É Mágica? Ou Uma Coincidência Verdadeiramente Genial?

em segunda-feira, 26 de maio de 2014


Vamos a mais uma sessão nostalgia no Admirável Mundo Inventado. Desta vez sobre duas séries de TV muito parecidas, que abordavam basicamente o mesmo tema, fizeram sucesso na mesma época, e que sempre foram exibidas juntas, como se uma completasse a outra – e talvez completem mesmo.

É verdade que as duas séries eram tão maravilhosas individualmente que mereciam ganhar cada uma a sua própria postagem. Todavia, falar de uma sem mencionar a outra é tarefa para Tom Cruise: uma Missão Impossível!

Principalmente porque essas duas séries nos remetem àquela questão primordial “quem veio primeiro? A galinha ou o ovo?” “A Feiticeira ou Jeannie é Um Gênio?”.

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Não Toque o Fruto Desta Árvore!

em quinta-feira, 15 de maio de 2014



São raríssimos os poemas que me agradam, confesso. Os românticos, principalmente, são os que mais me custam ler (e sobretudo escrever!), com exceção de dois ou três de Vinícius de Moraes, Luís de Camões e Cecília Meireles.

Mas às vezes algum poema de outro tema acaba me chamando atenção.

Tenho visto muitas publicações de novos poetas espalhados pela web que fariam cair o queixo dos renomados, mas o que vou citar agora é um clássico.

Publicado em 1794, na antologia “Canções da Inocência e da Experiência”, o trabalho mais conhecido de William Blake, que revela dois estados contrários da alma humana, este poema é a metáfora perfeita ao veneno que pode ser cultivado na alma do homem:


A ÁRVORE ENVENENADA
[William Blake]

Sentia raiva de um companheiro
Confessei o ódio, o ódio se foi inteiro.
Sentia raiva de um inimigo
Fiquei calado, o ódio vi crescido.
E o reguei de alma sombria
Com meu pranto noite e dia
E escondido sob sorrisos gentis
E com corteses, enganosos ardis.
E cresceu noite e manhã
Até florescer luzente maçã
Ao ver o brilho que ela tinha
O inimigo sabia que era minha

E foi ao meu jardim roubar
Quando a noite velou o pomar
Bem cedo vi, com agrado
O inimigo sob a árvore estirado

(Traduzido por: Talita Vasconcelos)

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Desafio #4: O Crime da Moda

em sábado, 3 de maio de 2014


Ligeiramente atrasada, eis o resultado do desafio literário do mês de abril, “o Hype do momento”: o que está todo mundo lendo.


Quando vi esse tópico não tive dúvida sobre qual seria o livro perfeito: “A Culpa é das Estrelas”, de John Green. Na verdade, esse livro até poderia ter sido meu “Na Estante”, porque eu já vinha adiando essa leitura há séculos. Mas então imaginei a chuva de resenhas deste livro que poderiam surgir nos blogs este mês, por causa do mesmo desafio (deste e de outros títulos do autor, que recentemente se tornou o favorito absoluto dos leitores, no topo das listas dos mais vendidos com pelo menos cinco títulos!), e decidi procurar outro “Hype” para este desafio.


Passei quase duas horas verificando as listas de mais vendidos e de mais populares para decidir entre um catálogo relativamente grande de títulos em evidência (não vamos nos esquecer de que Nicholas Sparks, assim como Green, também emplaca um novo sucesso com frequência inacreditável; quase como os astros da música com seus novos singles!).


Então, finalmente, depois de algumas observações, acabei decidindo por uma opção que em todos os aspectos era a mais atraente.


Talvez o momento “Hype” deste livro até já tenha passado, exceto entre os Potterheads, e convenhamos que os Potterheads formam uma comunidade muito grande no Brasil!


Por conta da polêmica a respeito da descoberta de que Robert Galbraith é pseudônimo de J. K. Rowling, “O Chamado do Cuco” ganhou grande notoriedade, e principalmente, popularidade, embora já fosse um sucesso de vendas na Grã-Bretanha antes mesmo de a fofoca vazar.


Depois de ler o livro eu compreendi o possível motivo de J. K. Rowling ter hesitado tanto em admitir a autoria do livro. “O Chamado do Cuco”, em praticamente toda a narrativa, soa extremamente diferente de Harry Potter, o que, em minha opinião, comprova irrevogavelmente o talento e a maestria extraordinários da autora. Ela não só criou uma história que nada tinha a ver com o mundo fantástico em que esteve pisando por quase vinte anos, como também criou um autor e deu vida a ele nas páginas: em sua maneira de narrar, de descrever os diálogos, de contar sua história, conferindo a ele nuances tão reais e tão masculinas que poderiam tê-lo tornado crível por décadas, se a informação não tivesse vazado.


Esta obra se distancia largamente da literatura leve e incensurável de Harry Potter. Sobretudo na escolha da linguagem. Os diálogos dos personagens, e por vezes até a narrativa, são pautados por termos e expressões que moralmente não são recomendadas para crianças (o, teoricamente, principal público de Harry Potter). Portanto é compreensível a preocupação da autora em se preservar detrás do pseudônimo de Robert Galbraith. Ela deve ter imaginado que isto inibiria a procura voraz pela obra meramente pelo conhecimento de ter sido escrito por ela, e o possível choque de algum leitor ao contrastar este novo estilo literário com suas obras anteriores. Não que algo nesta obra tenha me chocado... A verdade é que eu absolutamente adorei cada linha do texto, e em alguns momentos até esqueci (ou simplesmente deixei de lado) quem era a verdadeira autora do livro. Seu talento e sua obra falam por si.


Aliás, esta foi uma escolha audaciosa: lançar-se como autor desconhecido é praticamente como um recomeço de carreira, um tiro no escuro, sobretudo no competitivo (e infelizmente pouco valorizado; se morasse no Brasil ela provavelmente ficaria muito menos motivada a arriscar) mercado literário; ter de reconquistar todo o espaço que ela já tinha alcançado com a saga do bruxinho, mas desta vez, para um autor sem rosto. Imagino que isso seria um desafio... Se ela não fosse indubitavelmente uma autora – vou tomar emprestado o muito merecido bordão da saga – BRILHANTE!

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Novidades da Escritora Que Vos Fala!

em sexta-feira, 25 de abril de 2014


O objetivo deste blog não é, e nunca será, propaganda! Mas expor, comentar, resenhar e caricaturar obras de ficção (filmes, livros, contos, séries de TV, quem sabe até da Web, e músicas), e, claro, aqui e ali, incluir um conto ou uma poesia.
Mas, como o próprio título do blog diz “Admirável Mundo Inventado”, e eu sou basicamente a primeira a admirar o mundo que eu mesma invento, tomei como obrigação também manter o blog atualizado sobre minhas obras. Ao menos, na medida do possível, sem encher de notícias.
A novidade de hoje é uma exceção.

Trata-se do Book Trailer do meu livro “Alma de Rosas”, cuja resenha eu postei aqui alguns meses atrás (e onde também incorporei o vídeo como atualização).
Apenas uma síntese, enunciando o enredo do meu livro.



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Desafio #3: Filme ou Livro? Um Dilema Psicótico

em terça-feira, 25 de março de 2014



E aqui chegamos ao terceiro tópico da lista do desafio literário: Filme ou Livro? E como o próprio tema diz, a proposta era ler um livro cujo filme eu já tivesse visto.

As opções eram tentadoras, mas admito ter ficado extremamente feliz ao conseguir este exemplar. O desafio de março não poderia ter sido mais perfeito; simplesmente a obra que inspirou o clássico absoluto de Alfred Hitchcock: Psicose, de Robert Bloch.


Nem consigo calcular a quanto tempo eu estava procurando esse livro. Consegui uma tradução antiga; já houve pelo menos duas reformas ortográficas depois de sua impressão, mas a essência da história ainda estava ali. Toda a obsessão, toda a loucura, o apego insano de Norman Bates pela presença da mãe; sua personalidade doentia; a necessidade de se livrar de tudo o que poderia interferir em sua relação supostamente perfeita com a mãe; uma necessidade que parece ter sido desencadeada pela chegada de Mary Crane (Marion, no filme; talvez tenha sido erro de tradução no livro), a moça que fez aflorar, quem sabe pela primeira vez, algum desejo em Norman Bates. Um desejo perigoso que ele – ou a mãe, ou ambos – precisava castrar.

Vou lhes contar um fato impressionante que me aconteceu enquanto lia a cena do assassinato de Mary Crane, e que quase me provocou um mini ataque cardíaco.

Estava eu lendo:

 “Mary começou a gritar. Então a cortina se abriu totalmente e apareceu a mão empunhando uma faca de açougueiro. E foi a faca que, pouco depois, decepou-lhe o grito.
E a cabeça também.”

Neste exato momento, meu celular tocou. Qual é meu alerta de chamada? A canção sinistra da faca de psicose!

Tive um sobressalto. Numa lista infinita de coincidências mundo afora, esta poderia ser de longe a mais grotesca. Agradeci aos céus por não conhecer nenhuma Norma, porque, se conhecesse, na certa, seria ela me ligando.

Mas quem é que tem esse senso de oportunidade diabólico?

_A VIVO tem uma mensagem importante para você! Para ouvi-la, tecle... – disse a voz da gravação antes de eu mandá-la para... [insira complemento aqui]

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Um Belo Achado

em sexta-feira, 14 de março de 2014



Estava eu outro dia navegando na internet (eu e minha mania de pesquisar contos e fanfics online, só para me distrair) e dei de cara com uma capa que mais parecia um anúncio: circulado em vermelho, ao lado do rosto de um homem belíssimo, o título “Aluga-se um Noivo”, escrito por Clara de Assis (não a santa Clara, que fique bem claro!).

Mudei de página...

Espera um minutinho, volta lá!

Conferi a sinopse:

"Eu não queria passar atestado de fracassada diante do meu ex namorado, galinha filho de uma... e da minha ex amiga, aquela cachorra, cretina, miserável! Desculpem o desabafo... Então resolvi alugar um acompanhante, muito simples, ele iria ao casamento do meu irmão comigo, eu sairia por cima da carne-seca e depois cada um seguiria seu caminho. Simples assim! Mas só que... Acho que me apaixonei por ele."

Ali se traçou o curso do meu fim de semana.

Não sou adepta desse tipo de leitura. Não sou mesmo. Não por ser uma publicação independente, fanfiction de internet, mas pelo conteúdo, digamos, hot do enredo. Mas este eu tenho que admitir, ADOREI!

Sabe aquela história que te arranca altas gargalhadas enquanto lê? Que faz você rir feito uma retardada, só para quem estiver por perto pensar que você é doida? Então...

Sem mencionar que a narrativa da protagonista é tão descontraída que parece uma história sendo contada cara a cara por uma amiga íntima. Adoro quando um livro me dá essa sensação.

Aliás, descontraída é apelido. Eu diria despojada, sem pudores. Nenhum palavrão foi poupado! Mas ao contrário do que meu comentário possa ter feito parecer, não é uma história vulgar. Digamos que é um humor politicamente incorreto, mas extremamente válido, de qualquer modo.

Vou dar só uma canjinha:



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Mulheres Admiráveis da Ficção

em sábado, 8 de março de 2014


Aproveitando a deixa do Dia Internacional da Mulher, quero citar dez exemplos de personagens (sendo que uma delas é uma figura real, mas tão icônica que se tornou uma lenda) que demonstraram que deixamos de ser o sexo frágil há muito tempo.

Scarlett O’Hara

Acredito já ter falado dela algumas (ou muitas) vezes no blog, mas nunca é demais. A personagem criada por Margaret Mitchell em seu romance “E O Vento Levou” é um bom exemplo de uma mulher de garra. Scarlett, a princípio, era uma garota fútil e mimada, mas amadureceu muito ao experimentar na própria carne os horrores da guerra civil americana, tendo de encarar a fome, doenças, mortes de pessoas próximas (dois maridos que ela não amava, uma amiga, seus pais, sua filha ainda pequena e o bebê que nem chegou a nascer), e lutou com unhas e dentes para conseguir pagar os impostos e não perder sua amada fazenda. E mesmo quando tudo estava contra ela, Scarlett não desanimou. Com um otimismo invejável, ela seguiu lutando suas batalhas, em busca do seu final feliz. Ou, em suas próprias palavras “amanhã será um novo dia...”.

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Desafio #2: Julgando Livros Pela Capa... E Dando Mole Para o Azar!

em terça-feira, 11 de fevereiro de 2014


Bem-vindos ao segundo episódio do desafio literário que eu – facultativo! – levarei até o fim esse ano. O segundo desafio da lista do Tigre era julgar um livro pela capa. Coisa que muito leitor está acostumado a fazer – inclusive a que vos fala... CULPADA!

A verdade é que eu estava analisando outra capa, quando esta capa, ou o título, ou o fato de ter sido escrito por uma autora brasileira me chamou a atenção.

Juro que eu abri só para dar uma folheada, mas o negócio não quis largar da minha mão! E quando eu digo “negócio” estou falando do tal “Azar o Seu!”, da Carol Sabar.

 Fala se essa capa não é linda?!
Eis o enredo da novela:

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Noite de Núpcias

em sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014




por Verônica Lira

Hoje deveria ser o dia mais feliz de nossas vidas. Mas há uma atmosfera sombria ao meu redor, e uma canção sinistra que é angustiantemente familiar. Ele está tão bonito, elegante e vivo no terno italiano que fiz tanta questão que ele usasse hoje...

Ele... É tão impessoal, tão vago, tão distante. Eu poderia apenas desta vez me atrever a guardar um nome. Uma lembrança torturante do quanto a escuridão me absorveu.

Não. Sem lembranças, como sempre.

Apanhei as rosas que roubei mais cedo no jardim para fazer meu buquê; ajeitei a anágua do vestido vermelho – jamais me vestirei de branco, nada de sacramentos; desci o véu perolado sobre meu rosto. E caminhei para ele.

Ele estava sorrindo ao lado da cama, esperando. Nossa noite de núpcias. Juramos amor eterno no quarto de hotel; sem padre, sem cerimônia, sem sacrilégio.

A canção cresceu ao meu redor à medida que ele me envolvia com seus braços ardentes. Parecia o som de uma valsa tocada em pura percussão. Ouvi com prazer cada batida preenchendo o ambiente, o som da música crescendo, me absorvendo. Fui me deixando levar, sendo dominada lentamente, até não poder mais suportar.

E então, veio o clímax absoluto, quando a artéria que ligava o som da música ao prazer quente e intoxicante do sangue dele se rompeu. As batidas se tornaram mais intensas e mais urgentes; a música ficou mais alta; e então mais lenta; até que tudo se acabou. Senti na pele dele a última batida de seu coração e dei um suspiro.

A música cessou.

Mas a minha sede não.

Beijei com carinho as rosas roubadas antes de depositá-las em seu peito, como um símbolo de amor. O amor eterno que jurei, e que vivi plenamente sob o feitiço da canção inebriante das batidas de seu coração, enquanto a vida dele descia pela minha garganta. Eu sempre o amarei.

Mas agora eu preciso encontrar outra pessoa para amar... Até o fim da noite de núpcias.
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