Todos a Bordo!

em quarta-feira, 7 de agosto de 2013


Depois do sucesso de Crepúsculo versão Verônica Louca (ainda estou devendo Amanhecer – Parte 2, mas um dia eu posto), chegou a hora de falar da minha saga favorita: PIRATAS DO CARIBE!
Relaxem, eu não vou zoar a saga. Seria um tremendo sacrilégio, já que, como eu disse, é minha favorita. E não é só porque eu sou apaixonada por histórias de piratas.
Notem algumas peculiaridades do primeiro capítulo desta história:
1)   Os piratas do filme, diferentemente do que se espera, não estão em busca de um tesouro. Seu objetivo, na verdade, é DEVOLVER um!
2)   O protagonista é um pirata maluco, sem navio e sem tripulação, dono de uma ironia lógica impagável.
3)   O mapa do tesouro é uma bússola que não aponta para o Norte.
4)   O grande tesouro que o pirata protagonista quer conquistar é a posse de seu antigo navio.
5)   A mocinha, apesar de atrair confusão do mesmo modo que açúcar atrai formigas, se vira bem sozinha a maior parte do tempo, e, curiosamente, conhece o Código Pirata como ninguém!
6)   E os piratas perversos que atrapalham o protagonista em sua conquista, na verdade não são tão perversos assim. São mais espertos e divertidos que malvados.
Mas como o barato é recontar a história, vamos a ela...




Durante a travessia da Inglaterra, Elizabeth Swann, então uma garotinha, se distrai com uma antiga canção de piratas. De repente o navio onde ela viajava resgata do mar um garoto perdido, que traz no peito um curioso artefato de ouro, gravado com uma caveira no centro. Então, demonstrando desde cedo ter grande inclinação a andar com ladrões e patifes, a garotinha furta o medalhão do menino.
Oito anos se passam, e a garotinha agora é uma bela moça, filha do Governador da Jamaica, e sabe que será pedida em casamento naquele dia pelo Comodoro James Norrington. Para tal ocasião ela se traja com um elegante vestido dois números menor que seu manequim, de modo que o espartilho precisou ficar mais apertado que de costume.

Antes de sair de casa, porém, ela é detida por um jovem ferreiro que trazia uma encomenda de seu pai: a espada que seria dada de presente ao Comodoro na cerimônia de sua promoção. E naquele instante, a mocinha lança uma indireta mais que reta sobre seus verdadeiros sentimentos para com o jovem, pedindo que lhe chame apenas pelo primeiro nome, o que não era exatamente costume naquela época.
Eis que chega o momento tão esperado: o Comodoro a leva até o alto do Fort, e à sombra do campanário, está pronto para lhe fazer o pedido... E nem mesmo percebe quando, por não poder respirar devido ao aperto do espartilho, ela desmaia e despenca no mar.

Agora o nosso herói entra em ação!
Jack Sparrow, o famoso pirata, que acabara de desembarcar de uma nau ridiculamente avariada, subornando o Agente Portuário para não ter que revelar seu nome, e que já revelara a dois marujos que viera se apoderar de um navio da Marinha Real Britânica para formar uma tripulação em Tortuga, atacar, pilhar e saquear até ficar exausto – fato que foi entendido como uma piada pelos marinheiros –, deixa seus pertences com os dois, e pula na água para salvar nossa donzela em perigo. Para tal fato ele é forçado a deixar o vestido dela para trás, pois pesava absurdamente debaixo d’água.

Depois de pô-la a salvo no cais, Jack demonstra ser um canastrão experiente ao descobrir imediatamente que o motivo de ela não voltar a si é o aperto do espartilho, e ainda revela ao mundo que isso acontece o tempo todo em Singapura.
Sua atenção, no entanto, é atraída, não pelas formas de Elizabeth Swann, mas pelo medalhão furtado do náufrago há oito anos.


Eis que chegam o Governador e o Comodoro para conferir se a mocinha está bem, e Norrington acaba reconhecendo Jack como o pirata das histórias.


Então, depois de conferir que Elizabeth está bem, o Comodoro toma a decisão mais apropriada para recompensar seu salvador: ordena que o prendam e manda preparar a forca para o dia seguinte!
Neste momento entra em ação a astúcia do Capitão Jack Sparrow, que espera pacientemente até ser algemado, e aproveitando-se da corrente longa usada no século XVIII, faz Elizabeth momentaneamente refém, para recuperar seus pertences e escapar pelos ares.



Depois de despistar os guardas, ele entra na oficina do ferreiro para tentar se livrar das algemas.

Mas é surpreendido por Will Turner, o ferreiro versado em luta de espadas, que parece ter alguma aversão a piratas... Mal sabe de quem é filho!
Justamente no momento em que Jack ameaça Will com a única bala de sua pistola, o bêbado desperta para salvar o nosso herói... e nocautear o outro!
Uma grande ironia é o Comodoro, que parece detestar piratas, ficar repetindo as frases de um...

Então Jack é levado para a prisão, cuja chave é guardada pelo Madruguinha, que um bando de patifes da cela ao lado tenta atrair com um osso.
Enquanto isso, na mansão do Governador, Elizabeth está mais infeliz por ter sido pedida em casamento pelo Comodoro do que por quase ter se afogado, e depois tido sua vida ameaçada por um pirata... Compreensível, já que o romance com o ferreiro bonitão não sai do zero a zero!
De repente todo mundo para o que está fazendo ao ouvir uma musiquinha sinistra; o interlúdio de um ataque pirata que está prestes a começar em Port Royal.
Imediatamente Jack percebe que é o Pérola Negra quem está atacando a cidade, um navio de velas negras que, segundo histórias, tem uma tripulação amaldiçoada, e um Capitão tão mau que o próprio inferno o expulsou de lá; ataca navios e povoados há quase dez anos, e nunca deixa sobreviventes.

Os piratas invadem a mansão do Governador, e Elizabeth tenta fugir de Pintel e Ragetti, que a descobrem escondida num armário, graças a um tapete virado e ao brilho do ouro através da fresta na porta. Demonstrando ser conhecedora do solene Código Pirata compilado por Morgan e Bartholomew, Elizabeth invoca o direito de Parola, que garante que o capturado não pode ser tocado até ser levado à presença do Capitão.
Por uma santa falta de sorte, uma bala de canhão rompe a parede da prisão, libertando os presos da cela ao lado de Jack. Inconformado, e meio desesperado, o Capitão Sparrow apela para a tentativa dos seus ex-companheiros de chamar a atenção do Madruguinha com um osso de brontossauro, mas o bicho foge correndo ao ouvir um barulho, levando a chave consigo. Em seguida, Jack descobre que há algo muito curioso com a tripulação de seu antigo navio.


Elizabeth é levada a bordo do Pérola Negra para falar com o Capitão Barbossa, e acreditando que possa se tornar refém dos mandriões se souberem que é filha do Governador, diz que seu sobrenome é Turner, desconhecendo que este é justamente um dos motivos que os levaram à Port Royal. Como Barbossa está desinclinado a aquiescer a sua solicitação, Elizabeth barganha ameaçando jogar o precioso medalhão pirata no mar.

Agora, aprendemos uma preciosa lição: ao barganhar com piratas, lembre-se que saber colocar todos os termos é essencial para o bom êxito da negociação. Como ela não estabeleceu seu desembarque como um dos termos do acordo, Barbossa decide que ela permanecerá a bordo do Pérola Negra.
Desesperado com o rapto de Elizabeth, Will sugere ao Comodoro que faça um acordo com Sparrow para levá-los ao Pérola Negra, no entanto Norrington não é receptivo; já que os piratas deixaram Sparrow para trás, não são seus aliados. Então, ele procura Jack na prisão e o liberta para que o leve até o Pérola Negra, que fica ancorado na Isla de Muerta, que não pode ser encontrada, exceto por aqueles que conhecem sua localização.

Aprendam agora como se apoderar do navio mais veloz da Marinha Real Britânica: primeiro se apodere do segundo navio mais rápido. Isso chamará a atenção dos guardas, e fará com que abandonem o navio mais veloz e invadam o outro para impedir que seja roubado, dando a você chance de fugir com o navio escolhido! Mas não se esqueça de inutilizar a corrente do timão do navio que ficou para trás, ou correrá o risco de ser alcançado. Não dá para negar que o Capitão Jack Sparrow é genial! Seria uma ofensa se referir a ele sem o “Capitão”.


Que ironia!
Agora que conseguiu o que queria, e estão a caminho da Isla de Muerta para resgatar a donzela em perigo, Will pode finalmente interrogar Jack sobre o motivo de ter aceitado ajudá-lo apenas depois de saber seu nome, e fica profundamente abalado ao descobrir que seu pai era o pirata Bootstrap Bill Turner.
Ao chegar em Tortuga descobrimos que Jack era esperado por um peculiar comitê de recepção...

E sem se abalar, Jack reencontra seu velho amigo Joshamee Gibbs, que está dormindo com os porcos, e o desperta com a maior sutileza do mundo: dando-lhe um banho de água fria.


E enquanto eles recrutam uma tripulação, Elizabeth é convidada a jantar com o Capitão Barbossa em sua cabine.

E enquanto ela come, o Capitão conta que o medalhão que ela usou em sua barganha é ouro asteca, uma das 882 peças idênticas que foram entregues numa arca de pedra ao próprio Cortez; dinheiro banhado em sangue pago para impedir a matança imposta por ele e seu exército. Mas a ganância de Cortez era insaciável, então todos os deuses pagãos lançaram sobre o ouro uma maldição terrível. O mortal que retirasse uma única peça daquela arca de pedra seria castigado por toda a eternidade. Barbossa e seus homens não acreditaram nisso e pegaram tudo, e gastaram com comida, bebida e prazer. Agora eles precisam devolver todas as peças à arca e restituir o sangue para quebrar a maldição que está sobre eles, e o medalhão que Elizabeth lhe entregou é precisamente a última peça que faltava, e é o sangue dela que deverá ser dado em restituição. Por isso não faz sentido matá-la... Ainda!
Elizabeth tenta matar Barbossa, e neste momento descobre que toda a tripulação do Pérola Negra não está entre os vivos, por isso não podem morrer, mas também não estão mortos.

Jack, Will e Gibbs conseguem reunir um grupo de bucaneiros tão loucos quanto eles e zarpam de Tortuga. No caminho, Will se inquieta por saber como Jack está se arranjando com aquela bússola, se ela não aponta para o Norte.

Finalmente, Gibbs conta o que sabe sobre a história de Jack. Não se conhece muito sobre ele antes de aparecer com a ideia de ir atrás do tesouro da Isla de Muerta. O Imediato o convenceu a lhe contar a localização do tesouro, e naquela mesma noite houve um motim, e Jack foi abandonado para morrer numa ilha deserta, mas não antes que enlouquecesse de calor.

Quando um pirata é abandonado, ele recebe uma pistola com uma única bala. Isso não serve muito para caçar ou ser resgatado, mas depois de três longos dias sofrendo de sede e fome, aquela pistola começa a parecer muito atraente.


Mas Jack escapou da ilha! Ele esperou três dias e três noites no raso do mar, até que os animais marinhos se acostumassem com sua presença, e na manhã do quarto dia, ele amarrou duas tartarugas marinhas com cabelos das suas costas para fazer uma jangada. E ainda tem aquela única bala, e só vai usá-la contra o seu Imediato amotinado: o Capitão Barbossa!
Ao chegar à Isla de Muerta, Will deixa Jack para trás e vai sozinho resgatar Elizabeth. A essa altura ela já sabe que os piratas nunca pretenderam matá-la, já que apenas algumas gotas de sangue de sua mão deveriam bastar para quebrar a maldição... Se ela fosse uma Turner legítima!


Então, enquanto Barbossa discute com a tripulação, Elizabeth e Will fogem, levando o medalhão. Neste momento Will se torna o segundo personagem da série a trair Jack, deixando-o para trás.
Quando Jack é descoberto, avariado ou bêbado, ele invoca o direito de Parolar, e negocia com Barbossa a posse do Pérola Negra pelo nome do verdadeiro filho de Bootstrap.


O Pérola Negra ataca o Interceptor para recuperar o medalhão, e acaba por afundá-lo. Então Will negocia a liberdade de Elizabeth em troca de quebrar a maldição. Mais uma vez, ele esquece de impor todos os detalhes do acordo, e Barbossa decide deixar Elizabeth e Jack na mesma ilha onde o abandonou anos atrás, com apenas uma pistola com uma bala, sugerindo ao pirata que seja cavalheiro, matando a dama e morrendo de fome.
Então Elizabeth descobre o segredo da fascinante fuga de Jack Sparrow da ilha, que outrora fora usada como esconderijo de contrabandistas de rum, mas graças ao Comodoro Norrington, eles abandonaram o ofício.

E como estão presos na ilha com um suprimento enorme de rum, eles enchem a cara e começam a cantar. No entanto, Elizabeth prova que é uma mulher com um fígado de aço, que mesmo depois de “tomar a garrafa quase toda”, está menos bêbada que Sparrow, um homem claramente acostumado a beber.
Quando desperta no dia seguinte, Jack vê que Elizabeth explodiu todo o rum para emitir um grande sinal no céu, e fica furioso, mas logo percebe que ela tinha razão, ao ver o navio se aproximando para resgatá-los.


A bordo do navio, Elizabeth aceita o pedido de casamento do Comodoro para que ele vá salvar Will, que neste momento está desvendando o passado de seu pai, e fica todo orgulhoso ao saber que, apesar de pirata, Bootstrap era um homem honesto.
Enquanto isso, Elizabeth é trancada numa cabine enquanto os marinheiros caçam os piratas, mas ela foge pela janela, e deixa seu pai falando sozinho do lado de fora.

Jack interrompe o ritual de Barbossa com o Turner certo, guarda consigo uma das peças de ouro asteca amaldiçoada, e convence o amotinado a tomar o navio da Marinha Real para começar uma frota.
Barbossa manda os piratas caminharem debaixo d’água para surpreender os ingleses, e apenas Pintel e Ragetti saem da caverna num bote, vestidos de mulher.

Enquanto os piratas amaldiçoados tocam o terror no navio inglês, Jack Sparrow e Barbossa travam uma batalha épica até o dia do Julgamento ao som das trombetas.

Elizabeth sorrateiramente sobe a bordo do Pérola Negra e liberta a tripulação de Jack. Enquanto isso, o Governador treme de medo dos esqueletos até ter sua peruca roubada...


A tripulação se recusa a ajudar Elizabeth a resgatar Jack e Will, então ela volta sozinha para a caverna do tesouro, bem a tempo de ver Jack finalmente disparar a bala que guardou para Barbossa durante dez anos, no momento oportuno em que Will quebra a maldição.


Os piratas, agora mortais, se rendem, e Jack seleciona o butim dentre os tesouros na caverna, enquanto Will perde sua grande oportunidade de se declarar à Elizabeth.


Traído pela terceira vez, Jack é levado à forca, após Will e Elizabeth receberem clemência. 


Lista de acusações contra o Capitão Jack Sparrow:
- Crimes contra a coroa;
- Pirataria;
- Contrabando;
- Falsificação de cartas de Corso;
- Retaliação;
- Fingir ser um oficial da Marinha Real Britânica;
- Fingir ser um oficial da Marinha Real Espanhola;
- Fingir ser um clérigo da Igreja Anglicana (Excuse-me?);
- Velejar sob falsas cores;
- Incêndio;
- Sequestro;
- Pilhagem;
- Banditismo;
- Furto;
- Depravação;
- Depredação;
- Descumprimento da lei em geral...
Isso, porque só foram citados os crimes mais NOTÓRIOS!
Finalmente, na pior hora possível, William Turner cria coragem e se declara à Elizabeth.

Ao badalar da última hora, ele arma a maior confusão para salvar o Capitão Jack Sparrow de sua execução.
Então nossa trinca de heróis se une contra os poderosos, e são finalmente libertados, graças à loteria genética que fez Elizabeth nascer filha do Governador.
Finalmente, o casal tem sua cena romântica, no lugar de onde ela despencou no começo da história, e que começou toda a confusão que os uniu, formando uma incrível simetria.


E Jack recupera seu precioso Pérola Negra, e parte rumo a novas aventuras.



2 comentários:

  1. Excelente!
    Ficou ótima a história contada dessa forma.

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    Respostas
    1. Obrigada! Fico feliz que tenha gostado ♥.
      Vou te convidar então para conhecer as outras reviews da saga:

      Reviews de Piratas do Caribe

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