Depois de
passarmos uma meia temporada deliciosa em Camelot, resolvendo questões
relacionadas ao Mago Merlim, ao Rei Arthur, a Excalibur, e o problema do Cisne
Encardido – porque, convenhamos, não dá para chamar a Emma de Cisne Negro de
verdade, né?! A mulher tentou, fingiu, fez de conta que estava má enquanto
desfilava pela cidade com os trajes de Senhora das Trevas, mas a verdade é que
até seus atos mais questionáveis são perfeitamente perdoáveis, e ela fez
pensando num bem maior, embora Rumplestiltskin assegure que é tudo desculpa
esfarrapada, e que todo Senhor das Trevas tenta justificar suas maldades dessa
forma. Afinal, manipular todos os outros personagens ao seu bel prazer é um
bônus, que sempre vem junto na descrição da função do Dark One.
Seja lá como for,
Emma transitou pelo lado negro da força, tomou um banho de alvejante, e está de
volta, linda, loira, descabelada, e vestida com sua inseparável jaqueta
vermelha, e completamente determinada a ir até o inferno para buscar seu amor
perdido.
Literalmente!
A trama da
segunda parte da temporada de Once Upon a Time acontece no Mundo Inferior, então preparem-se para
ver muita mitologia grega misturada nesse conto de fadas de cronologia
extremamente bagunçada que nós tanto amamos.
Esse
arco foi um presente para os fãs que estavam com saudade de alguns personagens
muito queridos que já tinham partido. Cora, Peter Pan, Cruella, e até a
insignificante Milah deram as caras por aqui. Só senti falta do Graham.
O grande pecado
desse arco foi ter transformado o Mundo Inferior numa espécie de colônia de
férias. Hades, que tinha tudo para ser um vilão digno do título, uma vez que é
difícil encontrar atenuantes para o Senhor dos Mortos, acabou não sendo tão
convincente, com sua suposta busca por redenção. Se era para repetir essa
novela, deviam tê-lo transformado em um mocinho amaldiçoado desde o início, em
vez de primeiro pintá-lo de vilão.
Sem falar que
várias tramas paralelas acabaram ocupando um espaço desnecessário, somente para
explicar a presença de certos personagens no Submundo, conectá-los aos heróis e
mostrar porque eles eram seus assuntos inacabados. Boa parte dessas inserções
teriam sido melhor administradas se a explicação tivesse sido inserida nos
diálogos dentro do tempo presente da série, em vez de perder tempo com um monte
de flashbacks desnecessários.
E ainda
desperdiçaram a grande oportunidade de colocar nossos heróis frente a frente
com todos os fantasmas de seu passado – literalmente –, expondo-os ao perigo
real de enfrentar as almas atormentadas que eles mesmos despacharam. Em vez
disso, nossos heróis passearam, viveram aventuras, fizeram amigos, tiraram um
monte de selfies, e descobriram que a Bruxa Cega do João e Maria continua sendo
uma excelente cozinheira. Voltaram até mais gordinhos dessa viagem – de lazer –
ao inferno. Afinal, todos nós sabemos que é um lugar cheio de boas intenções...
Mas para quê
explanar aqui o que vocês conferirão ao longo da review? Então, sigam-me os
bons!