Quase
vinte anos atrás, eu vi um filme no SBT (alguém ainda se lembra do Cinema em
Casa? Pois é... Desconfio: estou ficando velha!) que foi basicamente o
responsável pela minha paixão por histórias de piratas: produzido pela Walt
Disney Pictures, O Fantasma do Pirata Barba Negra, uma comédia que trouxe de
volta à vida, e de uma maneira muito divertida, um dos piratas mais temidos da
história.
Infelizmente,
como acontece com muitos filmes bons e antigos, O Fantasma do Barba Negra ficou
praticamente esquecido por décadas. No SBT não passou mais (a última
transmissão foi em janeiro de 1997), e a TV a cabo parecia ignorar sua
existência.
Até
muito recentemente, quando o Telecine Cult decidiu desenterrar essa maravilha
de seus armários. Imaginem a minha alegria por poder rever esse filme, tão
marcante na minha infância!
Senhoras
e Senhores, diretamente do além-túmulo e dos sete mares, eu lhes apresento:
O
filme começa com uma breve narrativa a respeito de seu ilustre protagonista.
“Nos primeiros anos do século
18 viveu o terrível pirata Edward Teach, mais conhecido pela alcunha de Barba Negra.
Dos mares do Caribe até as Carolinas, ele deixou um rastro sangrento de
destruição, à base de violência e terror inigualáveis. Barba Negra foi morto
numa batalha naval na costa da América. Causou muita alegria, quando
se tornou público que o temível pirata havia finalmente morrido. Será?”
E
assim, com essa pergunta pairando no ar, o filme avança para o século XX; mais
precisamente, para o final da década de 60 (quando o filme foi rodado), e nos
apresenta o outro protagonista desta história, Steve Walker, um homem que vai
até a pequena cidade de Godolphin, na Carolina do Norte, com a difícil missão de
treinar o time de atletismo da universidade local. Esta é uma missão difícil
porque, além de o time não ser muito bom, pelo que consta, nenhum treinador
permanece por muito tempo. Não sem enlouquecer, pelo menos.
Logo
que chega à simpática cidade, ele para no posto de gasolina para reabastecer
seu carro e obter informações sobre a estalagem onde pretende se hospedar, e,
por coincidência, é atendido por um de seus novos treinados: Gudger Larkin,
capitão e atleta mais forte do time – um garoto magricela que não consegue sequer
levantar a tampa do capô do carro! Tarefa que o novo treinador realiza com as
pontas dos dedos de uma única mão.
Assim,
Walker já fica ciente do tipo de atletas que ele terá que treinar. O garoto
também lhe informa que a maioria dos forasteiros prefere se hospedar no Ye
Jolly Roger, em vez da Taverna do Barba Negra, onde ele pretende se instalar.
Mas, como a taverna lhe foi bem recomendada, ele mantém o plano original.
Ao
chegar à taverna, que foi construída com partes de navios que afundaram na
região – supostamente por ataques do pirata Barba Negra –, Walker percebe que o
lugar está bem movimentado naquela noite, porque lá estão promovendo o Bazar
Bucaneiro, uma espécie de feira beneficente para ajudar as velhinhas que administram
a taverna a pagar a hipoteca para não serem despejadas do lugar.
Ele
é rapidamente informado de que a proprietária, a Sra. Stowecroft, está lendo o
destino numa tenda. Então, ele vai até lá, na intenção de se hospedar, e acaba
recebendo uma estranha profecia sobre seu futuro:
“Sente-se Ishmael. Aqui nós acomodamos
os vivos, mas quem irá acomodar os mortos? Dê-me sua mão! Ah, sim... Vejo feitos
obscuros de violência, coisas ressuscitadas que deveriam estar apodrecendo. Mas
há coisas boas também. Felicidade e alegria para o povo de Godolphin, feitas
por um antigo mal, em gratificação a você, Ishmael, que sacrificou sua vida
para trazê-lo de volta”.
Em
seguida, sem ao menos conseguir a chave de um quarto, ele é posto para fora da
tenda, e logo se encanta por uma bela moça que está de plantão na barraca do
beijo. E já que ela está lá para isso, ele não faz a menor cerimônia em se
aproximar, beijar primeiro e pagar depois.
Sem
saber que ali há um pequeno engano, pois a moça estava apenas tomando conta da
barraca na ausência de sua legítima ocupante. Mas já que começaram a
brincadeira, ela lhe oferece a especialidade da casa por cinco dólares: o beijo
do Tarcísio Meira e da Glória Menezes na novela das nove. Ele bem que tentou
repetir a dose, mas ela esperou que ele pagasse adiantado para informá-lo de
que aquela modalidade de beijo tem o limite de apenas um por cliente.
Mas
o novo treinador ficou bastante impressionado com a moça, que ele descobre em
seguida ser a professora Jo Anne Baker, da universidade de Godolphin, e decide
impressioná-la no leilão que acontece em seguida, em benefício da comunidade de
velhinhas conhecidas como “As Filhas dos Bucaneiros”, pois descendem da
tripulação de Barba Negra, e se orgulham disso. Essas velhinhas administram a taverna,
e há muitos anos cuidam dessa ruína, que elas transformaram num patrimônio
cultural. Parte da taverna foi transformada num hotel, que foi a maneira que
encontraram para manter o lugar funcionando. Mas agora elas precisam reunir a
quantia de 38 mil dólares para pagar a hipoteca que está prestes a vencer, ou
perderão a taverna. E para conseguir o dinheiro, elas decidiram leiloar objetos
e relíquias que pertenceram ao Capitão Barba Negra e sua tripulação.
O
leilão é presidido por sua estalajadeira, a Sra. Stowecroft, mas há um figurão
no recinto disposto a impedir o sucesso do evento, coagindo as pessoas a não
darem lances pelos objetos – com o argumento de serem falsos, ou para não
correrem o risco de amanhecer deitados num formigueiro. Porém, Walker não se
deixa intimidar, e decide dar uma mãozinha para o sucesso dessa empreitada das
velhinhas, aumentando os lances sobre um braseiro que supostamente pertencera a
Aldetha Teach, a décima esposa de Barba Negra, e acaba arrematando o artefato
pela singela quantia de duzentos dólares.
No
fim das contas, sua atitude acaba sendo de grande valia para encorajar as
pessoas a ignorarem o tal figurão, e assegurar o sucesso do leilão.
Quando
tudo termina, ele vai cumprimentar a professora, e ela lhe conta porque aquele
sujeito tinha tanto interesse em estragar o bazar:
Antigamente,
o rio corria em outra direção, e a taverna não estava em ilha nenhuma, fazia
parte do continente. Mas há uns oitenta anos, uma tempestade violenta mudou o
curso do rio, isolando a taverna numa ilha, e ninguém conseguiu esclarecer em
que jurisdição a taverna realmente está. Por isso o Sr. Seymour, o sujeito que
tentou impedir o êxito do leilão, quer lhes tomar a taverna, para destrui-la e
transformá-la num cassino, onde ele poderá lavar seu dinheirinho sujo na santa
paz, sem que ninguém possa incomodá-lo.
Depois
que a professora vai embora, acompanhada pelo Sr. Purvis, treinador do time de
futebol americano de Godolphin, com quem Walker disputara lance a lance o
braseiro de Aldetha Teach, Walker finalmente consegue um quarto na taverna –
precisamente o quarto que pertencera ao Capitão Barba Negra, que ainda ostenta
na parede um retrato da antiga proprietária de seu novo braseiro velho. E a
Sra. Stowecroft não se abstém de lhe contar detalhadamente a história daquela
mulher e da maldição que ela lançara sobre seu ex-marido antes de morrer.
Diz
a lenda, que Aldetha era uma bruxa, e que fora Barba Negra quem a jogara na
fogueira. Então, a mulher, furiosa, lançou uma maldição sobre ele enquanto
morria queimada. Ela condenou Barba Negra a vagar para sempre no limbo (entre o
mundo dos vivos e dos mortos), sem ser visto ou ouvido por ninguém; sozinho
para sempre, ou até que se achasse nele algum indício de bondade humana, algo
que ela supunha ser impossível, já que o pirata era precisamente o homem mais
cruel e sem coração que já habitara esse mundo.
E
depois de contar essa fascinante história de fantasma, com direito a imitações
das gargalhadas apavorantes da bruxa, a Sra. Stowecroft o deixa sozinho para
dormir no camarote mal-assombrado.
Aconteceu,
então, que, quando foi tirar os sapatos, Walker sentou-se acidentalmente no
cabo de seu braseiro de 200 dólares, e pela facilidade com que o cabo quebrou,
ficou evidente que a relíquia era feita de um material bem vagabundo – ou que já
tinha sido bastante danificada pela ferrugem. Mas foi graças a isso que ele
teve a comprovação de que ele pertencera, de fato, à Aldetha Teach, pois o cabo
continha um pergaminho muito velho e empoeirado com os feitiços da bruxa.
E
como não tinha nada melhor para ler antes de dormir, ele começa a recitar um
dos encantamentos dela, que servia para invocar almas presas no limbo, e
convidá-las a regressar ao nosso mundo. E foi assim que o novo treinador da
equipe de atletismo de Godolphin ganhou um novo colega de quarto: o fantasma do
pirata Barba Negra.
Passado
o susto inicial, o fantasma lhe contou que as lendas exageraram um pouquinho sua
reputação, pois ele pode realmente ter forçado uma esposa ou duas a caminhar na
prancha, só para matar o tédio e evitar que a tripulação esquecesse quem estava
no comando do navio, mas jura que jamais acendeu uma vela sequer para aquela
bruxinha, embora o tenham alertado sobre suas feitiçarias.
E
como está a seco há quase duzentos anos, Barba Negra decide sair do quarto,
assaltar a adega das velhinhas, e matar a saudade do rum. Ao cruzar com a Sra.
Stowecroft no caminho, o pirata a cumprimenta com toda a cortesia, porém, ela
não o vê nem o ouve. Então ele percebe que continua preso no limbo, mas,
felizmente, não está mais tão sozinho, pois, graças a ter recitado o feitiço de
Aldetha, Walker se tornou a única pessoa que consegue vê-lo e ouvi-lo. E depois
de ter passado quase dois séculos na solitária sobrenatural, Barba Negra não
quer perder sua companhia.
Mas
também não está a fim de facilitar sua relação com o novo amigo, mostrando-se
um colega de quarto muito barulhento, inconveniente, e até perigoso. Pois, logo
depois que Walker vai para a cama, Barba Negra começa a bancar o sonâmbulo para
espantar o forasteiro de sua cama, ameaçando até golpeá-lo com a espada.
E
como não está a fim de comprovar se a história do fantasma é verdadeira ou não,
nem de acordar pregado na cabeceira da cama, Walker decide aceitar o conselho
do garoto do posto de gasolina, e procurar outra hospedaria na cidade, o hotel Ye
Jolly Roger, em vez de dividir a cama com o pirata. Ele só não percebeu que o
fantasma estava viajando com ele no banco de trás.
Os
problemas do treinador começam quando o fantasma do pirata confunde o carro com
um navio, e decide assumir o “leme”, colocando o carro em alta velocidade, passando
por cima de tudo em seu caminho, e irritando a paciência de um guarda ao
disputar com ele uma garrafa de rum.
Agora
aprenda como se livrar de uma multa em quatro lições básicas com o Capitão
Barba Negra:
Primeiro:
faça o guarda pensar que você está maluco, tentando tirar a garrafa de rum das
mãos de um fantasma; depois, deixe o fantasma se divertir com o bloco de multas
do policial; em seguida, deixe-o descarregar a arma do policial, fazendo
malabarismos com ela no ar e distribuindo tiros para tudo quanto é lado – só tenha
cuidado para não ser atingido, no processo; para finalizar, deixe o fantasma
dar umas voltinhas na motocicleta do guarda, só para fazê-lo correr atrás dela
como um cachorro correndo atrás da linguiça.
Claro
que isso acaba colocando Walker numa confusão ainda maior, e fazendo-o passar a noite
hospedado numa cela na delegacia local, na companhia do fantasma. E como tem
interesse em se livrar rapidamente de seu novo amigo de fé, irmão, camarada,
Walker tenta descobrir se Barba Negra já praticou qualquer ato de bondade que
possa quebrar a maldição de Aldetha, ou pelo menos, se existe algo que ele
possa fazer para quebrá-la. Mas Barba Negra garante que nunca fez nada de bom:
nunca sequer acariciou um cachorro, ou ajudou uma senhora a atravessar a rua.
Então Walker se recorda do tesouro que dizem que Barba Negra escondeu antes de
morrer. Se ele disser onde o enterrou, as velhinhas podem usar o tesouro para
pagar a hipoteca e salvar a taverna.
Acontece
que o tal tesouro de Barba Negra não passa de uma lenda urbana. Para desalento
do pobre Walker, que percebe que não se livrará do inconveniente fantasma tão
cedo.
E
enquanto ele troca figurinhas com o fantasma do pirata na prisão, o reitor da
universidade, o Sr. Purvis e a professora Baker foram informados de seu
infortúnio, e também de que Walker passara a noite inteira falando alto com
alguém em sua cela, mas não havia ninguém preso junto com ele.
Apesar
dessa esquisitice, Jo Anne defende o novo treinador do time de atletismo,
contando ao reitor que, na noite do leilão, enquanto Silky Seymour – o gângster
que pretende despejar as velhinhas após o vencimento da hipoteca para construir
seu cassino – e seus capangas acovardavam os possíveis compradores das peças,
Walker os enfrentou como homem. É bem verdade que ele ainda não sabia quem era
aquele figurão, mas demonstrou ser um homem de coragem, por isso, devem
insistir nele. Além disso, o reitor está ciente de que, de uns tempos para cá,
todos os treinadores da equipe de atletismo de Godolphin têm ficado meio
pancadas.
Eles
o observam pela janela do gabinete do reitor, quando Walker inicia o trabalho
de treinamento com os garotos, e ao verem-no brigando sozinho, deduzem que ele
é louco. Mas, na realidade, o que está acontecendo é que Barba Negra descobriu
que os apostadores estão oferecendo 50 para 1 na vitória da equipe de atletismo
da universidade Godolphin no torneio de Broxton – porque é claro que todo mundo
sabe que é mais fácil um cachorro virar vegetariano do que o time de Godolphin
vencer –, e pretende dar uma mãozinha aos garotos para vencerem a competição e
usar o dinheiro para ajudar as velhinhas, e assim, quebrar a maldição. Porém
Walker se recusa a trapacear.
E
como não está preocupada com a loucura dele, e aparentemente o beijo de cinco
dólares que trocaram no Bazar Bucaneiro também lhe agradou, Jo Anne decide
fazer as honras como chefe do comitê de boas-vindas da universidade, que diz
que ela deve receber os alunos e professores de Godolphin, e convidá-lo para
jantar naquela noite.
E
nesse jantar, Walker confessa a Jo Anne que viu o fantasma de Barba Negra na
taverna, e que ele o tem assombrado desde então. Ela ainda está convencida de
que ele é maluco, mas, como parece inofensivo, ela decide ajudá-lo, dando-lhe o
endereço de uma lojinha onde ele poderá mandar consertar o cabo do aquecedor de
cama de Aldetha Teach, e é quando o treinador vê um monte de dinheiro dentro da
bolsa dela.
Ao
que ela explica que aquele é o dinheiro que arrecadaram no Bazar Bucaneiro, e
que ela não quis deixar em seu apartamento, pois pretende depositar no banco
amanhã de manhã. Aparentemente, a doce professora não conhece os perigos de
andar por aí com 900 dólares em dinheiro na bolsa. Sobretudo em companhia de um
maluco que está sendo seguido pelo fantasma de um pirata.
Então,
Barba Negra, decidido a desobedecer Walker, espera que eles se distraiam
pedindo a salada, para derrubar a bolsa dela no chão e roubar o dinheiro sem
que eles percebam. Em seguida, ele leva o dinheiro até a central de apostas,
escreve num papelzinho sua aposta na equipe de Godolphin, e troca pela aposta
de um velhinho distraído. O funcionário do guichê, que está recebendo as
apostas, confere se o velho tem certeza do que está fazendo, e como o velho não
sabe que o fantasma o está usando para fazer o trambique, pede que o homem faça
logo sua aposta e não amole. O sujeito vai lá consultar seu supervisor sobre
quanto estão valendo as apostas naquele time ridículo, e Seymour – aquele que
está louco para despejar as velhinhas –, depois de cair na gargalhada a custa
do idiota que pretende apostar uma pequena fortuna nos patetas, autoriza o
apostador a oferecer 50 dólares para 1, já que a equipe de Godolphin não
conseguiria ganhar nem se estivesse competindo contra preguiças.
Barba
Negra espera até que o sujeito do guichê se vire, e então pega seu recibo e
coloca o dinheiro e a aposta do velho de volta no balcão, fazendo o coitado se
passar por maluco diante de Seymour e do apostador, com uma suposta segunda
aposta num time diferente.
E
Barba Negra, como se não tivesse aprontado nada, coloca o recibo da aposta na
bolsa de Jo Anne no lugar do dinheiro sem que ela veja. Só que o garçom acaba
tropeçando no pé do fantasma e derrubando o sorvete que trazia para o casal, do
mesmo modo como derrubara a salada, e, por causa disso, Walker e Jo Anne acabam
indo embora sem terem comido a sobremesa, mas seguidos por um fantasma que
roubara mais uma garrafa de rum do bar.
O
torneio de Broxton acontece no dia seguinte. Jo Anne chega ao evento fula da
vida, e vai tirar satisfações com Walker, pois acredita que foi ele quem roubou
o dinheiro das velhinhas e o trocou por uma aposta, já que ele era o único que
sabia que ela estava com o dinheiro, e ela não acredita na história de que o
fantasma de dedos leves larapiou a grana de sua bolsa.
Então,
Walker vai tirar satisfações com Barba Negra, lhe dá uma bronca, e pede que não
se meta no desempenho dos garotos. Barba Negra fica furioso e ofendido com a
desfeita do treinador, e diz que ele vai voltar rastejando, depois de perder
tudo, para pedir que ele dê uma mãozinha ao time.
Walker
volta para o torneio, e logo percebe que sua equipe está prestes a selar a
ruína das pobres velhinhas, pois já perderam duas provas e estão agarrados na
lanterna da competição.
Jo
Anne, prevendo o desastre, vai conversar com Seymour, e pede para cancelar a
aposta e devolver o dinheiro, mas o gângster recusa. Ela argumenta que, se as
velhinhas perderem a taverna não terão para onde ir, mas ele se mantém
irredutível.
Então,
Barba Negra, que viu toda a cena, decide contrariar Walker e tomar providências
para ajudar as filhas de suas bisnetas.
Ele
se aproveita de não poder ser visto por ninguém além de Walker para fazer os
atletas de Godolphin vencerem todas as provas, até empatar em primeiro lugar
com a universidade Broxton. Porém, pouco antes da última prova – a corrida de
revezamento –, Walker dá um esporro no pirata, e pede que ele pare de
trapacear. E sua bronca acaba ferindo os sentimentos de Barba Negra, de modo
que ele desiste de ajudá-lo na última prova, o que acaba colocando Godolphin novamente
em último lugar.
Nesse
momento, Walker percebe que precisa do pirata para vencer, ou as pobres
velhinhas serão despejadas. Então ele manda todos os seus escrúpulos para o
inferno e suplica que o fantasma volte a ajudar os garotos.
Então,
depois de provocar o caos na prova, fazendo os competidores das outras equipes
correrem com cachorros-quentes e garrafas em vez das bandeiras de suas equipes,
ele ainda carrega o atleta de Godolphin até a linha de chegada, fazendo as Filhas
dos Bucaneiros ganharem 45 mil dólares.
O
problema é que o Sr. Seymour se recusa a pagar a aposta.
Então
o treinador fica furioso e decide se aliar outra vez ao fantasma para ir tirar
satisfações com o malandro.
E
já chegam chegando: Barba Negra perde a paciência porque Seymour se recusa a
recebê-los, e derruba a porta sobre seus capangas, deixando claro que não está
ali para brincadeiras.
Porém,
ainda decidido a passar a perna nos mocinhos, agora que está tão perto de pôr
as mãos na tão sonhada propriedade livre de impostos, Seymour propõe devolver
os 900 dólares que apostaram nos atletas e permitir que eles apostem esse
dinheiro na roleta de seu cassino; e se vencerem, desta vez, ele paga sem
reclamar.
O
problema é que faltam apenas 28 minutos para a meia-noite, quando vence o prazo
para pagarem a hipoteca da taverna, de modo que eles têm pressa de jogar e
limpar os bolsos do gângster. Só que Jo Anne, ao ganhar as primeiras rodadas –
com a ajuda do fantasma trapaceiro: primeiro, movendo as fichas para o número
onde parou a roleta, e depois, movendo a bolinha para o número certo –, começa
a gostar da brincadeira, e vai fazendo as apostas devagar.
Preocupado
que eles consigam o dinheiro que precisam para salvar a taverna, um dos
capangas de Seymour aconselha o responsável pela roleta a usar o pedal que faz
a bolinha pular mais uma casa para fazer a professora perder. Mas, como ainda
têm metade das fichas que ganharam da primeira vez, e Barba Negra está dando um
jeito na maracutaia – ligando o fio do pedal na meia dos bandidos –, Walker aposta
tudo no número onze.
Assim,
eles põem a roleta novamente para rodar, e quando o sujeito tenta usar
novamente o pedal, acaba sendo eletrocutado, e nada pode fazer para impedir que a
bolinha pare no número escolhido por Walker, que recolhe todas as fichas e leva
até o caixa para receber o dinheiro. E como estão com o tempo apertado, ele
pega apenas os 38 mil dólares que precisam, e deixam o restante do prêmio de
gorjeta, antes que Seymour volte para impedi-los de sair dali com a grana.
O
gângster até tenta tomar o dinheiro de Jo Anne, mas Barba Negra interfere mais
uma vez, roubando as armas dos bandidos, de modo que só lhes sobram os dedos
para apontar para Walker e ameaçá-lo. Então, Barba Negra decide aproveitar-se
mais um pouquinho da suposta insanidade do treinador, e o convence a revidar,
apontando o dedo para os bandidos como se fosse uma pistola, e incentivando-o a
disparar. E os dedos de Walker não erram nenhum tiro!
Os
bandidos tentam revidar com a mesma mandinga, mas com eles, obviamente, não
funciona. Porque essa é uma mágica que só pode ser praticada por aqueles que têm bom coração... E um fantasma jogando no seu time!
Por
fim, Walker dá um soco no gângster, e corre com Jo Anne para pegar um barco e
atravessar o canal até a ilha onde estão a taverna e as Filhas dos Bucaneiros,
deixando Barba Negra para trás para completar o serviço, atrasando os bandidos
enquanto eles fogem.
Enquanto
isso, na ilha, as velhinhas estão reunidas do lado de fora da taverna, diante
da praia, com o cobrador que veio receber o dinheiro da hipoteca ou executar a
dívida, caso não seja paga, e já está fazendo a contagem regressiva para o
encerramento do prazo. As pobres senhoras estão ali, desconsoladas, apenas
aguardando o soar das doze badaladas da meia-noite para receberem a ordem de
despejo, quando, no último segundo, Jo Anne chega para fazer o pagamento e
tomar o recibo da hipoteca das mãos do cobrador.
As
velhinhas começam a comemorar, e a Sra. Stowecroft concede a Walker a honra de
queimar a hipoteca na fogueira que tinham acendido na praia, mas ele recusa, e
a concede a quem realmente merece, o responsável por terem conseguido o
dinheiro: Barba Negra.
E
nesse momento elas veem o barco vazio chegando na praia, e em seguida, os
passos se formando na areia, vindo em sua direção. Então, Walker pede que elas
repitam com ele o feitiço que estava no pergaminho de Aldetha Teach, que fora
encontrado no cabo do braseiro, e assim, todas passam a ver o fantasma de Barba
Negra, que é recebido com grande alegria pelas Filhas dos Bucaneiros.
Barba
Negra divide com Walker o mérito por ter salvo a taverna, pede o vil documento
à Sra. Stowecroft e o joga na fogueira.
E
agora que praticou sua boa ação, Barba Negra está finalmente livre para
descansar em paz, numa praia distante e hospitaleira, para sempre livre da
maldição de Aldetha. Pelo menos, é o que ele espera.
Então,
Barba Negra recomenda que Jo Anne cuide bem de Walker, pois ele precisa muito
da ajuda dela, e deixa saudações e um beijo a todas as damas antes de partir.
E
sob o coro de agradecimento das velhinhas comovidas, ele parte para a
eternidade.
Parece
que aqueles cinco dólares realmente valeram a pena para o treinador. Uma
quantia bem pequena em se tratando da conquista de um grande amor.
Assim,
o barco de Barba Negra desaparece no nevoeiro, e ele é recebido pela tripulação
fantasma de seu antigo navio, a quem começa a dar ordens para zarpar.
Boa noite Talita,
ResponderExcluirProcurava algo a respeito do filme, que nem lembrava o nome mas tinha me deixado com o mesmo sentimento que você descreveu no começo do post. Obrigado pelo texto do post. Novamente, compartilho o mesmo sentimento pelo filme, que me fez chegar ao seu blog.
Outra coisa, parabéns pelo blog. Gostei muito do estilo.
Acho que vou ler algum livro seu.
Abraços
Alberto
Nossa, Alberto, obrigada, fico muito feliz que tenha gostado do post e do blog. Esse filme sempre foi muito especial para mim, pena que seja tão raro passar na TV.
ExcluirNa dúvida, leia! Suspeitíssima para falar, mas tenho certeza que você vai gostar dos meus livros ;)
Seja sempre muito bem-vindo!
Beijos *-*