do menino, por isso
todos os dias o enviavam à escolinha do Professor Girafales, onde o Caçador
aprendeu a ler. Sem sequer pedir permissão, ele leu a carta da Princesa, e,
percebendo que ela não merecia o destino que a madrasta encomendara, decidiu
poupá-la e permitir que fugisse.
Ele
até tentou enganar a Rainha, entregando o coração de um cervo, junto com a
carta melosa de Branca de Neve, em que a Princesa a perdoava por encomendar sua
morte, reconhecendo o erro que cometeu ao destruir a felicidade da Rainha, mas
quando esta tentou guardar o coração em seu cofre, o mecanismo que identifica
corações humanos não se moveu, denunciando a traição do Caçador, que acabou
tendo o próprio coração arrancado como punição.
Mas
em vez de matar o bonitão, a Rainha decidiu fazer bom uso de seu novo brinquedinho, conservando-o em seus aposentos.
E o curioso é que o Caçador não ficou tão assustado por ter seu coração
arrancado e continuar vivo, nem com a ameaça de morte e uma demonstração
dolorosa do que poderia lhe acontecer se saísse um dedinho da linha. O que lhe
causou mais medo foi saber que, dali em diante, seria usado para remover as
teias de aranha de Sua Majestade.
E
depois de se lembrar de alguns pedaços desse passado sórdido, Graham decidiu ir
até a professora e descobrir se alguma vez tentou fazer mal a ela. Ainda mais
depois de o Gold ter posto uma pulga atrás de sua orelha, revelando sua crença
sobre os sonhos serem memórias de uma vida passada. Mas é claro que Mary
Margaret não sabe do que ele está falando. Também não se lembra de quando o
conheceu, ou quando conheceu qualquer pessoa naquela cidade, mas não parece ver
nada de estranho nisso. Pelo menos ela deixa escapar que Henry também anda com
um papo maluco sobre os personagens do livro, e o Xerife, desconfiado de que
talvez o garoto saiba de algo que o resto das pessoas não saibam, vai lá
conversar com ele, e ver o conto do Caçador no livro.
Agora
ele sabe que o lobo, que continua aparecendo para ele na cidade, é seu amigo, e
decide permitir que o animal o leve até o mausoléu onde a Rainha Má escondeu
seu coração. E apesar de Emma acreditar que ele está delirando porque está com
febre, ela o acompanha em sua busca, que não dá em nada. Exceto um arranca-rabo
dos infernos com Regina, em que as duas mães do Henry trocam socos e puxões de
cabelo por causa do bonitão – literalmente –, Emma joga na cara dela que todo
mundo que devia gostar de Regina a está trocando por ela, e de repente ela se
toca que a vadia não vale nem seu aborrecimento, nem seu descabelamento, e
deixa os dois discutindo a relação no cemitério.
Mas
ele também não perde tempo, e corre atrás de Emma, para remendar seus arranhões
na delegacia.
Eles
só esqueceram que Regina, segundo Henry, é a Rainha Má, e não leva desaforo
para casa. E como além do pé na bunda, Graham também se tornou uma ameaça à
estabilidade de sua Maldição, uma vez que ele começou a recuperar as memórias
de Tão, Tão Distante, Regina decide dar um jeitinho nele.
Resgatando
o coração dele, que estava mesmo guardado na cripta, exatamente como o lobo
uivou, ela o esmaga, fazendo-o cair mortinho da Silva nos braços de Emma.
É,
mas não teve jeito, não, Emma. Supostamente, o Xerife sofria de um grave
problema de coração, conhecido clinicamente como “esmagamento do miocárdio”,
provocado por mãos invejosas de Rainhas Más “pé-na-bundizadas” e “dor-de-cotovelizadas”.
A
história então dá um salto de duas semanas na vida dos cidadãos de Storybrooke,
pois esse é o tempo legalmente exigido pelo Código Municipal para que a
assistente seja promovida automaticamente ao cargo de Xerife. Isto é, se a
Rainha Má permitir, né...
O
que não será o caso. Pois a mesma lei também diz que a Prefeita pode indicar
alguém para o cargo dentro do prazo, e ela escolheu Sidney Glass, o repórter
sensacionalista do jornal local. E como seus serviços não são mais necessários,
ela encaminha a demissão da assistente Emma Swan.
É
claro que Emma volta para casa furiosa, disposta a esvaziar a garrafa de uísque
e descarregar sua raiva na coitada da torradeira, mas para sua sorte, o Sr.
Gold conhece de cor e salteado as leis municipais, e por acaso, vem com uma
cópia do livro debaixo do braço quando ela está tentando consertar o estrago
que fez dando porrada no aparelho elétrico, e se propõe a ajudá-la a reaver o
cargo, pois Regina pode até indicar um candidato,
mas a lei exige uma eleição.
Então
Emma interrompe a cerimônia de posse do novo Xerife para exigir uma eleição
pública. E com a lei jogada na sua cara bem diante da imprensa local, Regina
não tem outra saída, senão aceitar, e anunciar que dará total apoio a Sidney
Glass.
Depois
que a imprensa vira as costas, ela já pode soltar fogo pelas ventas, e ir
rosnar na loja de penhores do Sr. Gold.
Regina
solta os cachorros por ele ter mostrado o catálogo de leis municipais à sua
maior inimiga, mas Gold mantém seu apoio à Srta. Swan.
Como
Henry já tinha apontado à mãe biológica, Regina não faz questão de jogar limpo,
e tão logo foi obrigada a anunciar a eleição, seu candidato favorito publicou
um dossiê completo sobre a adversária no jornal. Banalidades, como o filho de
Emma ter nascido quando ela estava na cadeia. Mas não é com isso que ele está
traumatizado; ele ainda acredita que Graham morreu por culpa de Regina, porque
ela é malvada e eles perturbaram a Maldição.
Então
Emma vai tirar satisfações com Regina, porque as informações no jornal estavam
protegidas pelo sigilo da adoção, portanto, sua publicação é ilegal.
Regina
não se deixa abalar, e argumenta que todos perdem seus heróis em algum ponto, e
recomenda que Emma tenha cuidado com quem anda dormindo naquela cidade, pois
Gold é uma cobra. Disse a vadia que
obrigava o Caçador a frequentar sua alcova. Mas Emma também não se abala
com essa acusação, pois só está combatendo fogo com... A propósito, que cheiro
de queimado é esse na prefeitura?
Na
pressa de fugir do incêndio, Regina acaba torcendo o pé, e Emma a apoia para
ajudá-la a sair do prédio em chamas.
Agora,
como foi que esse prédio pegou fogo do nada?
Ou
melhor: terá sido mesmo do nada que o incêndio começou?
Evidência N° 1:
É botar o pé fora do prédio, as duas dão de cara com um monte de repórteres e
fotógrafos, doidos para fazer a primeira foto do salvamento.
O
que, aliás, só serve para deixar a prefeita ainda mais furiosa, porque ela sabe
que essa manchete pode ser favorável à Emma na eleição.
Por
outro lado, as pessoas boas que sabem que devem amar seus inimigos dão seus
cumprimentos à Emma por ter salvo a vida de Regina, aquela cadela falsa,
lazarenta, assassina... E correm para ver se alguém conseguiu tirar uma boa
foto do salvamento para estampar os cartazes de Emma na eleição.
Henry
fica todo orgulhoso por ver que sua mãe biológica é uma heroína, e por
descobrir que estava ligeiramente enganado, pois é possível vencer sem jogar
sujo.
Sujo,
tipo o trapo que possivelmente começou o incêndio, e que é a Evidência N° 2; e que leva Emma a
desconfiar na hora de quem pode ter feito isso.
Ela
corre para tirar satisfações com Gold, que indiretamente reconhece sua
participação naquela virada de jogo a favor de Emma, que esfregou na cara de
todo mundo que é uma heroína, capaz de salvar a vida de sua arqui-inimiga
declarada. Afinal, Regina não é a única que tem olhos em toda parte naquela
cidade. Mas Emma não quer vencer a eleição desse jeito.
Então,
durante o discurso de abertura no debate dos candidatos à Xerife, Emma comunica
aos cidadãos de Storybrooke que o incêndio foi provocado por Gold, para que ela
tivesse uma boa manchete para vencer as eleições, mas ela não quer esse tipo de
ajuda.
Ao
contrário do que ela esperava, porém, seu discurso acaba conquistando a
confiança dos cidadãos locais, e garantindo sua vitória na eleição.
Porque
aparentemente, se há alguém de quem o povo tem mais raiva que de Regina, esse
alguém é Gold. E uma pessoa que tenha coragem para enfrentá-lo, é tudo o que eles
querem ocupando o posto de autoridade policial.
E
pela primeira vez vemos Regina colocando a raiva de lado para compartilhar com
Emma uma inimizade em comum. Porque sua guerra pessoal com Gold provavelmente
supera qualquer outra rivalidade.
O
que elas não sabiam era que Gold tinha tudo friamente calculado, inclusive a
revolta da Salvadora, e já esperava que ela fosse revelar sua tramoia durante o
debate. O povo de Storybrooke o teme muito mais do que à Regina, e ele sabia
que se Emma o desafiasse publicamente, todos votariam nela para Xerife. E como
veem, funcionou.
Além
disso, ele sabe como reconhecer uma alma desesperada, porque ele próprio já foi
uma.
Aliás,
gente desesperada é o que não falta nessa cidade.
Tem
a Mary Margaret, de quem vou falar já, já, e o próprio Sidney Glass, que depois
de ter sido detonado na eleição, foi mais detonado ainda por Regina, perdeu seu
emprego no jornal, e acabou enchendo a cara para afogar as mágoas. E como não
tinha mais nada a perder, decidiu buscar uma aliança com a nova Xerife para
denunciar os podres da Prefeita no Conselho da Cidade. Coisa básica de
político, como um desvio de cinquenta mil dólares em verbas municipais.
Sidney
grampeou o telefone de Regina e o GPS do carro, agora só precisam segui-la para
descobrir em qual paraíso fiscal ela malocou o dinheiro.
Quando
interrogada, Regina joga a culpa do desaparecimento dos registros financeiros
da prefeitura no incêndio que elegeu a nova Xerife. Mas graças a uma escuta que
Emma plantou – tão discretamente quanto uma tijolada na cara – na mesa do
gabinete da Prefeita, eles descobrem que esta noite ela levará um pagamento em dinheiro a
uma pessoa misteriosa nos limites da cidade.
Melhor
a Emma não ir com tanta sede ao pote desta vez, porque esse buraco pode não ser
tão embaixo assim.
Graças
a um probleminha com os freios da viatura, que forçou Emma a destruir outra
placa de sinalização – o hobby favorito da nova Xerife –, eles perdem o
flagrante da entrega, mas ao menos conseguem descobrir quem recebeu o dinheiro.
E o michê da vez é o Sr. Gold, de quem Regina comprou alguns acres do terreno
florestal com a grana desfalcada.
E
como os motivos de Regina não faziam parte da negociação, Gold não tinha nada a
declarar, e Emma se viu obrigada a invadir o gabinete da prefeitura no meio da
noite para tentar descobrir alguma coisa por conta própria.
Ela
consegue encontrar os arquivos dessa transação no computador de Regina, e,
fuçando as gavetas, encontra um molho de chaves muito suspeito, mas acaba não
tendo tempo para averiguar o que aquilo abre, pois Regina logo aparece para
travar o alarme de segurança e surpreender a Xerife xeretando.
Como
as transferências foram feitas para a conta pessoal de Regina, eles têm o
suficiente para desmascará-la diante do Conselho Municipal, mesmo tendo obtido
as informações de maneira ilegal – arrombando, invadindo, hackeando...
O
que Emma nem desconfiava era que Regina estava preparada para rebater suas
acusações públicas, revelando que realmente fez aquele saque do orçamento
municipal para comprar um terreno de Gold, mas não para construir algo para si
mesma, e sim um novo playground para as crianças, já que a tempestade destruiu
o castelinho na praia onde Henry costumava brincar.
Mas
isso acaba custando caro à Emma, que fica proibida de se aproximar do filho,
por ordem da prefeita. Como mãe adotiva, ela pode conseguir uma ordem de
restrição oficial se Emma não obedecê-la.
Outra
coisa que Emma deveria ter desconfiado, era que Sidney estava mancomunado com
Regina para induzi-la a fazer papel de palhaça diante de toda a cidade, pois
ele sabia desde o princípio que Regina estava construindo o playground para as
crianças, e ela colaborou para fazer a Xerife acreditar que ela estava fazendo
algo indevido, e assim ter um pretexto para afastá-la de Henry. E Sidney ainda
se aproveitou mais um pouquinho da nobreza da Xerife para plantar uma escuta na
delegacia, sem que ela soubesse. Agora Regina saberá todos os passos de Emma
com antecedência. O que muito agrada a prefeita.
Já
notaram que Regina é uma vaca de mão cheia, né? Deu mole, essa mulher está
passando o rodo. Mas esse caso aí é extremamente antigo. E falso!
Tudo
começou há muito tempo, lá em Tão, Tão Distante, quando o Rei Leopoldo, pai da
Branca de Neve ainda era vivo. Um belo dia, estava ele passeando pela floresta,
quando encontrou uma Lâmpada Mágica na margem de um lago.
Como
veem, o extremamente entediado Gênio de Agrabah era o nosso velho amigo Sidney
Glass.
Acontece
que o Rei Leopoldo não tinha nada a desejar – se o Gênio não tivesse começado
com a lista das restrições, talvez ele tivesse desejado sua amada Rainha de
volta dos mortos –, pois se considera feliz e satisfeito em ver a felicidade de
seu povo e a prosperidade de seu reino. E como percebe a infelicidade do Gênio
por ser o escravo da Lâmpada, decide usar somente um desejo, para libertá-lo.
As cadeias do Gênio se partem, e desaparecem magicamente.
Mas
ainda restam dois desejos na Lâmpada, independentemente de ter um Gênio dentro
dela ou não. Então o Rei deseja dar seu último desejo ao Gênio, mas este já
realizou desejos suficientes para saber que sempre acabam mal, pois até a magia
dele está sujeita ao Fisco, como Rumplestiltskin adora nos lembrar. E como não
gosta de declarar Imposto de Renda, o Gênio decide guardar aquele último
desejo, determinado a nunca usá-lo.
E
como ele não tem planos imediatos, a não ser curtir a vida e, se pá, encontrar uma belezura para chamar
de sua, o Rei o convida para passar alguns dias em seu castelo, e conhecer as
beldades de seu Reino.
E
qual foi a beldade que acabou despertando o coração empoeirado do antiquíssimo
Gênio? Sua Majestade, a Rainha Regina!
Claro
que o Gênio vê a dificuldade em conquistar o afeto da esposa de seu benfeitor,
mas ele não demora a perceber toda a infelicidade que a rodeia, vivendo à
sombra da falecida mãe de Branca de Neve, por quem o Rei continua apaixonado,
sentindo-se deslocada como uma intrusa naquela família.
Lógico
que ela fica tocada com suas palavras de devoção. E o Rei não demora a
desconfiar que alguém roubou o coração de sua esposa. Não literalmente, como
ela fez com o Caçador; ele suspeita que ela esteja apaixonada por outro homem.
E encarrega o Gênio de descobrir a identidade dele.
E
como é uma cretina dissimulada, que se aproveita da nobreza de pobres Gênios
apaixonados, ela usa toda a sua sedução para convencê-lo a colocar na cama do
Rei uma Víbora de Agrabah, a cobra de duas cabeças extremamente venenosa que o
pai dela contrabandeou para dentro do castelo – nem quero saber onde foi que o
velho Príncipe Henry arrumou aquilo, ou com que objetivo, além de ajudar a
filha a cometer um assassinato; porque quando se trata de agradar Regina, a
moral do velho Henry termina na linha dois da página um.
Só
para constar: o Gênio ingrato concordou em matar o homem que lhe concedeu a
liberdade, só para agradar um rabo de saia! Prova de que mesmo magias
altruístas podem se voltar contra a pessoa.
Parte
um e parte dois da praga do moribundo se cumpriram em tempo recorde! Porque tão
logo presta relatório do serviço à Rainha, o Gênio descobre que ela não tem
qualquer intenção de colocar um anel de compromisso em seu dedo. Muito
convenientemente, a serpente que matou o Rei veio da terra natal do Gênio da
Lâmpada, ou seja, todo mundo já está sabendo que foi ele quem assassinou o Rei.
Percebendo que foi traído, usado, manipulado e seduzido por uma cobra mais
peçonhenta que a víbora de duas cabeças que acaba de usar para matar o Rei, o
Gênio decide usar o último desejo que restou na Lâmpada – aquele que ele tinha
jurado jamais usar – para desejar ficar junto dela para sempre. Só que depois
de séculos como Gênio da Lâmpada, ele se esqueceu de alguns pequenos detalhes:
primeiro, de especificar direitinho todos os termos do desejo, para evitar
erros; segundo, não pode desejar amor; terceiro e mais importante: desejos têm
a mania de se voltar contra o feiticeiro.
E
foi assim que o Gênio da Lâmpada perdeu sua tão sonhada liberdade, tornando-se
mais uma vez escravo, mas agora do Espelho Mágico – o mesmo espelho que ele
dera à Rainha quando começaram a trocar telefones.
Quanto
à terceira praga, todos sabemos como Regina se sentiu solitária após declarar
guerra à enteada, a ponto de arrastar todo mundo àquela terra sem magia, onde
se sentiu ainda mais sozinha, até adotar o Henry, que preferiu dar um calote na
professora para encontrar a mãe biológica do que se deixar enredar pelo suposto
carinho da Rainha Má. Regina já devia saber que pouquíssimas pessoas vão com a
cara de assassinos e de gente má.
E
ter cuidado com o que deseja nos leva de volta à prometida questão da Mary
Margaret, que anda com desejos muito proibidos a respeito de certo Belo
Adormecido que despertou espertinho demais para o nosso gosto. E como ainda
estão presos numa Maldição, é de se imaginar que essa novela não vá acabar bem.
A
professora anda levantando mais cedo que de costume, para estar no restaurante
da Vovó às sete e quinze da manhã, quando David passa para comprar café a
caminho do trabalho no abrigo de animais, fazendo de conta que está ali casualmente.
Ela
reconhece que é um hábito doentio e autodestrutivo, pois ele é casado, e está
na cara que não pretende deixar a mulher, portanto, não adianta ela decorar sua
rotina diária, e seu cardápio semanal.
E
para piorar um pouquinho mais a desilusão da professora, ela estava na drogaria
do Sr. Clark quando Kathryn foi comprar um teste de gravidez.
Aí
já viu, né?!
Decepcionada,
ressentida e devastada, Mary Margaret decide que é hora de ocupar a cabeça com
outra coisa que não seja David. Tipo procurar o bando de uma pombinha que
encontrou perdida, presa numa armadilha na floresta, para soltá-la no meio do
mato... com David.
Porque
não importa o que ela faça, parece que alguma força sobrenatural continua
empurrando-a para cima do bonitão. Clichê dos clichês, cai uma tempestade
naquele dia, para forçá-los a procurar refúgio numa cabana aparentemente
abandonada, onde eles discutem a relação, e o fato de que ambos estão
envolvidos nesse círculo vicioso de se encontrarem “casualmente” na lanchonete
às sete e quinze da manhã, só para tomar sua dose diária de visão um do outro.
E de cutucada na ferida, já que continuam separados. E agora, por um bom
motivo.
Jeitinho
bacana de descobrir que vai ser papai, hein, bonitão? Recebendo a notícia da
mulher dos seus sonhos. Pena que ela não é a mãe da criança...
Felizmente,
estavam todos enganados. Kathryn pensou realmente que estivesse grávida, mas o
teste deu negativo. O que acabou por deixá-la aliviada, já que sua intuição
feminina lhe diz que David não será dela por muito tempo.
A
partir daquele dia, Mary Margaret decide voltar à sua rotina normal, e somente
ir à lanchonete da Vovó às sete e quarenta e cinco. Curiosamente, David teve a
mesma ideia, de modo que eles acabaram se encontrando lá no mesmo horário.
Desta vez, sim, totalmente por acaso.
Porque
se agarrar loucamente no meio da rua, para todo mundo ver, é uma maneira muito
eficiente de esconder um relacionamento extraconjugal.
Mas
esse romance todo não demora a azedar, quando, depois de ver Ashley ser pedida
em casamento por Sean no dia dos namorados, Mary Margaret recebe de David o
cartão que ele escreveu para Kathryn.
Burro
que nem o Quico você é, com certeza, seu Zé Ruela!
Então
é claro que Mary Margaret o manda catar coquinho, porque mesmo uma destruidora
de lares tem lá os seus limites.
E
a paciência da Kathryn também. E é justamente por perceber que David não
consegue decidir o que quer em relação ao seu casamento, que a moça decide se
matricular numa faculdade de Direito em Boston, e dá um ultimato a David para
decidir se quer ir com ela e tentar recomeçar a vida, ou se vai ficar em
Storybrooke, e voltar para o primário.
E
a professora não vai ajudá-lo a tomar essa decisão, porque já se deu conta de
que David está tentando arrumar um jeito de ficar com as duas, e ela não quer
esse tipo de relacionamento.
Tomar
uma decisão até que é fácil; contar à Kathryn que ele prefere a escola
primária, é que são elas... Ele apenas deixa claro que não pretende se mudar
para Boston e que vai começar uma nova vida ali mesmo em Storybrooke, sem
revelar que já tem outra pessoa incluída em seus planos.
Curiosamente,
os dois já tiveram essa conversa lá em Tão, Tão Distante, só que lá ambos foram
honestos um com o outro.
Depois
de concordar em desposar a Barbie Midas, o Príncipe Pastor Encantado tentou
fugir do castelo, e acabou capturado pelos guardas dela, para evitar que George
mandasse matá-lo. Ela já estava sabendo que seu noivinho estava arrastando uma
asa para Branca de Neve, e também não apreciava a ideia de desposar o falso
Príncipe. Mas não por ele ser um simples pastor.
Abigail
se apaixonara por um dos soldados de seu pai, Frederick. Não se sabe se Midas
descobriu o afeto da filha, e o tocou sem luva de propósito, ou se a tragédia
aconteceu acidentalmente, mas a história oficial é que Frederick salvou a vida
do Rei, quando estava prestes a ser morto por um inimigo em batalha, e acabou
sendo vítima do Toque de Ouro de Midas.
A
coitada da Barbie Midas já tinha feito tudo ao seu alcance para tentar desfazer
a maldição de seu amado. O ouro atrapalhava o beijo de amor verdadeiro. A única
coisa que talvez pudesse salvá-lo seria o Lago Nostos, cujas águas, segundo a
lenda, possui propriedades mágicas regenerativas, e poderiam derreter o ouro e
restaurar a vida de seu amado.
O
problema é que o lago é guardado por uma criatura medonha, e até onde se sabe,
ninguém que a tenha enfrentado sobreviveu.
Como
tinha tomado um toco da Branca de Neve, graças a uma tramoia do Rei George, e
portanto não tinha nada a perder, o Príncipe decidiu dar uma forcinha para o
final feliz de sua noiva.
Acontece
que o tal lago era guardado por uma sereia – mas sem cauda de peixe; uma mulher
sedutora, que usa seus encantos para atrair os homens à morte no fundo do lago.
Ela assume as feições de Branca de Neve para tentar seduzir o Príncipe, e
consegue beijá-lo e arrastá-lo para o fundo do lago, mas ele consegue se
libertar, matando a sereia com um punhal, e sepultando-a junto aos cadáveres
dos homens que ela desgraçou.
Como
previram, a água do Lago Nostos foi poderosa o bastante para libertar Frederick
da maldição, para imensa felicidade da Barbie Midas, que pela primeira vez
naquele lado do Reino, se desfez da carranca mal-humorada.
Depois
de reunir os pombinhos, o Príncipe decide lutar mais uma vez pelo amor de
Branca de Neve. E é melhor se apressar, pois o Rei George não ficará nada
satisfeito ao saber que a aliança entre os dois Reinos foi dissolvida.
E
ao seguir a trilha de migalhas de maçã, o Príncipe se depara com Chapeuzinho
Vermelho, grande amiga de Branca de Neve, e com uma bela revelação.
Não
querendo dar dedos nem apontar nomes, vamos chamar o culpado de REI GEORGE para
preservar sua identidade...
E
ele já está com seu exército no encalço do Príncipe, forçando-o a fugir mais
uma vez.
Já
em Storybrooke, é Regina quem acaba estragando os planos de David de se acertar
discretamente com a professora após a partida de Kathryn para Boston, revelando
à “amiga” o caso de seu marido com
Mary Margaret.
E
a mulher foi correndo à escola, interromper a aula da Professora Girafala...
Digo, Branca de Neve, para lhe dar um tapa bem no meio do corredor. E da cara!
E esbravejar para a escola inteira ouvir que Mary Margaret arruinou seu
casamento, pois está de caso com seu marido.
Então
é claro que a professorinha cai na boca do povo, começa a ser apontada na rua,
toma bronca da Vovó Donalda no meio da calçada, e alguém ainda picha vagabunda na lateral de seu carro, só
para deixar bem claro a desaprovação local à sua conduta.
Se
antes ela ainda não tinha mandado David para o inferno, agora ela lhe dá o
passaporte carimbado, cartão vermelho e passagem só de ida! Porque se ele
tivesse sido honesto com Kathryn, nada disso teria acontecido.
Todavia,
Kathryn caiu em si logo em seguida, que seu casamento com David já ia mal das
pernas desde sempre, pois eles nunca realmente se amaram; não do modo como ele
ama Mary Margaret, pelo menos. Pena que ela não tenha dito isso a nenhum dos
dois. Seu padre confessor foi Regina, e ela deixou escapar que escreveu cartas
aos dois, comunicando seu perdão, quando foi se despedir da “amiga”, antes de
partir para Boston.
Mas
essas cartas jamais chegaram a ser enviadas, pois naquele mesmo dia descobrimos
a utilidade daquele molho de chaves que a prefeita guardava na gaveta. Elas são
literalmente as chaves da cidade. Da cidade inteira! São chaves-mestras, que
destrancam até as portas das casas.
Regina
entrou na casa dos Nolan quando todos estavam fora, e afanou as cartas, já que
Kathryn decidiu economizar os centavos de um selo, deduzindo que não havia como
David não encontrá-las em cima do aparador. De modo que ninguém ficou sabendo
de sua existência, já que a mulher foi embora sem se despedir do marido.
Enquanto
Kathryn tenta se colocar a caminho de Boston, Emma tenta consolar Mary Margaret
pelos dissabores de sua vida amorosa.
Pois
é, só que agora, graças à covardia do Fulano em contar à esposa que acordou do
coma apaixonado por outra Princesa, quem está sendo xingada na rua é Mary
Margaret, que tanto pediu para ele fazer a coisa certa.
E
a coisa vai piorar bastante, pois Kathryn nem mesmo chega a sair de
Storybrooke. O equivalente amaldiçoado de Frederick estava dirigindo perto da
fronteira da cidade, e encontrou o carro da Sra. Nolan batido, com o air bag
acionado. Mas nem sinal de Kathryn.
Oh,
e agora, quem poderá defendê-la?
No próximo episódio, vocês acompanharão a luta da inocente Mary Margaret para se
livrar de uma grave acusação relacionada ao destino de Kathryn Nolan.
Não
percam!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita!
E já que chegou até aqui, deixe um comentário ♥
Se tiver um blog, deixe o link para que eu possa retribuir a visita.