A Magia Começa – Pra Valer – Agora

em quarta-feira, 19 de junho de 2013


Once Upon a Time é uma série família! Essa segunda temporada provou isso de uma vez por todas, estabelecendo laços familiares entre personagens que até o diabo – leia-se Rumplestiltskin – duvida!
Apesar do clichê, dá para dizer que o final da temporada passada foi meio inesperado. Quer dizer, todo mundo imaginava que a Maldição seria quebrada; a surpresa ficou por conta do meio que levou a esse fim. É super clichê dizer que a Maldição foi quebrada com um beijo de amor verdadeiro – Encantada cansou de repetir o mantra de que essas trocas de saliva são super hiper mega poderosas. Mas, apesar de Emma ser a Salvadora, eu esperava que esse beijo de amor verdadeiro fosse envolver, de algum modo, Branca de Neve ou o Príncipe Encantado. Tipo Emma finalmente acreditando em sua origem, reunindo os pais e convencendo-os de suas identidades pré-Maldição; então eles dariam aquele beijo e voilà! Mas quiseram os roteiristas que a cena fosse mil vezes mais emocionante, provando que não existe amor mais verdadeiro do que aquele que une mãe e filho – mesmo que essa mãe o tenha abandonado ao nascer.
E é deste ponto que retomamos nesta segunda temporada. A Maldição acaba de ser quebrada, Rumplestiltskin não perdeu tempo, e já convocou toda a magia de Tão, Tão Distante para Storybrooke, e nossa aventura já começa com o circo pegando fogo.
Peguem suas pipocas e sigam-me os bons!

Depois de todo mundo trocar abraços, comemorando o reencontro com seus entes queridos, e a quebra da Maldição, e de o Henry protagonizar um momento fofura ligeiramente bizarro chamando o Príncipe Encantado de Vovô – bizarro porque o homem deve ter uns trinta anos –, e de Emma aceitar – mais ou menos – que de fato é filha da Branca de Neve e do Príncipe Encantado, é hora de começarem a se preocupar com o fato de alguém ter aberto a porteira, e trazido a magia para a cidade.
E apesar do que todo mundo anda fofocando, Emma suspeitou desde o princípio que essa arte não é exatamente obra da Rainha Má.
Além disso, há um problema mais urgente virando a esquina: o Dr. Whale está liderando uma turba furiosa, para ir à casa de Regina quebrar a desgramada na porrada.
Mas acontece que, seja lá o que for, essa megera criou o Henry, e foi, durante muito tempo, a única mãe que ele conheceu, o que faz dela, de certo modo, parte da família Charming – se fosse só o pseudoparentesco com Branca de Neve até podiam deixar passar, porque madrasta com a índole dela não dá para considerar como parente. Além disso, com a magia de volta à cidade, aquela gente pode estar marchando para um massacre.
Whale bate à porta da casa da Prefeita, ela aparece com um sorriso que ele promete arrancar no tapa, mas ela não está a fim de ouvir desaforo.
Ao perceber que a magia de Regina ainda não carregou, todo mundo decide cair para cima, mas a Xerife Emma Swan aparece, escoltada pelos pais, os Sete Anões, a Vovó Donalda e a Chapeuzinho Vermelho para impedir que transformem a outra mãe do Henry em vinagrete. E ironia das ironias, Branca de Neve é a mais engajada em defender a madrasta assassina, que pediu sua cabeça anos atrás em Tão, Tão Distante.
Então Emma decide colocar Regina na cadeia, para segurança dela e de toda a cidade.
E lá ela responde à pergunta que não quer calar: afinal, se a Maldição foi quebrada, porque diabos não voltaram para Tão, Tão Distante?
Como está mais segura na cela do que em casa, ninguém precisa se preocupar em revistar a megera, para ver se ela não tem alguma chave-mestra escondida na calcinha. E tão logo é deixada sozinha na delegacia, Regina recebe a visita ilustre do Senhor das Trevas, que veio lhe trazer um presentinho especial de quebra da Maldição: a marca mortal do Espectro Sugador de Almas.
Afinal, ele prometeu à Belle que ele não mataria Regina por tê-la mantido presa no sanatório todos esses anos, mas não disse nada sobre delegar a função a uma entidade sobrenatural.
Ao saber desse rolo, os Encantados fazem uma pequena conferência para decidir se fazem alguma coisa para deter o Dementador, ou se permitem que ele leve Regina para o Quinto dos Infernos, acabando de uma vez com todos os seus problemas. Mas como Emma prometeu ao Henry que manteria sua mãe adotiva segura, acabam decidindo pela primeira opção. O problema é que não podem matar algo que não está vivo. A única alternativa encontrada é usar o Chapéu Mágico de Jefferson para mandá-lo à Floresta Encantada destruída, onde não poderá fazer mal a ninguém.
Então Branca de Neve e o Príncipe Encantado recolhem vassouras da Bruxa do 71 pela cidade...
 ... para usá-las como tochas e lutar contra o Espectro Sugador de Almas quando ele aparecer.
O mais difícil neste plano é fazer o Chapéu funcionar, pois a Rainha Má ainda não conseguiu encontrar o botão para ligar sua magia em Storybrooke. Ela acaba precisando literalmente de um empurrãozinho da Salvadora para fazer o Chapéu girar, o portal abrir e engolir o Espectro. Mas no rebote do lance, o monstro consegue agarrar o pé de Emma e puxá-la consigo para dentro do portal. Aí não deu outra: Branca de Neve pulou atrás da filha para não perdê-la de novo, mas quando Charming tentou fazer o mesmo o portal já tinha se fechado, conseguindo apenas amassar o Chapéu de Jefferson ao se jogar em cima dele.
Reza a lenda que seu antigo reino foi destruído quando Regina lançou a Maldição, mas isso não é bem verdade.
O Reino sobreviveu, e um pequeno grupo de personagens permaneceu num canto isolado de Tão, Tão Distante, que por alguma razão não foi atingido pela Maldição, apenas ficando congelados no tempo durante vinte e oito anos, mas sem que ninguém esquecesse de nada. Entre eles estão a Princesa Aurora, que foi despertada naquele mesmo dia pelo Príncipe Phillip, e a guerreira Mulan, que o auxiliou em sua busca pela Princesa, até o castelo em ruínas onde ela estava adormecida.
A boa notícia é que Malévola não está mais lá para atormentá-los. A má, é que há outros perigos assombrando a Floresta Encantada desde que Regina lançou a Maldição.
E por falar em perigo, lá vem o Espectro brotando do chão, para atacar o Príncipe Phillip, que conseguiu arrancar seu medalhão enquanto o enfrentava, sem saber que se o tocasse ficaria marcado para morrer, e acabaria tendo sua alma sugada naquela mesma noite, deixando as duas moças desesperadas.
E foi no meio desse drama que Emma e Branca de Neve literalmente despencaram pelo portal atrás do Espectro. E como vieram sem crachá de identificação, Mulan deduziu que as duas eram suas inimigas, e que trouxeram o Dementador para aquele mundo de propósito.
Por isso as duas são presas e arrastadas para um calabouço no refúgio onde os remanescentes personagens de Tão, Tão Distante estão morando.
Enquanto elas enfrentam a hostilidade dos Fairy Tales, Storybrooke está um caos. Além dos personagens estarem à procura de seus entes queridos, já que a Maldição os espalhou por um longo perímetro, ainda têm que lidar com a destruição que o Espectro causou quando estava caçando a Prefeita. E na falta de líder melhor, estão todos pressionando o coitado do Charming a ajudá-los e explicar por que não voltaram para casa após a quebra da Maldição. Como se ele já não tivesse problemas suficientes para lidar no momento, como o fato de sua esposa e sua filha terem caído num portal para Deus sabe onde, e ele não fazer a menor ideia de como ou se poderá trazê-las de volta.
Gente, vamos deixar o coitado do Príncipe respirar!
E para piorar, lá vem os Anões com mais notícias ruins: eles realizaram testes na fronteira da cidade, usaram Atchim como cobaia, e descobriram que se alguém tentar sair de Storybrooke perderá outra vez a memória, e voltará à sua identidade amaldiçoada. Ou seja, ainda estão presos na cidade, como se a Maldição nunca tivesse sido quebrada. Deve ter uma metáfora envolvida, sobre não se afastar de casa, ou de suas crenças, para nunca esquecer quem é, mas vou deixar para filosofar mais tarde.
Até porque, se todos continuarem sufocando o Príncipe desse jeito, não vai demorar muito para ele sacar a espada e ameaçar esquartejar meio mundo.
Ele pede um tempo para decidir o que podem fazer, e vai atrás do dono do Chapéu, para descobrir como consertá-lo.
Como não faz ideia de quem seja o sujeito naquele mundo, e Regina não está colaborando, Charming vai até Rumplestiltskin em seu antiquário pedir um feitiço localizador, como o que colocou no anel de noivado para encontrar Branca de Neve quando ela comeu a maçã envenenada em Tão, Tão Distante. E como Rumple tem pressa de se livrar das visitas, pois tem mais o que fazer, ele dá a poção para o Príncipe despejar no Chapéu em troca de ser deixado em paz. Acontece que ele estava se preparando para sair da cidade e procurar o filho, mas acaba que a visita de Charming se mostrou muito útil ao Senhor das Trevas, que não fazia ideia do probleminha que os Anões descobriram na fronteira. Isso acaba adiando temporariamente seus planos e sua viagem.
E o Chapeleiro também não está a fim de colaborar com o Príncipe desesperado, pois ele sabe viajar com o Chapéu, mas não faz a menor ideia de como consertá-lo.
Quem tem, no caso, é o Rumple, que acaba de pedir educadamente ao Príncipe que pare de encher o saco se não quiser acabar com aquela espada atravessada no esôfago. Porque Regina ainda está tentando reencontrar sua magia, sem sucesso.
Acontece que a Rainha Má não nasceu feiticeira. Foi Rumplestiltskin quem ensinou tudo o que ela sabe, usando o mesmo livro de feitiços que dera à mãe dela, Cora, muito antes de Regina nascer. E como também ficou claro na temporada passada, nossa Rainha não nasceu má. Ela era boa, até Branca de Neve fofocar seu caso com o tratador de cavalos à Cora, e a megera matá-lo na frente da filha. E mesmo sendo coagida pela mãe a se casar com o Rei, Regina ainda lutava contra o seu lado sombrio e o desejo de esganar Branca de Neve com suas próprias mãos.
Mas Cora precisava ser punida. Foi então que Rumplestiltskin entrou em sua vida, para ensiná-la a usar magia, e como Regina não queria aprender nada daquilo, com medo de acabar igual à mãe, ele lhe deu um espelho encantado, por onde ela podia literalmente empurrar a mãe para fora de sua vida.
O caso é que Regina acabou gostando mais do que deveria dos ensinamentos de seu professor, e concordou em aprender mais, contanto que não acabasse se transformando numa bruxa má como sua mãe. Mas sabemos no que deu essa história.
E é justamente por estar com dificuldade para se reconectar com a magia que Regina procura Rumple para reaver o livro de feitiços de Cora, imaginando que o cheiro da palavra escrita pudesse fazê-la pegar no tranco.
Regina vai embora ofendida, depois de ter sido xingada de nome feio, mas tem coisas mais importantes com que se preocupar, como recuperar sua magia e seu filho. Não necessariamente nessa ordem...
Sendo novamente senhora de seus poderes, Regina vai diretamente ao salão do Conselho Municipal, onde todos aguardam o pronunciamento do Charming sobre o que acontecerá com eles dali em diante, e já chega chegando: incendiando o brasão municipal, amedrontando todo mundo e levando seu filho para casa na marra.
Mas como o menino mal pisa em casa, deixa a mãe adotiva falando sozinha na entrada, corre pro quarto e tenta fugir pela janela, com o auxílio de uma corda de lençol que ele já tinha escondido embaixo da cama, Regina se dá conta de que não terá o carinho de seu filho à força, mesmo com toda a magia do mundo. De modo que, quando Charming vai à casa dela com a espada na mão para buscar o neto, ela o entrega sem resistir. E confirma o que ele e Jefferson já suspeitavam: que Tão, Tão Distante ainda existe, mas ela também não faz a menor ideia de como voltar para lá.
De modo que essa acaba se tornando a missão oficial do Príncipe nesse início de temporada: descobrir um meio de viajar entre os mundos. Algo que Rumple também procurou na Floresta Encantada, com muito mais recursos e muito mais malandragem, e acabou só conseguindo graças à Maldição.
E esse foi justamente o motivo porque ele estava tão interessado em se tornar mentor da jovem Regina no aprendizado da magia, mas sem a mesma benevolência de Dumbledore.
Sua primeira lição foi sobre como arrancar o coração de um Unicórnio e usá-lo para controlar o animal. Naturalmente, depois de ter visto Cora arrancar o coração de seu amado tratador de cavalos bem diante de seus olhos, Regina não foi capaz de agir do mesmo modo. Tampouco foi capaz de esmagá-lo depois de Rumple tê-lo arrancado.
Acontece que, enquanto Rumple tinha como objetivo corromper o coração de Regina para que ela lançasse a Maldição em seu lugar, a Rainha somente queria aprender a usar magia para poder trazer seu amado Daniel, cujo corpo ela preservara com um feitiço, de volta à vida, embora o Senhor das Trevas tenha garantido desde o princípio que nenhuma magia no mundo poderia fazer isso.
Mas Jefferson estava lá para assegurar à Rainha que isso não era completamente verdade, pois ele ouviu rumores a respeito de um homem que estava trabalhando num método de ressurreição.
Só para esclarecer, Jefferson: “Jesus Cristo” foi uma exclamação, não uma suposição; mas tudo bem...
É óbvio que Frankenstein não é um conto de fadas, mas uma novela de horror. Mas está claro também que o universo de Once Upon a Time não se prende a limitações tão pequenas. Além do mais, ficção é ficção.
O Doutor fica impressionado com o extraordinário estado de preservação do cadáver – proporcionado por magia, naturalmente; sinal de que Regina andou consultando o livro de feitiços da mãe antes mesmo de convocar Rumplestiltskin para tirá-la de sua vida. Isso, ou ela reverteu o início da decomposição do amado ao iniciar o estudo da magia com o Senhor das Trevas. Vai saber...
Mas ele alerta que o procedimento para ressurreição dos mortos é um experimento, portanto ele não pode garantir que funcionará. Até porque, há um detalhezinho a ser resolvido, que basicamente foi o que o impediu de ter sucesso em sua experiência até o momento: ele ainda não encontrou um coração forte o bastante para resistir ao processo de ressurreição. Mas ouviu que por ali, quando o arrancam de alguém, o encantam para torná-lo resistente fora do corpo, inclusive mantendo a pessoa viva sem ele.
Então Regina leva o Doutor ao cofre de sua mãe, cuja entrada fica embaixo de uma lareira no castelo de seu pai, para que ele escolha entre os inúmeros corações na coleção da megera.
Frankenstein pede privacidade para realizar o procedimento – sabem como é, para não chocar personagens tão sensíveis –, deixando Regina aflita do lado de fora, à espera de notícias da operação. Infelizmente, o coração encantado não foi forte o bastante para suportar a experiência, então, Daniel continuou morto. Para infelicidade da nossa Rainha.
Acontece que tudo fora um plano de Rumple para corromper Regina.
Jefferson não era o único atento a rumores em Tão, Tão Distante. O Senhor das Trevas já tinha ouvido falar das experiências de Victor Frankenstein para a reanimação de cadáveres, e se aproveitou de que o pai do cientista havia decidido parar de financiar suas pesquisas para forçar o filho a arrumar um emprego de verdade, e fez uma visitinha ao Doutor para lhe fazer uma proposta indecente.
Rumple disse ao cientista que estava interessado em suas pesquisas para ressuscitar os mortos, e transformou seu laboratório numa filial da Caixa Forte do Tio Patinhas, despejando toneladas de moedas de ouro no chão.
Mas a verdade é que Rumple estava se lixando para o êxito do Doutor em sua experiência. Ele só precisava que Regina acreditasse que ele era capaz de ressuscitar seu amado.
Já o cientista precisava que o experimento funcionasse, pois, quando tentou roubar um corpo no cemitério para usar como cobaia, e seu irmão Gerhardt tentou detê-lo, foram cercados pela polícia, e Gerhardt acabou baleado e morto. E foi quando ele descobriu que o coração humano normal não era capaz de suportar o processo de ressurreição, sendo carbonizado pela descarga elétrica.
Ao que Rumple garante que em seu Reino ele conseguirá um coração encantado, capaz de suportar a eletricidade do procedimento.
Conforme Rumple previra, diante do fracasso do procedimento com Daniel, Regina ficou furiosa, e sua primeira reação foi arrancar e esmagar o coração da nova aluna de Rumplestiltskin, para retomar a vaga com seu professor, e inventar outro método para trazer seu amado de volta, ou se vingar da Branca de Neve, ou, se possível, as duas coisas.
E como cumpriu direitinho seu propósito, Rumple presenteou o Dr. Frankenstein com o coração que deveria ter usado no tratador de cavalos para que ele pudesse reviver seu irmão.
Claro que Jefferson estava envolvido na maracutaia, sendo pago por Rumple para soprar a ideia ao ouvido de Regina, trazer o Doutor ao seu Reino e depois levá-lo de volta com o coração contrabandeado do cofre da mãe da Rainha – agora, sim – Má.
E com esse coração extraordinário, Frankenstein conseguiu concluir sua terrível e diabólica experiência.
Mas o coração é mágico, sim, viu, moço!
Eventualmente, Frankenstein acabou retornando à Tão, Tão Distante, já que foi arrastado pela Maldição para Storybrooke, onde veste a pele do Dr. Whale, aquele que adora admirar a bunda da Chapeuzinho Vermelho, e que botou chifres no Príncipe Encantado na primeira temporada.
Aliás, ele ganhou um soco do Charming, depois de saber de seu rolo com a Professora.
E como não tinha nada a fazer naquela cidade depois de recuperar suas memórias – além de incitar o povo a linchar a Rainha Má –, ele tentou exigir que ela o mandasse de volta ao seu lugar de origem, mas como ela deu uma banana à sua solicitação, ele decidiu ser mais incisivo, roubando o corpo de Daniel – que Regina teve o cuidado de trazer à Storybrooke com a Maldição, conservando-o em sua cripta ainda com o encanto de preservação – e um dos corações em seu cofre, finalmente trazendo-o de volta à vida.
Ao ter um vislumbre de seu falecido noivo no meio da rua, encarando-a com ódio, para perdê-lo de vista em seguida, Regina corre para tirar satisfações com o Doutor, e encontra-o caído no laboratório, no subterrâneo do hospital, com o braço arrancado, queixando-se por ter criado um monstro.
E como isso é um assunto de segurança municipal, o Xerife interino Charming é imediatamente acionado, e fica apavorado com a teoria de Regina sobre a possibilidade de Daniel agir como ele quando despertou do coma, revisitando o último lugar em que viu sua amada. No caso do ex-noivo da Rainha Má, esse lugar seria um estábulo. E o motivo da preocupação do Príncipe, é que ele dera um cavalo de presente ao Henry, e deixara o menino trocando confidências com o equino enquanto atendia essa ocorrência.
Ou seja, Henry está prestes a ter um encontro traumático com o falecido noivo de sua mãe adotiva.
Feliz Natal, garoto!
Regina e Charming chegam ao estábulo a tempo de salvar o menino do morto-vivo, e enquanto o Príncipe tira o neto da cena do crime, Regina luta com o ex-noivo, tentando acalmá-lo para poderem conversar.
É óbvio que o defunto não acha natural estar de volta, e não consegue se readaptar ao mundo dos vivos. Por isso ele pede que Regina o liberte de sua dor. E embora ela sofra por perdê-lo outra vez, acaba não tendo outra saída, senão matá-lo de novo, quando ele volta ao modus violento.
Prevendo que precisaria dos dois braços para se defender quando Regina decidisse se vingar por sua travessura, Whale foi correndo à loja de Rumple assim que saiu do hospital, para pedir que reimplantasse seu braço com magia.
Pois é, para um homem da ciência, esse Frankenstein é ligeiramente burro. E ele quer voltar para casa para tentar arrumar a bagunça que o retorno de seu irmão provocou. Porque Daniel não foi o único a voltar à vida virado no Jiraya.
Gerhardt estava assustado quando ressuscitou, e ficou furioso ao ouvir o pai gritando com seu irmão, acusando-o de ter criado um monstro, de ser um carniceiro e um ladrão de túmulos, partiu para cima do homem e o matou a pancadas, sob o olhar frio de Victor, que só o deteve depois que a desgraça estava consumada.
Mas o Doutor não teve o mesmo bom senso de Regina, de enviar o irmão de volta ao mundo dos mortos após o ocorrido, preferindo mantê-lo numa cela, até descobrir um meio de domesticá-lo de novo.
Curiosamente, Regina nem se deu o trabalho de tirar satisfações com o Doutorzinho por sua travessura. Vamos imaginar que ela estava sofrendo demais por ter sido obrigada a ver seu amado morrer mais uma vez, que é melhor do que comentar que os roteiristas esqueceram de concluir a trama.
Aliás, uma das muitas pontas soltas que a série foi deixando pelo caminho.
Quanto à viagem entre os mundos, já que em Storybrooke o povo continua na estaca zero, com os Anões tentando garimpar algum pozinho mágico nas minas para ver se as Fadas conseguem fazer o Chapéu funcionar de novo, Branca de Neve está um pouquinho mais adiantada, com um plano para tentar voltar para casa.
Depois de terem sido jogadas no calabouço e se tornado companheiras de cela de Cora, as duas forasteiras são encaminhadas para serem interrogadas pelo líder dos refugiados do Reino devastado, Sir Lancelot. Aquele mesmo, das lendas do Rei Arthur.
Esse Lancelot deixou a Távola Redonda há muito tempo, o bastante para já ter se encontrado com Branca de Neve do Gueto em outros carnavais. Na época, ele era um mercenário a serviço do Rei George, e sequestrou a Princesa, então noiva do Príncipe Encantado, para que o Rei pudesse fazê-la beber uma poção que a tornaria estéril. Mas como sabemos, Branca de Neve teve uma filha depois disso.
Acontece que ela tinha combinado de encontrar o Príncipe na cabana da mãe dele, mas o Rei George já estava sabendo de seu local de encontro, e mandou soldados até lá para matá-los. O Príncipe conseguiu se defender, mas sua mãe foi ferida com uma flecha envenenada, e o único antídoto que conheciam era a água do Lago Nostos – o mesmo em que Charming buscou a cura para Frederick, o amado da Barbie Midas que era literalmente um homem de ouro.
Mas o Lago secou depois que o Príncipe matou a sereia que o protegia, e tudo o que restou foi um gole acumulado num ovo quebrado – provavelmente o ovo de algum réptil que vivia por ali.
Só que enquanto os rapazes estavam à procura de um resto de água para salvar a Dona Ruth Encantada, ela acabou descobrindo a travessura do Rei George, ao experimentar em Branca de Neve o medalhão cigano que ganhara da mãe quando engravidou dos gêmeos. Diz a lenda que aquela joia pode revelar o sexo do primogênito da moça, mesmo antes de ela estar grávida. Se balançar de norte para sul, é um menino; de leste para oeste, menina. E como funcionou com seus meninos, ela tenta dar um spoiler à futura nora, mas o medalhão não se move sobre a mão dela, forçando a Princesa a contar sua triste condição. A água daquele Lago, se ainda existisse, poderia curar o ventre de Branca de Neve também. Mas como só restou um gole e a Princesa se recusou a colocar seus interesses à frente da vida da sogra, Ruth precisou de uma mãozinha do ex Cavaleiro da Távola Redonda para enganar a moça pela segunda vez naquele episódio, e fazê-la beber a água milagrosa.
Ruth fingiu beber a água depositada no cantil do Príncipe, e como o ferimento não curou, ela fez um último pedido: ela queria ver o filho casar com Branca de Neve antes de morrer. E como foi um Cavaleiro da Távola Redonda, Lancelot estava apto a realizar a cerimônia.
Eles improvisaram um pequeno altar, despejaram o conteúdo do cantil do Príncipe no cálice nupcial – sem que ninguém desconfiasse da maracutaia, porque o raciocínio desse povo é mais lerdo que o Barrichello sem gasolina – para que Branca de Neve bebesse e ficasse curada.
E como Branca de Neve é uma Princesa muito querida, alguém se apressou em lhe dar o presente dos sonhos de muito malandro por aí: o último suspiro da sogra, logo após o beijo dos noivos.
Mas Ruth era uma sogra muito bacaninha, então acaba sendo uma morte muito triste.
E como ela já foi mesmo, Charming deduz que a mãe gostaria que o medalhão ficasse com Branca de Neve, e ao fazê-la experimentar seu poder pela segunda vez no episódio, e vê-lo balançar sobre sua mão, a moça percebe porque a água não curou a mãe do Príncipe, e se dá conta de que Lancelot estava envolvido no trambique.
Fiquei me perguntando se foi com a ajuda desse medalhão que Cinderela também ficou sabendo que estava à espera de uma menina em Tão, Tão Distante na primeira temporada...
Bem, agora que sabe quem são suas prisioneiras, Lancelot oferece uma refeição – com direito a quimera assada, que é basicamente a única coisa que estão conseguindo caçar no momento –, e conta que os Ogros voltaram a infestar a floresta, por isso eles estão espremidos naquele cantinho remoto do Reino. Mas as duas forasteiras só querem encontrar um portal para cair fora dali o mais rápido possível.
Sendo assim, ele as deixa partir logo após o almoço, escoltadas por Mulan, sua melhor guerreira, que as acompanhará até onde Branca de Neve acredita que encontrará uma saída daquele Reino.
E onde ela espera encontrar um portal entre os mundos?
Ela só esqueceu que aquela árvore tinha magia limitada, e a usaram toda quando a Maldição estava vindo. Vão precisar realmente de muita sorte para conseguir que ele funcione de novo. Ou de uma bruxa muito competente.
Agora vejam só que reviravolta interessante: na primeira temporada, vimos Mary Margaret acuada, sendo protegida e defendida pela Emma. Agora, com a memória recuperada, e caminhando pelas quebradas onde se criou, vemos o oposto acontecer, e é Branca de Neve quem precisa tomar conta da filha para que não acabe estraçalhada por um Ogro.
O que esteve muito perto de acontecer, porque, embora tenha sido avisada de que Ogros são cegos e se guiam pelo som, quando Aurora ataca Branca de Neve por trás, tentando esfaqueá-la por ter supostamente provocado a morte do Príncipe Phillip, e as duas saem no tapa, a primeira coisa que ocorre à Emma para botar ordem no galinheiro é dar um tiro para o alto.
Aí lascou, né! Perna pra quê te quero!
Sorte da Emma que Branca de Neve está acostumada a lidar com esse tipo de coisa, e atira uma flecha bem no meio do olho do monstrengo, quando ele está tentando papar sua filha.
Também gostamos mais dessa versão da sua mãe, Emma.
Passado o perigo, as moças seguem viagem até o castelo onde Branca de Neve morou com seu Príncipe depois de se casarem. Está em ruínas, mas ainda dá para perceber todo o encanto que o envolvera no passado.
Olha a ideia de Jerico: o plano maluco da Branca de Neve é transportar o armário até o abrigo dos refugiados, onde talvez alguém tenha magia para fazê-lo funcionar outra vez.
Pois é, né, Emma... Mas depois de quase trinta anos ensinando o B-A-BA dos passarinhos às crianças de Storybrooke, a cachola da Professora deve estar com dificuldade em calcular 2+2...
E quando Lancelot aparece para ajudar a carregar o armário, todo solícito, querendo ajudá-las a voltar para Charming e Henry, dando nome aos bois, Branca de Neve se dá conta de que caíram numa armadilha, pois Emma somente havia tagarelado o nome de seu filho para uma pessoa naquele mundo: Cora, quando estavam no calabouço.
A Bruxa-mãe confessa que matou Lancelot há muito tempo, e que vem se passando por ele desde que a Maldição foi lançada, porque sabe que todo Reino precisa de um herói.
Acontece que Cora esteve procurando um meio de viajar entre os mundos por muito tempo, e nunca pensou que seria Branca de Neve quem a guiaria até a saída. Ela quer ir ao encontro da filha, principalmente agora que sabe que tem um neto para conhecer. Então Emma usa a pólvora de uma das balas de seu revólver para fazer fogo e queimar o armário, destruindo sua única esperança de voltar para casa, mas impedindo que Cora vá à Storybrooke fazer mal à sua família.
No entanto, é só virarem as costas para Cora retornar ao quarto abandonado e recolher as cinzas do armário num frasco.
Ainda não é o suficiente para a viagem, mas é um começo. E ela tem um aliado para ajudá-la a conseguir o restante dos ingredientes para o feitiço de transporte: Killian Jones, também conhecido como Capitão Gancho.
Aliás, Capitão Me-EnGancho! Porque esse, sim, é o verdadeiro perigote das mulheres!
E ele está louquinho para ir à Storybrooke estripar um Crocodilo; aquele que arrancou sua mão muitos anos atrás. Um sujeito com muitas caras e poucos escrúpulos, também conhecido como Rumplestiltskin.
O primeiro encontro desses dois aconteceu antes de Rumple se tornar o Senhor das Trevas. Ele já tinha desertado da Guerra dos Ogros, que ainda estava rolando, e Milah ainda estava ressentida por não ser uma viúva honrada como suas amigas. Em vez disso, ela era apontada na rua como esposa de um covarde. Por isso ela não parava mais em casa, virava as noites na taverna, bebendo e jogando dados com os piratas, sem se importar que o resto de sua reputação fosse pra cucuia.
E como um desses piratas era o muitíssimo bem apessoado Capitão Killian Jones, ela decidiu embarcar com ele numa aventura, e deixar seu marido indesejável e seu filho pré-adolescente para trás.
Provando ser um homem completamente diferente daquele que Milah estava abandonando, Killian até se propôs a devolver a mulher, se Rumple conseguisse derrotá-lo num duelo.
Afinal, o que não falta no mundo é mulher – embora Rumple não seja uma beleza de cidadão –, já a vida é uma só, e ele já fugiu de uma guerra para não perdê-la; por que se arriscar por uma vadia que desejava que ele tivesse morrido no campo de batalha? Então ele volta para casa, e, sem coragem de contar ao filho que foi covarde demais para trazer sua mãe de volta, prefere dizer ao menino que ela está morta.
Anos mais tarde, Rumplestiltskin retorna àquela mesma taverna, já como Senhor das Trevas para se encontrar com um negociante de muamba, William Smee, que garante poder lhe arrumar um feijão mágico, pois, embora a Fada Azul tenha garantido que eles não existem mais naquele reino, não significa que não possam ser encontrados em Reinos distantes, frequentados pelos navios que atracam naquele porto. E como está negociando com, possivelmente, o ser mais poderoso daquele mundo, Smee despreza o dinheiro e pede vida eterna em troca do feijão, mas isso está além dos poderes de Rumple. Como alternativa, ele oferece juventude: voltar o relógio até Smee voltar a ser um garotinho.
E nesse momento um velho conhecido de Rumplestiltskin adentra a taverna. Quer dizer, velho é modo de falar...
Então Rumple aproveita o ensejo para tirar satisfações com o pirata pelo chifre que plantou em sua testa anos atrás.
Fica a dica: cuidado com quem você cutuca! Vai que um dia essa pessoa se torna um Mago do mal e volta para puxar o seu pé...
Como no fundo é um cara bacana, Rumple marca o duelo com o pirata para o dia seguinte, para que ele possa redigir seu testamento naquela noite.
Assim, na noite seguinte, é realizada a luta do século, naquele mesmo beco, e no mesmo canal. E desta vez, Rumple não tem a menor dificuldade em vencer o pirata e colocar uma espada em sua garganta, como Killian fez com ele anos atrás em seu navio. Mas ao contrário do que ele pensa, Rumple não pretende fatiá-lo com a espada. Isso seria fácil demais. Ele tem planos um pouco mais audaciosos, como enfiar a mão no peito cabeludo do Capitão Killian Jones, arrancar seu coração e...
Porque existem mais coisas entre a mesa da taverna e o cafofo do pirata do que Rumplestiltskin é capaz de imaginar. A princípio, Milah só estava interessada em viver aventuras, mas aí maré vai, maré vem, ela acabou gostando demais do sacolejo do barco de Killian Jones e se apaixonou por ele.
E como já foi informada de que as coisas agora com seu ex-marido só se resolvem na base do suborno, ela raptou Smee, e se apoderou do feijão mágico que Rumple encomendara, para forçá-lo a libertar seu amado pirata.
Rumple concorda e pede para ver seu feijãozinho querido, e depois de comprovar que é exatamente o que procura, ele interroga a mulher sobre o motivo de tanta infelicidade, a ponto de ela ter deixado até o filho para trás, e ela acaba confessando que nunca amou o marido.
Porque não basta ter enfeitado a testa do cara, ainda tem que deixar clara sua repulsa por ele. Ela só esqueceu que o homem agora é o Senhor das Trevas, e não precisa mais levar desaforo para casa.
E ela também não. Se é para morrer nas mãos do corno, Milah não vai economizar motivos. Vamos às últimas palavras da falecida:
Por mais que eu compartilhe de sua paixão pelo pirata tudodebom.com.br, querida Milah, não posso deixar de pensar que você é uma vadia desgramada! Porque, além de ter abandonado o próprio filho, o que, por si só, já foi uma covardia muito maior que a de Rumple, seu marido era um homem bom. Tudo bem que ele não é uma coisa que se diga “nossa, que beleza, que gracinha”, e é claro que qualquer um com um par de olhos consegue entender perfeitamente o que te levou a trocá-lo pelo pirata, mas o sujeito te amava, e estava se esforçando para cuidar de você e do Baelfire! Dê algum crédito pro coitado; ele não merecia ser tratado desse jeito.
E como está lá para isso, Rumple exige o feijão mágico, mas Killian o manda procurá-lo no inferno.
E assim, o Crocodilo levou embora a mão do Capitão: se não vai entregar por bem, Rumplestiltskin toma o feijão mágico à força, com mão e tudo...
Furioso por ter perdido a mulher e a mão numa tacada só, Killian ataca o Senhor das Trevas com um gancho que estava caído no convés, e tem a confirmação de que seu inimigo é duro de matar. Mas ele jura que descobrirá um modo de destruí-lo.
Mais tarde, ao abrir a mão do pirata em seu castelo, Rumplestiltskin descobriu que decepou a mão errada.

E Killian Jones fará bom uso do feijão mágico que Rumple tanto queria, usando-o para viajar à Terra do Nunca, onde certamente viverá o bastante para descobrir um modo de dar o teco no Senhor das Trevas.
E foi assim que Killian Jones se tornou o Capitão Gancho, atarraxando o artefato que usou para tentar matar Rumplestiltskin no lugar de sua mão decepada.
Muuuuuuuitos anos se passaram desde esses eventos, e Gancho deve ter descoberto algo sobre como matar o vilão, pois está doidinho para reencontrá-lo.
E foi por isso que ele concordou em participar do plano ardiloso de Cora para sair de Tão, Tão Distante e reencontrar seus desafetos em Storybrooke.
Para começar, ele se finge de morto, misturando-se aos corpos massacrados dos cidadãos do vilarejo onde os personagens remanescentes estavam refugiados, que provavelmente foram mortos por Cora, já que arrancar os corações é a marca registrada dela. Ao ouvir as heroínas chegando, ele empurra os corpos sob os quais estava escondido de lado, e conta que fingiu de morto para tentar evitar a vilã, e teve sorte por não ter sido chacinado com os outros. Mas Emma e Branca de Neve desconfiam de sua história. Segundo Mulan, aquele homem é um ferreiro, que chegou ao abrigo há alguns meses, e supostamente perdeu a mão lutando com os Ogros. Mas como seguro morreu de velho, elas o amarram a uma árvore e assoviam para chamar a atenção dos Ogros. Se ele não contar a verdade bem depressa, elas o deixarão para servir de ração à besta.
Então ele confessa sua verdadeira identidade, e que foi enviado por Cora para ganhar a confiança delas e obter mais informações sobre Storybrooke, pois a megera não quer ter nenhuma surpresa ao chegar lá. E acrescenta que ela conhece um modo de fazer as cinzas do armário mágico abrirem um portal entre os mundos. E como para ele o que importa é o destino, não o dono da passagem, ele oferece ajudá-las a roubar o passaporte de Cora, se elas concordarem em levá-lo nessa viagem.
Embora elas não confiem no pirata, concordam em ir com ele em busca do último ingrediente que falta para abrirem o portal para casa: uma bússola mágica que está guardada no castelo do Gigante no alto do Pé de Feijão.
Segundo Gancho, os Gigantes cultivavam os feijões mágicos para saquear outros Reinos. Quando Jack – o correspondente americano do nosso João – os derrotou, os feijões foram destruídos junto com os Gigantes, para que ninguém mais usasse sua magia para o mal. Infelizmente, restou um Gigante, que ainda deve estar lá em cima, e certamente não será um bom anfitrião.
Então as meninas disputam no tapa quem subirá com o bonitão ao cafofo mais alto do Reino. Mulan já lutou muitas guerras; Aurora sabe que é descartável; Branca passou vinte e oito anos na seca... Digo, tem uma família para proteger; e Emma sabe que ninguém pode vencer sua teimosia. Além do mais, ela é a protagonista, e tem seus privilégios.
Assim sendo, Mulan lhe dá um saquinho com pó de pirlimpimpim, para botar o Gigante para dormir. E Emma a encarrega de cortar o pé de feijão e inventar um jeito de mandar Branca de Neve para casa, se ela não voltar dentro de dez horas.
Porque, convenhamos, essa Princesa foi despertada da Maldição do Sono, mas ainda não acordou! Até esse momento, na lista de personagens inúteis da temporada, a moça tinha lugar garantido no Top 3, com certeza.
O engraçado é que Emma e Gancho sobem no pé de feijão quilométrico como se estivessem numa parede de escalada, e chegam lá em cima sem perder o fôlego e sem derramar uma gotinha de suor!
Uma vez lá em cima, Gancho usa um osso de brontossauro para bater num escudo de bronze, chamando a atenção do Gigante, que vem pisando duro, em tempo de fazer ruir o chão do castelo, para que Emma possa jogar o pó do sono na cara dele e botá-lo para dormir.
Como não sabem quanto tempo o grandalhão ficará adormecido, nossos heróis se apressam a vasculhar a sala dos tesouros para pegar a bússola, mas ele acaba acordando rápido demais.
Emma consegue prendê-lo numa armadilha, e usa a espada envenenada que estava com o esqueleto de João para ameaçá-lo e convencê-lo a lhe entregar a bússola.
E como Mulan marcou o tempo direitinho lá embaixo, assim que se completam as dez horas que Emma pediu para procurar a bússola, e ela ainda não voltou, a guerreira começa a cortar o pé de feijão, o que deixa Branca de Neve furiosa, a ponto de sair no braço com a chinesa.
Eis que Emma escolhe esse momento para saltar em terra e apartar a treta.
Emma conta que deixou o Gigante brincar um pouquinho de Terra do Nunca com o pirata, então elas terão algumas horas de vantagem antes que ele as siga. Isto é, se o pé de feijão continuar de pé para o moço poder descer...
Enquanto elas estão com parte da passagem comprada, Charming também está muito perto de conseguir meios para trazê-las para casa. Os Anões acabam de encontrar os diamantes que produzem o pó encantado das Fadas na mina. Agora só precisam moê-los e refiná-los, e amanhã naquela mesma hora terão pó mágico suficiente para trazer as moças de volta da casa do Chapéu.
Respondendo à pergunta do Dr. Whale a respeito das Freiras de Storybrooke, a julgar pelo tamanho do copo de cerveja da Fada Azul – vulgo Madre Superiora –, e o fato de estar toda animada no meio da bagunça com os Anões, acho que há uma Mudança de Hábito no ar...
Enquanto o povo comemora antecipadamente o êxito da empreitada, Vovó está desocupando o freezer da lanchonete para Chapeuzinho usar como jaula em sua primeira noite de lua cheia pós quebra da Maldição. Ela já tinha controlado as transformações lá em Tão, Tão Distante, mas depois de vinte e oito anos, vai saber o que ela pode aprontar... E para piorar, sua Capa Vermelha tomou chá de sumiço, então, é melhor prevenir do que remediar.
Todos sabemos como Chapeuzinho Vermelho pode ser perigosa andando por aí sob a lua cheia sem sua Capa, né!? Afinal, o homem que ela amava foi a primeira vítima que ela descobriu ter jantado, quando sua avó revelou que ela era o Lobo que assolava a aldeia. Depois disso, enquanto acompanhava Branca de Neve em sua fuga pela floresta, Chapeuzinho encontrou uma alcateia liderada por sua mãe, Anita, que ela pensava estar morta há anos. E foi com eles que aprendeu a controlar a Loba, aceitando-a como parte de si.
Infelizmente, os caçadores seguiram Branca de Neve enquanto ela procurava a amiga – que havia mandado ela se esconder em segurança durante a lua cheia, longe dela –, atacaram o covil e mataram boa parte da alcateia, e Chapeuzinho acabou se voltando contra o restante dos Lobos para defender a amiga, matando inclusive sua mãe, para que Branca de Neve não fosse devorada por eles como retaliação.
Uma história triste, bizarra e meio desnecessária, que não vale a pena ser contada em detalhes.
E como para provar que Chapeuzinho realmente tinha motivos para se preocupar com a transformação agora, a porta do freezer amanhece no chão, e a jaula vazia.
Após breve busca, Charming encontra Ruby dormindo na floresta, e a moça não se lembra do que aconteceu naquela noite.
Acho que é cedo para uma denúncia, moça. Mas então alguém telefona para o Xerife interino para reportar um carro estacionado em fila dupla em frente a uma fábrica. Nada de mais até onde se sabe. Até Charming chegar lá, descobrir que o problema envolve o caminhão de reboque, que provavelmente precisará ser rebocado, e encontrar metade do corpo de um homem embaixo do caminhão, e Ruby encontrar a outra metade jogada numa caçamba a poucos metros dali.
Daí a própria Ruby se acusa pelo crime – já que não tem nenhuma evidência de que não tenha sido ela –, mas Charming está decidido a não cometer com ela o mesmo erro que cometeu com Mary Margaret – é bom mesmo que tenha aprendido a lição! –, e decide averiguar direito essa história antes de acusar alguém.
A exemplo do que aconteceu com Regina, porém, eles concordam que a cela naquele momento é mais segura para Ruby do que a rua, com a cidade inteira querendo estraçalhar a Loba supostamente assassina. À frente da turba está o Rei George, incitando o povo a invadir a delegacia e fazer justiça com as próprias mãos contra Ruby, enquanto Charming e a Vovó Donalda investigam o crime por aí, para provar a inocência da moça e acalmar a multidão.
E acabam encontrando a Capa Vermelha no porta-malas do carro do Rei George, provando que o maldito a roubou para forçar Ruby a se transformar e incriminá-la pela morte de Billy – que a propósito, estava tentando paquerá-la, fazendo com que a história se torne uma espécie de reboot da primeira temporada, quando Chapeuzinho devorou o namorado, quando ainda não sabia que era a Loba.
Desta vez, porém, a moça é inocente, e a cidade inteira a cercou no beco atrás da lanchonete, com tochas na mão, querendo transformá-la em churrasco.
Eis que Charming aparece, revelando que foi George quem matou o correspondente amaldiçoado do ratinho Gus – amiguinho da Cinderela – para incriminar Ruby, consegue convencer as pessoas a baixarem as tochas, acalma a Loba que está uivando assustada num canto do beco, e coloca a Capa Vermelha sobre ela, para que volte à forma humana.
Mas George não deixa barato: rouba o Chapéu Mágico que Charming havia escondido na delegacia, e o queima, para impedi-lo de trazer sua família de volta à Storybrooke.
Mas nós conhecemos esses Encantados e seu senso de justiça, né? Embora o homem merecesse, o Príncipe não puxa o gatilho. E vai para casa chateado por estar de volta à estaca zero, sem nenhuma ideia de como poderá trazer sua família de volta.
Até porque, suas mulheres são parte do elenco principal da série, e o show tem que continuar.
Enquanto Ruby se liberta de seu pesadelo, de ser acusada por um crime que não cometeu e caçada como uma fera selvagem, Henry começa a ter um pesadelo muito estranho. Ele sonhou que estava num quarto vermelho, sem portas nem janelas, e as cortinas estavam pegando fogo. E além do risco de morte iminente, quando ele olhou para cima, havia alguém olhando para ele através das chamas.
Curiosamente, esse era o mesmo sonho apavorante que estava fazendo Aurora acordar gritando lá em Tão, Tão Distante, enquanto Emma se aventurava no Pé de Feijão.
Acreditam em coincidência?
De acordo com Branca de Neve, o pesadelo é um efeito colateral da Maldição do Sono. Ela própria o teve durante meses, depois de ter sido despertada pelo Príncipe.
Mas esse sonho ultrapassa a barreira física, provocando queimaduras reais na pele das vítimas. E ao perceber isso, Regina pede auxílio a Rumple, pois apesar de já ter utilizado a Maldição do Sono mais de uma vez, ela não conhece seus efeitos colaterais.
Mas Henry é um caso especial, e foi enfeitiçado por acidente, então agora ela está interessada na aula teórica sobre os danos causados pelo sonífero do mal.
Segundo Rumple, quando uma pessoa adormece pela Maldição do Sono, sua alma é enviada para outro mundo, que fica no limite entre a vida e a morte, e lá permanece até acordar. Depois que a Maldição é quebrada, a pessoa pode retornar a esse mundo apavorante quando adormece. Por isso o sonho de Henry é tão real, pois o lugar para onde sua alma está retornando também é real.
E como não é possível evitar a viagem, Rumple dá um talismã ao menino, para que possa controlar suas ações durante o sonho. Uma vez que assuma o controle, não haverá o que temer.
E é graças a esse talismã que Henry consegue extinguir parte das chamas do quarto e descobrir que a pessoa que o estava encarando nas sombras era Aurora. Ou seja, agora as Encantadas têm um elo para se comunicar com o pessoal de Storybrooke lá de tão, Tão Distante.
Esse meio de comunicação vem bem a calhar, porque o único ingrediente que falta para voltarem para casa é o frasco com as cinzas do armário que Cora recolheu no castelo de Branca de Neve, e Rumplestiltskin deve saber como neutralizar a bruxa, já que foi ele mesmo quem a treinou.
Ao saber que sua não tão santa mãezinha planeja conhecer Storybrooke em breve, Regina corre para pedir socorro ao Rumple, mesmo sabendo que ele pode não estar tão disposto a ajudá-la de novo – Henry era um caso diferente, porque Rumple simpatiza com o menino – depois de ela ter mantido Belle prisioneira durante toda a duração da Maldição. Mas, como já ficou claro na primeira temporada, se há algo capaz de unir pessoas em Once Upon a Time é um inimigo em comum.
Então Rumple coloca Henry para dormir em sua loja contando uma história de ninar, sobre quando ele próprio foi aprisionado na cela anti-magia pelos Encantados. Henry já a conhecia do livro, mas o que ele não sabia era que a pena que a Fada Azul forneceu para paralisá-lo não possuía encanto algum. O que o paralisou foi a tinta, extraída de uma espécie rara de lula, no fundo do oceano. Ele deixou um resto daquela tinta guardado em sua cela em Tão, Tão Distante. Tudo o que Emma e Branca de Neve precisam fazer é pegá-la e usá-la para fazer Cora brincar de estátua.
Pois é, tinha que ser a Mulan de novo!
Desta vez a comunicação no pesadelo estava bem ruim, em parte porque as chamas estavam altas demais, e Henry estava com dificuldade para controlá-las, em parte porque Mulan estava sacudindo a Princesa Adormecida, tentando acordá-la, porque os zumbis ressuscitados pela Cora estavam atacando o acampamento das heroínas.

Estão lembrados dos refugiados que a megera matou? Então, ela deu um Ctrl+A nos corações arrancados, ordenou que todos se levantassem de uma vez e descessem o sarrafo nas moças.


Um dos mortos-vivos consegue pegar a bússola de Emma durante a luta, mas acaba tomando uma flechada nos córneos, e Emma consegue recuperá-la. E como nenhuma delas sabe como matar tanta gente morta, perna pra quem têm!
De novo!
Mas na fuga, Aurora acaba sendo capturada pelos monstrengos.
Não que alguém fosse sentir falta... Mas a Mulan com aquela mania de contar os passageiros de seu bonde...
Todo mundo sabe que Cora não tem interesse algum na Bela Adormecida – aliás, nem ela, nem qualquer pessoa no planeta além da Mulan naquele momento –, mas sabe que ela pode ser usada como moeda de troca para forçar Branca de Neve a lhe entregar a bússola, pois embora Aurora seja praticamente insignificante na série, todo mundo está careca de saber que Branca de Neve é simplesmente incapaz de deixar uma inocente para trás para morrer, não importa o preço que tenha que pagar.
Mas desta vez, a Princesa estava determinada a pagar para ver, ou no mínimo, bolar um plano para enganar a megera, resgatar Aurora e ainda ficar com a bússola.
Para isso, precisavam saber qual era a mensagem que Henry estava tentando transmitir à Bela Adormecida quando Mulan a acordou com um safanão.
E como Branca de Neve já foi vítima da Maldição do Sono muitos anos atrás, talvez ela ainda consiga retornar ao quarto em chamas se mergulhar num sono profundo, que deixe sua mente sem defesas. Por exemplo, inalando o pó do sono que Mulan deu à Emma para usar no Gigante.
O problema é que a papoula, o principal ingrediente do pó do sono, é uma flor rara naquele Reino, mas com sorte, conseguirão encontrar alguma antes do fim do dia.
No caminho, Emma e Branca de Neve fazem uma pequena competição sobre quem tem mais culpa no cartório: Emma se sente culpada por forçar Henry a entrar naquele submundo apavorante por não ter acreditado nele, o que o levou a se colocar na Maldição do Sono no fim da temporada passada. Mas em competição de culpa é difícil para qualquer pessoa ganhar da Branca de Neve: se ela não fosse tão linguaruda, Cora nunca saberia que Regina planejava fugir com o tratador de cavalos, não o teria matado, Regina nunca teria procurado vingança, a Maldição das Trevas não teria sido lançada, Emma nunca teria sido abandonada, e poderia ter crescido num castelo, como a Princesa que é.
Mas aqui entre nós, Branquinha: sabe de nada, inocente! Rumple tramou a desgraça toda com Regina para induzi-la a lançar a Maldição. Quer dizer, ele pode não ter metido o dedinho na história de Daniel ter sido assassinado à sangue frio pela sogra, mas se aproveitou dessa tragédia para fazer todo o resto. E basicamente, foi ele quem introduziu Cora no mundo da magia, e quem semeou as Trevas em seu coração.
Além disso, analisando bem o andamento da série, Branca de Neve pode estar ligeiramente enganada nos cálculos das possibilidades. Porque, se Daniel não tivesse sido morto, e Regina não tivesse motivo para odiá-la, Branca nunca teria se aventurado pelas quebradas do Reino, não teria derrubado a árvore à frente da carruagem do Príncipe, provavelmente nunca o teria conhecido, e Emma seria filha da Barbie Midas...
Pois é, amiga. E ainda tem um detalhezinho: se Emma não tivesse crescido no mundo real, Henry não existiria. Ou, no mínimo não seria filho dela, já que o pai do garoto a conheceu nas ruas de Portland, Oregon.
E se nada disso tivesse acontecido, nós não teríamos uma série tão legal para acompanhar.
Há males que vêm para bem, moças!
Não que algo nesse diálogo tenha sido útil ou relevante, mas achei interessante comentar o estudo de possibilidades da Professorinha.
Enquanto elas procuram a flor narcótica para botar Branca de Neve para dormir, Rumple cura as queimaduras na pele de Henry, que foram mais severas desta vez. A ponto de Regina e Charming se rebelarem contra o plano de mandar o menino de volta ao pesadelo para terminar de dar o recado à Aurora.
Agora, sim, o Príncipe se dispôs a honrar a espada que empunha! E entra na fila para experimentar a Maldição do Sono, por mais arriscado que seja, contando que isso estimulará Branca de Neve a se apressar a encontrar um portal para retornar à Storybrooke e despertá-lo com um beijo.
Só precisava de uma deixa para comentar uma coisinha: recentemente, Charming ficou todo desesperado para livrar sua amiga Chapeuzinho Vermelho – outrora a periguete da cidade – de uma turba assassina, fazendo por ela o que ele não fez por sua amada idolatrada salve, salve, digníssima Princesa e Senhora, quando esta foi acusada injustamente de assassinato. Tudo bem que quando a Professora estava presa eles estavam amaldiçoados, e Charming não tinha como saber que estava resgatando uma lembrança da Floresta Encantada – por mais que o comprimento do cabelo da moça desse a dica de que a história era antiga. Mas considerando todo o tempo que Ruby e Charming têm passado juntos desde que a esposa dele “viajou”, podemos começar a especular a respeito dessa amizade. Por mais que não haja nada acontecendo entre os dois, de fato, as pessoas maldam! E o roteiro anda colaborando muito para isso.
Sem falar que ele convidou Regina para ficar no loft cuidando do Henry, desde que o menino começou a ter pesadelos. Porque naturalmente não tem perigo nenhum chamar essa Rainha – um pouco mais discretamente, mas quase tão periguete quanto Ruby – para dormir em casa, enquanto sua mulher não tão bela assim está em outro mundo, sem ter como voltar. Por mais que ele a tenha rejeitado durante a Maldição, vai provocando, querido. Depois o diabo atenta, não sabe por quê...
E como não sabem que fim pode ter levado Aurora depois de ter sido sugada para fora do pesadelo enquanto Henry tentava transmitir a mensagem, Charming suspeita que Branca pode estar bolando um plano para entrar ela mesma no sonho do menino e receber a mensagem pessoalmente.
Porque, no fundo, no fundo, esses dois se conhecem muito bem, e sabem das loucuras que cada um é capaz de fazer. Se for assim, Branca pode beijá-lo ainda no pesadelo e despertá-lo em poucos minutos.
E se há uma coisa que até a Regina sabe sobre os Encantados, é que eles sempre dão um jeitinho de se encontrar.
E agora que a Maldição do Sono entrou em pauta, descobrimos que Regina tinha a receita dela o tempo todo. E como tinha um resto de magia guardada na cripta, por que ela precisou pedir ao Chapeleiro para resgatar a maçã envenenada, mesmo...?
Então tá...
Regina prepara a poção, e Rumple aconselha Charming a experimentar um método mais direto que a maçã para adormecer. Um método mais primitivo, testado e aprovado por Malévola, a Rainha do Mal: furar o dedo no fuso de uma roca embebido na poção do Sono.
Enquanto isso, Mulan também termina de preparar o pó do sono com sementes de papoula em Tão, Tão Distante. O tempo de sono da Princesa será mais limitado, então é melhor torcer para que haja alguém esperando por ela no quarto em chamas.
Bem, Charming não foi diretamente para lá ao adormecer, mas para um quarto escuro cercado de espelhos, um andar acima, e ele precisou quebrar o piso com o cabo de uma tocha para poder encontrar sua esposa no mundo dos pesadelos.
Ops! Programa errado, gente. Charming conta a ela que há um frasco com a tinta paralisadora na cela onde prenderam Rumple. Mas ao contrário do que pensaram, Branca de Neve não foi capaz de acordá-lo de dentro do pesadelo, pois ali são somente duas almas apaixonadas, mas não podem se tocar.
E para ajudar, ela acordou de repente, ao passar o efeito do pó de pirlimpimpim da Mulan, deixando Charming sozinho no quarto em chamas.
E como previam, agora Branca tem toda pressa do mundo de voltar para casa e poder despertar seu Príncipe, como manda o figurino. O problema é que Mulan aproveitou enquanto Branca de Neve dormia e Emma cochilava ao seu lado para roubar a bússola e dar no pé.
Porque aparentemente a guerreira não confiou no plano das Encantadas para passar a perna na Cora e resgatar Aurora, e decidiu fazer a troca de uma vez.
Mal sabe ela que Aurora conseguiu uma mãozinha – ou melhor, um ganchinho – para fugir do calabouço. Porque na falta de um Príncipe para despertá-la com um beijo, Aurora, que tinha sido levada a nocaute por uma pancada da Cora, foi despertada pelo pirata mais belo dos sete mares com tapinhas na cara, para que ela fugisse, e assim a Rainha Mãe não conseguisse o que queria.
Mas sabem aquele ditado: “quando a esmola é demais, o santo desconfia”? Então, é só a moça virar as costas para descobrirmos a tramoia do pirata – algo que nem a Cora desconfiava, e precisou literalmente jogá-lo na parede para descobrir.
Acontece que antes de despertar a Bela Adormecida, Gancho pegou uma coisinha muito preciosa da Princesa: seu coração. E graças a isso, Cora agora pode controlar Aurora, e induzi-la a levar as moças para uma armadilha.
Mas como Gancho arrancou o coração de Aurora, se ele não tem magia?
Antes de lançar a Maldição, Regina o encarregou de ir até o País das Maravilhas, através do Chapéu Mágico roubado de Jefferson, e matar sua mãe, que se tornara a Rainha de Copas naquele mundo, para evitar que a megera a seguisse até Storybrooke. E para realizar a tarefa, a Rainha Má encantou o gancho do pirata para que ele pudesse arrancar o coração de sua mãe. Ela só esqueceu de um detalhezinho: sendo Cora a maior colecionadora desse tipo de artefato, e conhecendo os perigos de andar com coisas tão valiosas por aí, a megera não guardava seu coração num lugar tão previsível. De modo que ele não pôde arrancá-lo, e conservou a magia no gancho esse tempo todo para usar agora, tantos anos depois, com Aurora.
Foi durante aquela tentativa frustrada de assassinato que Cora decidiu recrutar Gancho como aliado, para enganar sua filha, fazê-la acreditar que ele cumpriu a tarefa, e aguardar que se completassem os vinte e oito anos da Maldição na segurança da Floresta Encantada, com todas as suas memórias preservadas, para então concluírem sua vingança. Bem, Cora sempre disse que queria ajudar a filha a se vingar de Branca de Neve, mas a verdade é que eu não apostaria dez centavos que essa megera não venderia a filha por um saco de pozinho mágico na primeira oportunidade.
Foi assim também que aquele canto remoto do Reino e seus remanescentes personagens se livraram da Maldição: Cora cravou um cetro mágico – que pode ou não ter sido roubado da Malévola – no chão, criando uma barreira mágica naquele pedaço de Tão, tão Distante, para que não fossem arrastados para Storybrooke com os outros. Apenas ficaram congelados no tempo, aguardando a quebra da Maldição para seguirem viagem.
E agora, como tem o coração de Aurora na palma da mão – literalmente –, a megera pode acompanhar os planos das heroínas e antecipar seus passos, para pegar a bússola e concluir seu roteiro de viagem.
As moças conseguem entrar na antiga cela de Rumplestiltskin, onde ele confidenciou a Branca de Neve que sua filha seria a Salvadora, mas não encontram tinta alguma, somente um pergaminho onde o nome de Emma foi escrito milhares de vezes.
Se algum dia houve tinta de lula naquela cela, só restou o frasco vazio, para Aurora arremessar longe, e com uma pontaria dos diabos – literalmente – acertar a alavanca que baixa as grades da cela, trancando-as lá dentro.
Claro que ela fez isso inconscientemente, pois estava sendo controlada por Cora através de seu coração. E tão logo as moças são encarceradas, Cora aparece para confiscar a bússola de Emma com magia. E avisa que é inútil tentarem romper as barras, já que o próprio Rumplestiltskin não conseguiu escapar dali – verdade seja dita, ele não fez lá muito esforço, pois não era de seu interesse ficar longe do alcance de Branca de Neve e da revelação do nome de sua filha Salvadora.
E Gancho também aproveita para deixar clara para Emma sua decepção com a traição dela no castelo do Gigante.
Aí, quando os vilões vão embora, as moças começam outra competição de culpa: Aurora por não ter se tocado que alguém arrancou seu coração enquanto ela dormia; Mulan por não ter cuidado dela como deveria – porque Aurora é uma criancinha de quem não se pode descuidar um minuto, senão dá merda –; e Emma por não fazer jus ao título de Salvadora. Só quebrou a Maldição porque Rumple estava manipulando tudo, mas no fundo ela não passa de um nome escrito num pedaço de papel, sem nenhum poder especial.
E foi graças a esse comentário que Branca de Neve descobriu a América: com que tinta Rumplestiltskin escreveu o nome de Emma naquele pergaminho?
Hallo-o!
E como cansou de ver Cora retirar a magia da palavra escrita com um sopro quando era pequena...
... Branca de Neve experimentou fazer o mesmo com a tinta de lula no pergaminho e... voilà! A tinta dissolveu as barras da cela. Já podem ir embora, moças!
Pena que não restou nem uma letrinha aí para causar uma paralisia na Cora, né... Gênio!
Mas vamos focar num pepino de cada vez. Porque no momento, o importante é cair fora da prisão. Como vão deter a megera é problema para daqui a pouco.
E como não é de confiança levar alguém que está literalmente na mão dos vilões, Aurora decide ficar para trás, para não interferir em qualquer que seja o plano das amigas.
Enquanto isso, em Storybrooke, até a Regina está preocupada com a demora do Charming em acordar. E como eles não têm como saber se a mensagem ao menos foi entregue – o que Rumple considera pouco provável, considerando que o Belo continua Adormecido, diga-se de passagem pela segunda vez na série; embora o Senhor das Trevas devesse saber que beijar alguém numa dimensão espiritual pode não ser o mesmo que beijá-lo pessoalmente, e pode não ser suficiente para os critérios da Maldição do Sono –, Rumple aconselha Regina a se preparar para a possibilidade de que, caso um portal seja aberto, ele seja atravessado por Cora, em vez das Encantadas.
Ele propõe que destruam o portal assim que for aberto. Assim, quem quer que tente passar, morrerá. Claro que sempre existe o risco de matarem a família do Príncipe, mas no caso da Regina, isso seria um bônus: não haveria mais ninguém para competir pela guarda de Henry, uma vez que o próprio Príncipe encontra-se fora de combate até o eventual retorno de sua esposa, que pode nunca acontecer.
Porque todos sabemos quem é que puxa as cordas nessa série, né?! E para o Rumple pouco importa a conclusão dos dramas familiares de outros núcleos, contanto que seus próprios interesses estejam perfeitamente assegurados.
E se algo acontecesse com sua mãe biológica, Henry sequer poderia culpar Regina, pois, como Rumple vem apregoando desde a quebra da Maldição, a magia é imprevisível naquele mundo. Regina pode facilmente convencê-lo de que “tentou ajudar”.
E apesar de estar cheia de pudores no momento, Regina concorda com uma coisa: não podem permitir que Cora venha para Storybrooke, não importa o preço a ser pago.
Então ela deixa Henry velando o sono do avô e vai com Rumplestiltskin preparar a armadilha mortal – sem contar essa parte ao menino, é claro. A dupla vai à mina dos Anões roubar a magia dos diamantes com a varinha de uma Fada das Trevas supostamente morta – talvez a Fada Madrinha da Cinderela, que o Rumple matou para atender pessoalmente às necessidades da moça de ir ao baile e se casar com um Príncipe –, porque aparentemente essa magia é um pouco mais estável, e mais maleável para a arapuca que pretendem criar.
E como os Anões estão sempre de olho em seu local de trabalho, o roubo é rapidamente descoberto, o que coloca os bonzinhos da cidade em alerta sobre a maracutaia que Rumple e Regina podem estar aprontando.
Sem desconfiar dessa tramoia, Cora e Gancho vão ao Lago Nostos – aquele cujas águas têm o poder de recuperar o que foi perdido. Uma solução bastante prática e óbvia para restaurar o poder do que restou do armário e abrir o portal para Storybrooke; exceto pelo fato de o Lago ter secado antes mesmo de Regina lançar a Maldição.
E pensando bem, a respeito das propriedades mágicas dessa água, tenho uma teoria sobre o real motivo de não haver água na superfície do Lago há tanto tempo, e não tem nada a ver com a morte da Sereia Guardiã. Rumplestiltskin, esse ser extremamente precavido e engenhoso, que nunca deixa escapar um detalhe, deve ter suspeitado desde o princípio que precisaria de recursos para levar a magia para Storybrooke quando a Maldição fosse quebrada – tipo preparar de antemão uma poção do amor verdadeiro, uma pequena amostra da magia mais poderosa do mundo, usando como matéria-prima os fios de cabelo do casal Charming. Do mesmo modo, ele deve ter tido a precaução de incluir o Lago Nostos como fonte de água para o poço de Storybrooke – o que se confirma pelo fato de a água daquele poço ter herdado a lenda das propriedades regenerativas do Lago de Tão, Tão Distante. Sendo assim, não terá Rumplestiltskin “escondido” a água do Lago para garantir que ao menos parte dela viajasse com eles para Storybrooke quando a Maldição fosse lançada?
Se bobear, Cora estava puxando água diretamente do poço de Storybrooke, quando a fez jorrar de volta no Lago com magia. Ou, no mínimo, extraindo água de uma fonte conectada àquele poço, como verão a seguir.
Outra questão perturbadora em saber que havia água debaixo do lençol de areia, é que Charming poderia ter salvo a vida de sua mãe e ainda regenerado o ventre de Branca de Neve se tivesse simplesmente levado uma picareta ou uma pá para o Lago Nostos naquele dia, muitos anos atrás.
Para provar que mágica não é uma coisa assim tão complicada, que até um pirata sem formação em Hogwarts pode fazer, Cora permite que Gancho faça as honras: ele joga as cinzas do guarda-roupa dentro do Lago e então... Mágica! O portal se abre. Sem precisar de Alohomora, Abracadabra, Pé de Cabra, Parangaricutirimirruaro, nem nada...
Mal sabem eles que Regina e Rumple já chegaram ao poço por onde as coisas perdidas costumam retornar, para deportar qualquer invasor que tente entrar na cidade por ali.
O Senhor das Trevas usa a varinha de condão da fada morta chapada de magia roubada das minas de diamantes para conjurar uma tempestade elétrica, amaldiçoando o portal com a queda de um raio no centro do poço, que provoca descargas elétricas fortíssimas em seu interior.
E como agora já é daqui a pouco, quando Cora e Gancho estão prestes a pular no portal e cair na armadilha preparada do outro lado, Branca de Neve dispara uma flecha que arranca a bússola de suas mãos. Então começa uma luta de espadas entre Emma e Gancho, enquanto Branca de Neve e Mulan rebatem as bolas de fogo de Cora com suas espadas e flechas. E no meio da confusão, a bolsa com o coração de Aurora quase cruza o portal por acidente.
Por mais que as atitudes de Gancho sejam questionáveis, ele não é exatamente um vilão em Once Upon a Time, e se enfurece em pensar numa mulher perdendo seu coração – talvez por se lembrar de que foi assim que sua amada Milah morreu –, a menos que ela o perca por ele, e só no sentido metafórico e romântico da coisa.
Mulan corre para levar o coração de volta à Bela Adormecida, antes que aconteça outro acidente, deixando as Encantadas sozinhas para lutar contra os vilões. E por mais que Gancho goste de estar por cima de Emma, e garanta que pode enfiar a espada nela com muita facilidade – a de aço, gente, concentra! –, ela prefere aproveitar a distração do bonitão para recuperar a bússola e lhe enfiar um belo de um murro na cara que o manda mais cedo para o vestiário. E talvez para o hospital.
Como se lembra de uma cortesia social que até o Sheldon Cooper respeita, de sempre levar uma lembrancinha quando faz uma visita inesperada a um amigo ou parente que não vê há muito tempo, Cora decide arrancar o coração de Branca de Neve e levar como oferta de paz para Regina. Mas Emma se atira na frente da mãe no exato momento em que a megera ia enfiar a mão no peito da Princesa, fazendo-a pegar seu coração no lugar do tão desejado coração de Branca de Neve.
Mas então, surpresa das surpresas: Cora simplesmente não consegue arrancar o coração do peito de Emma, porque, ao contrário do que ela gosta de afirmar, o amor não é uma fraqueza...
Algum tipo de magia emana de Emma, e repele Cora, rebatendo-a para o Quinto dos Infernos fora da cena, dando às Encantadas a oportunidade de se agarrarem à bússola e pular no portal aberto no Lago.
Bem na hora em que Henry está apelando para o bom senso de Regina, pois ele sabe que serão Emma e Mary Margaret a passar por aquele portal, e não Cora. Pois, como o menino já cansou de desenhar, colorir e esfregar na cara da Prefeita, o bem sempre vence o mal.
Mas Regina continua hesitante, pois sabe que se Cora vier à Storybrooke será um caos, e ela é bem capaz de transformar Henry em suco de tomate logo na entrada.
Então o menino começa a se debater, tentando persuadir sua mãe adotiva a anular aqueles raios, para não matar sua mãe e sua avó boazinha, a fofoqueira; e Regina acaba tendo que segurá-lo com força, porque sabe que se soltar o moleque, ele é bem capaz de se jogar dentro do poço eletrificado. Afinal, ele já comeu uma maçã envenenada, não foi?
Henry é o tipo de pessoa que está disposta a ir até as últimas consequências para provar a veracidade de suas crenças.
Assim, ele consegue fazer a consciência de Regina pesar antecipadamente, e a desafia a provar que está realmente disposta a mudar por ele. Então ela estende a mão e usa sua magia para absorver a eletricidade do portal, sob os protestos sem ações de Rumple, quase sendo eletrocutada no processo.
Eis que...
Aparentemente, assim como os balões do Chaves, as pessoas que pulam em portais que terminam no poço de Storybrooke também caem para cima!
A versão que chega aos ouvidos de Emma e Branca de Neve é que Regina salvou suas vidas. Claro que Henry omite o motivo de terem corrido perigo, para início de conversa.
Como não há tempo a perder, Branca de Neve corre para despertar seu Belo Adormecido na loja do Gold, onde ele está sendo “velado” pelos Anões, como ela também foi, em sua vez de dormir pela Maldição do Sono.
Sim, eu sei que acabo de misturar Família Dinossauro com os Flintstones, mas me deem um desconto. Once Upon a Time também vive misturando as bolas...
E agora que o perigo já passou, Emma questiona Rumple sobre o motivo de não ter escapado da cela em Tão, Tão Distante, já que a magia da tinta que esteve com ele o tempo todo poderia tê-lo libertado.
Além do mais, se ele tivesse usado a tinta naquela ocasião, Emma e Branca de Neve agora estariam indefinidamente presas na cela dele. Emma já sacou que Rumplestiltskin traçou todo o curso da Maldição em torno do fato de ela ser a Salvadora, e que tudo o que ela fez até hoje foi porque ele estava por trás, manipulando as coisas para que saíssem como ele queria.
Algo que ele garante não ser totalmente verdade. Ele realmente se aproveitou do fato de ela ser a Salvadora, o Fruto do Amor Verdadeiro, e criou as circunstâncias para que ela pudesse agir, mas as proezas de Emma, como repelir Cora com uma magia conjurada sabe-se lá de onde, foram obra dela. Rumplestiltskin não tem nada com isso.
Enquanto nossos heróis comemoram e esclarecem os pontos, Mulan retorna à cela do Senhor das Trevas, onde deixaram Aurora amarrada para que não se metesse em seus assuntos, para devolver seu coração.
Para seu azar, o coração entra direitinho no peito da Princesa.
Porque, sejamos francos, nenhuma das duas tem grande importância nessa história, mas dificilmente seriam descartadas tão rapidamente.
O gancho que ficou para essas duas foi o seguinte: quando Aurora estava presa no calabouço, Cora deixou escapar que quando um Espectro consome uma alma, ela não se perde para sempre, é simplesmente levada para outro Reino, portanto pode ser recuperada e devolvida ao corpo. Ou seja, elas podem tentar salvar o Príncipe Phillip.
Agora a pergunta que não quer calar: quem quer o trio Aurora chatolina, Mulan deslocada e Phillip não cheira nem fede de volta à cena?
Alguém?
...
...
...
Já a nossa dupla dinâmica do mal, essa, sim, queremos ver em Storybrooke o quanto antes. E embora Cora esteja desolada com o fracasso de sua missão, tendo estado tão perto de realizar sua tão almejada viagem ao mundo não tão sem magia, Gancho não parece nem um pouco preocupado, porque, mesmo sem conhecer o plano completo da vilã, ele teve a precaução de roubar um suvenir no castelo do Gigante: um feijão seco.
Já viram tudo, né? Enquanto nossos heróis estão felizes, comemorando o retorno das Damas Encantadas para casa na lanchonete da Vovó Donalda – todos menos Regina, cujas boas ações não foram suficientes para garantir um convite para a festa #chateada –, um navio aponta no horizonte, navegando em direção à praia de Storybrooke, com nossos amados malvadões a bordo.
E arrasar com a sua vida, Regininha!
Sinto cheiro de guerra de Bruxas no ar!
Conferiremos os estragos no próximo post, nessa mesma hora, e nesse mesmo blogspot!

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