No mesmo ano do
lançamento de Drácula (1931), a Universal Pictures deu vida a outro monstro igualmente
famoso: Frankenstein!
A princípio, o papel
do Monstro foi oferecido ao ator Bela Lugosi, intérprete do Drácula, mas este o
recusou. O papel acabou sendo conquistado pelo – até então, mero coadjuvante em
Hollywood – ator britânico Boris Karloff.
No romance gótico de
Mary Shelley, o Monstro foi descrito como muito alto, corpulento, de pele
amarela como um cadáver de alguns dias, com cabelos negros mal cortados. Foram
as incisões feitas pelo Dr. Victor Frankenstein para juntar as partes que o
tornaram repugnante.
Sua aparência
original distinguia-se completamente daquela que o mundo conhece, e que foi
criada nesta adaptação.
Utilizando uma
esplêndida maquiagem para dar rosto ao Monstro, Boris Karloff deu ao mundo uma
nova visão da criatura, concedendo-lhe a cabeça chata e a pele verde, com
eletrodos e parafusos que fizeram do Monstro um mito.
Mas a interpretação
de Karloff vai além da estética. Os movimentos lentos e pesados do Monstro, em
vez da agilidade descrita no romance, também são obra sua, e tornaram a
criatura extremamente realista e icônica.
E como somente parte
do livro foi adaptado no filme, e o estúdio tinha interesse em produzir uma
sequência para “Frankenstein”, a parte que havia ficado de fora do primeiro
filme acabou dando vida à nova trama. Em 1935 a Universal Pictures concebeu A Noiva de Frankenstein.
Boris Karloff retornou
no papel do Monstro, para exigir que seu criador, Henry Frankenstein – embora
no livro o nome do cientista seja Victor – fizesse uma companheira para ele. A
princípio Henry se recusou a ajudá-lo, mas, instigado por seu antigo mentor, o
Dr. Pretorius, e pelo sequestro de sua esposa, Elizabeth, o cientista acabou
concordando, e o resultado de sua nova experiência foi uma criatura fêmea de
aparência muito menos grotesca que o Monstro original, interpretada por Elsa
Lanchester.
O filme é até hoje a
mais incrível sequência da história dos filmes de horror, e, independentemente
de ser uma continuação, um dos melhores filmes do gênero.
Não satisfeitos com
esses dois sucessos, os Estúdios Universal ainda produziriam em 1939 O Filho de Frankenstein, trazendo Boris
Karloff no papel do Monstro pela última vez, e com Bela Lugosi no papel de
Ygor, o assistente deformado do Barão Wolf Von Frankenstein, filho de Henry,
que ressuscita a criatura de seu pai.
Como o desfecho de
uma trilogia, o filme marcou a despedida de Karloff do papel que o imortalizou.
Mas o Monstro criado
com partes de cadáveres não morreu. Nas décadas seguintes, várias sequências
foram realizadas, tendo nomes como Lon Chaney Jr. – filho do intérprete de
Quasímodo e do Fantasma da Ópera – e Bela Lugosi no papel da criatura. Apesar
do talento inegável desses dois atores, nenhum deles foi sequer a sombra de seu
intérprete original.
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