Minha história
com a Carina Rissi pode ser resumida como amor à primeira leitura. Confesso que
não tinha lhe dado a devida importância quando peguei Procura-se Um Marido pela primeira vez, e acho que passei por ele
tão rápido que nem sequer registrei exatamente o seu talento. Mas depois de ler
Perdida (duas vezes!), aquele livro
que o Aurélio precisa inventar palavras novas para definir o quanto é
sensacional, e que eu espero do fundo do coração que vire um filme mais bem
feito que as últimas adaptações sofríveis de sucessos literários que a
indústria cinematográfica tem nos imposto nos últimos anos (e, por indústria
cinematográfica, me refiro tanto à nacional quanto à Hollywood), e de me
deliciar ainda mais com a continuação, Encontrada,
decidi pegar de novo Procura-se Um Marido, e apreciá-lo com mais calma.
Acontece que, ano retrasado, quando peguei esse livro pela primeira vez, tinha muita coisa
na minha cabeça, e eu devo ter achado a história meio clichê. E, de fato, ela
é. Mas isso não significa que não mereça o devido respeito e atenção.
PROCURA-SE UM MARIDOAutora: Carina RissiEditora: VerusPáginas: 476Gênero: Romance
Sinopse:Alícia sabe curtir a vida. Já viajou o mundo, é inconsequente, adora uma balada e é louca pelo avô, um rico empresário, dono de um patrimônio incalculável e sua única família. Após a morte do avô, ela vê sua vida ruir com a abertura do testamento. Vô Narciso a excluiu da herança, alegando que a neta não tem maturidade suficiente para assumir seu império a não ser, é claro, que esteja devidamente casada.Alícia se recusa a casar, está muito bem solteira e assim pretende permanecer. Então, decide burlar o testamento com um plano maluco e audacioso, colocando um anúncio no jornal em busca de um marido de aluguel.Diversos candidatos respondem ao anúncio, mas apenas um deles será capaz de fazer o coração de Alícia bater mais rápido, transformando sua vida de maneiras que ela jamais imaginou.Cheio de humor, aventura, paixão e emoções intensas, Procura-se Um Marido vai fisgar você até a última linha.EEEEE
Alícia Moraes
de Bragança e Lima é neta de um dos maiores empresários do Brasil – e talvez,
do mundo –, Narciso Moraes de Bragança e Lima, dono do multibilionário
Conglomerado Lima. E quando seu avô morre subitamente, vítima de uma doença que
ela não sabia que ele tinha, Alícia se torna sua única herdeira, já que é a
única parente viva de Narciso. Mas, como o avô sabia que ela era uma
garota-problema, irresponsável, que vivia se envolvendo em confusão, e que
provavelmente torraria toda a grana viajando pelo mundo, e acabaria na miséria,
morando na rua e sendo enterrada como indigente – proeza que Alícia se julga
incapaz de realizar, pois, ainda que ela usasse notas de cem dólares como papel
higiênico e tomasse uma caixa de laxante todos os dias, ela sabia que seria
impossível acabar com todo o seu patrimônio em uma única vida; ainda que ela
durasse mil anos! –, ele estabeleceu uma cláusula em seu testamento: para que
Alícia recebesse a herança, ela teria que se casar. Só depois de estar casada
durante um ano, é que Alícia, enfim, receberia sua herança. Até aí, nada de mais...
O problema é que Alícia tem simplesmente horror à palavra casamento!
E enquanto
tenta fugir da imposição de seu avô, e descobrir um jeito de impugnar o
testamento, Alícia é obrigada a dançar conforme a música que Narciso deixara
orquestrada: vivendo sob a tutela do advogado da família, reduzida ao cargo de
menor importância em uma das empresas do Conglomerado que ela espera herdar um
dia, com um salário que não dá nem para abastecer seu carro durante uma semana,
e sofrendo todo tipo de humilhação por parte dos funcionários, que decidiram
obedecer à risca a recomendação de seu avô e tratá-la como uma funcionária
qualquer, sem nenhum privilégio por ser a futura dona das empresas.
Desesperada
para recuperar seu conforto e seu dinheiro, desanimada da sorte que o destino
lhe reservara, e recusando a única outra alternativa encontrada para ter sua
vida de volta – desacreditar a sanidade de seu avô com base na doença que o
matou, e assim, poder anular o testamento com a alegação de que ele não estava
em seu juízo perfeito quando o redigiu –, Alícia se rende, e decide acatar a
última vontade de Narciso e cumprir a cláusula estabelecida por ele para que
ela possa, enfim, receber sua herança. Mas ela faz isso a seu modo.
Como não
pretende ficar casada mais tempo que o necessário, nem tem qualquer intenção de
ter uma vida conjugal real, Alícia põe um anúncio num jornal procurando um
marido de aluguel, prometendo um generoso pagamento ao fim do contrato – já
que, neste momento, ela está mais lisa que manteiga derretida.
A única coisa
que ela não imaginava, era que esse casamento de mentira, com o homem que ela
menos suportava na época, fosse se tornar a parte mais valiosa de sua herança.
Bem, como era
de se esperar de um chick-lit, a
mocinha cai de amores por um homem que aos poucos vai se mostrando melhor do
que a encomenda. Mas nem só do clichê máximo da literatura romântica vive o
livro de Carina Rissi.
Procura-se Um Marido é uma história
extremamente engraçada, com personagens cativantes e divertidos, que fazem
questão de conquistar o leitor a cada página virada.
Alícia não é
apenas uma riquinha fútil, que precisa aprender a ser pobre, ou recuperar seu
status. Há um momento em que se pode questionar se, talvez, a sabedoria de
Narciso não o teria inspirado a redigir um testamento que faria o melhor, não
só para a neta, mas também para muitas outras pessoas. Pois, à medida que vai
mergulhando nesse universo desconhecido da pobreza, Alícia vai se dando conta
de muitas coisas: que talvez ela entenda muito mais de negócios do que supunha,
e que pode ser perfeitamente capaz de assumi-los quando chegar a hora, sem
transformar tudo no grande caos que seu avô temia; que ser inserida nas funções
mais baixas da empresa lhe permitiu conhecer e sentir na pele tudo o que esses
funcionários passam, e permitiu que eles ganhassem uma voz ativa e incisiva
para clamar por eles ante a presidência; e principalmente, permitiu que ela
descobrisse que a vida é muito mais do que baladas e viagens pelo mundo; e que
não precisa ficar sozinha se não quiser, pois, embora tenha perdido toda a sua
família quando o avô morreu, ela poderia fazer parte de uma nova família. E que
talvez, a cláusula tão temida do casamento, em vez de um castigo, seja uma
oportunidade de refazer sua vida, e encontrar a felicidade. Pode ser que Alícia
não tenha ficado tão desamparada quanto pensava...
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