Já
que começamos com uma piadinha envolvendo o garoto do barril, vamos falar dessa
turminha que fez e continua fazendo a alegria de todos nós.
Que Bonita Vizinhança
Quico,
Chaves e Chiquinha, gostavam de aprontar uns com os outros, e, frequentemente,
a brincadeira virava discórdia, mas invariavelmente nos arrancavam ótimas
gargalhadas. Aliás, pensando em discórdia nos episódios é que a gente percebe
como essa vila era habitada por gentalha, hein! Seu Madruga coitado, sempre
pagava o pato por tudo o que o Chaves aprontava com o Quico, porque Dona
Florinda nunca estava disposta a ouvir seu lado da história antes de começar a
distribuir tabefes; sempre sobrava uma pancada para o Senhor Barriga cada vez
que ele ia cobrar o aluguel, porque Chaves sempre teve boa pontaria para
acertar o barrigudo; até o Professor Girafales andou apanhando na mão dessa
gentalha, quando algum personagem se equivocava na hora de distribuir pancadas;
sem falar que Quico e Chiquinha adoravam se aproveitar da burrice do Chaves. Na
verdade, Chiquinha se aproveitava da burrice de ambos.
O
bacana era que, não importava com quantas pancadas se construía um episódio, o
pessoal da vila sempre acabava se entendendo e nos ensinando valiosas lições de
caráter e de amizade: “as pessoas boas devem amar seus inimigos”, “a vingança
nunca é plena, mata a alma e a envenena”, e por aí vai. Não havia nada que
pudesse separar essa turma definitivamente. Por mais que Dona Florinda dissesse
que não aguentava conviver com a gentalha, ela ficava toda tristonha cada vez
que o Seu Barriga ameaçava expulsar o Seu Madruga da vila. Isso é amizade verdadeira! Do tipo que se constrói a base de
xícaras de café, muita ironia e tabefes diários. Só esperamos que essa moda não
pegue. A dos tabefes, quero dizer; a da amizade deveria pegar.
É
curioso – e triste –, no entanto, que essa turminha, que durante tanto tempo nos
alegrou, tivesse tantos conflitos fora das telas. Carlos Villagrán, o Quico,
por exemplo, casado na época, andou de rolo com a Florinda, que já estava na
mira de Bolaños – também casado àquela altura. Não é preciso dizer que
Chespirito não gostou nadinha dessa história. A picuinha com Villagrán só se
agravou com o fato de que o personagem Quico se tonara mais popular do que o
Chaves no México, de modo que seu intérprete acabou sendo convidado a se
retirar do programa, no final da temporada de 1978. Depois disso, Quico foi
convidado a estrelar outro programa na Venezuela, “Federrico”, exibido no
Brasil pela Band em 1991, e, mais tarde, de volta ao México, estrelou o
programa “Ah, Que Kiko!”, exibido no Brasil pelo canal NGT entre 2011 e 2012. A
grafia do nome do personagem foi alterada de “Quico” para “Kiko” em ambas as
séries para evitar conflito de direitos autorais com Bolaños; Dona Florinda
permaneceu na vila praticando a tabuada com o Professor Girafales e nunca foi
mencionada nas séries; Kiko deixou de ser um menino rico e mimado para
trabalhar como entregador de jornais na primeira série, e como entregador na
venda do Seu Brancelha na segunda – que, durante alguns episódios, foi
gerenciada por Ramón Valdés, que também havia deixado o programa do Chaves doze
episódios mais tarde, descontente com a maneira como o amigo foi obrigado a sair
do programa e com o excesso de poder concedido à Florinda Meza, amante de
Bolaños na época.
E
por falar em briga por direitos de personagens, Maria Antonieta de las Nieves,
a Chiquinha, chegou mesmo a processar Bolaños após o fim do Programa
Chespirito, pelos direitos de interpretar sua personagem, e, graças a isso, a
dupla não se falou por muito tempo. Segundo ela, o sucesso dos personagens se
deviam tanto ao modo como os atores os interpretaram e sua caracterização,
quanto ao roteiro. Bolaños discordava. O resultado disso: graças a um descuido,
quando Bolaños esqueceu de renovar os direitos sobre a personagem, Maria
Antonieta o fez, e voltou a dar vida à Chiquinha na TV mexicana num programa
chamado “Aquí Está La Chilindrina”, onde a menina continua aprontando suas
travessuras num orfanato de freiras, onde foi morar depois de ficar órfã.
Durante
o período em que apresentava um programa nas tardes do SBT, Sônia Abrão chegou
a exibir um episódio da série legendado. Aliás, o SBT deveria buscar os
direitos de transmissão e exibir o programa algum dia, pois era realmente
divertido. O mesmo vale para outros programas dessa turma, como Os Supergênios
da Mesa Quadrada, La Chicharra, e o longa-metragem estrelado por Bolaños “El
Chanfle”. Só acho...
Em
contrapartida, se entre o trio de frente do time da Vila houve tanta discórdia,
o meio de campo estava todo embolado, repleto de amigos do peito.
É
importante mencionar o lindo relacionamento de praticamente todos os membros do
elenco com Ramón Valdés. Como já mencionei, ele deixou o programa em 1979,
insatisfeito com o modo como seu amigo Carlos Villagrán foi desligado do elenco
– entre outros atritos –, e participou de alguns episódios de seus outros
programas. Todavia, pouco antes de firmar parceria com Villagrán, atendendo aos
apelos dos fãs, Ramón Valdés retornou ao elenco de Chaves – que voltara a ser
um esquete do Programa Chespirito –, em 1981, deixando definitivamente o
programa no ano seguinte, e passando a trabalhar com Villagrán, tendo sido “Ah,
Que Kiko!” seu último trabalho na televisão.
Valdés
colhia os frutos de uma vida desregrada, prejudicada pelo excesso álcool e
cigarros, principalmente. Edgar Vivar, o Seu Barriga, contou em diversas
entrevistas, que esteve ao lado dele no hospital até o fim, e que, pouco antes
de morrer, Ramón Valdés olhou para ele, e disse “Senhor Barriga, não poderei
mais lhe pagar o aluguel”. Bem-humorado até o final. Este era Don Ramón, o Seu
Madruga.
Villagrán
também compartilhou com o público uma história sobre seus últimos momentos com
o amigo Ramón Valdés. Villagrán teria dito ao amigo que se veriam novamente no
céu, e Valdés, de brincadeira, respondera: “não, no inferno!”.
Foi
também Edgar Vivar quem mencionou certa vez que Angelines Fernández, a Bruxa do
71... digo, a Dona Clotilde, ficou diante da sepultura de Ramón Valdés por cerca
de duas horas, após seu funeral, depois que todos já tinham deixado o
cemitério, chorando e falando com ele.
E
Maria Antonieta de las Nieves compôs uma canção, que ela canta nos shows que
apresenta com sua personagem, Chiquinha, em homenagem ao seu papi da ficção.
Hoje
em dia, pelo que parece, todos se distanciaram – os que permanecem vivos, quero
dizer –, mas é bonito relembrar o quanto alguns membros dessa turma já foram
unidos no passado.
Accio Amigos!
Confesso
que sempre tive uma inveja boa dessa turminha. Muito além da magia, e de estudar
em Hogwarts, o que sempre me impressionou foi a união fraternal praticamente
inabalável de Harry, Rony e Hermione. Mesmo que Rony tenha bancado o tonto em
alguns momentos, e ficado de mal do Harry – quando pensou que ele tivesse
colocado seu nome no Cálice de Fogo sem lhe contar, e mais tarde quando pensou
que Harry estivesse tentando furar seu olho enquanto acampavam na floresta –, eles
sempre acabavam fazendo as pazes, e ficando ao lado uns dos outros na alegria e
na tristeza, na saúde e na doença, na Torre da Astronomia ou na Câmara Secreta,
nas aulas de Poções ou na batalha contra Voldemort... Verdadeiramente
admirável.
Uma
cena particularmente comovente na saga aconteceu em Harry Potter e as Relíquias
da Morte – Parte 1, quando Harry e Hermione foram a Godric’s Hollow procurar
horcruxes e a espada de Gryffindor – perdida, na época –, e Hermione, mesmo com
o coração partido pelo abandono de Rony, confortou Harry no cemitério, quando
ele estava diante do túmulo de seus pais.
Do
mesmo modo eu poderia citar Harry tirando Hermione para dançar, para tentar
suavizar sua angústia após a partida de Rony.
É
extremamente raro encontrarmos uma amizade tão pura entre um garoto e uma
garota, mesmo na ficção, quanto esta, entre Harry e Hermione.
Os Nerds Também Amam
Quem
disse que uma série sobre uma turma de nerds cientistas não poderia fazer
sucesso? The Big Bang Theory foi contra o clichê da mocinha bonitinha e burra
que obrigatoriamente é superficial a ponto de só se envolver com bonitões
bombados e igualmente burros, e provavelmente conta a história que é o sonho de
consumo da maioria dos nerds que gostariam de ter uma Penny para chamar de sua.
O relacionamento da moça com Leonard prova que não só é perfeitamente possível,
como o relacionamento de uma mulher bonita sem muitos atrativos acadêmicos com
um nerd tímido e inteligente pode facilitar a evolução pessoal de ambos.
E
não basta ter a mulher dos seus sonhos ousados, ela também precisa gostar dos
seus outros amigos nerds: um engenheiro espacial que gosta de passar cantadas
baratas em qualquer mulher que apareça em seu caminho, um astrofísico indiano
que só fala com mulheres se tiver um pouco de álcool na corrente sanguínea, e
um físico teórico cheio de manias, que não admite nenhuma alteração na rotina,
quer que tudo seja feito do seu jeito, e não permite que ninguém sente no seu
lugar. Adicione a essa turma o dono de uma loja de quadrinhos solitário e meio
deprimido, uma microbiologista baixinha e engraçadinha que teve coragem de
desencalhar Howard Wolowitz, e uma neurobiologista que teve ainda mais coragem
para se envolver com o esquisito, maluco, germofóbico e antissocial Sheldon
Cooper, e que, de quebra, se autointitulou a BFF da mocinha bonitinha com o
Q.I. mais baixo da turma.
Contrariando
todas as possibilidades, Penny adotou essa turma fora dos padrões, e eles se
tornaram uma grande – e estranha – família. E olha que não é nada fácil
aguentar um Sheldon Cooper...
Chupa Que Esse Sangue é De Uva!
Mentira, É Chocolate Com Corante...
Essa
é uma turma que aprendeu a conviver com as diferenças, afinal, são três
vampiros (Damon do mal, Stefan do bem, Caroline depende de seu humor), uma
bruxa (Bonnie), um lobisomem (Tyler), uma duplicata humana com ímã para
problemas e vilões perigosos (Elena), que depois virou vampira para tentar
amenizar esse ímã, e dar um pouco de descanso aos seus protetores, depois
voltou a ser humana, para voltar a atrair problemas, dois caçadores de vampiros
(Jeremy e Alaric, que virou Vampiro Original e depois voltou a ser humano, e é
meio que o paizão da turma, e o único “adulto” em cena), e um humano sem sal,
sem açúcar, sem charme e com um sangue não muito atraente, para sua sorte
(Matt).
Cada
um com seus vícios, virtudes e seu nível de humanidade, todos aprenderam a
conviver com as características sobrenaturais uns dos outros, e protegerem-se
mutuamente – sempre que não estivessem com a mente sendo controlada por algum
vilão perverso, é claro...
I’ll Be There For You
Claro
que eu não poderia fazer uma lista sobre amigos da ficção, sem mencionar os
seis personagens cuja série transbordava amizade até no título. Cultuada até
hoje, mais de uma década após o fim da série, Friends retratou em suas dez
temporadas diversos conflitos típicos de qualquer pessoa solteira vivendo numa
grande cidade, o equilíbrio, as dificuldades e prazeres de conviver com pessoas
de personalidades muito diferentes, cada uma com suas manias, paranoias,
esquisitices e inseguranças.
Temos
nessa turma os irmãos Ross e Mônica Geller: ele um paleontólogo nerd e meio
azarado no amor; ela, uma cozinheira neurótica e cheia de manias – em algum
lugar entre o Adrian Monk e o nível Sheldon Cooper de T.O.C.. Além de suas
características pessoais, os dois irmãos eram extremamente competitivos, sendo
esse o assunto de diversos episódios.
Adicione
a essa turma Chandler Bing, um cara sarcástico, cuja profissão ninguém se
preocupa em descobrir, e que, a priori, parecia ser a namorada do Joey; Rachel Green,
a rainha dos cortes de cabelo fabulosos, especialista em ter dezessete crises
de insegurança por semana; Phoebe Buffay, uma massagista riponga, metida a
cantora, compositora de singles malucos sobre gatinhos fedidos, sapatos
grudentos e outras esquisitices, habitante de um planeta conhecido como Mundo
da Lua, que chegou ao ponto de ser barriga de aluguel para que seu meio-irmão
pudesse procriar com a professora; e Joey Tribbiani, um ator não muito
inteligente e sem sorte, cujo papel de maior destaque foi como dublê da bunda
do Al Pacino.
Misture
essas seis pessoas singulares, e terá a receita para uma das sitcoms de maior
sucesso da TV americana, e a turma de amigos mais icônica, famosa e amada da
ficção.
Quem Ama Refrigerante de
Laranja?
É
verdade que a Nickelodeon sempre foi fera em criar duplas atrapalhadas e
carismáticas – Drake e Josh são bons exemplos, e possivelmente a última série
realmente boa produzida pelo canal –, mas é impossível não colocar Kenan &
Kel nessa lista. Veja bem: Kenan até era um cara inteligente, tinha umas ideias
mirabolantes que provavelmente só funcionariam por milagre, e um talento
espetacular para se meter em encrencas, geralmente provocadas por seu amigo
atrapalhado Kel, que, além de não ser muito inteligente, sempre inventa novas e
divertidas maneiras de estragar tudo. Dá até para destacar algumas de suas
maluquices mais extraordinárias, como: permitir que Kenan prendesse a cabeça
numa grade para tentar recuperar seu ioiô, sabendo que só era preciso dar a
volta e pegá-lo; espremer um suéter lavado na privada em cima da calça de Kenan
durante um encontro – e mais adiante, fritar o dito suéter como se fosse um
pastel –; confessar no tribunal que deixou cair um parafuso no atum de Kenan,
sabendo que os donos da fábrica estavam dispostos a pagar uma fortuna de
indenização para evitar o escândalo – a honestidade nem sempre é a melhor
política, principalmente depois de ter deixado o amigo acreditar por tanto
tempo que a lata de atum tinha sido embalada incorretamente –; marcar um
terceiro encontro para o Kenan, que já estava tendo que se desdobrar para
comparecer a dois no mesmo dia e horário; deixar o pai do Kenan invisível no
futuro ao apontar a pistola desintegradora lixonator
para o lado errado; e por aí vai...
E
mesmo ele sendo particularmente responsável por praticamente todos os azares do
Kenan, o gordinho nunca o deixa de lado, nem abre mão de sua companhia; muito
pelo contrário, faz questão de tê-lo por perto, mesmo quando seu pai o põe para
correr. Isso é que amizade verdadeira: na alegria e na tristeza, na sorte e na
furada...
Scooby-Dooby-Doo!
Preciso
confessar: uma das influências para eu ter me tornado escritora foi a turma do
Scooby Doo, e basicamente foi o motivo porque comecei escrevendo um romance
policial (ainda não publicado). Sempre fui fã dessa turminha, e em se tratando
de amizade na aventura e na furada, não tem exemplo melhor. Veja bem: temos um
cara que poderia facilmente ter sido o escroto da escola, batendo nos mais
fracos e colando os nerds na privada, mas preferiu juntar seus amigos, cair na estrada,
e resolver mistérios para que ninguém precisasse passar sufoco por mais de
vinte minutos de um episódio; uma garota que poderia ter sido líder de torcida,
rainha do baile, e depois tentado o teste do sofá para entrar numa produção de
Hollywood, mas preferiu bancar a donzela em perigo para ajudar a prender os
vilões; uma garota inteligente, que não deixa passar um detalhe, e podia
perfeitamente ter feito vestibular para Harvard e se tornado desembargadora, de
repente um dia poderia ser eleita governadora de algum Estado, quiçá presidente
dos Estados Unidos... Em vez disso, ela preferiu continuar usando o mesmo
vestido laranja por décadas, perdendo os óculos nos lugares mais esquisitos, e
resolvendo mistérios malucos; um sujeito esfomeado, medroso e atrapalhado, que
faz qualquer negócio por um punhado de biscoito para cachorro, e que, mesmo
tremendo de medo, sempre ajuda a resolver a parada; e não vamos nos esquecer do
cachorro mais covarde da tela, que aprendeu até a falar para fazer parte dessa
turma.
Não
tem como não amar Scooby Doo! É atemporal!
E
essa turma de enxeridos passa a vida viajando num furgão, resolvendo mistérios
em diversos lugares diferentes – mais ou menos como os irmãos Winchester em
Supernatural –, sem emprego fixo, e nunca ficam sem gasolina. Sem falar que
eles parecem não carregar bagagem alguma além da bolsa de utilidades da Dafne –
nas temporadas mais recentes do desenho. Mas acho que isso não é problema para
quem conseguiu conservar o figurino dos anos 1960 sem jamais parecer fora de
moda...
Os Anjinhos de Fralda e Sem
Asas
Porque
amizade de verdade começa no berço! Ou melhor, no cercadinho de madeira do
Tommy.
Os
bebês de Rugrats – Os Anjinhos tornaram-se amigos antes mesmo de aprender a
andar. Tommy Pickles, o líder da turminha – e provavelmente o caçula – possui
inteligência e engenhosidade muito acima da média para um bebê, e é basicamente
quem os conduz em suas aventuras. Chuckie Finster, seu melhor amigo, e o bebê
mais velho, é o único que realmente tem idade para já saber falar – todos os
outros somente se comunicam entre si, e com a prima mandona de Tommy, Angélica
– a mini Helga Pataki. Phil e Lil são os gêmeos da vizinha, amiga da mãe do
Tommy, que adoram comer terra e insetos. E como aparentemente existe um acordo
tácito para que a família de Tommy – principalmente seu cachorro Spike e o avô
dorminhoco Lou – fiquem de babá da criançada, todos se encontram sempre no
cercadinho de madeira de Tommy, ou na caixa de areia em seu jardim, onde
iniciam suas aventuras.
E
o mais legal nessa turminha, é que, mesmo depois de crescidos, a amizade se
manteve intacta, assim como os traços marcantes de suas personalidades e seu
instinto de aventura.
(Não) Se Manda, Seu Cabeça de
Bigorna!
Já
que mencionei Helga, é claro que eu não podia deixar a galera da P. S. 118 de
fora dessa lista. Até porque essa é provavelmente a maior e mais diversificada
turma de amigos dos desenhos animados.
Temos
o garoto com a cabeça de bigorna que dá título ao desenho, que é muito esperto
e corajoso; seu amigo Gerald, guardião oficial das lendas urbanas do bairro, e
o personagem mais engraçado do desenho; Sid, Stinky e Harold, um garoto descolado,
um caipira e um judeu metido a valentão que se borra de medo de histórias de
terror, respectivamente; Eugene, um garoto sapateador, bem-humorado e meio
deslocado do resto da turma; Helga Pataki, uma garota mandona e mau-humorada
que adora zoar Arnold e seus amigos, embora nutra uma paixão secreta pelo
cabeça de bigorna – às vezes chamado por ela de cabeça de bola de futebol; sua
amiga Phoebe, uma garota inteligente e gentil, e uma das poucas referências de
asiáticas não estereotipadas na ficção; Honda e Nadine, respectivamente uma
garota rica, meio metida às vezes, mas em geral parceira de todos e sua fiel
escudeira fã da natureza; e eu poderia gastar umas quarenta páginas rolativas
aqui descrevendo cada um dos personagens dessa turma – Garoto Chocolate, Homem
Pombo, Homem Macaco, Garoto da Soleira, Ruth McDowell, Lyla, primo Arnie, os
pensionistas, os avós de Arnold, e muitos outros –, mas limito-me aos
principais.
É
interessante ressaltar nesse desenho que, além da amizade entre as crianças,
também existe um vínculo amistoso muito legal entre os baixinhos e os adultos,
especialmente entre Arnold e Gerald com os moradores da pensão do avô de
Arnold, e os comerciantes da vizinhança, como a florista Sra. Vitello, o
açougueiro Sr. Green, e o carteiro cujo nome me fugiu agora da memória – da
minha e do Google também, aparentemente.
Eles São os Donos da “Lua”
E
é claro que eu não poderia deixar de mencionar essa turminha do Bairro do
Limoeiro, que é uma parte maravilhosa da minha infância, e tenho certeza que de
muitos de vocês. Maurício de Souza se inspirou em suas filhas para criar as
personagens, e deu a elas personalidades tão marcantes, que os gibis e os
desenhos animados se tornaram, provavelmente, nosso maior ícone pop no gênero.
Mônica,
a baixinha, golducha e dentuça, meio
brigona, que gosta de sentar coelhada nos meninos; Magali, a amiga que tem um
saco sem fundo no lugar do estômago; Cebolinha, o galoto quase caleca que
simplesmente não consegue plonunciar a
letla “r”; e Cascão, o parente do
Chaves del Ocho, que também não é muito chegado em banho.
Aliás,
quer prova maior da amizade dessa galera do que aguentar o futum do Cascão?
E
não só por uma semana, ou um mês... Essa turminha já completou cinco décadas de
amizade! Prova que não é só a turma do Chaves que parou no tempo. As crianças
do Bairro do Limoeiro são outro bom exemplo de uma boa história que atravessa
gerações.
Para
não tornar essa lista longa demais, vou fazer apenas mais algumas menções
honrosas a Bart e Milhouse, provas de que entre tapa, encrencas e enrascadas
também se constrói uma amizade (mas que a moda não pegue!); a turminha de As
Told by Ginger, um dos desenhos mais maduros criados pela Nickelodeon; Bob
Esponja, Patrick e Sandy – e vou incluir aqui também o Lula Molusco, porque,
apesar do mau-humor, vai mexer com o calça-quadrada para ver com quantos
clarinetes se esfola uma criatura marinha; Will Smith e Carlton Banks em Um
Maluco No Pedaço – primos, primos, amigos a parte; Chris e Greg, em Todo Mundo
Odeia o Chris, um tipo de Pinky e Cérebro tentando, não dominar o mundo, mas apenas
não ser tão esfolado na escola; Moe, Larry e Curly, o trio mais biruta e mais
amado da tela, uma amizade construída com muita diversão e agressão gratuita (de
novo, que a moda não pegue!); Beetlejuice e Lydia Deetz, provando que existe
amizade após a morte; Fred Flintstone e Barney Rubow, amigos literalmente desde
os tempos das cavernas; Tintim e Milu, aquela linda amizade entre um rapaz
aventureiro e seu cão de estimação; T. J., Vince, Spinelli, Gretchen, Mikey e
Gus, os divertidos amigos que viviam grandes aventuras na Hora do Recreio; a
galera de Rocket Power, chegados m esportes radicais; a Turma do Charlie Brown
– apesar de Lucy gostar de fazer Charlie de besta, e de Snoopy aparentemente
consumir uma aguinha suspeita com seu amigo Woodstock... E agora que mencionei
isso, desconfio que pode ser o motivo para o nome do passarinho...
Enfim,
são muitos os amigos incríveis da ficção, e relacionar todos seria trabalho
para uma enciclopédia. Estes foram os meus dez favoritos.
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