
Gente,
onde é que eu encontro um príncipe assim?
Eu
confesso que, no passado, eu torcia o nariz à menção da palavra distopia. O
problema era que eu não torcia o nariz com o mesmo conhecimento de causa com
que torço o nariz para o jiló, que eu provei e detestei. Torcia o nariz sem
nunca ter experimentado; torcia o nariz para a definição do gênero – uma
sociedade totalitária, geralmente dividida em castas, e onde o governo exerce
total controle sobre o povo, e ninguém tem o direito de opinar ou discordar.
Creio não ter exagerado muito os detalhes. Mas a verdade é que eu me sentia
pouco inclinada a dar uma chance a livros desse gênero. Assisti Jogos Vorazes –
não amei, nem detestei, só achei abrupto demais –; assisti Divergente –
confesso que sem prestar atenção suficiente para formular uma opinião. E não
conseguia coragem para abrir um livro do gênero. Pode ser que parte do motivo
fosse minhas tentativas frustradas de ler 1984, de George Orwell – um livro que
me pareceu enfadonho nos primeiros capítulos, e me fez desistir todas as duas
ou três vezes que tentei lê-lo. Mas é aquela história: assim como nem todas as
frutas são iguais, nem todos os livros do mesmo gênero são iguais também.
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