O último episódio da terceira temporada de Once Upon a Time foi
tão extraordinário, que poderia ser facilmente confundido com um filme da
série. Teve de tudo: drama, romance, comédia e muita confusão. Sem falar que o
foco principal do episódio foi o casal mais querido e amado dos Oncers de plantão: Emma Swan e Captain
Hook!
Aliás, se colocar na balança direitinho, esse episódio nos deu
exatamente o que estava faltando para a nossa Salvadora: um conto de fadas para
chamar de seu!
Enquanto a
família Charming prepara uma “cerimônia de coroação” na lanchonete da Vovó,
onde finalmente anunciarão o nome escolhido para o novo herdeiro, Emma está em
conflito consigo mesma. Porque agora que a Bruxa Má do Oeste está fora do jogo,
Emma percebe que não tem mais nada para fazer em Storybrooke, e vai para o meio
do nada chorar as pitangas e recordar como era boa a vida em Nova York, jogando
videogame com o Henry, namorando um macaco-voador, sem a prima malvada do Shrek
tentando destruir sua melhor amiga, sem pessoas cobrando que ela aprendesse a
controlar um poder que ela nem se lembrava que possuía, e sem ter que se
equilibrar sobre um pedaço de ponte flutuando sobre um abismo porque sua
professora de magia resolveu fazer ela aprender o Wingardium Leviosa na marra – diga-se de passagem, o olhar de
preocupação da Regina ao ver a Salvadora despencar junto com a ponte quebrada
foi um dos momentos mais emocionantes da temporada.
E ao refletir
sobre tudo isso, Emma parece decidida a pegar seu filho, jogar dentro do Fusca
amarelo, voltar para Nova York, e esquecer que sua família veio de um conto de
fadas. Afinal, ali ela se sente deslocada, como se não pertencesse àquele lugar
ou àquelas histórias. Trocando em miúdos: ela não faz a menor ideia do que é
ter um lar, e acha que a única maneira de descobrir se Storybrooke é realmente
sua casa, é ir embora, dar tempo ao tempo, e ver se sente saudade de alguma
coisa.
Mas, quando Hook
tenta dissuadi-la desta ideia, eles percebem uma atividade paranormal
acontecendo no galpão onde Zelena havia criado o portal do tempo, vão até lá
verificar que diabos está acontecendo por ali, e Emma acaba chegando perto
demais e sendo sugada para dentro do portal.
Hook até tinha
conseguido se segurar, prendendo seu gancho no chão, mas ao ver a Salvadora
despencar pelo portal, ele não resiste em bancar o herói e ir atrás dela.
Do portal, nosso
casal favorito cai diretamente na Floresta Encantada. Mas antes de pensar em
como aconteceu, ou numa maneira de sair de lá, eles ouvem alguma agitação
acontecendo ali perto, e resolvem espiar. Eis que eles dão de cara com quem?
Regina, Evil, poderosa, montada no luxo, torturando os moradores de uma vila em
sua caçada por Branca de Neve.
Por um momento,
vemos Emma pronta a dar o primeiro passo e pedir ajuda à amiga, mas Hook a
detém rapidamente e a faz perceber que aquela não é Regina, mas a Rainha Má!
Então, a pergunta não é “onde eles foram
parar”, mas “quando”?
Assim, eles se
dão conta de que o portal de Zelena realmente funcionou: eles voltaram pelo
menos uns trinta anos no tempo. Aparentemente, Zelena esqueceu de dar uma ou
duas voltas no vira-tempo, pois, se o objetivo era impedir o nascimento de
Regina, voltar ao ponto em que ela já era Rainha não lhe adiantaria muita
coisa. Claro que viagem no tempo não é uma ciência exata, não dá para acertar o
relógio de acordo com o fuso horário, ou adiantá-lo ou atrasá-lo segundo o
horário de verão...
Felizmente, eles
também não encontram a bruxa verde escondida atrás de nenhum arbusto naquele
lugar. Afinal, a Season Finale não
tinha mais nada a ver com ela.
Hook leva Emma
para longe da encrenca com a Rainha Má, para evitar que ela acabe interferindo
em alguma coisa que traga consequências desastrosas para o futuro, e rouba para
ela algumas roupas típicas da época e do lugar, que alguém deixou secando no
varal, para que ninguém perceba de cara que eles não moram no pedaço.
E depois de
transformar Emma numa cidadã local, eles saem em busca de uma maneira de voltar
para o futuro.
E é quando
identificamos exatamente o dia ao qual eles retornaram, porque esse dia teve
uma influência gigantesca na história da Salvadora: Branca de Neve está trepada
numa árvore, de tocaia, aguardando a passagem de uma carruagem, que será
obrigada a parar, porque há um tronco caído na estrada. E quem é que vem nessa
carruagem? Príncipe Encantado, e sua, então, noiva, Princesa Abigail.
Quem ligou o nome
à pessoa?
Pois é... Emma
está prestes a assistir ao momento em que seus pais se conheceram. E ao
perceber isso, ela fica tão emocionada, que, inconscientemente, dá um passo à
frente para ver melhor o acontecimento mágico, e... Pisa num galho, faz Branca
de Neve desviar a atenção de seu objetivo, cair da árvore e fugir pela
floresta.
O resto segue
como aconteceu na primeira temporada. Quer dizer, mais ou menos. Charming e
seus homens retiram o tronco do caminho, ele retorna à carruagem, e segue
tranquilamente sua viagem.
E das grandes,
não é dona Emma! Porque, graças ao seu “passo em falso”, Branca de Neve não
bateu a carteira do Príncipe, ele não a perseguiu pela beira da estrada, não
tomou uma pedrada na cabeça, e não tem qualquer motivo para caçar a fugitiva,
lutar com ela contra os trolls, recuperar seu anel de noivado, conhecê-la
melhor e se apaixonar...
E se o
Príncipe-não-tão-Encantado-assim não cair de amores pela doce e não tão
inocente quanto dizem Branca de Neve, Emma não vai nascer!
Como nem Emma nem
Hook conhecem bem aquele lado do Reino, e não sabem a quem recorrer para
consertar a lambança da Salvadora, eles apelam para Rumplestiltskin, e o tiro
quase sai imediatamente pela culatra, pois o “Crocodilo” reconhece de cara o
pirata safado que roubou sua esposa e seu feijão mágico, e se prepara para
cometer um Hookcídio. Felizmente,
Emma pensa rápido, e saca a história da Maldição e do reencontro com Baelfire
para desviar a atenção do Senhor das Trevas de seu potencial inimigo.
Rumple fica todo
saltitante com o assunto mencionado, e está pronto para oferecer uma xícara de
chá enquanto ela conta os detalhes da fofoca, mas como prevê que mencionar a
morte de Bae pode colocar tudo a perder, Emma desconversa, e vai direto ao
ponto importante: confessando sua interferência na história dos pais e pedindo
ajuda para consertar as coisas.
E como é de seu
interesse que a Salvadora venha a nascer, Rumplestiltskin decide ajudá-los. Ele
não sabe exatamente como, mas vai tentar recriar o portal do tempo. Mas Hook e
Emma terão que dar seu jeito de fazer os pais dela se conhecerem, antes de
voltarem para casa.
Por sorte, Emma
conhece bem essa novela: Charming perseguira Branca de Neve porque, dentro da
carteira que ela roubou, estava o anel de noivado com que ele pediria a Barbie
Midas em casamento. Então, para colocá-lo no encalço da mocinha, eles precisam
dar um jeito de fazer Branca de Neve roubar o anel e contar ao Charming quem
foi.
É uma feliz
coincidência que Branca de Neve tenha roubado as joias do Príncipe para vender
aos trolls e conseguir dinheiro para embarcar num navio e fugir do Reino,
porque Hook sabe exatamente onde encontrar um pirata ardiloso que pode oferecer
uma passagem grátis, com direito a um camarote exclusivo e todo o rum que ela
conseguir tomar, em troca do anel de noivado de Charming: ele mesmo!
Não sei se ele
andou tomando nota das datas e lugares por onde passou nos últimos dois
séculos, mas Hook se lembra de que andava por aquelas bandas na época, e que
costumava beber até tarde numa taverna perto do porto. E como precisam tirar o
Hook do passado do caminho, para que o Hook do presente possa fazer a proposta
indecente para Branca de Neve – roubar o anel do Príncipe, quero dizer –, Emma
usa seus atributos para distraí-lo.
A primeira parte
do plano dá certo: Emma solta o cabelo, aumenta o decote, se aproxima do pirata
bonitão, cheia de charme, toda trabalhada na vadia, e vamos enchendo a cara de
rum!
Enquanto isso,
Hook entra de fininho em seu navio, e dá ordens ao Sr. Smee para que quando
Branca de Neve aparecer no cais, ele a conduza ao seu camarote. E é
impressionante como aquela Branca de Neve das quebradas não fica nem um pouco
acuada por ser levada aos aposentos de um pirata. Definitivamente, esta e
aquela que desfila de mãos dadas com o Charming em Storybrooke não são a mesma
pessoa...
Esta parte também
sai como planejado, pois Branca de Neve conclui que, para quem passou os
últimos anos fugindo de uma Rainha Má super poderosa, roubar o anel de noivado
de um Príncipe é moleza.
E aí vem a parte
mais divertida do episódio: quando Emma não consegue mais segurar o Hook do
passado no bar, e é conduzida por ele ao navio e ao camarote onde o Hook do
futuro acabara de acertar o acordo com a fugitiva número um do Reino.
O do futuro até
corre para se esconder, mas ao ver seu eu do passado cheio de saliência para cima
de sua... Namorada? Paquera? Enrolada? Enfim... E perceber que em vez de uma
joelhada para escapar, Emma tasca um beijaço a la novela das nove no pirata do passado para dar fuga ao outro,
Hook fica mordido de ciúmes e decide trocar socos consigo mesmo!
A princípio ela
fica preocupada com o que acabou de acontecer, pois se lembra de que não
deveriam interferir em nada – tarde demais, moça! –, mas Hook garante que ele
provavelmente estava bêbado o bastante para não se lembrar direito do que
aconteceu.
Então eles dão no
pé, voltam para o interior da floresta, onde sua fada madrinha,
Rumplestiltskin, lhes dá roupas de baile e rostos novos para que eles possam ir
ao baile que Midas oferecerá naquela noite, para garantir que Branca de Neve
não terá problemas para sair de lá com o anel.
E na hora de
conferir se seus nomes estão na lista de convidados...
A princípio, eles
se ocupam em manter as aparências: dançam uma valsa, Hook mostra que tem mais
talento com os pés do que Emma imaginara para um pirata, ela fica nas nuvens
por estar num baile de conto de fadas, como deveria ter acontecido se ela
tivesse crescido naquele lugar... Porque, afinal, que espécie de princesa é
essa Emma Swan-Charming, que nunca foi a um baile, nem dançou com um príncipe
até a meia-noite?
Mas então as
coisas começam a sair dos trilhos. Porque Branca de Neve conseguiu invadir o
quarto do Príncipe e se apoderar do anel; só que ele chegou bem na hora, para
lutar com ela, e ser golpeado na cabeça com a caixa de joias – é, não foi uma
pedra, mas reproduziu bem a cena original –; e de quebra, a Princesa safadinha,
percebendo que Charming era bem o seu tipo, deu um sorrisinho sapeca, antes de
fugir pela janela e desaparecer na floresta.
Até aí, tudo bem.
Até Emma perceber que o anel caíra do bolso de sua mãe durante a fuga.
Então, ela e Hook
tentam alcançá-la para entregar a joia, mas acabam se atrapalhando no caminho,
lutando com os guardas, Emma é capturada, levada à Evil Queen e denunciada por
ter dado fuga à bandida.
Momento quase
cafajestagem: Hook vê Emma sendo levada para a prisão, e finge que não tem nada
com isso. Claro que nem passou pela cabeça do pirata deixar “sua princesa” para
trás, mas não seria de muita ajuda tentar argumentar contra a prisão dela, e
acabar ele mesmo sendo posto numa masmorra também.
Então ele sai de
fininho e vai pedir ajuda às únicas pessoas que conhece no Reino, além de
Rumplestiltskin – que tinha coisas mais importantes a fazer, como recriar o
portal do tempo, por exemplo. Ele espera até que Charming capture Branca de Neve
numa armadilha, e interrompe o primeiro (ou segundo?) encontro do casal para
pedir que eles ajudem a salvar “Léia”.
Branca de Neve
convoca sua amiga Chapeuzinho Vermelho para a missão. Transformada em lobo,
Ruby conduz Charming e Hook para dentro do castelo da Rainha Má, para
descobrirem no meio do caminho que Emma deu um jeitinho de escapar sozinha.
Aparentemente, os macetes da malandragem que a Salvadora aprendera na época em
que namorava o filho do Senhor das Trevas continuam frescos em sua cabeça, e
ela conseguiu abrir o cadeado com um arame, como ele havia lhe ensinado muitos
anos atrás.
Aqui entre nós...
O problema é que
ela parece não ter aprendido nada com a trapalhada que já fizera, e decidiu
interferir mais um pouquinho no passado, libertando consigo a outra prisioneira
da Rainha Má, uma mulher de quem falaremos daqui a pouco.
Porque no
momento, há outro problema de maior importância para resolver: Branca de Neve
desertou durante o resgate da Salvadora, e decidiu enfrentar a Rainha Má de uma
vez por todas. E sozinha!
Nem é preciso
dizer que seu plano deu muito errado,
e que Regina só não fez churrasquinho de enteada porque, na última hora, Branca
de Neve usou em si mesma o pó mágico das fadas das trevas que pretendia usar
contra Regina, transformando-se numa joaninha, e desaparecendo de sua vista.
Mas o desespero
da Emma ao pensar que a mãe estava morta chegou a dar um aperto no coração.
Nada, nada, ela apenas bagunçou a principal história da série, sabotou o
próprio nascimento, e indiretamente matou a mãe. E tudo isso, apenas por não prestar
atenção onde pisa!
Por sorte, a Fada
Azul, que estava acompanhando atentamente o episódio, cansou de ver esse
pessoal fazendo besteiras, e decidiu interferir antes que alguém acabasse
aplaudindo Branca de Neve muito de perto.
Então,
finalmente, a história parece estar voltando aos eixos: Branca de Neve torna a
roubar o anel do Charming e o vende para os trolls... Ei, o que foi que
aconteceu com a proposta do Hook? Será que a Branca de Neve voou para o lado
errado enquanto estava transformada em joaninha e esqueceu que estava a um anel
de conseguir uma carona no Jolly Roger?
Enfim, como ia
dizendo, as coisas começam a tomar o rumo que deviam ter seguido desde o
começo: Charming sai na caça de Branca de Neve para recuperar sua joia, os dois
vão lá arrumar encrenca com os trolls... E Emma se lembra que a mãe não tem
mais o pó de fada que usara na história original para derrotá-los e sair ilesa
da ponte com o Príncipe.
Santa confusão!
Será que os problemas não acabam nunca?! Lá vai a dupla dinâmica de novo, para
interferir mais um pouquinho e tirar os pais da Salvadora do aperto.
Felizmente,
porém, desta vez eles ficam só assistindo enquanto Branca de Neve improvisa: já
que não tem mais o pó verdadeiro, ela enche o frasco com areia negra, e usa
para ameaçar os trolls, em vez de jogar de uma vez, como fez na cena original.
E como eles não pedem o certificado de autenticidade da bruxaria, pelo sim ou
pelo não, saem todos correndo, e assim, Branca de Neve pode finalmente
experimentar o anel e em seguida devolvê-lo ao Príncipe, fazendo-o se
apaixonar, como deveria ter acontecido.
Agora que tudo
está resolvido, Emma e Hook podem finalmente voltar para casa. E aqui eu vou
abrir um parêntese metafórico para comentar o seguinte: o enredo dessa 3B foi
focado em O Mágico de Oz, onde Dorothy é levada por um tornado do Kansas (sua
casa) para o reino distante, e toda a jornada é sobre como ela vai voltar para
casa. Pois bem. É curioso notar que, mesmo depois de derrotar prematuramente a
vilã, a série não se desviou do foco em momento nenhum nessa Season Finale: Emma e Hook foram
arrastados por um portal – um vórtice, exatamente como o tornado, só que em vez
de levá-los para cima, os puxou para baixo –, para um lugar muito distante de
sua casa (Storybrooke), e toda a jornada que enfrentaram foi com o objetivo de –
além de arrumar a bagunça feita por Emma na história de seus pais – voltar para
casa. Vendo por esse lado, fica fácil ligar os personagens, não é?
Alguém devia ter
sacado essa quando ele começou a agir feito um cachorrinho atrás dela depois
que ela perdeu a magia...
E como o Mágico
original foi transformado em macaco-voador, tiveram que improvisar.
Rumplestiltskin também não conseguiu recriar o portal do tempo para mandá-los
de volta – igualzinho ao Mágico de Oz, que nada poderia fazer para resolver o
problema da Dorothy –, pois somente quem veio pelo portal poderia recriá-lo. E
como Hook nunca teve magia, cabia a Emma fazer o serviço sujo. Só que Emma
havia perdido a magia depois de fazer o boca a boca no pirata. Qual a solução?
Insistir na tecla
em que Rumplestiltskin vem batendo desde o início da série: a fonte para
acessar a magia é a emoção. Então, deixe transbordar, Emma!
Ela começa a
falar sobre tudo o que sentiu quando pensou que a mãe estava morta, e depois
quando a abraçou e Branca de Neve não sabia quem ela era; sobre como chegou à
conclusão de que seu lar é onde sua família está, e que daria tudo para poder
voltar para eles...
Então: mágica! O
portal se abre, e Hook esquece todo o cavalheirismo, atravessando-o primeiro
com a outra fugitiva – que Emma insistiu em levar para o futuro, já que ela
deveria ter morrido, e, portanto se ficasse, quem sabe que consequências isso
teria; mas não pensou nas consequências que a aparição dela no futuro poderia
acarretar também – desmaiada em suas costas. E antes de poder seguir viagem,
Emma acaba sendo detida por Rumplestiltskin, que quer saber os detalhes
sórdidos de seu futuro com o filho. Mas ao ser informado de que Baelfire morreu
– como um herói, Emma fez questão de ressaltar –, Rumple permite que ela
atravesse o portal, e toma uma poção do esquecimento para não ficar tentado a
interferir no futuro do filho.
As cenas a seguir
seguem o formato do último capítulo de todas as novelas das nove: temos uma
festa, muitos abraços, sorrisos, emoções e casais felizes trocando beijos de
amor. Temos até um casamento!
De volta ao
futuro – se me permitem o trocadilho –, Emma invade a lanchonete da Vovó no
meio da festa para sufocar os pais com um abraço cheio de emoção, e eles nem
imaginam o que fizeram para merecer tal gesto. Parece que ver seu próprio
destino sendo riscado da história pela possibilidade de que eles não se
conhecessem, fez com que Emma desse o valor que sua família merece, e
finalmente perdoasse os percalços e sacrifícios necessários para chegar até
aqui. Uma cena comovente até.
Mas não tão
comovente quanto o anúncio do nome do novo Encantado. Já que ele teve uma
grande parcela de responsabilidade no retorno de Emma à Storybrooke – pois deu
a poção para reativar as memórias dela ao Hook –, e consequentemente, na
derrota de mais uma vilã – ainda que tenha sido Regina, no final das contas,
quem acabou salvando o dia –, fez um sacrifício enorme para agilizar a descoberta
de quem estava provocando o caos em Storybrooke, doou metade do material
genético para conceber aquela criança que foi responsável por trazer a
Salvadora de volta ao seio familiar – e um bocado de problemas na bagagem,
também –, e no fim das contas acabou tendo uma morte heroica, para que não
perdêssemos o melhor vilão e um dos melhores personagens da série, Branca de
Neve e Charming acharam justo fazer uma singela homenagem ao ex-genro e pai de
seu neto, batizando o filho como Príncipe Neal.
Para absoluta
emoção do pai do rapaz, Rumplestiltskin, que chegou até a ficar com os olhos
marejados. Achei que até ele fosse querer abraçar o casal.
E por falar em
grandes emoções, depois do anúncio do nome do novo bebê Real, Rumplestiltskin
carregou Belle para a floresta, onde, numa cerimônia íntima e discreta, o
Senhor das Trevas desposou sua bibliotecária.
E só para fazer a
alegria dos shippadores de plantão,
Emma e Hook têm um momento íntimo numa mesa reservada do lado de fora da
lanchonete, onde Emma finalmente se lembra de perguntar como foi que ele
conseguiu encontrá-la em Nova York, porque, como ficou claro em algum momento
naquele emaranhado de episódios passados, se ele tivesse atravessado a
fronteira para fora de Storybrooke, teria se transformado num macaco-voador – culpa
da Zelena, mais uma vez. Logo, ele não poderia ter voltado para Storybrooke
junto com os outros para depois ir procurá-la; deve ter pego outro caminho. E é
quando Hook revela até onde vai seu amor pela Salvadora, pois o charmoso pirata
foi capaz de trocar seu bem mais precioso, seu navio Jolly Roger, por um feijão
mágico que o levou direto à Nova York, e para os braços daquela que passou meia
temporada sapateando em cima de seu coração.
Se Emma não o
tivesse beijado naquele momento, confesso, eu
arrumaria um feijão mágico, atravessaria a tela e beijaria esse homem!
Mas nem tudo são
flores nessa Season Finale. Porque a
escolha inconsequente da Emma tinha que trazer um problema para o futuro,
afinal, como Hook avisou, e Rumplestiltskin ratificou: não se pode alterar o
passado impunemente.
Emma foi teimosa
em salvar a tal mulher que Regina iria sacrificar pela manhã, certo? Tudo bem,
vamos dar um desconto, afinal, qualquer um de nós com um pouquinho de
humanidade também ficaria tentado a ajudar uma pessoa que estivesse prestes a
ser executada injustamente, se tivéssemos chance. Mas essa mulher tinha sido
executada na história original trinta anos atrás, e é óbvio que sua morte
influenciou diversos acontecimentos posteriores. Não precisava conhecer o
roteiro todo para saber que, no momento em que ela reencontrasse sua família em
Storybrooke, fosse quem fosse, alguma peça deixaria de se encaixar,
possivelmente, em alguma história que estivesse finalmente começando a dar certo.
E como o dedo podre para estragar relacionamentos alheios parece ser uma
maldição de família, Emma, mais uma vez, atrapalhou o final feliz da nossa
querida Rainha. Pois a mulher que ela trouxe de volta de Tão, Tão Distante no passado era “apenas” Marian, a esposa de Robin
Hood!
Porque,
convenhamos, tudo estava perfeito: Regina tinha o seu grande amor, e de quebra,
ele ainda veio com um filho pequeno que precisava de uma mãe, e isso era tudo o
que a nossa Rainha queria; supria perfeitamente seus dois principais vazios: um
homem e uma criança para ela amar. Mas com o retorno de Marian, todo o seu
conto de fadas está fadado a ir pro vinagre, porque, apesar de Robin estar
verdadeiramente apaixonado por Regina, e de ela já ter inclusive conquistado o
carinho de Roland, o retorno da mãe do menino vai, no mínimo, causar algum tipo
de constrangimento na relação da nova família que estava se formando, e uma
enorme confusão na cabeça da criança. Sem falar na revelação de que fora a
própria Regina quem matara Marian anteriormente, ainda que hoje a Rainha já
tenha pago os pecados com juros e correção monetária e tenha se tornado outra
pessoa.
Pois é... Acho
que a Emma vai ter que fazer muita torta de maçã para a nossa Rainha para se
desculpar por essa mancada.
E essa é apenas a
travessura que ela sabe que fez. O
que ela ainda não sabe, é que, acidentalmente, trouxe mais uma coisinha do
passado; mais precisamente do cofre do Rumplestiltskin: uma urna mágica que
aprisionava alguém muito poderoso, que acaba de se libertar. Peguem seus
casacos, porque Once Upon a Time vai esfriar!
Amei!! Seus diálogos entre os personagens são os melhores! Só faltou falar do "RollyJoger".
ResponderExcluirObrigada, Gisele! kkkkkk Não achei a deixa certa para encaixar esse detalhe, mas acho que comprova que ele estava mesmo bêbado demais para estranhar ter apanhado dele mesmo, rsrs.
ExcluirLogo, logo teremos a etapa Frozen! Assim que eu terminar de editar as fotos. Beijos! *-*