Se
você procura um bom lugar para passar o Halloween, o Admirável Mundo Inventado
traz ótimas dicas para você, desde destinos reais a lugares fictícios. Apertem
os cintos, porque o Trem Fantasma já vai partir da estação.
Os Monstros Estão à Solta
Publicado por
Verônica Lira
em
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Por
causa do mês do Halloween, eu acabei desenterrando uma gangue inteira de
monstros do fundo de algum baú empoeirado. Aliás, bota empoeirado nisso, porque
nem me perguntem como foi que me lembrei desse filme...
Figurinha
marcada da Sessão da Tarde no passado, esse filme de 1987 com certeza é uma boa
lembrança da infância de algumas pessoas. É um filme clichê, com uma história
bobinha, que mesmo sendo completamente previsível, cumpria muito bem o seu
papel, que era o de divertir o espectador. Só não consigo imaginar na mente de
que tipo de tradutor psicopata “The Monster Squad” se tornou “Deu a Louca Nos
Monstros”.
O
início do filme mostra o flashback de uma noite cem anos atrás. Era uma época
de escuridão na Transilvânia. Uma época quando o Dr. Abraham Van Helsing e um
pequeno bando de defensores da liberdade se juntaram para livrar o mundo de
vampiros e monstros, e para salvar o mundo do mal eterno.
Eles
falharam!
Comecinho
encorajador, não acham?
Quando Os Mortos Retornam Para Puxar o Pé... Ou o Gatilho Sobre Seus Assassinos...
Publicado por
Verônica Lira
em
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Com
uma trama macabra – dentro e fora das telas –, O Corvo, filme dirigido por Alex Proyas se tornou um clássico e uma
referência do gênero de horror desde sua estreia.
A
história do filme foi baseada nos quadrinhos homônimos de James O’Barr. Em
1978, a noiva do cartunista, Beverly, foi morta por um motorista bêbado, e a
partir daí, O’Barr criou sua série em quadrinhos, usando a vingança do
protagonista como um meio de lidar com sua tragédia pessoal.
Mal
sabia O’Barr que a adaptação de sua obra para o cinema também resultaria em
outra tragédia.
O
filme ficou marcado nas páginas negras da história do cinema pelo acidente
ocorrido durante as filmagens, e que resultou na morte precoce de seu
protagonista, o ator Brandon Lee, filho do maior mito das artes marciais no
cinema, Bruce Lee. Em várias cenas ao longo do filme, o personagem de Brandon
era baleado, mas numa delas, uma bala esquecida no cano da pistola encerraria
cedo demais a vida de seu promissor intérprete. Algum tempo após o lançamento
do filme, surgiram rumores de que a tétrica cena em que o ator foi baleado foi
incluída na edição final, embora essa informação jamais tenha sido confirmada
por ninguém envolvido na produção, e realmente seja pouco provável. O ator
Michael Massee, intérprete de Funboy, contou numa entrevista, anos depois, que
foi ele que, sem saber, disparou o tiro que matou Brandon, numa cena em que
seus personagens se confrontam – coincidência ou não, na cena em que o
personagem de Brandon foi assassinado.
Como
a morte do ator aconteceu pouco antes da conclusão das filmagens, eles gravaram
as cenas que faltavam com um dublê, e refizeram a cena do assassinato do personagem,
excluindo o trágico disparo da cena, e aproveitando o aspecto obscuro da
produção, mantiveram seu rosto escondido nas sombras.
Mas
para além da tragédia, o filme também ficou marcado pela impecável
interpretação de Brandon Lee do personagem Eric Draven, o líder de uma banda de
rock que não conseguiu descansar em paz, e precisou retornar dos mortos,
carregado pela fúria, pela dor da injustiça, e pelo eterno amor de Shelly, cujo
sofrimento e morte ele desesperadamente precisava vingar.
Aliás,
o sobrenome do personagem, Draven, é uma referência ao poema de Edgar Allan
Poe, The Raven (O Corvo), que claramente
foi uma das inspirações para a história.
E
embora o enredo do filme não seja exatamente original, nem tenha essa pretensão,
ele cativa tanto pelo universo gótico, quanto pela força e o desejo de justiça do
protagonista, que em alguns momentos beira a insanidade. Mas principalmente, o
filme cativa por Brandon Lee. Sua atuação é simplesmente irrepreensível. Ele
empresta toda a fúria, a melancolia, a força e a sensibilidade necessárias ao
personagem, sem exageros nem omissões. Até a postura escolhida por Brandon para
dar vida ao personagem depois de retornar do túmulo faz lembrar um pássaro: na
maneira de andar, de sentar, de se mover e de se comportar. E o olhar... Ah,
o olhar de Eric Draven, é simplesmente impossível descrever. Ele tem a fúria e
tem a dor, a vítima e o assassino, o anjo e o demônio, o amor e o ódio. Todas
as palavras do mundo podem ser ditas naquele olhar. Uma atuação primorosa, que
infelizmente, uniu Eric Draven, na arte e na morte, para sempre a Brandon Lee.
Admirável Torturador
Publicado por
Verônica Lira
em
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
O
tradicional mês do Halloween aqui no blog, mais uma vez, se inicia com ele, o
grande Mestre do Horror: Edgar Allan Poe!
Em
outras oportunidades, eu resenhei aqui seu conto O Coração Delator, e o poema O Corvo – provavelmente a obra-prima do escritor. E desta vez, falarei de um de seus
contos mais assombrosos. Eu os convido a conhecer a inexorável câmara de
tortura dos condenados à morte pela Inquisição, e penetrar a mente perturbada
de um homem que jaz em agonia, esperando para descobrir quando e como será
executado.
Macabro,
não acham? Pois é... Mas somente Edgar Allan Poe era capaz de prender a atenção
do leitor numa trama tão funesta, a ponto de, mesmo com horror, não conseguir
abandonar a história até que chegasse ao ponto final.
O
Poço e o Pêndulo é narrado em primeira pessoa, pelo homem que foi condenado à
morte pela Inquisição, em Toledo, Espanha. Ele acorda de repente no escuro,
numa câmara que ele não consegue dimensionar, e sem saber exatamente o que
esperar, temendo a princípio, que tenha sido sepultado vivo. A única coisa que
ele consegue descobrir naquele lugar tenebroso, na escuridão, é a borda de um
poço, e deduz que uma das intenções dos inquisidores era justamente que se
atirasse ou acidentalmente caísse nele, e como um covarde, abreviasse o sofrimento
que logo viria. O protagonista, no entanto, não opta por esta saída. Mas então,
como para ampliar ainda mais seus temores, ele é dopado e amarrado a uma
armação de madeira, e só algum tempo depois ele percebe, muitos metros acima
dele, o movimento monótono de um pêndulo, em cuja ponta há uma lâmina afiada, balançando
e descendo muito lentamente em sua direção.
Numa
trama de intensa e horrível tortura psicológica, Edgar Allan Poe nos faz
conhecer a insuportável agonia de um homem que, sabendo que não há como escapar
da morte, tenta se agarrar o máximo que pode à vida, adiando o quanto for
possível o inevitável fim, descobrindo que seus executores pensaram, para cada
tortura vencida, numa maneira ainda mais cruel e abominável de matá-lo. Com um
clímax emocionante!
E
a assinatura de um dos maiores escritores do século XIX.
Assinar:
Postagens (Atom)