Nostalgia é a palavra que define O Diário do Chaves. Saudade, não do personagem, é claro, que continua no ar firme e forte elevando os índices de audiência em todas as emissoras por onde passa – seja no SBT, no TBS, no Boomerang ou no Cartoon Network (embora não esteja mais no ar nos dois últimos) –, mas de seu criador, que nos deixou em 2014, e cuja astúcia infelizmente não poderemos mais contar.
O DIÁRIO DO CHAVESTítulo Original: El Diario del Chavo del OchoAutor: Roberto Gómez BolañosEditora: Suma de LetrasPáginas: 156Gênero: Humor
Sinopse:
'Escrito' pelo próprio Chaves, este livro traz uma coleção de pensamentos e situações envolvendo a turma do programa de TV: Seu Madruga, Kiko, Chiquinha e muitos outros estão presentes no livro.
Primeiro livro de ficção sobre Chaves a ser lançado no Brasil, o 'Diário do Chaves' desvenda histórias nunca reveladas pelo personagem na série de TV, que há quase 20 anos vem alcançando altos índices de audiência no país. A obra traz ainda ilustrações feitas pelo autor.EEEEE ❤
No
início do livro, Bolaños nos conta como conheceu o personagem que se tornou “o
menino” de seus olhos: durante um passeio pelo parque, Bolaños foi abordado por
um garoto muito pobre, de roupas velhas e remendadas, calçando sapatos muito
velhos e de segunda mão, que obviamente pertenceram a um adulto, com um gorro
com tapa-orelhas que devia ser muito útil durante o inverno, carregando uma
caixinha de engraxate, e perguntando-lhe se “queria graxa”. Os sapatos de
Bolaños realmente não precisavam ser engraxados, mas ele quis poder conhecer
melhor aquele garoto que, desde o princípio, lhe pareceu ser a perfeita
encarnação da ternura.
Bolaños
tentou puxar conversa com o garoto, enquanto ele engraxava seus sapatos, e
ficou particularmente encantado com sua singular manifestação de alegria ao
receber o pagamento pelo serviço e uma gorjeta com a qual ele poderia comer seu
tão desejado sanduíche de presunto.
Então,
depois que o garoto foi embora, e Bolaños já lamentava que talvez não voltasse
a encontrar aquela tão fascinante criatura, ele percebeu que o menino esquecera,
no banco do parque, um caderno, que ele logo descobriu que era o diário desse
menino, cujo nome não fez questão de lhe dizer, pois era conhecido simplesmente
como Chaves.
A
partir daí, Bolaños transcreveu palavra por palavra (tomando a liberdade de
fazer apenas algumas correções de sintaxe) o diário daquele garoto especial que
ficaria para sempre em sua memória.
O
Diário do Chaves é, basicamente, um
resumo da série mais amada do planeta: ali ele apresenta cada um dos
personagens tão queridos que moram na vila do Sr. Barriga, as constantes brigas
da Dona Florinda com o Seu Madruga, a esperteza da Chiquinha, a burrice do
Quico, o medo que sentem da bruxa do 71, as aulas do Professor Girafales, as
frequentes fugas do Seu Madruga para não pagar o aluguel ao Seu Barriga, e o
simpático Jaiminho, o carteiro que prefere evitar
a fadiga. Aliás, a passagem mais triste do livro tem a ver justamente com o
querido e velho carteiro nascido em Tangamandápio.
Ao
longo do livro, o leitor reconhecerá inúmeros episódios da série, em piadas e
cenas transcritas quase integralmente por Chaves. Os acontecimentos se misturam,
e levam o leitor a rir novamente de cenas que está super acostumado a ver na
televisão, e de outras mais, que provavelmente pertencem a episódios que
permanecem inéditos no Brasil.
No
final, ainda nos presenteia com um relato de Florinda Meza, a respeito do – acreditem
se quiser – inesperado e imenso
sucesso que os personagens tiveram mundo afora, com menções a várias viagens de
turnê do elenco pela América Latina (incluindo o Brasil), fatos e surpresas
interessantes que tiveram nessas viagens.
Sem
falar nas incríveis gravuras, feitas pelo próprio Bolaños.
É
um livro nostálgico, que está ali, pronto para se tornar o queridinho de
qualquer fã da Turma da Boa Vizinhança. Não traz nenhuma grande novidade em
relação à história do menino que se esconde no barril, mas mora na casa de
número oito; mas nos faz sonhar por algum tempo com esse maravilhoso time de
personagens que fizeram parte da nossa infância, e que permanecerão fazendo
parte das nossas vidas, provavelmente, para sempre.
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