Megeras Não Têm Coração, Mas Adoram Arrancar os dos Outros...

em terça-feira, 2 de julho de 2013

Dizem que a maçã nunca cai muito longe da árvore – principalmente se uma das duas estiver envenenada. No caso de Regina Mills, o tabu até poderia ter sido quebrado, se ela não tivesse sido manipulada pelo Senhor das Trevas para seguir os passos sombrios de sua mãe.
E Cora não é exatamente o tipo de mãe que deseja encaminhar a filha na moral e nos bons costumes. Cora sempre influenciou Regina a buscar o poder, a qualquer preço; mesmo que para isso precisasse matar alguns indesejáveis pelo caminho.
E se com a cidade em paz já está difícil para Regina provar que está disposta a se redimir para poder reconquistar o carinho de seu filho adotivo, avalia agora, com a Megera N°1 do Reino aprontando todas, determinada a voltar todo mundo contra ela?
Cora Mills desembarcou em Storybrooke nessa segunda temporada para transformar a vida de sua filha num inferno, e assim influenciá-la a concluir sua vingança e retomar o poder. Custe o que custar.


Graças ao feijão mágico ressecado que Gancho pegou como lembrancinha de sua visita ao castelo do Gigante no alto do Pé de Feijão, e às águas milagrosas do Lago Nostos, Cora pôde viajar para Storybrooke, a bordo do Jolly Roger, o navio do pirata bonitão. E a mulher já chega chegando, transformando um pobre pescador curioso em peixe, apenas para mostrar ao bonitão que existe magia em Storybrooke; portanto, se atacar Rumplestiltskin prematuramente, ele pode acabar com o gancho enfiado no rabo.
E para garantir que sua presença na cidade permaneça despercebida por algum tempo, Cora lança um feitiço de camuflagem, que torna o navio pirata invisível no cais.
Enquanto isso, nossos heróis planejam outra festa no restaurante da Vovó Donalda – porque aparentemente eles ainda não cansaram de comemorar o retorno de mãe e filha Encantadas, de sua viagem acidental à Tão, Tão Distante. Aliás, Branca de Neve e Charming passaram a tarde inteira “comemorando” o reencontro no loft. Até esqueceram de pendurar uma gravata na porta para servir de aviso à Emma de que não devia entrar em casa de repente, correndo o risco de surpreender os pais furunfando no meio da tarde.
Como Emma já é adulta, e já teve um filho, ela provavelmente conseguirá superar isso em breve.
Pelo menos dessa vez alguém se lembrou de convidar Regina para a festa – no restaurante da Vovó! Não na cama dos Charmings –, e ela se lembrou de levar sua famosa lasanha, cujo ingrediente secreto não é veneno, como Leroy imaginou, mas apenas flocos de pimenta vermelha.
Apesar de Emma ter decidido lhe dar um voto de confiança – ou, em todo caso, o benefício da dúvida –, ao longo da festa, nossa Rainha acaba ficando sozinha, à margem das conversas. E depois de se sentir excluída por tempo suficiente, Regina decide ir embora, chateada.
E acaba descontando sua raiva no coitado do Grilo Falante, invadindo seu consultório, e transformando-o em presunto fresco.
Mas por que diabo Regina mataria um personagem tão querido pelos outros, provavelmente o melhor amigo de seu filho, enquanto tenta convencer todo mundo de que está tentando se regenerar?
Porque aquela não era Regina; era Cora, disfarçada.
Acontece que Regina havia discutido com Archie mais cedo, porque ele contou à Emma que ela o procurou para fazer terapia, e Regina não quer a sua vida publicada na coluna de fofocas do jornal local. E certamente, ela não precisa que alguém fique lembrando às pessoas de seu passado sórdido.
E Ruby assistiu a essa treta. E mais tarde, ela também viu Regina entrando sorrateiramente no prédio do doutorzinho. De modo que, quando Pongo aparece latindo desesperado, tentando contar a alguém que aconteceu algo grave com seu dono, Ruby, que é uma lobisomem, compreende os latidos, corre para verificar o que aconteceu, encontra Archie morto no chão de seu apartamento, e deduz que ele foi assassinado por Regina.
O caso é que ao ser interrogada, Regina parece genuinamente surpresa em saber que Archie está morto. Além do mais, se ela realmente o tivesse matado, não teria deixado o rastro de uma testemunha. Regina pode ser tudo, menos desleixada. Se bem que ela já foi apanhada antes...
Quando derrotaram o Rei George e tomaram o Reino dele e o de Regina, Charming e Branca de Neve capturaram a Rainha Má, e a condenaram à morte, para evitar que prejudicasse mais pessoas.
No momento de sua execução, Regina deixou claro que seu único arrependimento era não ter conseguido matar Branca de Neve. Mas a mocinha estava no meio de uma crise de consciência naquela época, e para surpresa de todos, mandou suspender a execução da Rainha.
Acontece que Branca conheceu Regina antes de ela se tornar malvada, e tinha esperança de que ela voltasse a ser aquela mulher bondosa que salvou sua vida quando seu cavalo correu desembestado. Por mais que o discurso final da Rainha tenha deixado claro que ela não sentia remorso, Branca só viu uma mulher que não queria parecer fraca em seus momentos finais.
Sei lá... Talvez lançar uma Maldição para mantê-los separados por vinte e oito anos, fazer sua filha ser criada em orfanatos, sendo passada de mão em mão à medida que arrumasse problemas, para um dia ser abandonada grávida pelo namorado trombadinha... Nem imagino o quê a Rainha Má pode fazer contra vocês...
E essa crise de consciência veio depois que a Princesa já tinha visto com seus próprios olhos o estrago que sua madrasta podia fazer para caçá-la, e deduzido que ela era incapaz de se arrepender.
A Rainha chegou a pedir ao Rumplestiltskin que a transformasse numa simples camponesa de nobre coração que vai todos os dias ao bosque recolher lenha – com cara de quem fica sentada na porta das tavernas oferecendo a lasanha em troca de um copo de cerveja –, para poder andar despercebida pelas aldeias e descobrir o esconderijo de Branca de Neve.
Mas como Rumple já tinha avisado, uma Rainha caminhando incógnita entre seus súditos pode ouvir o que não quer. E foi justamente o que aconteceu: Regina viu as pessoas brincando de malhar o Judas com uma boneca de palha que fingiam ser ela, tentou se defender, e acabou sendo presa pelos seus próprios guardas, e só não foi decapitada em praça pública graças à Branca de Neve, que sem saber, salvou a vida de sua maior inimiga, e tratou de seus ferimentos – porque a Rainha apanhou que nem cachorro doido na mão dos guardas – até que se curasse.
Aliás, naquele dia, nossa deslumbrante Rainha sentiu na pele o que é ser um figurante ou um mocinho nessa série:
Naquela ocasião, Branca de Neve desabafou com a desconhecida sobre quando teve sua vida salva por uma mulher bondosa, que arriscou a própria vida para resgatá-la de cima de um cavalo desembestado. Desde então, ela nunca perdeu a fé nas pessoas, por pior que pareçam. Por isso ela ainda tinha fé que a Rainha Má poderia se arrepender de suas maldades e voltar a ser boa.
Esse discurso quase comoveu sua madrasta disfarçada. Mas então elas se depararam com os corpos de uma aldeia inteira massacrada a mando da Rainha Má, porque se recusaram a denunciar o paradeiro de Branca de Neve, e a Princesa mudou de ideia, chegando à conclusão de que sua madrasta nunca mudaria, nem merecia o seu perdão.
Mas como é teimosa feito uma mula, a Princesa voltou a bater na tecla do arrependimento e da possibilidade de mudança quando estavam prestes a executar a Rainha, e decidiu aceitar a ajuda de Rumplestiltskin para testar a madrasta, e descobrir se ela podia ou não se redimir um dia. Branca de Neve dispensou o guarda que estava vigiando a cela de Regina, e ofereceu àquela mulher boa que salvou sua vida quando era pequena a oportunidade de ir embora e recomeçar. Mas a Rainha Má não quis perder a oportunidade de matar Branca de Neve com a lâmina que trouxe para se proteger dela, já que sua magia continuava bloqueada. O que a Rainha não sabia era que a lâmina havia sido encantada por Rumplestiltskin para não ferir a Princesa.
O Senhor das Trevas pegara um fio de cabelo da Rainha Má em sua venda de execução, e criou um feitiço de proteção. Agora não há nada que ela possa fazer para ferir os Charmings. E como ficou provado que ela nunca mudaria, Regina foi banida do Reino, para viver sozinha com seu sofrimento no antigo castelo de Branca de Neve, do qual se apossou, uma vez que o casal Encantado gostou mais da arquitetura do castelo do Rei George para ser o seu lar doce lar.
No entanto, Branca de Neve não prestara atenção a um detalhe do acordo que fez com Rumplestiltskin: os poderes de Regina se tornariam inúteis contra eles naquele reino. E em se tratando do Senhor das Trevas, ela devia ter lido as letras miúdas, pois essa era justamente a brecha que ele pretendia oferecer à Rainha Má, para que ela lançasse a Maldição, e os arrastasse para outro mundo, onde ela poderia fazer tanto mal quanto quisesse ao casal Charming.
Desta vez, porém, Regina está realmente tentando mudar, e sua decisão de não recorrer à magia para escapar da acusação de assassinato contra Archie é suficiente para que Emma acredite que ela pode, de fato, ser inocente.
Sem falar nas evidências: Regina foi vista discutindo com Archie no dia em que ele foi assassinado, e também foi vista entrando no apartamento dele na hora do crime; e o arquivo das sessões de terapia que ela estava fazendo com ele está vazio. Há coisas demais apontando para ela.
A lista de pessoas que poderiam querer ferrar com a Regina é longa, mas Emma só conhece uma pessoa capaz de matar alguém para incriminá-la: Mr. Gold.
No entanto, ao interroga-lo, ele fica tão surpreso quanto Regina com a notícia da morte do Dr. Grilo. E sugere que Emma tente descobrir a verdade com a única testemunha ocular do crime: Pongo.
Mas sempre há outros meios. Podem usar um apanhador de sonhos para extrair as memórias do cachorro; e para garantir que Gold não manipulará as imagens, Emma usará sua magia recém-descoberta para sintonizar as lembranças de Pongo.
E quando sintoniza a lembrança, o que Emma vê é a imagem de Regina entrando no consultório e dando o teco no Dr. Grilo.
E como estão falando de uma feiticeira poderosa, é necessário que os Anões construam outra cela, semelhante àquela que prendeu Rumplestiltskin nas minas em Tão, Tão Distante, e garantir que nenhuma gotinha sequer de tinta de lula chegue perto da prisão da Rainha Má.
Mas Regina está mais ligada desta vez do que quando foi capturada pelos Charmings em Tão, Tão Distante, e intercepta a magia paralisante da Fada Azul antes de ser atingida. E como sua alegação de inocência não funciona, pois agora que eles têm as imagens da mente de segurança, ela acaba fugindo para não ser presa ou linchada, ou mais provavelmente as duas coisas.
O pior é que Emma precisa contar ao Henry que seu amigo foi morto por sua mãe adotiva. E assistir à distância a carinha magoada do filho, acaba por destroçar de vez o coração de Regina.
O menino fica inconsolável com a morte do amigo, e Emma decide trazer Pongo para o loft, para tentar alegrá-lo um pouco; o que acaba agravando um problema que já estava preocupando os Charmings, o fato de o apartamento ser pequeno demais para acomodar tanta gente: um casal em segunda lua de mel, uma filha adulta, um neto criança e agora um cachorro.
Depois do que aconteceu com Archie, todo mundo estava com medo de acabar na mira da Rainha Má. E já que as Encantadas encontraram um jeito de voltar de Tão, Tão Distante, os Anões e os demais cidadãos de Storybrooke decidiram pressionar o casal Charming a descobrir um meio de enviar todos de volta para lá. E o Príncipe ficou todo animado com a ideia, e a perspectiva de voltar a morar num castelo, lutar contra Ogros, pastorear umas ovelhas... Já a Branca de Neve, acha que já teve Floresta Encantada demais para uma temporada. Sem falar que quimera assada não parece ser a carne mais saborosa do mundo.
Enquanto o povo pensa seriamente em um plano de evacuação, Rumplestiltskin finalmente consegue descobrir a fórmula para ficar invisível... Digo, para cruzar a fronteira da cidade sem perder a memória. E como seguro morreu de velho, ele decide testar primeiro num personagem que não interesse muito a ninguém, tipo o Smee, tripulante do navio de Gancho, que costumava ser um traficante de muamba lá em Tão, Tão Distante, e que certamente não tem família ou amigos para sentir sua falta se algo horrível lhe acontecer.
Além disso, foi ele quem executou a ordem diabólica do pai de Belle, de mandá-la pelas minas para fora da cidade – do que ela foi salva pela magia de Rumple – então, se a fórmula não funcionar, o Senhor das Trevas considerará o fracasso uma vingança pessoal contra o malandro.
A experiência consiste em despejar a poção num objeto que tenha algum valor sentimental para o dono, como o gorro de Smee, que o malandro já tinha quando se conheceram, pois foi tricotado por sua avó quando ele era pequeno.
Agora, sim, Rumple já pode planejar sua viagem em busca do filho. Belle queria ir junto, mas Rumple só tinha poção suficiente para banhar mais um objeto, o xale de Baelfire que ele guardou todos esses anos.
A questão é: porque ele não preparou mais uma dose, agora que já sabe qual é a fórmula? Talvez porque Rumple siga o velho conselho de Cristóvão Colombo versão Chespirito:
Enquanto ele faz as malas, Belle se ocupa organizando a biblioteca ainda fechada. E como já está ciente de que ela é o ponto fraco número dois do Senhor das Trevas – o primeiro é a Adaga –, Gancho invade o local e tenta atacá-la, sabendo que ela pedirá socorro ao Crocodilo, o que dará oportunidade para Smee invadir a loja de penhores e roubar o xale com que Rumplestiltskin pretendia proteger suas memórias.
Porque, como já ficou claro, Smee trabalha para quem paga mais. E nesse momento ele está ligeiramente bravo com Rumplestiltskin por tê-lo usado como cobaia para sua experiência na fronteira.
Ao perceber que o ataque à sua amada idolatrada salve, salve foi uma mera distração para roubar o objeto que ele pretendia transformar num talismã, Rumple dá uma arma à Belle para que possa se defender, caso o pirata volte a incomodá-la, e sai à sua procura para recuperar o xale, e com sorte, enfiar aquele gancho na goela do pirata.
Por milagre de Santa Conveniência, Belle encontra um nó de corda na biblioteca, quando está arrumando a bagunça causada pela estante que ela empurrou em cima do pirata, e consulta um Guia Náutico para descobrir se aquilo é realmente um nó de marinheiro.
Porque ele está muito bem escondido, moça. E eu estaria mais interessada em saber por que Gancho carrega um nó completamente inútil no bolso do capote...
Então Belle tenta provar que é uma moça corajosa e independente, decidida a procurar e enfrentar o pirata sozinha.
Melhor dizendo: decidida a procurar encrenca com o pirata sozinha!
E nem é a primeira vez que essa mocinha vai atrás de confusão. Nesse mesmo episódio descobrimos uma pecinha do passado de Belle, logo depois de ter sido expulsa do Castelo de Rumplestiltskin, e de ter aconselhado Sonhador a ir atrás de sua amada Fadinha encrenqueira.
Belle ouviu uns homens na taverna combinando de caçar uma fera terrível, com olhos de fogo, que estava atacando a região. Um monstro chamado Yaoguai. A lenda faz parte do folclore chinês, mas não vamos explanar sobre ela agora. Até porque a parte que nos interessa é que, se tem a ver com a China, teremos Mulan no flashback.
Calma, gente, podem guardar as frigideiras, bazucas e porretes com que estão pensando em me atacar por tocar no assunto, porque Aurora não participa deste episódio.
Aconselhada por Sonhador, Belle decide partir nesta aventura, levando um saquinho com pó mágico que o Anão lhe deu, para usar contra o monstro.
E não só isso: Santa Conveniência já era a padroeira de Belle naquela época, porque, de todos os livros que a moça poderia estar carregando na mala, ela estava com um que justamente contava nos mínimos detalhes a rotina do Yaoguai e como derrotá-lo.
E foi durante esta caçada que Belle se deparou com Mulan, que também estava seguindo o rastro do monstro, e apareceu na hora certa para evitar que a bibliotecária se tornasse a próxima refeição do Yaoguai.
No entanto, durante uma luta com os outros caçadores, Mulan acaba com um ferimento na perna que a impede de prosseguir, e sobra para Belle a missão de matar a criatura com a espada da guerreira. Ela atrai o bicho para uma armadilha, e corta uma calha do aqueduto da aldeia para dar uma esfriada na cabeça do monstro.
Tenho três coisas a comentar sobre esse flashback:
Primeira: notaram que o tal Yaoguai é só um pitbull com a cabeça em chamas? Um tanto mal configurado, inclusive...
Segunda: não sei o que está pior, o monstro ou esse cenário de RPG que jogaram no chroma key dessa vez. Normalmente eu ignoro os cenários digitalizados de Once Upon a Time, mas esse fundo aí, pelamor hein...
E terceira: querido Yaoguai, qual a probabilidade de uma não-chinesa, que não estava falando com você em chinês no começo da cena, compreender um caractere chinês? Sorte sua que ela é a Belle, a mulher mais instruída de Tão, Tão Distante. Não que o fato de um monstro bizarro saber desenhar um símbolo chinês no chão não pudesse chamar a atenção de qualquer pessoa, entendida ou não no assunto, para o fato de ter algo errado com esse Yaoguai – além do efeito especial, é claro.
Então Belle jogou o pó mágico que ganhou de seu amigo Anão sobre o monstro, e a grande surpresa dessa trama é que o Yaoguai era, na realidade, o Príncipe Phillip, que tinha sido amaldiçoado por Malévola.
De onde Malévola tirou a ideia de transformá-lo num monstro da mitologia chinesa? Não sei; isso vocês terão que perguntar lá no Posto Ipiranga.
Mas se há algo que Once Upon a Time adora fazer, e eu adoro ver, é essa mescla de mitologias e histórias de diferentes partes do mundo. Me pergunto quanto tempo vai demorar para vermos a Cuca do Sítio do Pica-Pau Amarelo nessa história...
Que é? Vocês acham impossível? Eu não duvido de nada...
Aparentemente o coitado do Príncipe andou tentando avisar os cidadãos que não queria jantar nenhum deles, nem estava interessado nas salsichas que estavam jogando para mantê-lo ocupado, mas aquele povo olhava pro cachorro com um colar ortopédico de fogo e já começava a jogar carne, tacar pedra, sair correndo...
E como desgraça pouca é bobagem, Phillip agora se aliará à Mulan para viver novas aventuras, enfrentar outros monstros, salvar outras aldeias, despertar a Bela Adormecida e ter sua alma arrancada por um Dementador logo em seguida...
Foi mal, amigão, mas seu destino já foi traçado na maternidade pelos Irmãos Grimm. Ou Charles Perrault, se não me engano.
Enfim, foi logo depois dessa aventura que Belle foi capturada pela Rainha Má, que a trancou na torre, onde Gancho tentou descobrir se a moça conhecia o paradeiro da Adaga do Senhor das Trevas, de que ela nada sabia, e de onde provavelmente só foi transferida pela Maldição para a cela do manicômio de Storybrooke.
E como Phillip só conheceu Mulan naquele dia, depois de ter se livrado da fantasia mal configurada do Yaoguai, estamos olhando para um capítulo anterior ao do início dessa temporada. Lembre-se disso, porque será importante na Season Finale!
De volta à Storybrooke, Belle foi ao cais procurar o navio, mas tudo o que encontrou foi uma gaivota pousada no vazio. E como Belle tem um pouco mais de massa cinzenta que a maioria das pessoas nessa cidade, que costumam deixar escapar vários detalhes intrigantes, ela desconfia de um feitiço de camuflagem, e joga um pouco de alpiste no espaço vazio, revelando alguns níveis da prancha de embarque que leva ao convés.
Ao subir a bordo, o navio se revela para a moça, que imediatamente começa a xeretar em busca do xale roubado de seu amado, e não demora a descobrir um contrabando muito importante escondido num alçapão: Archie Hopper, o Dr. Grilo, vivinho da Silva, amarrado e amordaçado num cubículo!
Não contavam com a astúcia da Cora! Claro que não teria custado nada para a megera dar um teco no Grilo Falante, mas como terapeuta, o sujeito poderia ser muito mais útil vivo do que morto. Sabe-se lá quais segredos dos cidadãos locais aquele grilo poderia cricrilar? Não que ele estivesse disposto a colaborar voluntariamente, mas Gancho conhece métodos bem dolorosos para espremer o coitado, e forçá-lo a contar os podres de todo mundo. Especialmente aquele que mais lhe interessa: o esconderijo da Adaga do Senhor das Trevas.
Só queria saber de onde eles tiraram que Rumplestiltskin confiaria esse segredo justamente ao Grilo Falante? Um dos melhores amigos da Branca de Neve, que todo mundo está careca de saber que não consegue manter a língua dentro da boca...
Enfim...
Mas, se Archie está vivo no navio, então quem Cora matou e fez ficar parecido com ele?
Aqui entre nós, torço para que tenha sido o Rei George. E Encantados Futebol Clube e mais a torcida organizada dos Sete Anões, Vovó Donalda e Companhia Limitada também estão torcendo!
Belle libertou o Grilozinho e mandou-o contar tudo para o Rumple. Enquanto isso, ela aproveitou a ausência dos vilões para procurar o xale de seu amado nas coisas do pirata.
E como não tem tanta experiência com vilões quanto gosta de apregoar, Belle acaba sendo pega em flagrante por Gancho, que ainda se aproveita um pouquinho mais da nobreza da moça, confiscando a arma que ela colocou de lado enquanto fuçava em seus baús de tesouro.
Belle tenta convencê-lo a devolver o xale e deixá-los em paz, mas Gancho prefere contar a ela como a primeira esposa de Rumplestiltskin realmente morreu, e que talvez ele esteja fazendo um favor ao Baelfire, impedindo que o covardão do pai o encontre. E chama a atenção dela para o fato de que, se tiver que escolher entre ela e o poder, Rumple sempre escolherá o poder.
Como de fato fez em Tão, Tão Distante, quando ela revelou seu amor e ele a expulsou do castelo.
Mas ela tem fé que Rumple tenha mudado, ou ainda possa mudar, e consegue nocautear o pirata com um remo preso ao teto da cabine, pegar o xale e correr. Mas não vai muito longe, pois ele logo desperta, e como conhece o navio como a palma de seu gancho, sabe exatamente como alcançá-la antes que escape.
E o Gancho ainda fica provocando, lembrando ao Senhor das Trevas que ele agora parece com sua versão covarde, e o incentiva a matá-lo para que se reúna à Milah, a mulher que os dois amavam. Mas sob os apelos de Belle, Rumple acaba poupando a vida do pirata. Por ora!
Enquanto Rumple tentava fazer picadinho de coisa linda, Henry recebia a visita de seu melhor amigo, Dr. Grilo, vivinho da Silva, que veio tranquilizar o menino e contar à Xerife Emma que fora sequestrado por Cora. Porque a megera achou um jeito de vir à Storybrooke no fim das contas.
E agora todo mundo deve um pedido de desculpas à Regina por terem-na acusado tão injustamente de assassinato.
Haja torta de maçã para conseguir o perdão da Rainha Má, minha gente! Vocês precisam se ligar...
Agora que resolveram toda a pendenga do dia, Rumple dirige até o limite da cidade, derrama a poção sobre o xale e cruza a fronteira, conservando suas memórias intactas.
Calma, minha gente, que a Belle não morreu. Foi um tiro no ombro, quase tão inofensivo quanto uma picada de pernilongo, mas o impacto foi suficiente para fazê-la cruzar a fronteira da cidade. E como ela não tinha um talismã encantado para proteger suas memórias, agora ela não faz ideia de quem é, nem conhece mais o Rumplestiltskin.
Não vai rolar, não, Rumple. Porque bem nesse momento, um carro desgovernado vem pela estrada, atravessa a fronteira, fazendo Rumple bancar a Sandra Bullock salvando o Peter na linha do trem, rolando com Belle para a margem da estrada, e atropela Gancho antes de se acidentar contra as árvores. Ao menos isso serviu para salvar a vida do nosso pirata favorito. Para noooooossa alegriaaaa! Se bem que ele foi à nocaute!
Como todos temiam, o mundo exterior acaba de descobrir Storybrooke.
Mas o sujeito que estava dirigindo o carro também está inconsciente e em estado grave depois de ter batido na placa de bem-vindo à Storybrooke – aliás, essa placa parece um imã para carros, hein! Pelamor... Foi o Fusca amarelo da Emma, o carro da Kathryn, agora o do Zé Ruela... Alguém coloca uma placa sinalizando “cuidado com a placa”, pelo amor de Deus!
Enfim, todos os feridos são levado ao hospital. Rumple já tinha curado o ferimento à bala de Belle com magia, mesmo assim, a levaram para o pronto-socorro; Gancho tirou Raios X e constatou que havia quebrado algumas costelas; e Emma abriu o guichê de apostas: estão pagando 95 contra 1 que ele será o morto do ano.
Mas vamos logo ao que interessa: onde está aquela megera do baralho de corações, também conhecida como Cora?
Tradução: vigiem a casa da Regina!
Mas vamos tratar de um problema de cada vez. Primeiro precisam arrumar um jeito de desbloquear o celular do forasteiro, para tentar descobrir se ele pode ser uma ameaça imediata, mas é quase impossível adivinhar sua senha. Hora de o pendrive recuperador de HD da Emma entrar em ação – só queria saber que tipo de celular tem entrada USB? Enfim, Emma já tinha revistado o carro do sujeito, e descoberto em sua correspondência que o nome dele é Greg Mendell. No celular tem fotos dele sozinho em pontos turísticos da costa leste, uma conta no LinkedIn e ele tweeta fotos de comida.
Mas sua presença na cidade acende um sinal de alerta na galera, pois o que quer que tenha impedido as pessoas de entrarem em Storybrooke durante a Maldição, já era! E todo mundo sabe o que os humanos costumam fazer com criaturas que não entendem: levam para um laboratório, matam e dissecam para descobrir o que são. Imaginem o que farão com uma lobisomem, ou com um Grilo Falante, ou com um homem de madeira... Isto é, quando alguém encontrar o Pinóquio...
A boa notícia é que o sujeito – Greg, no caso – está perigando de bater as botas. E o Dr. Frankenstein quer saber se deve operá-lo ou fingir que não viu os ferimentos.
Deviam ter prestado atenção no alerta do Frankenstein!
Pelo sim, pelo não, o doutorzinho, até gente boa, pediu ao Rumple que curasse o sujeito com magia, como fez com seu braço no início da temporada, mas o Senhor das Trevas estava torcendo pro forasteiro cantar pra subir o quanto antes.
Já são dois votos para deixar o sujeito empacotar. Vou até contabilizar mais um aqui.
Mas vocês conhecem os Encantados, né? Eles se reúnem com os bonzinhos na sala do café, tentando persuadir todos que votaram por deixar que a vida siga seu curso a reconsiderar e evitar o que pode ser considerado um assassinato, dependendo do bom humor do tribunal.
Agora, com o Zangado, são quatro votos a favor de deixar que o sujeito faça a passagem. Sim, estou contando o meu voto também, porque eu sei onde essa história vai dar, e Charming, querido, eu te amo, mas vamos dar uma trabalhada em calar essa boca linda, meu amor! Porque esse cidadão é um personagem horrível, e não bastasse isso, ele em breve estará aliado a uma bruaca que eu queria matar o bebum que a inventou!
Certo, galera, esqueci o alerta de spoiler. Mas vocês sobrevivem.
E o forasteiro também, porque esses Charmings são teimosos feito mulas e acabam convencendo o Frankenstein a operar o cara. Merda!
Ah, sim, Branca de Neve notou que o médico está bêbado. Podia tremer um pouco mais a mão que segura o bisturi, né, querido?! E nenhuma enfermeira se atreva a ajudá-lo! Humpf!
E para piorar, tem alguém ligando de minuto em minuto para o celular do fulano. Mais um sinal de alerta: daqui a pouco terão novos hóspedes na Pensão da Vovó.
Todavia, quando tudo está indo pro brejo, eis que um enfermeiro aparece com uma ótima notícia: o forasteiro não pôde ser operado ainda, porque o Dr. Frankenstein, além do uísque, mamou chá de sumiço!
Comemora ainda não, moço, porque a Ruby já saiu para farejá-lo, e convencê-lo a voltar ao trabalho e operar o moribundo.
Aí não deu outra, né. O sujeito foi salvo, graças às Meninas Super Poderosas ao Dr. Frankenstein.
Charming, querido, você não quer dar outro soco nele? Está merecendo.
Tão logo o sujeito se recupera um pouco, e desperta da anestesia, Emma o interroga sobre o acidente.
Ela o tranquiliza a respeito do atropelado, que está muito melhor do que ele próprio, e decide deixá-lo somente com um aviso desta vez. Assim que tiver alta, Greg Mendell pode ir para casa.
Mal Emma vira as costas, deixando os pertences dele na mesa de cabeceira, o sujeito pega o celular e retorna a ligação da mulher que procurou por ele o dia todo, para revelar que viu algo muito estranho ao chegar àquela cidade.
Ou seja: eu avisei, pessoal! Deviam ter dado ouvidos ao médico bêbado preguiçoso que não queria se envolver nesse assunto.
Aliás, se a Emma tivesse feito uma investigação mais minuciosa no celular do cara, teria sacado a mentira na hora.
Como ainda não sabem disso, nossos heróis vão para casa e tentam descansar um pouquinho, mas a paz dura pouco, porque Rumple não demora a bater à porta do loft para cobrar o favor que Emma lhe deve.
Já que Belle não quer papo com ele, e até jogou a xícara lascada que ele tentou usar para fazê-la recuperar suas memórias na parede, Rumple decidiu usar a oferta de paz que Cora lhe deu – um globo localizador – para rastrear Baelfire, e sair de uma vez em busca do filho, antes que perca as estribeiras e esfole o pirata safado que fez sua amada cruzar a fronteira desprotegida.
E como Emma costumava ganhar a vida caçando fugitivos, Rumple decidiu levá-la consigo, para que use seus talentos e agilize a busca por Baelfire. Mas ela só vai se puder levar Henry, porque com Cora à solta na cidade, ela não vai deixar seu filho desprotegido.
Além disso, é Rumple quem está pagando tudo, e ele transforma palha em ouro, portanto, dinheiro não é problema; e como ele tem pressa de sair da cidade antes que comece a promover um novo massacre da serra elétrica – a referência também vale para Emma –, ele concorda em financiar mais uma passagem.
Enquanto o trio sai da cidade, Cora começa a pôr seu plano em prática. Regina havia saído de circulação desde o incidente do falso assassinato do Dr. Grilo, e como a maçã nunca cai longe da árvore, e as duas são realmente muito parecidas, tanto fisicamente, quanto no modus operandi, Cora não demora a descobrir que a moça está encafofada em sua cripta/cofre/apartamento de emergência/quarto do pânico. Aquele mausoléu tem mil e uma utilidades.
Então lá vai a megera propor uma aliança à filha para botar um pouco de fogo nessa história, que anda meio monótona desde que chegaram de Tão, Tão Distante, e concluir todas as vinganças que Regina tem adiado nos últimos tempos.
Regina quer levar a mãe à cidade e entregá-la à multidão com as forquilhas, mas Cora tem um plano para tirar os Charmings do caminho, e ajudá-la a reaver seu filho. E como aparentemente provar que está disposta a mudar será um caminho longo demais, Regina está disposta a ouvir sobre o atalho.
Assim, depois de ouvir o plano todo, Regina vai ao loft dos Charmings justamente quando eles estão de saída para ajudar os Anões a patrulhar a cidade atrás de Cora.
E como já estão sabendo que o Dr. Grilo está vivo, os Charmings a recebem de braços abertos, e completamente desarmados – quer dizer, desconsiderando o revolver no coldre do Príncipe –, pois já sabem que Cora tentou incriminar a filha. E ela fica chateada ao saber que Emma tirou Henry da cidade sem comunicá-la. Mas, primeiro, ninguém sabia em que buraco de tatu ela tinha se enfiado; e segundo, dadas as circunstâncias, com Regina foragida, acusada de assassinato, e todo mundo na cidade ainda furioso com ela por ter lançado a Maldição – de modo que juiz nenhum ficaria do lado da Prefeita nesse momento –, Emma não devia satisfação alguma, nem precisava de permissão para tirar o próprio filho da cidade. Regina acaba sendo obrigada a engolir essa e ficar calada.
Questão resolvida, os Charmings vão ao cais perguntar ao Gancho, que já teve alta do hospital nesse meio tempo, onde podem encontrar a Rainha de Copas.
Com todo mundo contra ele, Gancho decide que é melhor colaborar para não comprometer sua integridade física. Ele não faz ideia de onde Cora se enfiou, mas ela deixou uma arma guardada em seu navio.
Gancho entrega a chave da jaula aos Charmings e sai de fininho enquanto eles despertam o Gigante encolhido. Pelo recente encontro do grandalhão com Emma, sabemos que esse camarada aí não é um vilão, mas é só colocar os olhos no Príncipe para o sujeito começar a espumar de raiva.
O que você fez foi o seguinte, bonitão: você dividiu o útero com um cidadão que acabou sendo criado pelo calhorda do Rei George, e um belo dia, esse seu irmão gêmeo se aliou a uma certa senhorita chamada Jacqueline, carinhosamente conhecida como Jack, e saiu na caça desse Gigante Pequenino aí.
Acontece que Pequenino era, segundo os próprios Gigantes, um nanico, o menor da turma, um anão para os padrões dos Gigantes, e sofria muito bullying por causa disso. Mas ele admirava demais os objetos que haviam sido confiscados dos humanos e guardados na sala do tesouro do Castelo no alto do Pé de Feijão. Por isso ele decidiu descer e conhecer o mundo dos humanos.
Foi quando se deparou com o Príncipe James e sua amiga Jack, que lhe ofereceu um pedaço de cogumelo que ganhou por matar um Jaguadarte no País das Maravilhas, para que Anton, o Gigante Pequenino pudesse diminuir temporariamente de tamanho, e tomar uma cerveja com eles na taverna.
O casalzinho mal intencionado fez o Gigante se sentir tão em casa, a ponto de desejar ficar lá com eles para sempre. E ao saber que o Reino está profundamente endividado, Pequenino se dispôs a buscar alguns tesouros no Castelo dos Gigantes para que seus novos amigos pudessem saldar as dívidas.
O que ele não sabia era que o papo sobre a dívida era pura enganação. Tudo o que eles queriam era que Pequenino lhes indicasse o caminho para o Pé de Feijão, para que eles pudessem apanhar alguns feijões mágicos para saquear outros reinos.
A lenda que Gancho nos apresentou na review passada era a versão distorcida dos fatos. A verdade é que os Gigantes cultivavam os feijões mágicos somente por hobby, mas não utilizavam os portais. Antigamente eles até costumavam trocar feijões com os humanos por seus tesouros, mas quando descobriram que eles estavam usando os portais para saquear outros Reinos, os Gigantes cortaram relações com os homens. Só esqueceram de cortar o Pé de Feijão, né... Daí veio o Anton se misturar com a galera errada, cair na conversinha de uma periguete aventureira qualquer, e sem querer querendo os guiou até o Pé de Feijão.
Eu só queria saber por que raios precisavam que o Gigante lhes mostrasse o caminho; porque não é possível que ninguém visse um troço daquele tamanho de longe...
Daí enquanto ele enchia um saco com as joias do tesouro para dar aos novos amigos, James e Jack subiram pelo Pé de Feijão, determinados a matar os grandalhões e roubar quantos feijões mágicos fossem capazes de carregar.
E a julgar pela velocidade com que alcançaram Anton lá em cima, imagino que exista um elevador instalado no Pé de Feijão; porque a gente está falando de uma escalada quilométrica! Só isso explicaria o povo subir na maior facilidade, sem derramar uma gotinha sequer de suor...
Outra coisa que não fez o menor sentido nesse enredo foi os humanos, ainda que supostamente acompanhados de um exército – que deveria estar exausto depois da escalada do Pé de Feijão, se a história fosse plausível –, conseguir derrotar uma comunidade inteira de Gigantes sem muito esforço. Tudo bem que só vimos meia dúzia de grandalhões à roda da mesa de banquete nesse flashback, mas mesmo assim, uma chinelada de qualquer um deles esmagaria fácil, fácil uns quatorze soldados de uma vez! Dois gigantes podiam virar aquela mesa em cima dos invasores e esmagar o restante. Como é que aquele bando de formiguinhas conseguiu matar TODOS os gigantes sem sofrer baixas? O tal exército do Príncipe James devia estar sendo liderado pelo Rei Davi, né, só pode...
Mesmo a explicação das espadas envenenadas não explica como os Gigantes foram lerdos o suficiente para permitir que os humanos chegassem perto de seus calcanhares. Não tinha cadeira para todo mundo subir, não, gente?
Diante da derrota iminente, Arlo, o líder dos Gigantes encarregou o Pequenino Anton de destruir os campos de feijão, para que os humanos não levassem a destruição a outros reinos.
Pelo menos a burrice dos roteiristas do episódio estava jogando em ambos os times: se por um lado os Gigantes foram derrotados fácil demais para ser verdade, por outro, Jack também deixou claro que por baixo da tinta ruiva, suas madeixas são amarelas como milho, porque a moça cravou a espada envenenada no pé do líder dos Gigantes, deixou-a para trás e saiu correndo. Daí, claro, Arlo se tocou que era só esticar a mão e alcançar a vagabunda. Resultado: ela acabou apanhada pelo Gigante e ferida com sua própria espada envenenada!

Já sabíamos que ela não sairia viva do Castelo dos Gigantes, pois Emma pegou a espada envenenada em seus ossos para persuadir o Gigante Pequenino a entregar a bússola, quando ela estava tentando abrir um portal para fora de Tão, Tão Distante. Mas agora estamos diante da história completa: Jack acabou traída pelo Príncipe James, que preferiu deixá-la para trás, agonizando com o veneno da espada, e escapar com o saco cheio de tesouros para comandar seu reino, em vez de levá-la até um antídoto. Provando que os Gigantes tinham razão, e os humanos são um bando de FDP!
Não que Jack fosse conseguir descer pelo Pé de Feijão enquanto agonizava, mas já concordamos que deve ter um elevador instalado.
No resumo da ópera: o motivo da raiva de Pequenino contra Charming é que ele pensa que está diante do Príncipe James, que foi responsável pela morte de todos os Gigantes. Só ele sobreviveu para contar essa história.
E como tem pressa de colocar fogo na cidade, Regina aproveita que o Gigante ficou violento ao dar uma boa olhada no marido de sua arqui-inimiga, dá um bolinho de Altestrudel ao Gigante para desfazer o efeito da pastilha encolhedora, e o solta na cidade para transformar o Príncipe em massa de modelar.
Eis a confusão: agora todo mundo corre pelo centro da cidade, tentando fugir da fúria do Gigante em seu tamanho normal.
Só queria perguntar uma coisa, galera: como vocês pensam escapar de alguém que os alcançaria numa única passada?
Recadinho para a garçonete que serve café na sala de reunião dos roteiristas:
Tá bom, querida!?
Enquanto correm, porque provavelmente não encontrarão outra deixa para debater a questão, Leroy tenta entender essa confusão a respeito da identidade do Príncipe: porque embora Branca de Neve o chamasse de James em Tão, Tão Distante, esse era o nome de seu irmão; o nome dele, mesmo antes da Maldição, já era David.
Não que seja relevante, mas fica aí a informação.
Como eu já previa, o grandalhão logo os alcançou, e quando saltou para esmagar o Príncipe com um pisão, acabou abrindo uma cratera e afundando no terreno. A boa notícia é que ele não feriu ninguém. A má é que, com o pulo, o grandão deve ter cuspido o Altestrudel, voltando ao efeito da pastilha encolhedora, encolhendo dentro do buraco, e sendo obrigado a se segurar num cano para não cair no poço sem fundo.
Então os cidadãos se mobilizam para jogar uma corda no buraco para David poder descer e resgatar o Gigante que quer vê-lo morto. E provando que está em ótima forma, e que é quase tão forte quanto Sansão, David segura o Gigante gorducho pela mão e o puxa para cima na maior facilidade. Tipo o povo subindo naquele Pé de Feijão.
Agora Pequenino reconhece que aquele Príncipe ali é muito diferente do patife que conheceu em Tão, Tão Distante, e é colocado a par da história do Príncipe e o Mendigo que os gêmeos representaram e toda a tramoia do Rei George para enrolar o Midas. 
Além disso, Pequenino conheceu sua filha, Emma recentemente, quando lhe entregou a bússola, e se ela é gente boa, seus pais também devem ser.
E agora que se convenceu de que o pessoal ali não vai lhe fazer mal, Anton compartilha com os novos amigos um segredo precioso: antes de morrer, seu irmão Arlo lhe entregou um pequeno broto de feijão conservado num frasco. Se a terra dali for boa, só precisam cultivá-lo, e em breve terão feijões mágicos suficientes para que todos possam voltar para casa ou procurar outro mundo com o qual se identifiquem.
E também é apropriado plantar os feijões mágicos assobiando “Eu vou, eu vou, pra casa agora, eu vou...”.
Mas isso aborrece profundamente a Branca de Neve, que estava tentando dissuadir o marido da ideia estapafúrdia de voltar para Tão, Tão Distante, pois sabe que Emma não concordará com a mudança, e ela não quer mais separar a família. Se o Príncipe não parar com essa mania, vai acabar voltando solteiro para a Floresta Encantada.
Bem, mas antes de se preocupar com um possível retorno ao lar doce lar, precisam esperar Emma retornar de sua viagem pela terra do Tio Sam com o Senhor das Trevas.
E a viagem de avião não demora a se revelar um problema, porque uma das exigências para acessar a área de embarque é que todos os passageiros tirem sapatos, casacos e cachecóis antes de passarem pelo detector de metais. Mas Rumple depende do xale de seu filho para preservar sua memória, portanto não pode tirar ou corre o risco de ter sua mente apagada.
Moça, melhor não ficar inventando parentesco com esse camarada, não, que já, já você vai descobrir um que vocês já têm.
Ops! Alerta de Spoiler!
Sobre o fato de Rumple não saber que teria que tirar o xale para passar pela segurança do aeroporto, é óbvio que ele nunca viajou de avião. Ele é o Senhor das Trevas! Possui meios de transporte muito mais rápidos que essas aeronaves vulgares. Mas, como fora de Storybrooke não tem magia, avião é o que tem pra hoje, né...
Então Emma ajuda “seu pai” a passar pela área de segurança, e coloca o xale de volta nele o mais rápido possível. Enquanto isso, Henry está bancando o bobo alegre, correndo para lá e para cá na área de embarque, finalmente parecendo uma criança normal – como ele nunca pareceu desde que a série começou.
E se Rumple já parecia nervoso antes de embarcar, imagine dentro do avião, sem ter sua magia para ajudar, caso haja algum problema durante o voo...
Emma tenta acalmá-lo, garantindo que encontrarão o filho dele, e quanto a isso, Rumple não tem a menor dúvida.
Até porque, o Globo Mágico que ele consultou aparentemente informou o endereço completo com CEP e tudo, porque eles saltaram do taxi bem na frente do prédio onde Baelfire estava morando em Nova York. Mas a precisão geográfica do mapa encantado acaba aí, porque eles não sabem o número do apartamento.
E Rumplestiltskin não reconhece nenhum nome na lista de moradores do prédio como possibilidade de pseudônimo para seu filho.
Na verdade, a mágica que ela fez desta vez podia ser feita por qualquer mané com meio cérebro faltando. Havia um único apartamento sem nome de morador no prédio; e como estão procurando um cara que gosta de ficar na moita, é óbvio que o tal apartamento não está vago. Então Emma usa aquele truque que o Chris ensinou ao Drew quando estavam tentando conseguir um autógrafo do Wayne Gretzky: se quer ser recebido por uma pessoa que não quer a sua visita, é só tocar a campainha e dizer que chegou a pizza!
Mas o sujeito estava ligado que seu pai podia bater lá uma hora dessas, e como ele não estava esperando entrega nenhuma, tratou de dar no pé rapidinho, pela escada de incêndio.
Falou e disse, meu chapa!
A propósito, foi nesse episódio que descobrimos porque Rumple tem essa perna deformada, e também o motivo porque Milah o difamava para a cidade inteira, preferindo bancar a quenga na taverna do que ficar em casa como a esposinha perfeita do covardão da região.
Antes de ser convocado para lutar na Guerra dos Ogros – que deve ser o equivalente mágico de uma Guerra Mundial –, quando ainda tinha as duas pernas boas, Rumple era um tecelão, e ensinou seu ofício à sua amada esposa Milah. Aparentemente, naquela época os dois formavam um feliz casal, vivendo os melhores dias de seu casamento amoroso. Era de se esperar que a convocação para o Fronte fosse deixar Rumple desesperado, mas a verdade é que ele adorou a notícia, pois era a oportunidade que ele esperara a vida inteira para provar que não era um covarde como seu pai.
No geral, eu simpatizo com a Milah, mas essa mulherzinha precisa decidir o que quer da vida...
Como não consegue dissuadi-lo, Rumple vai para a guerra. E sua primeira missão é vigiar a jaula de um prisioneiro, supostamente uma fera que ajudará as tropas a vencerem os Ogros. Na realidade, a prisioneira é uma criança cega, cujos olhos parecem ter sido arrancados, e reimplantados nas palmas de suas mãos, e as pálpebras costuradas.
Bizarro, mas eu adorei essa caracterização da personagem.
Acontece que a menininha é uma bruxa que consegue prever o futuro. Ela sabe que Rumplestiltskin era filho de um covarde, e que ele foi criado por um bando de solteironas, e ainda revela que sua esposa Milah já está grávida.
E ela também viu que as ações dele no campo de batalha deixariam seu filho sem pai. Como ainda não sabia naquela época que profecias sobre o futuro são passíveis de muitas interpretações, e temendo que estivesse marchando direto para a morte, Rumple pegou um machado e quebrou a própria perna – pois este era, basicamente, o único jeito de retornar vivo da guerra, tendo sua morte profetizada ou não.
Mas quando chegou em casa, em vez das lágrimas de alegria por vê-lo retornar vivo, Milah o recebeu com a vassoura na mão, virada no Jiraya, rosnando por ele ter agido como o pai, como um covarde e um desertor. Ele tentou argumentar que fez isso pelo filho – que já nasceu, a propósito; sinal de que o campo de batalha ficava bem distante de sua aldeia –, para que Baelfire não crescesse sem pai, mas Milah jogou na cara dele que Rumple o condenou a um destino muito pior: crescer como filho de um covarde. Porque, segundo ela, Rumple deveria ter lutado e morrido com honra.
Aqui entre nós, Rumple: se eu fosse você daria uma assuntada aí pela vizinhança, se a sua esposa andou visitando ou recebendo a visita de alguém, porque, como você estava fora, e considerando principalmente o futuro dessa vagaba, é possível que você acabe criando o filho de outro Zé Ruela...
Mas como não havia exame de DNA em Tão, Tão Distante, Rumple criou o garoto sem questionar, jurando de pés juntos que jamais o abandonaria...
... Até se tornar o Senhor das Trevas, e correr o risco de perder seu poder se caísse com o filho numa terra sem magia...
Mas, voltando aos dias atuais, Emma consegue alcançar o sujeito em fuga, e acaba se deparando com uma surpresa bombástica: ela já conhecia o filho do Senhor das Trevas. E conhecia no sentido bíblico da coisa...
Acontece que o nome falso que ele usa no nosso mundo é Neal Cassidy, e num passado mais ou menos distante os dois foram namorados. Aliás, ele foi um cara extremamente importante na vida da Salvadora, e principalmente, ele deu uma grande contribuição para essa série acontecer. Uma contribuição extremamente fofa, chamada Henry!
Foi há mais ou menos onze anos; Emma tinha saído do sistema de adoção recentemente, e estava perambulando pelas ruas de Portland, Oregon, quando usou uma lima para abrir a porta de um Fusca amarelo – aquele mesmo que ela dirige até hoje – estacionado num beco, e uma chave de fenda para dar a partida. E acabou que esse roubo de carro era o seu destino convergindo com o do filho perdido do Senhor das Trevas, que também teve que se virar sozinho desde muito cedo.
Assim que o carro começou a andar, o dono dele, que estava dormindo no banco de trás, despertou para dar um baita susto na ladra.
A moça acaba concluindo as apresentações, e fica interessada em saber se ele mora no carro ou se estava esperando que ele fosse roubado. Não que eu tenha experiência no assunto, mas quem além de você roubaria um Fusca, Emma?!
E já que a oportunidade se apresentou tão graciosamente, Neal a convida para tomar um drinque enquanto eles se conhecem melhor, o que faz Emma desviar os olhos momentaneamente da estrada, para avaliar se o dono do Fusca vale a pena, e acaba ultrapassando uma placa de Pare. Resultado: agora a polícia quer conferir seus documentos.
Neal troca rapidamente a chave de fenda no contato pela chave do carro, e convence o policial de que está ensinando sua namorada a dirigir com câmbio manual.
O policial cai na conversinha furada, e acaba liberando os dois apenas com um aviso, sem nem conferir a habilitação da moça, nem os documentos do Fusca. Saber que a polícia rodoviária nos States pode ser enrolada tão facilmente, me fez sentir um orgulho repentino do nosso Brasil...
Então Neal pula para o banco da frente, e manda Emma seguir em frente. O que leva a moça a concluir que Neal jogou o papinho no policial para não apresentar os documentos do carro, porque ele também não é o dono.
Pelo menos, agora que sabe que ele é só um ladrão de carros, e não um pervertido como supôs a princípio, Emma decide aceitar seu convite para uma bebida.
Esse foi o início de uma linda parceria no mundo do crime.
Juntos, naquele Fusca amarelo, Emma e Neal atravessaram o país, furtando mercadinhos e lojas de conveniência, fazendo a moça fingir de grávida, enquanto Neal distraía o balconista, pedindo ajuda para entender uma rota traçada no mapa. Uma vida de aventuras.
A pior parte de viver num carro, era a falta de um chuveiro; mas nada que não pudessem resolver, aproveitando os vinte minutos entre o check-out dos hóspedes de um motel e a chegada da camareira para trocar a roupa de cama.
Naquela época, Neal começou a pensar seriamente em sossegar o facho e conseguir uma casa de verdade para viver com Emma.
Ele deixou que Emma escolhesse a cidade em que fincariam raízes: ela fechou os olhos e apontou Tallahassee, Flórida no mapa. Aparentemente, depois que o romance foi para o vinagre, Emma viveu um período nostálgico, porque, segundo as investigações de Regina, a moça passou dois anos em Tallahassee depois de ter entregado Henry para adoção.
Seja lá como for, sabemos que ela não morou lá com Neal. Porque logo depois de colocar caraminholas na cabeça dela sobre seu futuro juntos, Neal se deparou com sua foto estampando cartazes de procurado pelo FBI espalhados pela cidade. Acontece que, tempos atrás, ele trabalhou como zelador numa joalheria chique em Phoenix, Arizona, e aproveitou que o gerente era chegado num goró, e frequentemente esquecia de trancar o armário de relógios caros para afanar um lote e dar no pé. A loja tinha seguro, e também câmeras de segurança bem mais ligadas que o gerente do lugar.
Os relógios ainda estavam trancados num armário na estação de trem de Portland nessa época. Então eles decidiram mudar os planos, e em vez de Tallahassee, ir viver no Canadá, fora do radar e da jurisdição do FBI.
Emma já tinha visto o suficiente para saber que não é tão difícil conseguir documentos e passaporte falsos para cruzar a fronteira, e também poderiam trocar a placa do Fusca, para que ninguém descobrisse que era roubado. E se dispôs a ir pessoalmente à estação de trem para buscar os relógios, já que ninguém estava procurando por ela. Daí era só vender e usar o dinheiro para recomeçar a vida, onde quer que fosse.
O problema é que, quando foi vender os relógios, Neal se deparou com nosso amigo August W. Booth, o Pinóquio, e ele o convenceu a se afastar de Emma, para não impedi-la de cumprir seu destino.
Vocês podem me perguntar: mas Baelfire e Pinóquio se conheceram em Tão, Tão Distante? Bem, a resposta é não. Baelfire provavelmente viajou pelo portal uns cem anos antes de Gepeto nascer. Mas aparentemente a terra do Tio Sam não foi o primeiro nem o único lugar que ele visitou depois de ter sido separado do pai.
Falaremos disso mais à frente nesta temporada.
Não me perguntem como Pinóquio descobriu que o maloqueiro que estava andando com Emma era o filho de Rumplestiltskin. Acho que nem o tiozinho do Posto Ipiranga pode nos esclarecer essa informação. Mas o fato é que Pinóquio sabia, e abriu a caixa na garupa de sua moto para convencer Neal a prestar atenção em sua história. E o que havia na caixa?
Eu só queria comentar o seguinte: em quê o relacionamento com Baelfire impediria Emma de ir à Storybrooke quebrar a Maldição? Pensem comigo: se ela tivesse continuado com Neal, assim que se cumprissem os vinte e oito anos da Maldição, eles seriam dois para convencer Emma de que sua família veio da terra dos contos de fadas – e dois para ela prender numa camisa de força, também, ok... Por mais que Neal não quisesse reencontrar o pai, lavar essa roupa suja seria um preço pequeno a pagar pelo amor da Emma. Tudo o que August fez foi afastar Emma do homem que ela amava, jogá-la na cadeia, não ficou por perto para ver no que a história da Maldição ia dar, e deixou a coisa toda nas mãos do acaso.
Se Emma, depois de ter sido presa naquela noite com o último relógio roubado, e de ter sido informada de que Neal deu no pé e a deixou para levar a culpa sozinha pelo roubo dos relógios, não tivesse descoberto que estava grávida, e decidido entregar o filho para adoção, o que possibilitou a Rumple mexer os pauzinhos para trazer o menino para Storybrooke – Deus sabe como, já que ninguém de fora podia entrar e ninguém de dentro podia sair, nem mesmo se fosse o caminhão do Sedex –, para ser criado pela Rainha Má, descobrir a verdade graças às aulas repetitivas da Professora Mary Margaret sobre construir casas de passarinhos, e roubar o cartão de crédito da professora para ir ao encontro da mãe biológica, Emma jamais teria ouvido falar que existia uma cidade chamada Storybrooke no mapa do Maine, pois o Pinóquio naquela altura estava do outro lado do mundo, e nem aí com a hora do Brasil...
Embora a primeira temporada tenha deixado algumas histórias inacabadas pelo caminho, foi essa segunda temporada que realmente marcou o início da fase sem sentido no roteiro de Once Upon a Time.
Aliás, só para jogar mais um pouco de lenha na fogueira do August, depois de vender os relógios, Neal voltou a se encontrar com ele em Vancouver, onde entregou os vinte mil dólares que conseguiu com a venda dos relógios, e o Fusca amarelo – reemplacado e legalizado –, para que ele entregasse à Emma quando ela saísse da prisão de segurança mínima em Phoenix dali a um ano.
Pelo que consta, só o carro chegou às mãos de Emma. O dinheiro foi passar férias em paraísos asiáticos com o Pinóquio.
Pelo menos August se lembrou de enviar um cartão postal de Storybrooke a Neal, avisando que a Maldição foi quebrada, no início dessa segunda temporada, como tinha prometido.
Isso me faz pensar: se os pássaros não são afetados pelas manias da fronteira de Storybrooke, terá sido uma cegonha que levou o bebê Henry para a cidade?
Enfim...
Agora que se reencontraram, Emma e Neal têm um caminhão de roupa suja para lavar. Ele explica que não sabia que ela tinha vindo do mesmo mundo que ele, até Pinóquio lhe contar a história toda, e ele não quis atrapalhar seu destino. E Emma tem uma década de tapas para dar na cara dele por tê-la feito ir em cana em seu lugar.
E o pior é que ele não vai colaborar desta vez também, pois não quer nem papo com o pai depois de ter permitido que ele caísse sozinho num portal para um mundo desconhecido. Pede que ela diga ao Rumplestiltskin que o perdeu de vista e o convença a desistir da busca.
Até parece que o sujeito não conhece o pai que tem. Rumple teve que esperar sabe-se lá quantos anos até Regina estar pronta para lançar a Maldição, e depois mais vinte e oito anos até Emma quebrá-la, e mais algumas semanas até conseguir desenvolver a poção que preservaria suas memórias fora de Storybrooke... Rumplestiltskin é capaz de mofar no apartamento de Neal esperando ele voltar.
E como prevê que o pai não engolirá essa historinha de que Emma o perdeu de vista, e se lembra muito bem do que o Senhor das Trevas costumava fazer àqueles que o contrariavam em Tão, Tão Distante, Neal reconsidera e decide encarar o velho de uma vez.
E acaba se deparando com outra surpresinha em seu apartamento.
A casa caiu!
Porque Emma tinha dito ao Henry que o pai dele era bombeiro, e tinha morrido salvando uma família de um incêndio – uma mentira piedosa, para não contar a novela dolorosa sobre ter servido de mula no tráfico de relógios roubados, abandonada pelo namorado trombadinha e presa por um crime que ele cometeu. Por um lado, é óbvio que ela estava querendo proteger a si mesma; por outro, ela ainda não conhecia a versão do Neal, que envolvia o Pinóquio nesse rolo.
Então podem imaginar como o garoto ficou chateado ao saber que ela mentiu. E o pior vai ser entender sua árvore genealógica daqui pra frente, porque o garoto agora descobriu que é neto de Rumplestiltskin, o Senhor das Trevas; ele já tinha Regina, a Rainha Má como bisavódrasta e mãe adotiva, e a Rainha de Copas Cora como trisavódrasta e avó adotiva, por tabela... E as duas são inimigas mortais dos seus outros avós Branca de Neve e Príncipe Charming, tendo sido inclusive responsáveis pela morte do pai e da mãe da vovó Branca; e Regina ainda tentou dar um créu no Charming pouco antes de a Maldição ser quebrada... O Natal dessa família vai ser animado, hein...
E o Grilo Falante vai ficar milionário fazendo terapia no Henry pelos próximos cem anos...
E como roupa suja foi o tema do episódio, Henry lava um pouco com sua mãe na escada de incêndio, por ela ter mentido sobre o pai dele, enquanto Neal e Rumple lavam mais um caminhão na sala, porque embora Rumple esteja arrependido, Neal não consegue esquecer o fato de ter crescido sozinho, num mundo estranho, tendo que enfrentar todo tipo de coisa para sobreviver. Agora ele não quer conversa com o pai ou com sua magia, nem mesmo quer tentar recomeçar. Tudo o que ele quer é que Rumple pegue o mesmo disco-voador de Varginha que o trouxe à Nova York e desapareça de sua vida para sempre.
Mas o Henry ele quer conhecer. Afinal, o menino é seu filho, e ele não quer ser igual ao pai.
A julgar pela forma como se separaram, dá para entender porque Emma não fez um “toma que o filho é teu” com o Neal, em vez de entregar o menino para adoção, um sistema que ela conhecia de perto, e sabia que normalmente não funcionava muito bem.
Enquanto pai e filho recém-descobertos batem um papo na escada de incêndio, Rumple os observa através da janela, recordando uma parte delicada de seu passado, quando reencontrou aquela vidente que previu que as ações dele no campo de batalha fariam seu filho crescer sem pai. Deu-se o caso que ela estava certa, no fim das contas, porque Rumple não morreu na guerra, mas ao desertar, acabou ganhando o desprezo da esposa, mais tarde o abandono, procurou o Poder das Trevas para proteger o filho, deixou subir à cabeça, e graças a isso, Bae caiu num portal para outro mundo, onde cresceu sem o pai.
O reencontro com a moça aconteceu depois de ter se tornado Senhor das Trevas. A vidente já era adulta, e estava doida para se livrar daquele dom inconveniente. Porque, como Rumple constatará um dia, prever o inevitável é um fardo muito pesado. Assim mesmo, ela previu que Rumple reencontraria o filho, após percorrer um caminho muito difícil. Ela previu até a Maldição, poderosa o bastante para tirar todos daquele Reino – menos ela, pelo visto, porque eu nunca vi essa mulher com olhos costurados perambulando por Storybrooke. Alguém viu? Ela também previu que não seria Rumplestiltskin quem lançaria a Maldição, nem seria ele quem a quebraria. E como ele queria saber tudo nos mínimos detalhes desta vez, para não se deparar com outra surpresa desagradável, ela pediu que ele tomasse o fardo dela.
E foi assim que o Senhor das Trevas aprendeu a prever o futuro. Mas ele não demorou a descobrir que esse dom era uma grande confusão de imagens desconexas, como um quebra-cabeças com várias peças faltando, difícil de ler. Ele levou um bom tempo para aprender a distinguir entre possibilidade e infalibilidade.
E para não dizerem por aí que ela é mal-agradecida, a vidente lhe ofereceu uma peça do quebra-cabeças como agradecimento por ele ter aliviado seu fardo. Ela revelou que ele reencontraria o filho da forma mais inesperada, guiado por um garoto, e que mais tarde, esse garoto seria sua ruína.
E como o buraco é sempre mais embaixo, agora ele vê o problema: naquela época ele ainda não sabia, mas o tal garoto é seu neto, e se Rumple o matar, aí sim, seu filho nunca o perdoará. Agora ele tem um passado e um futuro inteiro para replanejar em cima dessa informação.
Uma coisa interessante sobre aquela vidente, é que ela estava na roda de macumba da Rainha Má, quando ela reuniu a galera do mal para lançar a Maldição. Ela estava idosa, mas é difícil não reconhecer as pálpebras costuradas. O engraçado é que em momento nenhum nesse flashback ela me pareceu malvada. E uma vez que Rumple tirou seu fardo... Não entendi o que ela estava fazendo na panelinha das bruxas...
Enquanto Rumple e Emma reencontram o passado em Nova York, o clima começa a ficar tenso em Storybrooke. Porque os três mosqueteiros do mal, Regina, Cora e Gancho decidem aproveitar a ausência do Senhor das Trevas para procurar a Adaga que pode controlá-lo e matá-lo.
E Regina ainda deixa escapar uma informação que, se chegar aos ouvidos de Rumple, pode pôr em risco a integridade física da Rainha Má: Gancho quer aproveitar que o Crocodilo está fora da cidade, sem magia, e testar se a regra de só a Adaga ser capaz de matá-lo continua valendo do outro lado da fronteira, mas tem medo de perder suas memórias ao cruzar a linha vermelha.
Ou seja: como Rumple também não foi afetado pela Maldição, ele não precisava daquela poção para sair da cidade. O que significa que quando Belle pediu para ir junto, ele poderia ter consentido; e se ela estivesse protegida por um talismã mágico, não teria perdido a memória quando Gancho lhe enfiou uma bala no ombro. E aquela tontura que Rumple sentiu nos dez segundos em que ficou sem o cachecol no aeroporto não passou de frescurite aguda, meramente psicológica.
Deixa ele saber desses detalhes... Não vai sobrar uma bruxa inteira nessa cidade...
Isto é, se ele estiver gozando de plena saúde quando retornar, o que eu duvido, porque agora que Gancho já sabe que não tem nada a perder se cruzar a fronteira, nada o impede de tentar dar o teco na Fera com ou sem Adaga mística.
E para garantir que ninguém tentará atrapalhar, Gancho faz uma interpretação maluca do suposto mapa que Rumple deixou escondido na biblioteca, e manda Cora e Regina cavarem buracos na área rural de Storybrooke em busca da Adaga. Supostamente o plano de Cora é usar a Adaga para controlar o Senhor das Trevas e induzi-lo a matar os Charmings para que Regina possa ter Henry de volta sem sujar as mãos. Mas, conhecendo essa megera como conhecemos, esse deve ser somente o resumo do Plano A.
Como ainda não estão a par das tramoias do trio vilanesco, os Charmings estão ocupados com outra questão: hoje é aniversário de Branca de Neve, por isso ela acordou deprimida, e não quer papo com ninguém. Mas alguém além do Príncipe estava informado da data festiva, e enviou um presente: uma tiara que ela ganhou da mãe no último aniversário que passaram juntas.
E esse é justamente o motivo do drama: a Rainha Eva, mãe de Branca de Neve morreu no aniversário da filha. E sua morte não foi o que se possa chamar de natural.
A Rainha Eva fez o melhor que pôde para ensinar à Branca de Neve que ela não era melhor do que as outras pessoas por ter nascido na Realeza, e que o dever de uma boa governante era garantir, antes de mais nada, a felicidade de seus súditos.
Mas justamente na manhã do aniversário de sua amada filha, a Rainha Eva não estava se sentindo nada bem, e o médico não deu qualquer esperança de que ela pudesse se recuperar.
Então Johanna, a aia de Branca de Neve a aconselhou a pedir ajuda à Estrela Azul, a Fada benevolente que costuma realizar desejos se o coração da pessoa for verdadeiro, como a Princesa garante ser.
O caso é que Branca de Neve teve alguma dificuldade em localizar a estrela certa, mas no fim das contas não precisou, porque a Fada Azul apareceu antes mesmo de ser chamada. Afinal, ela sempre sabe quando precisam dela. E ela já estava sabendo que a Rainha estava doente – sinal de que a Rádio Patroa é bem sintonizada naquele canto do Reino. Então Branca pediu que a Fada curasse sua mãe com magia.
Azulzinha, querida, você sabe com quem está falando? A fofoqueira n° 1 do Reino! Vai pedir segredo logo pra ela?! Quanta ingenuidade...
Como a menina prometeu ficar de boca fechada, a Fada Azul lhe deu uma vela metade branca, metade negra, embebida numa magia poderosa. Todavia, como todo mundo nessa série adora bater na tecla, a Fadinha avisa que aquela magia virá com um alto preço. Salvar uma vida sem esperança significa violar as leis da natureza; de modo que para salvar a vida de sua mãe, a Princesa terá que sacrificar outra em seu lugar.
Bastava segurar a vela sobre o coração da vítima escolhida e sussurrar o nome dela. Quando a vela apagasse, a vida dessa pessoa seria trocada pela de sua mãe. Mas a Rainha sempre quis que Branca de Neve fosse boa. Se ela aceitasse a vela, estaria desonrando seus ensinamentos. Por isso a Princesa recusou a oferta.
E vejam só por que não dá para confiar nessa linguarudazinha: ela tinha acabado de prometer à Fada Azul que nunca contaria a ninguém que ela lhe oferecera magia negra para salvar a vida de sua mãe; mas foi a Fadinha virar as costas para ela ir contar tudo para a Rainha moribunda.
E a mulher ficou toda orgulhosa porque a filha foi capaz de resistir ao mal – oferecido por uma Fada, detalhe! Veja só até onde vai o uísque na sala dos roteiristas...
E foi assim que a Rainha Eva morreu nos braços da filha, bem no dia do aniversário dela.
E é por isso que a Princesa não comemora.
Ao abrir a caixa e se deparar com aquela tiara, Branca de Neve deduz que só uma pessoa poderia tê-la enviado, e ela nem desconfiava que essa pessoa estivesse na cidade: sua antiga aia, Johanna.
Porque quinze episódios depois da quebra da Maldição, e cinco depois de ela ter retornado de Tão, Tão Distante, Branca de Neve ainda não teve tempo de fazer o reconhecimento geral de todos os cidadãos de Storybrooke.
Mas agora que está sabendo, ela vai ao seu encontro, para matar a saudade e colocar o papo em dia. Johanna encontrou a tiara no antiquário do Sr. Gold, e sabia o quanto significava para Branca. Por isso ela vendeu um pedaço do fígado para comprá-la. Sim, porque uma joia daquele tamanho, cravejada com tantos diamantes não pode ter sido barata; e eu duvido que o salário de uma aposentada de Storybrooke possa cobrir esse tipo de despesa, mesmo que Gold tenha parcelado em novecentas prestações no crediário. A não ser que a senhorinha tenha afanado na mão grande, aproveitando que o Senhor das Trevas está fora, e que sua namorada está desmemoriada no hospital...
E foi enquanto colocava o papo em dia com a aia, que Branca de Neve viu Cora e Regina montadas no saltão, cavando buracos na floresta, já começando a suspeitar que o pirata as tenha feito de bobas.
Então Branca de Neve corre para fazer o que faz de melhor: fofoca. Ela vai correndo contar ao marido que as duas megeras estão aprontando alguma. E se conseguirem a Adaga, além de poderem controlar o Senhor das Trevas, ainda existe o perigo de Cora decidir se tornar ela mesma a Senhora das Trevas, matando Rumple.
E como obviamente Regina não está interessada em discursos açucarados sobre continuar tentando mudar, resistir ao mal e Cora fugirá de vós, ou sobre ter cuidado com as artimanhas da mãe – porque depois de tantos anos fervendo de raiva, Regina a perdoou fácil demais pelo assassinato de Daniel; talvez por tê-lo matado pela segunda vez recentemente –, a única chance dos Charmings manterem a cidade segura é entrar em contato com Rumplestiltskin e tentar convencê-lo a contar a eles onde está a Adaga, para que a protejam das duas malvadas.
Aqui entre nós: só na cabeça da Branca de Neve e do Príncipe Encantado que os dois, sem magia, e sem nada além de um arco e uma espada para se defender, podem impedir que as duas bruxas mais poderosas da cidade confisquem a Adaga se estiver com eles.
É de se imaginar que Rumplestiltskin seja mais esperto que isso. Afinal, ele é o Senhor das Trevas há séculos, e aquela Adaga nunca – repito: NUNCA – saiu de baixo de sua vista.
Mas o problema é que Rumple está num momento sensível, delicado e vulnerável no momento, e não só porque acaba de reencontrar o filho e descobrir que é avô do filho da Salvadora.
Acontece que Gancho mandou as duas megeras brincarem de castores na floresta para que não o impedissem de ir procurar confusão com o Crocodilo lá em Nova York. Ele aproveita quando o homem está sozinho com Emma no saguão do prédio de Neal, esperando Henry pegar sua câmera no apartamento para fazer uma visita ao Museu de Arte Moderna, para jogar Emma no chão e atacar seu arqui-inimigo com o gancho envenenado, finalizando o ataque com um tique-taque bastante significativo.
Emma consegue bater em Gancho e fazê-lo desmaiar, para poder socorrer Rumple. Com o auxílio de Neal, ela leva o “sogro” para o apartamento, e prende Gancho num depósito para que não os incomode mais.
Normalmente, ninguém precisaria esquentar a cabeça com a saúde de Rumplestiltskin, afinal, o Senhor das Trevas é imortal; mas estando numa cidade sem magia, e considerando que o veneno com que Gancho o feriu veio de uma planta mágica, obviamente não haverá antídoto nesse mundo. De modo que ele precisa ser levado de volta para Storybrooke o mais rápido possível.
E como passar pela segurança de um aeroporto com um homem moribundo, com um ferimento difícil de explicar, quando o mais lógico seria levá-lo a um hospital, está fora de cogitação, eles decidem que o Jolly Roger é sua melhor alternativa de transporte – afinal, o navio do Capitão Gancho é a embarcação mais veloz de todos os Reinos; e mesmo num mundo sem magia, ele não tem como ser mais lento que o trânsito de Nova York. E nem precisam se preocupar com o fato de o único Capitão disponível querer ver Rumplestiltskin morto, porque Neal sabe conduzir aquele navio tão bem quanto Gancho.
A versão curta de como ele conheceu o pirata: este não foi o único lugar em que esteve depois que se perdeu do pai. Se fosse, ele teria uns duzentos anos agora. O que significa que Emma é uma papa-velho. Ou Neal é um papa-anjo. Vocês decidem.
E Rumple também devia estar bem informado acerca dos desvios de caminho de seu filho, para saber exatamente em que tempo poderia encontrá-lo, e programar a Maldição para bater com isso, porque aparentemente não passou pela cabeça do Senhor das Trevas que Bealfire já poderia estar morto a essa altura dos acontecimentos.
Enfim, ao receber a mensagem dos Charmings fofocando o plano da Cora para a Adaga do Senhor das Trevas, Emma, que também parece ter um parafuso solto, convence Rumple a contar onde a escondeu, para que seus pais a encontrem antes de Cora.
E o pior é que ele conta!
Eu só queria saber por que diabo Rumple não levou a Adaga consigo nessa viagem? Na pior das hipóteses, ela só não teria poder algum fora dos limites da cidade, como também não teve durante todo o período da Maldição.
Ok, seria difícil passar pela segurança do aeroporto com uma faca daquele tamanho na mala de mão. Podiam ter despachado. Ou guardado num armário do aeroporto... Qualquer lugar que não fosse em Storybrooke a manteria mais protegida em sua ausência.
Muito mais protegida do que no ponteiro do relógio da torre, que ficou parado por vinte e oito anos...
Lembram aquele episódio do Chapolin Colorado em que a Florinda Meza interpretava uma bruxa que trabalhava como empregada do Ramón Valdés, e que o poder dela vinha de um anel? Lembram qual era o maior medo dela? Que o anel caísse nas mãos de gente gananciosa que o usasse para dominar o mundo e escravizar as pessoas. Foi mais ou menos o que aconteceu nessa cena: Branca de Neve é a boazinha da história, até pôr as mãos na Adaga do Senhor das Trevas, deixar o poder subir à cabeça, e sugerir ao Príncipe que eles aproveitem a deixa para controlar Rumplestiltskin, e fazê-lo agir a seu favor.
Mas Cora já está lá para disputar a posse da Adaga com os Encantados. E ela trouxe uma garantia de que a Princesa fará a escolha adequada.
E como Regina está literalmente com o coração da aia na mão, Branca de Neve tem uma difícil escolha a fazer: entregar a Adaga às vilãs e deixar o circo pegar fogo, ou assistir de camarote Regina fazendo sua vítima número setecentos mil oitocentos e onze, mais ou menos...
E quando Cora desdenha de Branca de Neve, sabendo que ela fará a coisa certa, do jeitinho que a mãe lhe ensinou, a Princesa finalmente se toca de que não foi a Fada azul quem lhe ofereceu aquela vela maldita para salvar a vida da mãe em Tão, Tão Distante.
Por isso a Fada Azul se fez de desentendida naquele dia, quando Branca de Neve tocou no assunto da magia negra clandestina que as Fadas usam de vez em quando, para arrombar a loja do Sr. Gold, que ele trancou com um feitiço de proteção antes de sair da cidade. Porque estava na cara que, mesmo a Fada tendo pedido segredo na época, Branca de Neve não perderia a oportunidade de revelar sua travessura assim que fosse conveniente. Porque fofoca boa é aquela que faz a língua coçar – nesse caso, por anos.
Só que dessa vez a Azulzinha realmente não fazia ideia de que diabos Branca de Neve estava falando, pois quem se fantasiou de Estrela Azul no flashback foi Cora, para enganar a Princesa. E foi ela também quem envenenou a mãe de Branca de Neve – com alguma magia negra que a fez parecer tuberculosa aos olhos do médico –, para mais tarde colocar a própria filha no trono.
Porque não foi coincidência Regina ter salvo a vida de Branca de Neve quando seu cavalo correu desembestado. Cora cuidou para que Regina estivesse no campo quando ela passasse, e cutucou a bunda do cavalo com magia, para colocar a vida da menina em perigo. Justamente na época em que o Rei procurava uma nova Rainha.
E para garantir que sua vingança seria completa e maligna, Cora jurou diante do cadáver da Rainha Eva que ainda tornaria o coração de Branca de Neve negro como carvão, para que até o legado daquela Rainha fosse destruído.
Porque se havia algo que Cora odiava profundamente em sua vida, além de sua origem humilde, essa coisa era a Rainha Eva. Falaremos disso já, já.
Apesar de que o passado da Fada Azul também a condena, né, não, empata rolo de Anão com Fada travessa? Ah, Anões não pode se apaixonar... Ah, Fadas não podem se desviar dos seus propósitos... Vá tomar no Pozinho Mágico!
Pelo menos, Cora não mentiu sobre uma coisa: a vela realmente teria funcionado. Para ambos os propósitos, aliás: salvar a vida da Rainha Eva e obscurecer o coração de Branca de Neve. Se a menina tivesse aceitado sua proposta indecente, só obrigaria Cora a ser mais criativa em sua próxima tentativa de assassinato contra a Rainha alguns dias depois.
E como já perdeu gente demais nessa história, Branca de Neve se rende e entrega a Adaga às megeras, para evitar que matem sua querida aia recém-encontrada.
Viu, Rumplestiltskin! É nisso que dá confiar nos Encantados!
Só mais uma coisinha, Nevezinha Derretida...
Se fosse qualquer outro cidadão de Storybrooke, eu diria que essa expressão de vandalismo contra um patrimônio municipal cometido debaixo do nariz da Prefeita lhe acarretaria uma multa. Mas como Cora é a mãe da Prefeita, e a dita cuja é sua cúmplice, é provável que nem mandem reparar os estragos.
No relógio, eu quero dizer. A pobre velhinha estraçalhada, infelizmente, não tinha conserto.
E infelizmente, também, essa é mais uma morte para Branca de Neve chorar em seu aniversário. O que finalmente a faz questionar se a “coisa certa” é sempre bancar a mártir, apanhando de todos os vilões da série sem revidar, e assistir de camarote seus entes queridos sendo assassinados à sangue frio sem poder fazer nada para evitar; ou se, talvez a “coisa certa” não seja colocar um fim no reinado de horror da Rainha de Copas e sua rebenta.
Claro que o Charming tenta fazer a esposa reconsiderar, porque acha que ela não conseguirá viver com a culpa se der mesmo o teco na malvada, mas de nada adianta; Branca de Neve encasquetou que quer dar o teco na Cora, e não tem nada que ele possa fazer ou dizer para ela mudar de ideia.
E se a gente lembrar que eles lideraram uma guerra contra os exércitos do Rei George e da própria Rainha Má em Tão, Tão Distante, é de se imaginar que essa não será a primeira morte provocada pela Princesa. Porque é óbvio que eles não derrotaram dois exércitos só com o amor em seu coração. Além disso, Branca de Neve não hesitou em atirar no meio do zóio do Ogro para salvar a Emma, e não venham me dizer que matar um Ogro é como matar um boi ou um porco, porque eu não atiraria uma flecha no Shrek! O fato de ter conhecido a Cora e parte da família dela não devia tornar sua morte diferente da de qualquer soldado anônimo a quem Branca de Neve possa ter flechado durante a guerra. Esse papinho de remorso é pura conversa fiada.
Seja lá como for, eles ainda terão um pouco de tempo para agir contra as megeras, porque, como eles sabem que as duas Rainhas estão com a Adaga, e obviamente, Branca de Neve contará para a cidade inteira, as vilãs não poderão usar o Senhor das Trevas para matar a família perfeita sem que o Henry saiba. Elas terão que repensar seu ataque, e os mocinhos poderão aproveitar o tempo para pensar num bom plano para detê-las.
Não que costumem sair bons planos da cachola desse casal...
Enquanto isso, Neal conduz o navio de volta à Storybrooke, e aproveita para ensinar Henry a manejar o timão – porque nunca se sabe quando esse tipo de conhecimento será útil; afinal, sua família tem histórico com crianças sendo obrigadas a se virar sozinhas em territórios hostis.
As vilãs já estão sabendo que o Senhor das Trevas está com os minutos contados, pois o nome dele está se apagando da Adaga. Se apagar completamente, significa que Rumplestiltskin está morto, e o poder dele desaparecerá no ar.
Ao menos, segundo a Cora, porque de acordo com a mitologia da série, o Senhor das Trevas é imortal; a única coisa que pode matar o hospedeiro das Trevas é a Adaga, e através disso transferi-las para outra pessoa. O que me fez pensar: se Rumple morresse em decorrência do veneno que o Capitão Gancho usou para feri-lo, pela lógica – se é que há alguma no uísque dos roteiristas –, Gancho não deveria assumir seu lugar como Senhor das Trevas? Porque a regra só diz que toma o lugar da criatura aquele que o matar; a questão da arma utilizada ser a Adaga apenas está implícita, pois ela seria, supostamente, a única coisa que poderia matá-lo.
Eu até poderia considerar a hipótese de Rumple estar exagerando o drama de seu ferimento para tirar a Cora de seu caminho; mas considerando que o nome dele começou a ser apagado da Adaga quando ele ainda estava fora da cidade, sem magia, é sinal de que o veneno poderia, sim, matá-lo. Depois de ter retornado à cidade, são outros quinhentos! Pode até ser que a partir daí ele tenha fingido estar mal e forjado a coisa toda. Mas, se foi esse o caso, nunca foi revelado. E considerando que esta não seria a primeira, nem a última inconsistência no roteiro da série, vai saber!
Seja lá como for, Cora finalmente revela a que veio: ela quer correr para esfaquear Rumplestiltskin antes que ele dê o último suspiro, para se tornar a Senhora das Trevas.
Ou seja, todo esse tempo em que encheu a cabeça de Regina de discursos sobre ter vindo à Storybrooke para ajudá-la, para reunir a família, tirar os inimigos de seu caminho, e permitir que ela recupere o filho, era puro papo furado. Essa megera só queria mesmo era adquirir mais poder. Pode não ter sido por acaso ela ter se aliado justamente ao Capitão Gancho, um homem que não mediria esforços para dar o teco no Crocodilo, proporcionando a ela oportunidades valiosas para roubar o poder dele para si.
Interessante escolha de palavras, Corinha, porque era exatamente esse o motivo do seu ódio pela mãe da Branca de Neve, não é mesmo?
Cora nasceu bem longe da Realeza. Ela era filha de um moleiro que bebia muito e trabalhava pouco, deixando praticamente todo o serviço a cargo dela, que já estava de saco cheio de viver na miséria, sofrendo humilhações. Como quando foi entregar um saco de farinha no castelo do Rei Xavier, e a Princesa Eva, do Reino do Norte, que estava de visita, pôs o pé na sua frente, só para vê-la tropeçar e enfiar a cara na farinha.
A “quenguinha” em questão é a mãe da Branca de Neve, muito antes do nascimento da Princesa. Como veem, os ensinamentos transmitidos à menina estavam cheios de hipocrisia, porque Eva, em sua juventude, era uma metidinha, que adorava maltratar a gentalha. E a julgar pelo contexto da encrenca, desconfio que aquela cútis extremamente branca da filha dela tenha sido praga da Cora...
Porque se a coisa tivesse ficado no tropeção estava bom, mas a “quenguinha” ainda foi se queixar com o Rei que a farinha estragou seus sapatos novos. Daí o Rei, além de se recusar a pagar pela farinha derramada, exigiu que Cora se ajoelhasse diante de sua convidada e pedisse perdão.
Pedindo assim com jeitinho, Cora obedeceu, a contragosto. Mas essa foi a gota d’água para a filha do moleiro.
Naquela noite, Cora decidiu provar seu valor ao Rei Xavier e a todas aquelas Princesinhas esnobes no baile de máscaras em que ele pretendia leiloar o filho.
Acontece que o Reino estava falido, e sua última alternativa para colocar algum ouro nos cofres Reais era casar o Príncipe Henry com alguma Princesa de um Reino próspero.
Melhor a gente nem querer saber quem a Cora atacou para roubar aquele vestido vermelho deslumbrante, mas é muito provável que haja uma nobre qualquer amarrada e pelada no banheiro feminino.
Ela se aproxima do Príncipe Henry como quem não quer nada, fingindo nem saber de quem se trata, e vai logo comentando como é terrível que o Rei tenha convidado todas aquelas mulheres ricas para competir pela mão de seu filho naquele baile, e como ela sente pena do Príncipe por estar sendo vendido daquela maneira.
Porque não é de hoje que a bicha é sonsa. Mas esses seus modos “desajeitados” acabam conquistando a atenção do Príncipe e lhe rendendo um convite para dançar.
Aqui entre nós: como o Príncipe Henry encolheu na velhice, hein! A escalação de elenco de Once Upon a Time costuma ser impecável quando o assunto é aparência, mas dessa vez estão de parabéns! Conseguiram escolher um ator quase meio metro mais alto que o pai da Regina que já conhecíamos. A não ser que um dia desses a gente veja um flashback explicando que a madrasta dele era a Madame Tremaine, e que ela cortou trinta centímetros da perna dele para fazê-lo caber numa calça!
Enfim, Cora promete não atrapalhar a aquisição do Rei, revelando que só está ali pela comida de graça. Mas o Rei estava com as antenas ligadas, e já tinha reparado que a moça dançando com seu filho era a filha do moleiro.
Parece que encontraram a moça que estava amarrada no banheiro!
Mas Cora não chegou até ali para continuar levando desaforo para casa.
Afinal, Cora não tem nada a lhe oferecer além de palha e um saco de farinha, embora ela garanta que isso é mera ilusão.
Ela só esqueceu de um detalhezinho: aquele homem era o Rei, e também não era obrigado a aguentar sua petulância. Sendo assim, ele a segurou firme enquanto chamava a atenção de todos no salão para revelar o suposto dom que sua não-convidada afirmava ter, o que, claro, arrancou muitas risadas de todos. Ele pretendia que ela demonstrasse seu talento na frente de todos, mas ela o convenceu de que se concentrar para fazer a magia requeria tempo. Assim o Rei mandou trancá-la numa das torres do castelo com montes de palha, para que ela transformasse tudo em ouro. Se ela conseguisse cumprir o acordo até de manhã, poderia se casar com o Príncipe, e finalmente entrar para a Realeza com a qual sonhou a vida toda. Senão, viraria quindim.
O interessante, é que o Príncipe pareceu bastante animado com a ideia de se casar com a filha do moleiro.
E foi nesse momento de dificuldade que a moça conheceu aquele que viria a ser seu mentor na Magia das Trevas, Rumplestiltskin. Ele ouviu boatos sobre sua situação, e a promessa descabida que fez ao Rei Xavier; e como por acaso transformar palha em ouro é o passatempo favorito do Senhor das Trevas, ele a visitou na torre naquela noite, para ajudá-la a escapar da execução ao amanhecer – e de passar ainda mais vergonha diante daquele bando de narizes empinados.
Ao contrário da Cinderela, Cora se preocupou em ler as letras miúdas antes de assinar.
Mas ela pediu que ele fizesse uma pequena alteração no contrato, e em vez de transformar toda aquela palha em ouro para ela, preferiu que ele a ensinasse a fazer pessoalmente. E como para ele os meios não eram tão importantes quanto os fins, ele concordou.
Segundo Rumple, a magia carecia de emoção para ser gerada. Por isso ela precisava parar de pensar, e simplesmente invocar aquele momento que a deixou tão irritada, aquele em que ela mataria alguém se pudesse.
Porque fazer magia é tipo conjurar um Patronum ao contrário. E adivinhem qual foi a lembrança odiosa que ela escolheu?
Ela relembra o momento em que a fizeram ajoelhar diante da Princesa Eva, mesmo sem ter feito nada de errado, e a obrigaram a se desculpar com aquela criança mimada. Como vingança, ela gostaria que todos eles se curvassem diante dela, até seus pescoços quebrarem.
E conhecendo essa megera como conhecemos, é bem possível que em algum momento ela tenha providenciado que isso acontecesse, ao menos com o Rei Xavier, já que não sabemos que fim ele levou depois desse flashback.
E depois de imaginar a cena da vingança nos mínimos detalhes... Mágica!
Isso, Rumplestiltskin, dá asa à cobra... Depois não reclame quando ela for até o seu leito de morte para acelerar o processo. Foi você quem criou esse monstro!
No dia seguinte, ela exibe pessoalmente seu novo talento diante da corte, fiando a palha e transformando em ouro no meio do salão de bailes do castelo, no mesmo lugar onde foi humilhada no dia anterior.
Pena que o Príncipe Henry ainda nem estava casado e já era corno do Rumplestiltskin.
Porque Cora tinha um plano em mente para se livrar do acordo que fizera com aquele diabo. Ela estava ciente de que, como quinta na linha de sucessão para ser Rainha, isso não aconteceria sem um grande derramamento de sangue. E de repente isso pareceu ter uma importância pequena, diante do sentimento que nasceu entre ela e seu mentor. E a declaração de amor dela o comoveu a ponto de alterar o contrato para, em vez de lhe dever uma primogênita qualquer, ela ficar lhe devendo uma filha dele.
Claro que ele sabia que ela teria uma menina, porque ele prevê o futuro. O que ele não previu, e sequer desconfiou, é que ela nunca teria filhos com ele.
Porque no fim das contas esse dom de prever o futuro é relativo... Ele vê muita coisa, mas deixa escapar mais ainda!
E como continua com sede de sangue, Cora planeja arrancar o coração do Rei naquela noite, e esmagá-lo diante de seus olhos, para que ele veja quanto ela o odeia por tê-la humilhado por causa de sua pobreza.
Mas na hora H, em vez de esmagar o coração que arrancou naquela noite, Cora decidiu guardá-lo numa caixa.
Porque o coração que ela arrancou não foi o do Rei. Foi o seu próprio.
Porque ela se deu conta de que o amor é uma fraqueza. E quando sua escolha é entre o amor e o poder...
Não é da música que eu tô falando! Concentra! Até porque a trilha sonora da Cora é outra.
Quando a escolha é entre o amor e o poder, até mesmo ter um coração pode ser uma grande inconveniência.
Só então ela revela a Rumple que decidiu manter seu plano original, e casar-se com o Príncipe Henry, em vez de fugir com o Senhor das Trevas. Ela arrancou o próprio coração para que nada pudesse desviá-la de seu propósito. E como alteraram o contrato, ela não lhe deve mais nada, pois Rumple só poderia levar uma filha que fosse dele, e ela vai garantir que qualquer bebê que venha a ter não possua uma gotinha sequer do sangue do Senhor das Trevas.
Ou seja: Cora foi talvez a única personagem nessa série a arrumar um modo de dar um calote no Dark One!
Quanta ingenuidade, Rumple...
Algum tempo depois, Cora apresentou sua filha recém-nascida à corte.
Bem, todos, menos o Rei, porque ele pode. E não é obrigado.
Fiz questão de contar essa história nos mínimos detalhes porque o conto da filha do moleiro foi o meu episódio favorito nessa temporada - e um dos meus favoritos da série. Eu já conhecia o conto do Rumplestiltskin, em que ele faz o acordo com a filha do moleiro, obrigada a transformar palha em ouro, em troca de seu primeiro filho – na versão original, a criança viraria ingrediente para sopa, mas em Once Upon a Time, sabemos que Rumple planejava treinar a filha da Cora nas Artes das Trevas para um dia lançar sua tão desejada Maldição –, e essa versão, cruzando o conto original de Rumple com a juventude da mãe de Regina foi simplesmente épica. A combinação perfeita entre duas histórias e dois personagens que têm tudo em comum; principalmente a preferência pelo lado sombrio.
E como aprendeu direitinho que o poder está acima de tudo, Cora só precisa que Rumple retorne à cidade para concluir sua terrível e diabólica trama.
Assim que desembarca em Storybrooke, Emma pede que Ruby cuide de Henry, para mantê-lo longe do fogo cruzado – sem se preocupar que Regina o sequestre na lanchonete da Vovó.
E levam Rumplestiltskin à sua loja, onde ele ficará protegido com magia.
Magia, aliás, que precisará ser conjurada pela Salvadora. Porque Rumple está fraco demais até para um feitiço de proteção. Não que Emma saiba o que está fazendo... Mas ele a orienta a traçar uma linha na porta com um giz invisível e depois se concentrar para conjurar a proteção.
Agora é só deixar de lado o esforço intelectual e dar lugar à emoção. Então, voilà! O feitiço está pronto. Ou a lasanha acabou de descongelar no micro-ondas. É difícil diferenciar os “plins”.
Agora, para se livrar do veneno, Rumple só precisa induzir Branca de Neve a usar a vela que recusou anos atrás para salvar a própria mãe, e trocar a vida de Cora pela dele.
Porque Rumple prestou atenção na língua comprida da Branca de Neve lá no cais, quando ela compartilhou com a filha seu desejo de matar a mãe de Regina. E como ele é especialista em manipular desejos de vingança, agora ele vai alimentar o ódio da Princesa contra a megera, apesar dos apelos que Charming vinha fazendo.

Claro que sempre tem o problema de precisar segurar a vela sobre o coração da vítima para amaldiçoá-la; sorte deles que Cora não esteja com o coração dentro do corpo...
E quando se diz "desde o princípio", é desde o princípio mesmo! Seus destinos foram traçados por ele na maternidade, minha filha...
Tudo o que Branca de Neve precisa fazer é amaldiçoar o coração e dar um jeito de colocá-lo de volta no corpo da megera. Cora morre, Rumple vive, e todos ficam felizes. Especialmente ele.
E é bom se apressar, Princesa, porque Cora e Regina já estão na porta da loja, tentando quebrar o feitiço de proteção da Emma. E como sua filha ainda é aprendiz nesse negócio de magia, a barreira pode não aguentar muito tempo.
Então Branca de Neve sai de fininho pela porta dos fundos, no exato momento em que as megeras rompem a barreira protetora e entram na loja, para lutar contra o resto de sua família, que está determinada a não permitir que a vilã se aproxime do moribundo. E como o coração de Cora tem um sensor de aproximação, a Rainha de Copas manda Regina cuidar do invasor no cofre, enquanto ela se vira com aqueles mocinhos.
Acontece que o coração de Cora estava guardado com o resto de suas coisas no mausoléu de Regina. E como Conveniência também é a Santa Padroeira da Branca de Neve, em meio a tantas caixas, e tantos corações que Cora já arrancou em sua longa vida dedicada ao mal, ela não tem a menor dificuldade em identificar o coração da malvada.
E a caixa nem estava etiquetada! Como Branca de Neve tinha tanta certeza de que estava segurando o coração certo, é um mistério... A não ser que a macumba funcionasse com qualquer coração aleatório, contanto que fosse colocado no corpo da vítima amaldiçoada.
A Princesa chega a hesitar, mas já que chegou até ali, melhor acabar logo com isso. Ela acende os dois lados da vela – nem quero saber porque Branca de Neve anda com um isqueiro no bolso, já que está claro que essa professora não fuma –, e posiciona o lado negro sobre o coração de Cora, deixando pingar um pouco de cera em cima dele.
Eis que ela é flagrada por Regina com o coração de Cora na mão. Literalmente! Provando também ter talento para manipulação, Branca de Neve inventa rapidamente uma história sobre ter ido buscar o coração de Cora para que Regina pudesse colocá-lo de volta no corpo da mãe.
E como tocou no ponto fraco da Rainha Má, ela deixa a caixa com o coração de Cora com a filha dela, confiando que Regina perceberia que a Princesa tinha razão, e que Cora não seria capaz de amá-la enquanto não tivesse seu coração de volta.
E estava certa. Exatamente quando Neal fez as pazes com o pai, Cora conseguiu vencer o outro feitiço de proteção que Emma colocara na sala dos fundos da loja, onde Rumple estava agonizando, e despachou seus guarda-costas para a floresta do Maine com magia, antes de admitir que ele foi o motivo de ela ter arrancado o próprio coração. Que nem o Davy Jones, arrancando o coração para não continuar apaixonado pela deusa Calipso.
Cora ergue a Adaga sobre o Senhor das Trevas, e bem nesse momento, Regina chega enfiando o coração no corpo da mãe pelas costas.
Tal como Rumplestiltskin planejara, ao colocar o coração amaldiçoado de volta no corpo de Cora, o ferimento dele se curou instantaneamente, e a Adaga voltou a exibir seu nome completo; sinal de que ele está completamente fora de perigo.
E tal como Branca de Neve previra, Cora sorri para a filha agora verdadeiramente amada, deixando Regina emocionada com esta inédita demonstração de afeto da mãe. Pena que não tenha durado mais do que um segundo, e então Cora começou a agonizar, desabando nos braços da filha. A ferida e o veneno que estavam matando Rumple foram transferidos para ela.
O que Cora tentou dizer em seu último suspiro é que o amor de Regina teria sido o suficiente, se ela não fosse uma megera sem coração.
E a julgar pelo olhar de ódio de Regina para Branca de Neve, a vida dessa Princesa está correndo um sério risco. Melhor fazer um seguro de vida para ontem, Charming, porque eu não dou dois minutos para Regina começar a brincar de tiro ao alvo com a sua esposinha. E com bolas de fogo ao invés de flechas!
Mas isso é assunto para o próximo post, porque esse já ficou longo demais. Nos vemos então na próxima postagem, nessa mesma hora, e nesse mesmo blogspot!

Um comentário:

  1. sinceramente, OUAT é uma série incrível, e, por mais que eu goste muito da Branca e do David, eu sinto muito odio ao ver que o povo odeia a Cora injustamente. ela é a minha personagem favorita junto da Regina, e ambas não mereciam o que a vida fez com elas. Cora se tornou má graças a Eva, porque se não fosse aquele dia Eva tê-la derrubado, Cora não teria feito tudo que fez. e para piorar! Eva estragou a vida da Cora duas vezes, Eva já não era mais uma princesa e sim uma rainha, certamente como vemos mais tarde. porque se ela fosse uma princesa ainda, Regina teria sido a primeira filha de Cora ao invés da Zelena. enfim, são muitas coisas a se analisar. e uma alerta de spoiler: felizmente Branca descobre na terceira temporada que a linhagem dela é suja e hipócrita. com isso viu que os Mills nunca foram maus, a família da Branca que os destruiu e o Rumple ajudou a corromper bem mais.

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