De
todos os gêneros literários, o único que me dá certa preguiça é poesia. Nada
contra o gênero, propriamente. Eu gosto de poesia, mas isso para mim é como
cerveja: tenho que consumir com moderação. Ler um livro inteiro só com poemas
nunca fez a minha cabeça.
Tudo
bem que poesia não precisa necessariamente ser romântica. Já até mencionei aqui
que meus poemas favoritos são A Árvore Envenenada, de William Blake – que está
muito longe de falar de amor – e O Corvo, de Edgar Allan Poe – que é meio
triste, na verdade. Ok, vamos incluir aí na conta Soneto de Fidelidade, de
Vinícius de Moraes, uma lírica de Camões que teve um trecho citado por Selton
Mello no filme Lisbela e o Prisioneiro – e que não tem título, exatamente –,
outra de Camões que traz uma bonita definição sobre o amor (“Amor é fogo que arde sem se ver | É ferida
que dói, e não se sente...”), e O Amor, de Fernando Pessoa. Para citar
alguns poemas de amor que eu realmente gosto. Mas ler um livro inteiro recheado
de versos melosos de uma vez só, são outros quinhentos.
Pelo
menos, até eu esbarrar totalmente por acaso com Eu Me Chamo Antonio, de Pedro Gabriel.