Não faz muito
tempo, ouvi alguém dizer que a parte mais importante de uma história é o final.
Bem, não discordando completamente, pois o final realmente é importante, já que
é a parte que faz o leitor se satisfazer ou se decepcionar com todo o resto, e
normalmente é o que os faz determinar a história como boa ou ruim, acho que a
parte mais importante é o começo.
O primeiro
parágrafo de um livro ou de um conto é o que cativa o interesse do leitor, como
se o tomasse pela mão e o conduzisse através da história até o final.
Quando eu leio as
primeiras linhas de um livro, e elas não me trazem nenhuma curiosidade sobre o
que está por vir, eu o deixo de lado, ou em raras ocasiões, dou uma espiadinha
no final para saber se pode valer a pena ler tudo. Mas quando as primeiras
linhas me prendem, a tal modo que eu só me dê conta de que já fiz esta
avaliação depois de ter lido duas ou três páginas, eu vou até o fim.
Alguns autores
têm a habilidade de nos cativar desde a primeira sentença. Pensando nisso, vou
citar aqui alguns inícios de livros e contos que têm conquistado leitores há
muito tempo – e alguns há pouco tempo:
“Todas as famílias felizes se
parecem, cada família infeliz, é infeliz à sua maneira.” (Anna Karenina, de Liev
Tolstói)
“Eu
nasci em uma sexta-feira treze à meia-noite. Muitas pessoas disseram que eu
seria muito infeliz durante toda a vida por causa disso e que seria capaz de
ver fantasmas e falar com espíritos. Infelizmente, nunca encontrei nenhuma alma
penada. Gostaria de tirar minhas dúvidas sobre o mundo dos espíritos, mas não
tive esse privilégio. Quanto à infelicidade, vocês podem tirar suas próprias
conclusões depois de lerem este relato.” (David Copperfield, de Charles
Dickens, talvez um dos inícios mais conhecidos).
“Num
lugar da Mancha, de cujo nome não quero me lembrar, vivia, não há muito, um fidalgo,
dos de lança em cabido, adarga antiga, rocim fraco, e galgo corredor.” (Dom
Quixote, de Miguel de Cervantes)
“O
físico Leonardo Vetra sentiu cheiro de carne queimada e sabia que era a sua.
Levantou os olhos, aterrorizado, para a figura sombria que o dominava.” (Anjos
e Demônios, de Dan Brown)
“Casa
do Templo 20h33
O
segredo é saber como morrer.” (O Símbolo Perdido, de Dan Brown)
“Esta
é a história de um triângulo amoroso — suponho que este seria o nome — formado
por Arnie Cunningham, Leigh Cabot e, naturalmente, Christine. Quero que
compreendam, no entanto, que Christine chegou primeiro. Ela foi o primeiro amor
de Arnie e, embora eu não tenha a presunção de garantir (de qualquer modo, não
após os altos níveis de sabedoria que alcancei, em meus 22 anos), creio que ela
foi seu único e verdadeiro amor. Portanto, chamo de tragédia ao que aconteceu.”
(Christine, de Stephen King)
“O
médico acordou assustado. Estivera sonhando mais uma vez com a velha casa de
Nova Orleans. Havia visto a mulher na cadeira de balanço. Havia visto o homem
de olhos castanhos.” (A Hora das Bruxas, de Anne Rice)
“Nunca pensei muito
em como morreria – embora nos últimos meses tivesse motivos suficientes para
isso –, mas, mesmo que tivesse pensado, não teria imaginado que seria assim.”
(Crepúsculo, Stephenie Meyer)
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