Com
a licencinha de Caco Antibes, seu bordão se enquadra perfeitamente com o que aconteceu
nessa segunda metade da primeira temporada de Once Upon a Time, quando a
Professora Mary Margaret Blanchard, outrora conhecida como Branca de Neve, a
doce e bela Princesa de Tão, Tão Distante, que já andou estampando cartazes de
Procurada daquele lado da Floresta Encantada, deixou de ser uma pacata
professora primária para se tornar uma pária, destruidora de lares, e estampar
as páginas policiais do jornal de Storybrooke.
No episódio anterior (resumão dos primeiros treze da série), conhecemos os
simpáticos moradores de Storybrooke, uma cidade não tão pacata no interior do
Maine, onde os contos de fadas são reais, mas não são o que parecem.
Depois
de terem sido amaldiçoados pela Rainha Má e arrastados para o mundo real, os
nossos queridos personagens ficaram mais enrolados que papel higiênico,
separados de tudo que amavam, e causando grandes confusões nas histórias uns
dos outros, por não fazerem a menor ideia de quem são de verdade.
Emma,
a Salvadora, filha da Branca de Neve com o Príncipe Encantado, descobriu que
seu filho biológico foi adotado pela Rainha Má, Regina Mills; esteve prestes a
furar o olho da malvada com o Xerife Graham, mas a Rainha Má estava com o
coração dele na mão – literalmente! –, e o coitado acabou morto. Graças a uma
tramoia do Sr. Gold – também conhecido como Rumplestiltskin –, Emma foi eleita nova
Xerife de Storybrooke, mas acabou se indispondo com a Prefeita Regina logo em
seus primeiros dias no cargo, o que acabou por separá-la momentaneamente do
filho. E, confusão das confusões, a doce professora primária Mary Margaret –
cujo passado sórdido a revelou como a espevitada Branca de Neve do Gueto –
acabou envolvida num relacionamento extraconjugal com David Nolan – o Príncipe
não tão Encantado assim –, e agora a cidade inteira se preocupa com os
desdobramentos de seu rolo com o Fulano, pois a esposa dele, Kathryn
desapareceu.
O
professor de ginástica que encontrou o carro abandonado, com o motor ligado e o
air bag acionado – e que por acaso é
o correspondente amaldiçoado de Frederick, o grande amor da desaparecida –, comunicou
à Xerife sobre o caso, e Emma não demorou a chegar à cena do possível crime,
para fotografar tudo e começar a coletar pistas do paradeiro de Kathryn.
E
como numa cidade pequena as opções de diversão são limitadas, a cena de um
crime acaba sendo um Happy Hour, de modo que Emma logo começa a receber visitas
no local. O primeiro é Sidney Glass, o repórter sensacionalista com quem
disputou as eleições para Xerife, e que foi, supostamente, escorraçado por
Regina depois de ter perdido. A verdade é que o sujeito é um filho da mãe, que
continua mancomunado com a Prefeita para ferrar com a Xerife.
Sua
desculpa para estar ali é escrever um furo de reportagem com todas as novidades
sobre o caso, para que o jornal o aceite de volta. Emma sequer se questiona
sobre como ele descobriu sobre o acidente tão depressa, e aceita prontamente
sua ajuda para conseguir os registros telefônicos de Kathryn, para saber se ela
ligou para alguém depois de ter sofrido o acidente.
Em
seguida, ela interroga David – este, sim, se metendo onde foi chamado –, mas
ele não fala com Kathryn desde o rompimento no dia anterior. Quando chegou em
casa no fim da tarde, as coisas dela tinham sumido, mas como ela estava de
mudança para Boston, onde pretendia cursar Direito, e eles tinham colocado um
ponto final no casamento, ele não chegou a estranhar sua pressa em sair de
casa.
Ao
que ele garante que não foi ele. Nem foi ele quem deu um sumiço na Kathryn.
Apesar
de ainda não ser um caso oficial, Emma adianta o expediente, contatando a
Universidade em Boston, para saber se Kathryn deu as caras por lá, mas sua
matrícula continua em aberto.
Sidney
entrega os registros telefônicos que conseguiu diretamente com a Prefeita –
omitindo essa parte quando os entrega à Xerife –, e eles revelam uma chamada de
oito minutos para David perto do horário em que Kathryn desapareceu, apesar de
ele ter dito que não falou mais com ela depois do rompimento, e não pareceu
estar mentindo.
Mas,
como Emma já esclareceu, ainda não existe um inquérito oficial, de modo que ela
não pode interrogá-lo novamente por causa dessa ligação.
Enquanto
Emma se prepara para assumir seu primeiro caso de verdade desde que se tornou
uma autoridade policial, Mary Margaret tenta recrutar voluntários para ajudar
no Bazar das Freiras no Dia do Minerador, um não muito importante evento da
cidade, e logo descobre que ninguém está disposto a se misturar com a gentalha.
No caso, ela, não as freiras. O único
que ainda fala com ela é o Leroy.
Não
que seja um papo muito agradável...
Mas
ele reconhece que, se fosse voluntário, formariam uma boa dupla: a prostituta e
o bêbado. E nesse momento, verdade seja dita, o povo gosta menos dela que do
Leroy, que já estava acostumado com a rejeição.
Mas
a professora não desiste. Afinal, caridade é caridade, e ela ainda tem
esperança de conseguir alguém para ajudar as pobres irmãzinhas.
Surpreendentemente,
seu ajudante do dia acaba sendo mesmo o Leroy, mas não porque se compadeceu pelo
desprezo que ela estava recebendo de todo mundo. O caso é que ele de repente ficou com uma peninha das Freiras...
Leroy
não tem a menor dificuldade em instalar as lâmpadas para a simpática irmã
Astrid – que parece mais uma líder de torcida toda animadinha do que uma Freira
–, embora ele também não seja eletricista. Se estão lembrados, ele trabalha
como faxineiro no hospital; mas está no ramo de “serviços de custódia”. Ou
seja, serviço comunitário. Por isso, é pau para toda obra.
E
vocês entenderam certinho: Zangado está de olho numa Freira! O que o levou a
correr para se inscrever como voluntário no Bazar.
Mary
Margaret tenta repreendê-lo, pois é claro que ele não tem chance nenhuma com a
Freira – porque, afinal, a mulher é uma Freira! E elas não podem namorar –, mas
Leroy não está interessado nessas tecnicalidades. E ainda promete vender todas
as velas artesanais que as Freiras fizeram, para que elas possam pagar o
aluguel do convento este mês, já que a irmã Astrid fez a maior confusão com as
encomendas de materiais para o Bazar, comprometendo todo o orçamento das Irmãs.
Porque
a irmã Astrid, como perceberão mais ainda ao longo da review, é ligeiramente
anta, e isso não é de hoje.
Porque
as Freiras de Storybrooke eram Fadas lá em Tão, Tão Distante. E a Fada Nova – a
identidade pré-Maldição da irmã Astrid –, sempre foi uma fadinha desastrada,
que sonhava em ser Fada Madrinha, enquanto servia de mula do tráfico de pozinho
mágico, cuja fabricação envolvia crimes ainda mais hediondos, como trabalho
escravo e exploração de menores. No caso, menores de estatura, ou seja, os
Anões. Porque aparentemente os diamantes que eles extraíam das minas não eram
os melhores amigos das mulheres, e sim os melhores amigos das Fadas. Pode até
ser que alguns deles tenham sido desviados e ido decorar pescoços, orelhas e
mãos de certas Rainhas por lá, mas a maior parte era moído, refinado e
transformado em pó mágico.
E
quando eu falei sobre trabalho escravo não era bem uma piada. Segundo Once Upon
a Time, os Anões nascem unicamente para trabalhar. E trabalhar pesado, com
turnos extremamente longos, sem qualquer direito a férias, décimo terceiro, ou
folga para curtir com amigos e namoradas, até porque, segundo OUAT, não existem
Anãs, por isso os Anões nascem de ovos. Que nem galinha.
Quem
bota esses ovos, nunca saberemos, já que, como já foi dito, não existem Anãs.
Mas não duvido, a julgar pela garrafa de uísque vencido de onde provavelmente
tiraram essa ideia estapafúrdia, que os ovos dos Anões cresçam em árvores!
Aliás,
para comentar só mais um pouquinho sobre a mitologia dos Anões nessa série, já
que eu provavelmente não terei outra oportunidade – ao menos, não tão cedo –,
essa foi a novela mais injusta que os roteiristas criaram, e isso muito antes
de Regina lançar a Maldição. Anões são forçados a trabalhar praticamente desde
que saem do ovo, até o dia em que caiam mortos de exaustão; não têm direito a
lazer algum, não podem se apaixonar nem por fêmeas – ou machos, que seja – de
outra espécie – no caso dos machos, nem sendo da mesma –, e não podem reclamar.
Eles são assim, e ponto. Sei nem se alguém se deu o trabalho de criar um
Sindicato pros coitados...
Não
foi a melhor ideia que os roteiristas tiveram. E isso, por si só, inutiliza
qualquer reclamação acerca do fato de os Anões de Once Upon a Time serem
simplesmente homens de estatura mediana meio gordos. A julgar por Harry Potter,
que precisou reciclar o único anão verdadeiro em seu elenco para interpretar
diversos personagens – como o Professor de Feitiços Filius Flitwick e o
funcionário do Gringotes Grampo –, e encolher digitalmente os outros
funcionários do Banco dos Bruxos, dá para imaginar a dificuldade de se
encontrar anões que sejam atores lá no hemisfério norte...
Mas
como ia dizendo, a Fada Nova era mais inútil que feriado no domingo; mesmo
quando traficava pozinho mágico, não conseguia nem fechar a torneira do
triturador, sem descuidar momentaneamente do saco, e quase jogar uma produção
inteira de pó mágico na fornalha.
Ela
acabou recebendo a ajuda do Anão Sonhador para concluir sua tarefa, e os dois
se apaixonaram. Mesmo depois de a série ter deixado claro que os Anões eram
incapazes de amar.
Acontece
que Sonhador não era um Anão comum, muito por culpa da Fadinha Nova, que deixou
cair pozinho mágico em seu ovo quando estava começando a rachar.
E
como Anões não têm acesso a esse sentimento, nenhum deles foi capaz de entender
o que estava fazendo Sonhador perder o sono, o apetite, e até o ânimo para
trabalhar. Quem acabou diagnosticando sua paixonite aguda foi a Belle.
Sim,
Belle, de A Bela e a Fera. Ela estava na taverna onde os Anões foram jantar,
enchendo a cara de cerveja depois de ter sido dispensada pelo Senhor das
Trevas, Rumplestiltskin.
Ops,
eu não contei essa história ainda, né? Bem, isso aconteceu quando Belle era a
Princesa de um Reino devastado pela Guerra dos Ogros, entregue ao Senhor das
Trevas como tributo, para que ele pusesse fim à guerra e aos Ogros. Bem, o
preço oferecido inicialmente foi o peso dele em ouro, mas Rumplestiltskin o
fabrica a partir de palha, portanto, não precisa disso. O que ele precisava era
de uma empregada, pois descobriu que enfeitiçar a vassoura, o espanador e o pano
de chão para trabalharem sozinhos era um grande desperdício de magia.
Zip,
nessa versão, é uma xícara inanimada, mas tão importante quanto sua versão
cheia de simpatia do desenho. E como veem, desde o início, a Bela e a Fera
davam sinais de que se dariam bem, apesar de ela ser uma prisioneira que dormia
na masmorra.
Supostamente,
Belle deveria ficar no castelo para sempre, mas ela cometeu a gafe de se
apaixonar pela Fera. Claro que ela não sabia que a mulher dele não havia
morrido de causas naturais, e que seu filho ter se perdido era uma maneira
delicada de contar que, mesmo todo poderoso, Rumplestiltskin continuava sendo
um covarde, ou que a rosa vermelha que ele lhe deu era seu ex-noivo Gaston, que
bateu à porta do castelo para tentar resgatá-la...
A
moça ter se apaixonado por ele não era o problema, pois a recíproca era
verdadeira; o drama começou quando a Rainha Má decidiu colocar caraminholas na
cabeça da Belle, quando esta estava catando palha na estrada, sobre um beijo de
amor verdadeiro poder destruir aquela coisa maligna dentro de Rumplestiltskin.
Ele
ficou furioso quando ela decidiu tomar a iniciativa e beijá-lo. Porque
Rumplestiltskin não nasceu ontem, e sacou de imediato que tinha dedo da Rainha
Má nessa novela mexicana. Chegou mesmo a pensar que Belle fora plantada pela
Rainha em sua vida para descobrir sua fraqueza. Mas a insegurança em relação ao
amor de Belle, não era só por não acreditar que fosse possível que ela o
amasse; acontece que para Rumple, o poder era mais importante que qualquer
amor.
Por
isso ele a expulsou de seu castelo, e mais tarde, a Rainha Má lhe contou que o
pai da moça a deserdara depois de seu regresso, acreditando que ela estivesse
possuída por alguma força maligna. Ele a prendeu na torre, mandou sacerdotes
purificarem sua alma através de tortura e flagelos, até que ela não suportou e
se atirou do alto da torre. O que, claro, deixou Rumple arrasado.
Não
sei bem porque Rumple nunca verificou se essa história era verdadeira ou se a
Rainha Má só queria atingi-lo com uma mentira dolorosa. Mas quem acabou pagando
o pato por essa intriga foi o pai da Belle, em sua persona amaldiçoada em
Storybrooke, o florista Moe French, que foi sequestrado em seu próprio caminhão
pelo Sr. Gold – supostamente para que seu carregamento de rosas para o Dia dos
Namorados garantisse o pagamento de uma dívida que ele tinha com o agiota –,
jogado como refém numa cabana abandonada na floresta – a mesma em que David e
Mary Margaret se refugiaram durante a tempestade –, e espancado quase até a
morte por ter invadido a casa de Gold e roubado sua xícara lascada.
Naturalmente, esse não era o único motivo de tanta raiva. Gold só precisava
mesmo era de uma desculpa para descarregar no homem o ódio por supostamente ter
induzido Belle ao suicídio lá em Tão, Tão Distante. O que acabou levando Gold a
experimentar a hospitalidade de uma das celas da delegacia de Storybrooke por
uma noite, e à confirmação do que Regina já suspeitava: que Rumplestiltskin
conservou todas as memórias de seu passado como Senhor das Trevas – nunca
explicaram como, mas deve ter algo a ver com o fato de ele mesmo ter criado a
Maldição.
O
que Gold não sabia era que, enquanto ele nutria todo aquele ódio pelo sogro por
causa da suposta morte de Belle, a moça estava vivinha da Silva, trancada numa
cela no sanatório local.
Assim
como ela estava vivinha da Silva naquela taverna quando Sonhador decidiu chorar
as pitangas por não saber o que estava sentindo pela fadinha atrapalhada. E
como não parecia muito promissor consultar um médico Anão, cujo diploma veio de
uma picareta – a ferramenta de escavação, não uma pessoa trambiqueira –,
Sonhador preferiu acreditar na opinião médica da moça.
Com
o incentivo de Belle, Sonhador decidiu investir em um namorico com a Fadinha,
mas tinha tanta torcida contra esse relacionamento, que a história foi para o
brejo por maioria de votos. Era a Fada Azul, com seu discurso sobre o romance
atrapalhar Nova de se tornar a Fada que estava predestinada a ser – a mais
destrambelhada do Reino, no mínimo –; era o Mandão, encarregado da Mina dos
Anões, com sua convicção sobre a impossibilidade de um Anão se apaixonar; era a
torcida vaiando, o público jogando tomates, o povo tacando pedra, o Professor
Girafales dando zero pra ele... Enfim, tinha tanta gente enchendo a cabeça do
coitado do Sonhador com argumentos contra o seu namoro com a Fada, que ele
acabou se sentindo coagido a terminar com ela.
E
foi assim que Sonhador se tornou Zangado, o único Anão que já teve seu coração
partido. Não pela mulher que ele amava, claro, mas por todo mundo no Reino
Encantado, que estava disposto a transformá-lo num pária, assim como à sua
garota, se decidissem levar seu romance adiante.
Como
eu disse, a trama mais injusta criada nessa temporada. Talvez a mais injusta da
série, não duvido.
Mas
eu estava falando das antices da irmã Astrid, que acabou inspirando Leroy a
sorrir para a cidade inteira para tentar vender algumas velas, junto com a nova
odiada de Storybrooke, Mary Margaret. Até de porta em porta eles tentaram
vender as velas, mas não deu em nada.
Então
Leroy malocou as centenas de velas no barco ferrado que tinha comprado para
consertar e sumir daquela cidade amaldiçoada, e tentou vender a embarcação para
conseguir os cinco mil dólares para dar à Freira.
O
problema é que ele ofereceu o barco justamente ao Gold, que quando se trata de
cobrar o aluguel de seus imóveis é mais rigoroso que o Seu Barriga, e ainda tem
o agravante de ele detestar as Freiras. Pensando bem, depois de ver a desculpa
esfarrapada filha da mãe que a Fada Azul usou para separar o coitado do
Sonhador da Fada Nova, eu também ando com um pouco de raiva dessas
irmãzinhas...
Só
as da série, tá, gente! Com as da vida real, está tudo certo!
E
quando a irmã Astrid descobre que Leroy mentiu sobre ter vendido todas as
velas, ela fica furiosa.
É
quando ele se dá conta de que só há uma maneira de se livrar do problema. Ele
sobe no terraço de um prédio em frente ao local onde está acontecendo a feira
do Dia do Minerador e se prepara para...
Pois
é, Mary Margaret, você não espera eu terminar de contar...
Leroy
destrói o transformador elétrico, e com isso metade de Storybrooke fica no
escuro. Resultado: agora todo mundo quer comprar as velas das Freiras.
Agora
a irmã Astrid está toda saltitante, contando o dinheiro das velas que o Leroy
vendeu.
Mary
Margaret coloca orgulhosamente o cartaz de esgotado em sua barraca no Bazar, e
decide ir para casa, com o consolo de que sua boa ação do dia parece ter
começado a redimi-la, pelo menos aos olhos da Vovó Donalda.
E
como agora se cumpriram as vinte e quatro horas protocolares, Kathryn é
oficialmente considerada desaparecida, e sendo assim, David Nolan, esteje preso!
Bem,
ele não é preso, exatamente, mas levado à delegacia para ser oficialmente
interrogado, pois as evidências são as seguintes: sua esposa sumiu, a cidade
inteira sabe que ele ama outra mulher, e apareceu o registro de um telefonema
de que ele afirma não se lembrar. Muito suspeito, e é por isso que a Xerife o
aconselha a contratar um advogado.
Até
porque, é questão de tempo até o desaparecimento de Kathryn ser publicado na
primeira página do jornal, e então a cidade inteira pode especular sobre David ter
dado um sumiço nela para ficar com a professora.
E
como o fato de tê-lo mandado pro inferno não significa que queira vê-lo na
cadeia, Mary Margaret decide ajudar a procurar rastros de Kathryn perto do
local onde ela desapareceu. Mas tudo o que ela encontra é David, caminhando
desorientado pela floresta, como se estivesse sonâmbulo – ele fora dispensado
pela Xerife depois de ter prestado depoimento.
Claro
que ela acha esse comportamento delirante de David esquisito, e avisa à Xerife,
que vai imediatamente procurá-lo na floresta com sua nova assistente Ruby – que
teve mais uma briga com a Vovó, e decidiu se demitir da lanchonete. As brigas,
na verdade, já faziam parte da rotina das duas, mas agora a moça estava de saco
cheio.
Como
eu disse, mais uma noite normal na lanchonete da Vovó.
E
como Emma tinha verba no orçamento para uma assistente, por que não contratar
alguém que é especialista em trazer o almoço certo?
E
Ruby acaba se revelando muito boa em seguir rastros e ouvir os sons da floresta
à longa distância. Inclusive o som da respiração de David; um feito e tanto, já
que o encontraram desacordado. Será que ele roncou?
Essa
habilidade aí tem a ver com o fato de ela ter sido Chapeuzinho Vermelho lá em
Tão, Tão Distante. Mas a versão Once Upon a Time de sua história é um pouco
mais sombria que a original.
Chapeuzinho
vivia numa aldeia que estava sendo atormentada pelo Lobo, e por isso a Vovó
Donalda a mantinha na rédea curta, impedindo-a de sair de casa sempre que
podia, e limitando sua vida social. Prova de que as brigas entre as duas são
mais antigas do que se imagina. Ela deu a Capa Vermelha à neta para protegê-la
do Lobo, pois, supostamente, aquela cor repele o animal.
Foi
nessa época que Chapeuzinho conheceu a fugitiva N° 1 do Reino, Branca de Neve,
a quem surpreendeu dentro do galinheiro, literalmente com os ovos na mão.
Acontece
que Branca estava fugindo havia vários dias, estava morrendo de fome e de frio,
e para piorar, ouviu os uivos assustadores do Lobo na floresta. Então ela
encontrou a porta do galinheiro aberta, e decidiu se abrigar ali no meio da
noite.
E
aparentemente ela tinha razão em procurar refúgio, porque elas encontram os
corpos dos aldeões massacrados pelo Lobo quando vão tirar água do poço.
E
como é uma moça audaciosa, e está cansada de sua avó usando o Lobo como
desculpa para mantê-la afastada do homem que ama, Chapeuzinho decide caçar o
Lobo, seguindo suas pegadas na neve.
Eis
que vem a grande revelação: as pegadas, a certa altura, se transformam em pés
humanos, e levam diretamente à janela do quarto de Chapeuzinho Vermelho; o que
só pode significar que Peter, seu namorado, que vem todas as noites visitá-la,
é o Lobo!
Ainda
assim, a moça estava decidida a fugir com ele, e até se propôs a acorrentá-lo
naquela noite de lua cheia, e não sair de seu lado, apesar do perigo que a
transformação pudesse representar para ela.
Ela
não estava longe da verdade a esse respeito. O Lobo realmente não fazia ideia
de que estava atacando as pessoas na aldeia. Só que Peter não era o Lobo.
Naquela
noite, Chapeuzinho deixou sua Capa com Branca de Neve, para enganar a Vovó, que
ficou desesperada ao descobrir a farsa, por saber que sua neta estava lá fora,
sem a Capa e com um rapaz acorrentado ao alcance de suas presas.
Sim,
suas presas! Porque nesse conto de fadas, Chapeuzinho Vermelho é o Lobo!
A
história me fez lembrar bastante o filme A Garota da Capa Vermelha, em que
Valerie descobre que é filha do Lobo, e seu namorado, Peter – coincidência à
parte, o nome do namorado ser o mesmo nas duas versões – acaba sendo mordido e
transformado em Lobo também, quando tentava salvá-la desse destino.
O
mesmo, infelizmente, não aconteceu em Once Upon a Time. E digo infelizmente, porque, no filme, pelo
menos ambos ficaram vivos, ainda que a lua cheia os separasse. Aqui, quando
Branca de Neve e a Vovó finalmente encontraram o casal na floresta, a Loba
havia acabado de devorar Peter, que não teve como se defender.
Quando
Chapeuzinho deu mostras de ter herdado a maldição da família, Vovó Donalda
encomendou a Capa, provavelmente de Rumplestiltskin, para impedir a
transformação, mas ela sabe perfeitamente que Chapeuzinho tem a mania de
deixá-la em casa quando sai para namorar.
É
com a Capa que elas conseguem fazer a Loba voltar à forma humana, e perceber a
grande desgraça que causou. Difícil decidir quem tem mais culpa no cartório
nessa história: Chapeuzinho por não obedecer à avó e ficar quietinha em casa
com sua Capa, ou a própria Vovó Donalda por nunca ter revelado a maldição à
Chapeuzinho.
Apesar
da Maldição da Rainha Má, Ruby parece ter conservado o faro de Lobo em
Storybrooke.
E
como David não se lembra de nada do que aconteceu depois de ter saído da
delegacia na noite anterior, Emma o leva ao hospital para que o Dr. Whale
verifique se há algo errado com sua cabeça. Ao que o médico supõe que o
episódio seja similar a quando David acordou do coma, caminhando por aí sem se
lembrar de nada. O Dr. Hopper pode avaliar melhor seu estado psicológico do que
o clínico.
Essa
história acaba acendendo o pisca-alerta em Emma, porque David não parecia estar
mentindo sobre não ter falado com Kathryn pelo telefone, apesar do registro
dizer o contrário; e se naquele estado desorientado ele é capaz de caminhar,
falar e dirigir, quem garante que ele não poderia ter sequestrado ou até mesmo
matado a esposa sem se dar conta?
Então
Emma pede a Ruby que vá até a Ponte do Pedágio, para onde David se dirigiu em
seu primeiro episódio fora da caixinha, para ver se encontra alguma pista que
ele possa ter escondido por lá.
Ruby
pega o Fusca de Emma, e sai em seu primeiro trabalho de verdade como assistente
da Xerife – o primeiro que não consiste em ir atrás de comida. E a julgar pela
descoberta alarmante que ela fez na margem do rio, esse será seu último
trabalho como funcionária da delegacia. Enterrada sob uma tábua de madeira,
Ruby encontra uma caixa.
Depois
dessa, a moça está decidida a se reconciliar com a avó e voltar a trabalhar
como garçonete.
Acontece
que a Vovó Donalda pretende se aposentar em breve, e quer deixar os negócios
nas mãos de Ruby, por isso queria ensinar todas as responsabilidades a ela de
uma vez.
Mas
algo me diz que isso não chegará a acontecer, e é a Ruby quem vai dar um tempo
do restaurante em breve.
A
caixa que Ruby encontrou na Ponte do Pedágio continha um coração humano. Emma o
mandou para análise, para descobrir se bate com o DNA de Kathryn, embora não
haja outra pessoa desaparecida na cidade. Encontraram também impressões
digitais dentro da caixa, e elas bateram com as de alguém na cidade. Para
surpresa de todos, são as de Mary Margaret Blanchard.
De
modo que, mesmo acreditando em sua inocência, a Xerife se vê obrigada a prender
a amiga, e interrogá-la sobre o crime, embora a professora garanta que nunca
machucaria ninguém.
Mas
seu passado te condena, né, Princesa!
Logo
depois de conhecer Chapeuzinho Vermelho e descobrir que sua nova melhor amiga é
o Lobo Mau, Branca de Neve começou a chorar as pitangas por não conseguir
esquecer o Príncipe Encantado usurpador, mesmo sabendo que ele estava de
casamento marcado com a Barbie Midas. Então ela decidiu ir atrás de uma
possível cura mágica para sua paixonite aguda.
Rumplestiltskin
encantou um frasco com água de um lago, em troca de um fio de cabelo da
Princesa fugitiva, prometendo que a poção a faria esquecer completamente que um
dia conheceu o tal Príncipe Encantado, mesmo se o visse de novo.
Por
sorte, a pombinha que o Príncipe enviou para ela com um bilhete convidando-a a
ir ao Reino do Rei George impedir seu casamento chegou antes de ela beber a
poção, e Branca de Neve pôde correr ao encontro de seu verdadeiro amor. Mas
acaba sendo apanhada por um guarda e presa na masmorra, onde conhece Zangado,
que já naquela época costumava se hospedar em celas de prisão. Supostamente,
naquela ocasião ele foi preso por negociar um diamante roubado com o capataz da
mina para pedir sua amada em casamento, uma história que aparentemente não
procede, pois já sabemos como a história dele com a Fada Nova realmente
terminou. E se em algum momento ele voltou atrás e tentou comprar um diamante
para levá-la ao altar, nós não vimos essa cena na série.
Para
sorte de ambos, um Anão chamado Dissimulado consegue invadir a prisão e
libertá-los, mas seguem caminhos diferentes na tentativa de fugir do castelo.
Principalmente porque Branca de Neve ainda tinha que cumprir a missão que a
levara àquele lugar, para início de conversa. Mas quando percebe que os guardas
cercaram os Anões no pátio, e assassinaram Dissimulado, a Princesa fugitiva
ameaça incendiar o castelo, se não libertarem Zangado.
Em
seguida, ela é levada à presença do Rei George, que já estava sabendo da
tramoia para impedir o casamento do Príncipe, e está disposto a matá-lo, já que
ele não é seu verdadeiro filho, para obrigar Branca de Neve a partir o coração
do pobre rapaz.
Como
veem, o sacripanta do Rei George já tinha tudo friamente calculado.
Então,
para evitar que o pior aconteça ao seu Príncipe, Branca de Neve o faz acreditar
que ela não o ama, e deseja que ele seja feliz com a Barbie.
E
vai curar a dor de seu coração partido na casa dos Sete Anões.
O
que de fato aconteceu. Mesmo com o pé na bunda que tomou de sua amada, o
Príncipe decidiu deixar a Barbie Midas no altar, como já contei, e na fuga, a
ajudou a recuperar seu verdadeiro amor que tinha sido transformado em ouro.
Depois disso, o Príncipe decidiu convencer Branca de Neve de que ele era o cara
certo para ela, e foi procurá-la na aldeia de Chapeuzinho Vermelho – porque
aparentemente os passarinhos do Reino fofocam que é uma beleza! –, onde foi
informado de que a Princesa tinha ido ao castelo para impedir seu casamento, e
não retornou depois disso. Não precisa ser um gênio para perceber que tem o
dedo podre do Rei George nessa história.
Infelizmente,
Branca de Neve não suportou a dor de seu coração despedaçado, e bebeu a poção
do esquecimento na casa dos Anões. Justamente no dia em que Zangado chegaria
com a notícia de que o casamento Real foi pra cucuia.
E
depois de beber o troço, Branca de Neve deixou de ser aquela Princesa doce, que
limpava a casa dos Anões alegremente, cantando com os passarinhos,
convidando-os a pousar em sua mão... para em seguida tentar matá-los a
vassouradas.
Sim,
porque Branca de Neve com o coração desfalcado virou no Jiraya! Sorte do
bichinho ter asas ágeis.
Percebendo
que a amiga não está em seu estado normal, os Anões decidem fazer uma
intervenção, e convocam o Grilo Falante para ajudar.
Deveria...
Porque desde que tomou aquela poção para se desapaixonar do Príncipe, Branca de
Neve está com uma TPM interminável, trazendo fardos e mais fardos de palha para
dentro de casa para ver quanto tempo demora para o Atchim morrer de espirrar, e
ainda quebrou a caneca do Feliz, o que o deixou muito zangado – se me permitem
o trocadilho...
E
essa intervenção, em vez de fazê-la voltar a ser a doce Branca de Neve do
Gueto, cuja maior atrocidade foi transformar um Troll malvado em besouro com o
Pó de Fada das Trevas que contrabandeou Deus sabe de onde, apenas a fez
transferir a raiva que estava sentindo do mundo inteiro somente para a Rainha
Má – basicamente a responsável por ela não morar mais num castelo, e ter se
tornado uma expatriada.
Que
foi? Eu nunca disse que era poeta...
Então
Branca de Neve diz aos Anões que eles podem ficar sossegados, porque ela
deixará de incomodá-los. Põe uma picareta no ombro e se dirige à porta.
Branca
de Neve no modo Revenge, derruba um
cavaleiro da Rainha de seu cavalo na estrada, para roubar sua armadura e sua
espada, e deixá-lo desmaiado, com um galo cantando na testa, causado pelo cabo
da picareta.
Quando
o Príncipe Encantado passa pela estrada, seguindo os rastros dela, encontra o
sujeito desarmado e desprevenido, trajado do modo como veio ao mundo, com nada
além de um chapéu para cobrir o corpo do Benito.
Por
essa você não esperava, hein, Charming?!
Suspeitando
desde o princípio que Rumplestiltskin tenha algo a ver com o comportamento
homicida de sua Princesa, o rapaz vai ao castelo do vilão exigir que desfaça
qualquer que tenha sido a bruxaria que jogou nela, mas ele diz que só um beijo
de amor verdadeiro pode trazer a antiga Branca de Neve de volta. Pelo menos ele
pode fornecer um mapa que o ajudará a encontrá-la em troca do manto do
Príncipe. E não é porque o Senhor das Trevas seja friorento; acontece que ele
precisava de um fio de cabelo do Príncipe – que ele certamente encontraria
grudado na pele do manto –, para juntar com o fio de cabelo que pegou da Branca
de Neve quando lhe vendeu a poção anti-amor, para produzir a única poção que
ele nunca conseguira engarrafar: amor verdadeiro. Falaremos dessa tramoia mais
adiante.
Graças
ao mapa, o Príncipe consegue encontrar Branca de Neve na floresta antes de a
Rainha Má sair do castelo naquele dia, rumo ao palácio de verão – que fora
construído para a mãe da Princesa, cujo uso pela madrasta malvada a enfurece
ainda mais –, e tenta lhe roubar o beijo do amor verdadeiro para que ela se
lembre de seu amor por ele e volte ao normal. Ele só esqueceu de um
detalhezinho: graças ao efeito da poção, ela não o ama. E se a recíproca não é
verdadeira, o amor também não é; logo, o beijo não funciona.
É
quando o Príncipe é golpeado na cabeça pela nova doida da floresta, e amarrado
numa árvore para que não atrapalhe a mira de seu arco quando ela for dar o teco
na fera.
Seguindo
então um conselho do Grilo Falante, que apareceu para libertá-lo das cordas, o
Príncipe tenta fazer Branca de Neve se lembrar de quem ela costumava ser, impedindo-a de matar a Rainha, e tomando a
flechada em seu lugar – com o arco que supostamente não errava seu alvo; mas,
segundo Rumplestiltskin, usando seu já conhecido jogo de palavras, aquele arco
daria à Branca de Neve exatamente aquilo que ela precisava.
No
caso, um Príncipe para chamar de seu.
Charming
explica que não permitirá que ela obscureça seu coração com o assassinato da
Rainha, pois embora ela não se lembre, ele
a ama. Então ela, mais ou menos comovida, mais ou menos querendo testar a
história, arrisca beijá-lo, quebrando o efeito da poção, e recuperando as
lembranças de seu amor por ele.
Mas
bem nessa hora, os cavaleiros do Rei George – os que sobreviveram ao ataque de
Chapeuzinho Vermelho, que despiu a Capa para dar uma vantagem ao Príncipe na
fuga de sua aldeia –, os alcançaram na floresta, e levaram o moço preso.
Agora
é a vez de Branca de Neve prometer que o encontrará, não importa o que
aconteça.
Mas
antes disso ela volta à casa dos Anões para se desculpar por ter sido uma
cretina nos últimos dias, e dar uma caneca nova ao Feliz, que fica feliz com o presente. E eles se
prontificam a ajudá-la no resgate de seu amado.
Que
é um estrago bem grande. Mas muita calma nessa hora. Porque, como veem, a doce
Princesa nem sempre é tão doce e inocente quanto parece.
Por
isso Regina pede para acompanhar o interrogatório de Mary Margaret, para
garantir que Emma será imparcial com a amiga. A professora confirma que esteve
diversas vezes na Ponte do Pedágio, pois é onde costumava se encontrar com
David Nolan, com quem estava tendo um caso. Ela não se orgulha disso, mas isso
não muda o fato de que ela não matou Kathryn. Porém, ela reconhece a caixa onde
o coração foi encontrado e sabe como suas digitais foram parar dentro dela:
aquela é sua caixa de joias. E ela só consegue imaginar que tenha sido roubada
de seu apartamento, e que alguém esteja tentando incriminá-la.
Então
Regina tenta argumentar que entende o que a professora está passando, depois de
ter sido abandonada pelo amante, e humilhada pela cidade toda, e talvez isso a
tenha levado a cometer uma loucura, mas ela nega. A Xerife, então, pede para
falar com a Prefeita no corredor, e lembra a ela que está participando do
interrogatório apenas como espectadora, mas Regina argumenta que se a caixa
tivesse sido roubada, como a suspeita afirma, Emma teria percebido sinais de
arrombamento no loft, já que as duas moram juntas.
Para
que a Prefeita perca o argumento, Emma está determinada a encontrar qualquer
evidência de que alguém tenha entrado no apartamento da professora e roubado
sua caixa de joias, mas aparentemente, está tudo limpo. Ao menos, até ela
encontrar uma faca de caça, possivelmente a mesma com a qual o coração foi
arrancado, escondida no duto de ventilação no quarto de Mary Margaret.
Ao
saber das novas evidências, Gold vai à delegacia oferecer seus serviços como
advogado à Mary Margaret, apesar de ela não ter como pagar.
Sabemos
que Gold não faz as coisas por amor no coração. Descobriremos seu interesse
mais tarde.
É
Henry quem acaba descobrindo como Regina pode ter entrado no apartamento da
professora para roubar a caixa de joias e plantar a faca em seu quarto para
incriminá-la sem arrombar a porta – sim, Regina;
não alguém, porque o menino não tem
dúvida de que sua mãe adotiva esteja envolvida no rolo. Ele mostra a Emma o molho
de chaves que ela já tinha visto na gaveta da Prefeitura, quando invadiu o
gabinete com Sidney para procurar provas do desvio de verba. Segundo o livro de
contos de fadas, aquelas chaves abrem qualquer porta. Claro que Emma não está
com tempo para confiar nas maluquices do Henry agora, mas ele a desafia a
testar uma daquelas chaves na porta do loft, e surpreendentemente, uma delas
gira na fechadura.
Enquanto
isso, David procura o Dr. Hopper para tentar recuperar as memórias do que andou
aprontando durante seus apagões, pois uma delas pode ajudar a provar a
inocência de Mary Margaret, e o psicólogo propõe uma sessão de hipnose.
A
princípio, tudo ok: David se lembra de ter realmente ligado para o celular de
Kathryn na noite em que ela sumiu. Ela estava magoada, mas concluíra que, se
David e Mary Margaret se amavam, deviam ficar juntos, e desejou felicidades ao
casal. Uma pessoa perfeitamente espiritualizada essa Barbie Midas.
Em
seguida, Archie escava fundo demais, fazendo David recuperar uma memória da
Floresta Encantada, quando tentou impedir Branca de Neve de matar a Rainha Má,
e como o nome de sua pretensa vítima não foi mencionado na conversa, e David
não se ligou que o cabelo dela estava bem mais comprido que o normal, ele
acordou agitado, e agora crente de que testemunhou a professora planejando o
assassinato de sua esposa.
E
como o coração foi encontrado no lugar onde eles costumavam se encontrar,
dentro da caixa de joias dela, e a arma do crime apareceu em seu apartamento,
ele realmente começa a pensar que Mary Margaret pode, de fato, ter cometido
esse crime. E dizer isso na cara dela na delegacia a magoa profundamente, pois
ela confiou nele quando aquele registro telefônico apareceu, e quando o
encontrou vagando desorientado na floresta. Ela o apoiou, não acreditou que ele
tivesse feito nenhuma barbaridade, e agora ele é o primeiro a acusá-la de um
crime hediondo e repugnante.
E
como o teste de DNA confirmou que o coração era de Kathryn, agora o caso é
oficialmente um assassinato. Pelo menos a
Xerife ainda acredita na inocência da professora.
E
para provar a inocência da amiga, a Xerife está disposta a apelar até para os
métodos escusos de Gold, já que ele é o único na cidade que aparentemente sabe
como derrotar Regina.
Mas
agora a professora não quer mais pagar para ver. Ela decide usar a chave da
cela que apareceu misteriosamente embaixo de seu travesseiro para fugir,
correndo pela floresta em direção à fronteira da cidade.
Quando
descobre a fuga, Emma sai desesperada à sua procura, pois a citação do caso
diante do juiz foi marcada para o dia seguinte às oito da manhã, e se a
professora não aparecer, terá sérios problemas.
No
desespero para encontrá-la, Emma quase atropela um sujeito na beira da estrada,
e lhe dá uma carona para casa, já que o fez torcer o tornozelo para escapar do
acidente.
O
tal sujeito mora numa mansão isolada na floresta, completamente sozinho. E já
que ela foi tão boazinha em lhe dar uma carona, ele lhe oferece uma xícara de
chá, prometendo mostrar um mapa da floresta que pode facilitar as buscas pelo
“cachorro perdido” – a desculpa esfarrapada que Emma inventou para não delatar
a fuga da prisioneira. Não passou pela cabeça da Xerife, supostamente
especialista em detectar mentiras, que o sujeito podia ser um psicopata assassino,
que drogaria seu chá, e a prenderia na casa.
Quando
desperta, amarrada e amordaçada, Emma usa uma almofada para abafar o som de sua
bota quebrando a xícara de chá, e usa um caco para cortar as cordas que prendem
suas mãos. Em seguida tenta encontrar uma saída da casa dos horrores, e acaba
descobrindo uma luneta posicionada diante da janela, e apontada diretamente
para a janela da delegacia. Aquele sujeito esquisito a estava vigiando à distância.
Mas ela não pretende ficar para descobrir porque ele está afiando uma tesoura
no outro quarto.
A
professora estava tentando fugir pela floresta, quando aquele sujeito apareceu
do nada e a arrastou para aquela casa. Agora ela adoraria saber quem foi que
deixou a chave da cela ao seu alcance...
Elas
podem se preocupar com isso depois de escaparem daquela casa. Mas ao se
arrastarem silenciosamente para o corredor, dão de cara com o maluco.
Ele
aponta a arma que roubou de Emma para as reféns, e sabe que Emma não chamou
nenhum reforço porque – além de tê-la revistado, e saber que ela não está com
seu telefone – Emma não quer que ninguém saiba que sua prisioneira escapou.
Emma
acaba tendo que amarrar a amiga de novo, enquanto ele conta que está preso
naquela casa há vinte e oito anos, desde que a Maldição os arrastou para lá,
para viver o mesmo dia de novo, e de novo, e de novo... Como um loop do tempo. Até que Emma chegou à
cidade, e tudo começou a mudar.
Ele
atraiu Emma à sua casa com um propósito: ela é a única naquele momento que pode
trazer um pouco de magia àquela cidade, e ele precisa de magia. Para isso,
precisa que Emma acredite que é o fruto do amor verdadeiro de Branca de Neve
com o Príncipe Encantado. E precisa que ela use essa magia para lhe
confeccionar um chapéu.
Nessa
versão, porém, o Chapeleiro não vivia no País das Maravilhas. Aliás, ele
detestava aquele lugar. Preferia viver em Tão, Tão Distante com sua filha
Grace, e tinha abandonado seu antigo ofício, para vender cogumelos na feira,
pois esse trabalho era menos perigoso.
Acontece
que ele não fabricava chapéus. Ele era basicamente o dono de uma agência de
viagens, especializada em levar seus clientes para a casa do chapéu.
Um
belo dia, a Rainha Má precisou solicitar seus serviços para recuperar algo que
lhe fora roubado e levado para um Reino distante.
Mas
já perceberam como é difícil negar algo à Rainha, né?
Ela
o leva a recordar que é tão pobre que não pode nem comprar um simples coelho
branco de pelúcia para a filha na feira, e o brinquedo que ele fez com trapos
esfarrapados, embora a menina tenha aceitado com alegria, não é o mesmo. Ele
quer que sua filha tenha mais do que brinquedos esfarrapados, então acaba concordando
com o trabalho proposto pela Rainha, deixando a filha com os vizinhos durante
sua ausência.
O
veículo que Jefferson usa para suas viagens é um chapéu mágico, que serve como
portal entre os mundos. Esse portal os leva a uma sala com muitas portas diferentes,
para que o viajante escolha o mundo que quer visitar. Por se tratar de um
chapéu mágico, ele só leva a mundos mágicos; mundos sem magia não estão
inclusos no roteiro, não insista!
Mas
tudo bem, porque o mundo que a Rainha Má queria visitar era justamente o
indesejável País das Maravilhas.
Porque,
afinal, ele sabe perfeitamente o tipo de cobra com a qual está lidando.
A
Rainha Má queria recuperar uma caixa no cofre da Rainha de Copas, no centro do
labirinto. E foram cercados pelos guardas na volta, com a Rainha tendo que
lançar vários deles na parede de cerca viva e carnívora do labirinto para que
pudessem escapar.
Mas
antes de atravessarem o espelho de volta, a Rainha demonstra que Jefferson
tinha realmente motivos para se preocupar com aquela viagem, pois a coisa que ela queria recuperar naquele
mundo, e que estava guardada dentro da caixa era seu pai, o Príncipe Henry, que
a Rainha de Copas havia sequestrado para provocá-la. Regina aproveita os
cogumelos mágicos à margem do caminho para fazê-lo crescer antes de saírem do
País das Maravilhas, deixando o Chapeleiro para trás, já que três pessoas não
podem voltar pelo espelho, se somente duas carimbaram o bilhete de ida.
E
ter sido deixado para trás naquele mundo que ele odeia, separado da filha, é um
dos motivos porque o Chapeleiro é maluco. O outro motivo foi ter sua cabeça
cortada durante o interrogatório da Rainha de Copas.
Por
alguma razão, a decapitação não matou o Chapeleiro. Eventualmente, a Rainha de
Copas reimplantou sua cabeça de volta no corpo para que ele pudesse fabricar
outro chapéu mágico para viajar entre os mundos, o que acabou por enlouquecê-lo
de vez.
O
que nos leva de volta à Storybrooke, e à missão de Emma de confeccionar um
chapéu para o maluco. Mas um chapéu que funcione!
Há
outra luneta na mansão do Chapeleiro, apontada para a casa onde sua filha Grace
vive com a família que ela acredita ser sua. Naquele mundo ela se chama Paige,
e nem desconfia da existência dele. Sua maldição foi ter tudo o que sempre
desejou dar a ela: uma casa bonita, luxo, um monte de dinheiro para comprar
todos os brinquedos que ela quisesse; sem poder dar nada a ela, pois a menina
não sabe que ele é seu pai.
E
ele não quer estragar a felicidade dela revelando a verdade, sem que ela possa
lembrar de seu passado com ele em Tão, Tão Distante. Mas talvez se levá-la de
volta para lá, as memórias dela também retornem.
Como
as memórias dele foram preservadas é
um mistério...
Então
Emma decide fazer o jogo dele, para distraí-lo, poder nocauteá-lo com a luneta
e roubar sua arma de volta.
Será,
Emma? Porque quando ela está lutando com as cordas de Mary Margaret, ele a alcança
e ela finalmente vê a cicatriz no pescoço dele, de quando ele teve sua cabeça
cortada pela Rainha de Copas.
Então
é a vez de Mary Margaret atacá-lo com um pé de cabra, dar-lhe uma voadora, e
jogá-lo pela janela do segundo andar. Mas ao olharem lá para baixo, só veem o
chapéu caído na grama, sem imaginar que fim pode ter levado o maluco.
E
como não é seguro ficar lá para descobrir, e está em cima da hora para a
citação do caso de Mary Margaret diante do juiz, as duas dão no pé bem
rapidinho.
E
a Xerife ficou tão traumatizada depois daquela noite de horror, que sequer
denunciou o maluco, nem enviou ninguém à casa do sujeito para descobrir que fim
ele levou, ou para jogá-lo no manicômio.
E
se alguém tinha dúvida sobre quem foi o engraçadinho que deixou a chave na cela
da professora, já pode ter certeza, ao ver a cara de espanto de Regina ao
chegar à delegacia naquela manhã e ver Mary Margaret trancada na cela, lendo
tranquilamente o jornal do dia.
Acontece
que Regina havia feito um acordo com Gold uma semana antes, para separar a
professora e seu amigo “encantador”. Naquela ocasião, Gold precisava que a
Prefeita usasse sua influência para livrá-lo da acusação de agressão contra Moe
French, e em troca, ele sugeriu que algo trágico acontecesse à esposa de David,
e Mary Margaret levasse a culpa. E nem seria preciso conduzir um julgamento
incriminando a professora. Só precisavam fazer com que uma das chaves-mestras
da Prefeita aparecesse “magicamente” na cela para que a presa fugisse, uma vez
que ambos sabiam perfeitamente o que costuma acontecer com quem tenta cruzar a
fronteira da cidade.
O
que Regina não sabia, era que depois disso Gold fez outro acordo com a Xerife
para salvar a pele da professora, e provar que Regina estava por trás de toda a
armação. E em se tratando do Gold, e seu incrível talento para manipular as
palavras, é difícil saber qual acordo ele realmente vai cumprir – se é que
cumprirá algum deles ao pé da letra. Seus acordos não são o que se possa chamar
de unilaterais ou monogâmicos.
E
como adora rir da desgraça alheia – principalmente quando foi ela mesma quem
provocou –, Regina faz uma visitinha à Mary Margaret em sua cela para pedir que
ela confesse, e poupe a si mesma e à cidade da desordem de um julgamento, mas a
professora continua alegando inocência, apesar de as provas indicarem o
contrário.
Foi
o seguinte, Profê... Quando você era
pequena, lá em Tão, Tão Distante, Regina adorava cavalgar. Na verdade, ela
gostava do cavalariço, Daniel, com quem vivia um lindo romance às escondidas de
sua mãe, Cora, que sonhava casá-la com alguém menos pobre, tipo um Príncipe ou
um Rei.
Um
belo dia, quando Regina estava dando um trato no tratador de cavalos no meio de
um campo aberto, eles ouviram uma menina passar gritando por eles num cavalo
desembestado, e Regina foi em seu socorro e salvou sua vida. Essa menina era a senhorita, Branca de Neve.
E
Cora se aproveitou do incidente para casar sua filha com o Rei, que tinha
ficado viúvo recentemente.
Desesperada
com a possibilidade de ser separada para sempre de seu grande amor, Regina pede
a Daniel que fuja com ela, mas Branca de Neve ouve tudo na porta do estábulo.
Regina explica à menina que sempre foi apaixonada por Daniel, e que nunca
poderia amar o pai dela, mas pede que ela não conte isso a ninguém, pois sabe
que a mãe nunca entenderia sua escolha – porque Regina sabe que Cora é uma
bruxa malvada, capaz de matar o rapaz e esfolar a filha, e ainda entregá-la
toda esbagaçada para se casar com o Rei.
Mas
é claro que ela não revela a índole de sua mãe à Princesinha; o que acaba por
ser seu maior erro, pois é só Regina virar as costas para Cora bancar a mãe
preocupada, enganar a menina e induzi-la a contar a fofoca toda.
Naquela
mesma noite, Regina tenta fugir com seu verdadeiro amor, mas são surpreendidos
por Cora, e a megera arranca o coração de Daniel e o esmaga diante da filha.
Quando
Regina descobre que Branca de Neve contou seu segredo à mãe, a futura Rainha
dissimula, fazendo a menina acreditar que está tudo bem. Mas a partir daquele
momento, ela passa a nutrir um ódio mortal pela enteada.
Tudo
o que Regina fez depois disso – matar o Rei, mandar o Caçador matar a enteada,
estragar o love dela com o Príncipe Encantado um sem-número de vezes, lançar a
Maldição que os varreu para o mundo real, empurrar a Barbie Midas para o David,
incriminar Mary Margaret pelo assassinato de Kathryn – foi uma vingança pela
língua comprida da Princesa, que acabou condenando seu amado cavalariço à
morte.
Nessa
altura, Emma passa a contar com a ajuda de um estranho aliado para tentar
encontrar provas que inocentem a professora: August Wayne Booth, um forasteiro
que apareceu em Storybrooke, com uma misteriosa caixa de madeira na garoupa de
sua moto, e se hospedou na pensão da Vovó. Segundo Henry, só gente de Tão, Tão
Distante pode entrar em Storybrooke, o que significa que o sujeito é algum
personagem conhecido. Eles só não descobriram ainda qual.
Mas
o que estava intrigando tanto a Xerife quanto a Prefeita era o conteúdo da
misteriosa caixa – principalmente depois que o homem começou a conversar com
muita frequência com Henry.
E
ainda descolou um encontro com a Xerife e a levou para beber água do poço no
meio da floresta da cidade. Diz a lenda, que aquela água é alimentada por um
lago subterrâneo com propriedades mágicas, capazes de trazer de volta algo que
a pessoa tenha perdido, basta beber um gole. Pelo menos, é o que está escrito
na placa na lateral do poço. E segundo ele, a água é uma coisa mágica. Diversas
culturas a adoram, e ela flui por toda a Terra, conectando o mundo inteiro.
Se
a água do poço é mágica ou não, descobriremos mais tarde. O fato é que foi só
beber dela para Emma encontrar o livro do Henry, que tinha se perdido alguns
episódios atrás, flutuando numa poça d’água perto do meio-fio onde seu Fusca
estava estacionado.
Na
verdade, não foi bem um milagre o livro ter aparecido de repente. Acontece que
esse mesmo August o tirara do esconderijo junto ao antigo castelinho onde Henry
costumava brincar, inserira uma nova história nele, e o deixara para ser encontrado
pela Xerife. Porque Henry tinha razão, e ele é um personagem lá de Tão, Tão
Distante.
Mas
antes de ter sua identidade revelada, August ajudou Emma a procurar evidências
do crime na Ponte do Pedágio, onde o coração de Kathryn foi encontrado, e onde eles
descobriram um pedaço de pá, possivelmente a mesma que usaram para enterrar a
caixa de joias. Ou seja, se encontrarem a pá, podem provar que Mary Margaret
não enterrou o coração, e talvez provem também sua inocência. E Emma sabe
exatamente onde procurar essa pá...
Pena
que Regina já havia sumido com a pá quebrada quando Emma voltou com um mandado,
colocando uma nova no lugar.
Mas
ao contrário do que Emma pensou a princípio, August não teve nada a ver com o
fato de a Prefeita estar ciente de que sua garagem seria investigada. Isso é
culpa da escuta que Sidney plantou na delegacia, para que Regina sempre
soubesse os próximos passos da Xerife.
E
ele não é o único que está merecendo apanhar de cinta. Cadê a mágica que o Sr.
Gold prometeu fazer para que a bisca da Regina não conseguisse ferrar com a
professora?
Acontece
que esse tempo todo a moça esteve presa e drogada num porão escuro. Mas calma,
gente, Once Upon a Time é uma série de família! Na pior das hipóteses, a Sra.
Nolan foi refém do Monstro de Biscoito, e passou os últimos episódios sendo
obrigada a assistir ao Programa do Datena. Desagradável, mas nada muito
traumático...
Quanto
à questão principal, quem a manteve fora de circulação, ela não faz a menor
ideia, pois não viu ninguém, nem ouviu qualquer voz. Nem sequer imaginava que
todos estivessem pensando que ela tinha sido assassinada.
Agora
que sua inocência está mais do que provada, Mary Margaret pode finalmente sair
da cadeia, completamente livre de acusações. E todo mundo que olhou feio para
ela e que a xingou de vagabunda e de assassina na rua ficou com peso na
consciência e decidiu levar um pratinho de qualquer guloseima à casa dela para
oferecer uma festinha de boas-vindas. O ponto alto da festa foi receber um
cartão feito por seus alunos, que o Henry ficou encarregado de entregar.
Não
que ela tenha pressa de voltar a dar aulas, mas é bom saber que os alunos a
receberão de braços abertos, depois de tudo o que passou.
Já
o David, ela não quer ver nem pintado de ouro, apesar de ele ter acertado a
vida com a Kathryn, e os dois agora estejam oficial e definitivamente
separados. Aliás, nunca mais teremos notícias da surpreendentemente simpática
Barbie Midas depois de David tê-la visitado no hospital para terminar seu
casamento oficialmente. No máximo um vislumbre daqui a muitas temporadas...
Ao
saber as novidades do caso, Regina come o rabo de Gold por ter quebrado o
acordo, o que ele nega, pois não combinaram que Kathryn deveria ser morta para
Mary Margaret levar a culpa; o trato era que algo trágico deveria acontecer a Kathryn, e sequestro é trágico. E como Regina não leu as
letras miúdas, Gold não aceita reclamações, e ela não terá seu dinheiro de
volta!
Claro
que Regina está ciente de que essa reviravolta levantará várias suspeitas sobre
o que aconteceu: onde Kathryn esteve, como os testes de DNA foram
falsificados... E o principal: quem colocou a chave na cela da professora.
Mas
por que cargas d’água Gold agora sabotaria sua discípula, depois de ter criado
a Maldição para ela; a Maldição que construiu aquela cidade e os arrastou para
aquele mundo?
Isso
tem a ver com o motivo de ele ter criado a Maldição; o motivo por que ele precisava vir a este mundo.
Rumplestiltskin
não nasceu Senhor das Trevas. Ele sequer teve magia, até o seu filho Baelfire,
então com quatorze anos, ser recrutado para combater na Guerra dos Ogros.
Rumple fez tudo o que estava ao seu alcance para escondê-lo, e até tentou fugir
com ele para longe do Reino atormentado, mas quando nada disso funcionou, ele
seguiu o conselho de um mendigo a quem deu abrigo, sobre roubar a Adaga do
Senhor das Trevas do castelo do Duque que governava aquelas terras, e matá-lo.
Assim ele não teria mais o que temer, e o Duque perderia seu poder.
Naquela
época, Rumplestiltskin não passava de um covarde e de um manco, mas tinha
alguma astúcia. Ele usou óleo de ovelha, altamente inflamável, para atear fogo
ao castelo do Duque, e assim conseguir colocar as mãos na Adaga do Senhor das
Trevas. Foi até meio fácil demais para ser verdade. Isso porque ele não contava
com a astúcia do mendigo que lhe dera
a ideia, e que era ninguém mais, ninguém menos do que Zoso, o próprio Senhor
das Trevas, em busca de uma alma desesperada para apunhalá-lo com a Adaga que o
controlava, e que também era a única arma capaz de matá-lo, para libertá-lo de
seu fardo.
E
foi assim que Rumplestiltskin se tornou o Senhor das Trevas. Ao remover a Adaga
do peito de Zoso, o nome gravado na lâmina já não era mais o do mendigo, mas o
seu próprio.
E
o poder não demora a lhe subir à cabeça. Exatamente como Zoso previra, os
cavaleiros do Duque foram logo cedo à sua casa para arrastar seu filho ao campo
de batalha. Mas agora Rumple não era mais o mesmo homem aleijado e assustado
que o miserável ameaçou e humilhou na estrada, fazendo-o beijar sua bota. Esse
dia também foi a estreia de Rumplestiltskin como assassino impiedoso, matando
todos os cavaleiros do Duque quase que de um golpe só.
Dá
medo em muita gente, garoto. Mas quando Rumple começa a matar pessoas na aldeia
gratuitamente, só para manter o respeito, e supostamente manter o filho seguro,
Baelfire decide procurar uma maneira de remover o Poder das Trevas de seu pai
sem matá-lo. É bem verdade que Rumple fez coisas boas depois de ter se tornado
todo poderoso, como pôr fim à Guerra dos Ogros, libertando as crianças do campo
de batalha e conduzindo-as de volta para casa, mas agora ele está completamente
fora de controle.
Então
ele decide convocar uma entidade chamada Reul Ghorm, que segundo rumores, detém
o “Poder Original” e é o ser mais poderoso do mundo. Uma entidade pequena
demais e controversa demais para eu acreditar que realmente seja mais poderosa
que o Senhor das Trevas. Uma criaturinha conhecida desse lado do mundo
encantado como Fada Azul.
Estamos
olhando para uma trama que aconteceu muito antes de Branca de Neve, os Sete
Anões e até mesmo Regina nascer. Porque Rumplestiltskin, como ainda
descobrirão, é mais velho que piada de papagaio.
A
SaFadinha não podia fazer nada para retirar os poderes do Senhor das Trevas,
mas podia enviar Rumplestiltskin e seu filho a um lugar onde o malvadão não
poderia usar magia. Assim, ela deu ao menino o último feijão mágico que restava
em Tão, Tão Distante para que Bae pudesse levar seu pai a um mundo sem magia.
Mas
Rumple não gostou muito desse acordo, que o tornaria fraco outra vez, sem seus
poderes.
Mas
na hora H, quando Bae abriu o portal, Rumple não teve coragem de partir,
deixando seu filho cair sozinho naquele mundo desconhecido.
E
como não sabia para onde Bae havia comprado passagem, Rumple teve que perguntar
a quem a vendeu. Ele convocou a Fada Azul, mas ela nada podia fazer para trazer
seu filho de volta, ou para mandar o Senhor das Trevas atrás dele, já que não
existiam mais feijões mágicos no Reino.
Agora
vocês sabem por que Rumplestiltskin não vai muito com a cara das Freiras em
Storybrooke!
Mas
ele não demora a descobrir outro meio de viajar entre os mundos. A passagem
custaria muito caro, mas Rumple se tornou especialista em transferir dívidas.
Foi
por isso que ele induziu Regina a lançar a Maldição das Trevas, a única coisa
capaz de transportá-los para aquele mundo sem magia, na ausência de um feijão
mágico.
E
o motivo de ter ajudado Emma a se eleger Xerife em Storybrooke, é que,
obviamente, Bae não está na cidade. Era do interesse de Rumple que Regina
lançasse a Maldição das Trevas para levá-los ao mundo real; e agora é de seu
interesse que a Maldição seja quebrada, para que a magia retorne à cidade, e
ele possa sair dela para procurar seu filho pelo mundo. Mas para isso, Emma
precisava estabelecer residência fixa em Storybrooke, primeiro.
Considerando
a idade do Senhor das Trevas, seria de se imaginar que seu filho já estivesse
morto a essa altura, mas Bae também viveu suas aventuras depois de ter chegado
ao nosso mundo. Porém, não vamos nos adiantar.
Até
porque, naquele momento Rumple também está de olho no forasteiro, depois de
tê-lo surpreendido xeretando nos fundos de sua loja, e suspeitado que August
era um nome falso. E descobrir o desenho da Adaga do Senhor das Trevas no
quarto dele na Pensão da Vovó coloca uma pulga atrás de sua orelha a respeito
de quem o sujeito era em Tão, Tão Distante.
Ao
ver o forasteiro saindo do convento, Gold decide interrogar a Madre Superiora,
para descobrir o que ele está fazendo na cidade.
Assim,
Gold decide confrontar o rapaz, que confirma ser Baelfire. E vemos um raro
momento de fragilidade do Senhor das Trevas, ao reconhecer seu erro, quando
permitiu que o filho desaparecesse sozinho naquela barreira de tempo e espaço,
e pedir seu perdão. O moço concorda em perdoá-lo, em troca da Adaga. Mas quando
o rapaz tenta usá-la para controlá-lo, Gold percebe que aquele não é seu filho,
pois Bae saberia que a Adaga não teria qualquer poder sobre o Senhor das Trevas
naquele mundo sem magia.
Mas
isso o leva a duas descobertas interessantes: primeiro, August está acordado,
já que é o único na cidade – além de Regina – que conhece sua identidade, sabe
sobre a Adaga e sua utilidade; e segundo, que August também deseja que a
Salvadora Emma quebre a Maldição, para que a magia possa entrar em Storybrooke,
pois se isso não acontecer logo, August morrerá.
Então
Gold decide aproveitar sua determinação em ajudar a Salvadora a acreditar em
seu destino, e adiar sua execução para quando ele não tiver mais qualquer
utilidade para si.
Enquanto
isso, Regina aproveita que Emma está furiosa com Sidney, depois de ter
descoberto a escuta que ele plantou na delegacia, para fazê-lo assumir a culpa
pela tramoia contra Mary Margaret. Porque Sidney é um bundão, completamente
apaixonado pela Prefeita, que faria qualquer coisa para agradá-la, inclusive ir
para a cadeia em seu lugar, por tentar incriminar uma pessoa por um assassinato
que nem aconteceu.
Mas
Emma não nasceu ontem, e saca de cara que toda a confissão não passa de papo
furado.
E
já que Regina não se importa em jogar sujo para ter o que quer, Emma agora está
determinada a tirar Henry do alcance de sua má influência.
Archie
já tinha alertado a Prefeita sobre a possibilidade de Emma pedir a guarda do
filho em algum momento, logo depois que os dois foram salvos da mina
desmoronada. E naquela ocasião, o psicólogo deixou bem claro que quando fosse
consultado pelo juiz, ele poderia perfeitamente defender a causa de Emma. E
sendo o terapeuta do menino há tantos anos, sua opinião seria levada em
consideração.
Esse
é o perigo de se colecionar inimigos, Sra. Prefeita. Uma hora, até a influência
de um Grilo Falante pode ser extremamente prejudicial aos seus propósitos...
E
o próprio Henry não faz questão de esconder sua predileção pela mãe biológica,
ainda mais depois de Regina ter armado toda aquela situação desagradável para
sua professora. E ele garante à Rainha Má
que a Maldição em breve será quebrada; Branca de Neve se reconciliará com o
Príncipe Encantado, não importa o que ela faça; e que a malvada não ficará
impune depois que todos se lembrarem de quem ela é.
O
que lhe dá uma nova ideia para sabotar o romance de seu casal menos favorito. Regina
finge que seu carro quebrou bem na hora em que David está passando pela rua,
sabendo que ele lhe oferecerá uma carona para casa. E aproveita o ensejo para
convidá-lo para jantar, impressioná-lo com o sabor de sua lasanha, e tentar
abocanhá-lo de sobremesa.
O
marido de sua maior inimiga, sem saber, acaba de dar um fora na Rainha Má! Não
tá fácil para ninguém, hein, Regininha...
Enquanto
Regina leva um pé na bunda, Henry conta a Emma que descobriu uma nova história
no livro, que não existia nele antes de ter se perdido. Um conto inacabado
sobre Pinóquio. E suspeita que, quem quer que tenha roubado o livro, está
tentando lhes contar alguma coisa que ainda não sabem sobre a Maldição.
Tipo
que a Fada Azul transformou Pinóquio em um menino de verdade depois de ele ter
morrido para salvar a vida de Gepeto durante uma tempestade em alto-mar,
provando ser corajoso, verdadeiro e altruísta. Contanto que mantivesse esses
valores, ele nunca voltaria a ser um boneco de madeira.
Mas
aí a Rainha Má anunciou que lançaria a Maldição para tirar tudo o que eles
amavam, e a única forma de se salvarem, segundo a Fada Azul, era protegendo a
criança que Branca de Neve traria ao mundo, para que ela quebrasse a Maldição
dali a vinte e oito anos. O plano da Fada era que Gepeto construísse um
guarda-roupa com uma árvore encantada, semelhante àquela da qual esculpiu
Pinóquio, cuja magia poderia proteger apenas duas pessoas. Não uma,
como a Fada disse ao casal Encantado ao apresentar o plano.
Acontece
que Gepeto estava convencido de que, sob o efeito da Maldição, nada impediria
que Pinóquio voltasse a ser um boneco de madeira. E estando num mundo sem
magia, ele poderia estar morto quando a Maldição fosse quebrada. Então ele
pediu que a Fada Azul mentisse aos Encantados, sobre o número de pessoas que
poderiam ser protegidas pela árvore, para que ele pudesse salvar seu filho
junto com Branca de Neve antes que ela desse à luz.
Essa
alfinetada é a trama que Once Upon a Time revelou sobre o passado não tão
moralista do Grilo Falante.
Jiminy
era filho de um casal de titereiros – artistas mambembes que promovem teatro de
fantoches e marionetes –, e aproveitava a distração do público para bater suas
carteiras durante os espetáculos. Mas ele não gostava de roubar, nem de aplicar
os golpes que seus pais planejavam. Então Rumplestiltskin – sempre ele – lhe
deu uma poção para impedir que seus pais continuassem a manipulá-lo. Mas Jiminy
não teve coragem de dar a poção aos pais – até porque, nem sabia o que aquilo
faria com eles.
Só
que, quando seus pais foram aplicar o golpe do Tônico de Duende, que
supostamente imuniza as pessoas contra a peste, em um inocente casal que lhes
deu abrigo, Jiminy decidiu que era hora de agir para detê-los. Porém, a poção
não surtiu efeito algum, pois seu pai trocou os frascos. Aquilo era só água da
chuva, que pretendiam vender ao casal como Tônico de Duende. Ou seja, o casal
inocente ficou com a poção fabricada pelo Senhor das Trevas, e ela os
transformou em bonecos de madeira.
Esse
inocente casal eram os pais de Gepeto. O que explica sua paixão por fabricar
bonecos de madeira. Seus pais nunca mais se moveram desde aquela noite, e
permanecem na loja do Sr. Gold em Storybrooke.
Quanto
a Jiminy, ele foi transformado em Grilo pela Fada Azul – por escolha dele,
diga-se de passagem; algo que eu sinceramente não entendi –, e desde então tem
agido como a consciência de Gepeto, e mais tarde de Pinóquio.
Bem,
depois que o Grilo Falante foi convidado a permanecer com a boca fechada, a
Fada Azul acabou concordando em mentir sobre a capacidade mágica do
guarda-roupa. Mas quando Branca de Neve resolveu dar cria no exato momento em
que a Maldição estava vindo, a Fadinha correu para comunicar Gepeto sobre a
mudança nos planos.
O
que não significa que ele tenha lhe dado ouvidos. Afinal, a filha de Branca de
Neve só precisava de alguém que a protegesse e a fizesse acreditar em seu
destino naquele mundo para onde a Maldição os enviaria. E esse alguém podia
muito bem ser Pinóquio.
Porque
é super natural um menino de sete anos ser responsável
por um bebê!
A
princípio, quando surgiu na floresta, naquele mundo estranho que encontrou além
do guarda-roupa, Pinóquio estava disposto a fazer tudo direitinho, e cuidar da
Princesinha Emma, contar a história de seus pais, e fazê-la acreditar e cumprir
seu destino.
Mas
ao descobrir como lares adotivos são terríveis, ele decidiu fugir com as outras
crianças do orfanato, e cuidar de sua vida. Verdade seja dita, aquelas crianças
não tinham mesmo como cuidar de um bebê, como Pinóquio logo constatou.
Agora
ele está sentindo na pele as consequências de sua escolha nada altruísta,
sincera ou corajosa: sua perna está se transformando novamente em madeira. E é
por isso que ele tem tanta pressa de fazer Emma acreditar na maluquice do Henry
e quebrar a Maldição.
E
é por isso também que ele a convida para sair da cidade, para que ele lhe conte
sua história.
A
história dos dois, na verdade.
August
leva Emma até a lanchonete onde a deixaram quando ela foi encontrada ainda bebê
à beira da estrada, e se revela como o menino que a encontrou, mas mentiu sobre
o local à polícia. Ele a leva até a árvore por onde chegaram àquele mundo,
exatamente como foi escrito no livro de Henry, e confirma que foi ele quem
inseriu a história do Pinóquio no livro, pois ele é o próprio.
Mas
ele ser o Pinóquio explica o problema com sua perna. Ele estava em Phuket, uma
ilha paradisíaca na Tailândia, quando Emma decidiu ficar em Storybrooke. Graças
a essa decisão, ele foi acordado às oito e quinze da manhã – oito e quinze da
noite no horário local de Storybrooke – com um lembrete bem doloroso do quanto
se desviou da missão que lhe foi confiada. Infelizmente para ele, a descrença
de Emma a impede de ver sua perna de madeira.
Vencido
pela teimosia dela, August se rende, e decide passar o pouco tempo que lhe
resta ajudando Marco, a versão amaldiçoada de Gepeto, em sua oficina de
carpintaria.
Quanto
à Emma, ser arrastada para uma floresta no meio do nada para ouvir que foi
parar naquele mundo através de uma árvore foi a gota d’água; então ela decide
pegar seu filho, mesmo sem ter a custódia dele, e levá-lo embora de
Storybrooke.
Xii!
Sequestrar o garoto não é uma boa ideia, dona Emma. Mesmo sem sair da cidade,
Regina ainda pode fazer um estrago...
Se
querem saber como essa temporada termina, não deixe de ler a Review da Season Finale no próximo post, nessa mesma hora, nesse mesmo blogspot!
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