Não Há Tolo Maior Que Um Coração Apaixonado...

em quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

 

O Grande Gatsby, um dos maiores clássicos da literatura mundial, é um retrato definitivo da próspera sociedade americana dos anos 1920. E foi justamente o interesse em conhecer mais sobre os costumes daquela década que trouxe essa gracinha às minhas mãos.

De cara eu percebi uma coisa, no mínimo, curiosa: o filme de 2013, com Leonardo DiCaprio no papel principal, foi bastante fiel ao livro, algo muito raro no cinema, especialmente nos nossos dias.

 

O GRANDE GATSBY

Título Original: The Great Gatsby

Autora: F. Scott Fitzgerald

Editora: Record

Páginas: 272

Gênero: Romance


Sinopse:

O grande Gatsby é o retrato definitivo da próspera sociedade americana posterior à Primeira Guerra Mundial.

Jay Gatsby, o anfitrião milionário de monumentais festas em sua mansão, suscita muita desconfiança em seus convidados no que diz respeito à origem de sua fortuna, obtida após sua participação na Primeira Guerra Mundial. Gatsby é apaixonado há anos por Daisy, uma aristocrata casada com o insensível astro esportivo Tom Buchanan, e prima de Nick Carraway, um corretor de títulos que vive em Long Island, em uma casa vizinha à do protagonista.
Ao ser enfim convidado para uma das festas da Gatsby, Nick se torna seu amigo e, por meio dessa relação, Gatsby busca se aproximar de Daisy na esperança de reatar o velho romance, agora que se tornou um homem rico e capaz de impressioná-la.

O triângulo amoroso entre Daisy, Gatsby e Tom começa a ganhar ares de tensão até que culmina em uma sucessão de tragédias, revelando a verdadeira face dos personagens e da sociedade aristocrata norte-americana da década de 1920, marcada pela busca pelo glamour e pelo materialismo desenfreado.

Escrito pelo célebre autor americano F. Scott Fitzgerald, O grande Gatsby é considerado uma das melhores obras literárias do século XX.

EEEEE

 

 

 Gatsby é apresentado como uma figura misteriosa, um milionário excêntrico, dono da casa mais exuberante da região, que a cada noite é aberta para uma festa. Ninguém precisa ser convidado; basta aparecer e desfrutar de sua hospitalidade. É natural que seu vizinho, Nick Carraway estranhasse o comportamento desta figura, principalmente tendo sido ele o único a de fato receber um convite para a festa na mansão.

Mas Gatsby não era meramente um milionário excêntrico e solitário. Ele passou o verão inteiro dando uma festa atrás da outra, enchendo sua casa de desconhecidos, na esperança de que uma pessoa comparecesse: o amor de sua vida, Daisy Buchanan.

Quando ele a conheceu, era Daisy Fay. Foi logo depois de retornar da Primeira Guerra Mundial. Daisy era uma debutante muito disputada entre os rapazes e muito invejada entre as moças. Gatsby, acostumado a ter todas as mulheres que desejasse aos seus pés, apaixonou-se perdidamente por Daisy, que, segundo ele, foi a primeira mulher “direita” que conheceu. Tenho a impressão de que o senso de julgamento do rapaz estava um tanto enferrujado, pois os rumos dessa história mostraram que o caráter de Daisy era bastante duvidoso.

Porém, naquela época, Gatsby era um pobre diabo, com muita ambição e nenhum dinheiro, dotado com uma elegância principesca, cuja educação cultural necessitava somente de lapidação, ou como Nick mesmo disse:

Ao contrário da crença popular, Gatsby não nasceu em berço de ouro. A origem exata de sua fortuna fica apenas subentendida no livro. Sabe-se que ele herdara US$25 mil (nos anos 1920, isso era mais ou menos equivalente a US$1 milhão em valores atuais, ou perto disso) de Dan Cody, um velho iatista que ele evitara que se acidentasse com o barco, e que depois se tornou seu benfeitor e seu amigo; todavia ele não chegou a receber esse dinheiro. A ex-mulher do cara acabou ficando com tudo. O que se supõe – inclusive, a questão foi levantada por Tom Buchanan, diante de Gatsby, e ele não desmentiu –, é que o rapaz tenha enriquecido contrabandeando bebidas. É bom lembrar que nos anos 1920 os Estados Unidos implementaram a Lei Seca, que proibia o consumo de álcool em todo o território nacional, e apesar disso, os americanos não deixaram de encher a cara. Embora provavelmente ganhasse a vida ilegalmente, em toda a narrativa Gatsby age como um exemplo de caráter e dignidade.

O romance com Daisy naufragou devido à pobreza do rapaz. Ela vinha de uma família abastada, e todos esperavam que se casasse com um ricaço, e não com um pé-rapado como James Gatz, vindo de uma família pobre do meio-oeste. Foi por ela que ele fez tudo o que estava ao seu alcance para se transformar em Jay Gatsby – nome que já tinha escolhido adotar, e que já usava quando a conheceu –, magnata da costa leste, cuja fortuna seria colocada aos pés dela como de uma rainha. Mas Daisy não teve paciência de esperar.

Nessa altura ele foi informado de que seu novo vizinho, Nick Carraway, que alugara um modesto chalé no terreno ao lado de sua mansão – por assim dizer, Nick morava na casinha do cachorro em seu quintal, quando comparamos as duas casas –, era primo de Daisy. E já que estava difícil fazer Maomé visitar sua montanha, ele decidiu estender uma ponte coberta com tapete vermelho até Maomé.

Depois de pedir a uma das frequentadoras de sua festa, uma golfista profissional chamada Jordan Baker – que, até então era o único elo de ligação com sua amada, sendo sua amiga – contar ao Nick que ele tinha conhecido Daisy antes de ela se casar com Buchanan, decidiu sugerir que Nick a convidasse para um chá em seu chalé, para que seu vizinho rico pudesse aparecer, assim, por acaso, e encontrá-la.

Baker confirmou que Daisy gostara muito de Gatsby na época em que o conhecera, e era fato conhecido, inclusive pelo próprio Nick, que o casamento da moça com Tom não ia bem das pernas. Recentemente, Nick passara um dia muito agradável na companhia de Tom e sua amante, Myrtle Wilson. Isso pode ter contribuído para que Nick concordasse em reaproximar Gatsby e Daisy.

Mas esse relacionamento, esse amor do passado não era mais como Gatsby imaginou. Ele passou os últimos anos alimentando as lembranças de seu romance com Daisy, e acrescentando detalhes que provavelmente só existiram em suas fantasias. E a verdade é que Daisy pode até ter sido a imagem da perfeição que Gatsby ainda amava, no passado; mas a Daisy que ele reencontrou já não correspondia mais às suas expectativas. Pena que Gatsby, mesmo vendo os sinais, tenha decidido ignorar.

Depois de um chocante confronto com Tom, em que seu caso com a esposa dele foi exposto, debatido e ridicularizado na presença de Nick e Jordan Baker, veio a tragédia. Gatsby era inocente no atropelamento, mas ao decidir ser um cavalheiro, não permitindo que alguém descobrisse que não era ele quem estava ao volante, acabou selando seu trágico destino.

E como aquela mocinha perfeita, sua amada e imaculada Daisy agradeceu? Virando as costas, e partindo sem nem mesmo olhar para trás, sem comparecer ao seu funeral, e sem ao menos dar um telefonema ao Nick para expressar seus sentimentos. Talvez porque não houvesse nenhum.

Quando peguei esse livro, não esperava que estivesse diante de uma das histórias mais encantadoras que já li.

O Grande Gatsby reflete as diferenças de personalidade, algumas singulares, e totalmente inesperadas que encontramos na sociedade humana. Era de se esperar que Gatsby, um homem que fez fortuna vendendo bebida ilegal fosse um canalha; que Tom Buchanan fosse um gentleman; que Daisy fosse uma donzela doce e apaixonada, uma mocinha meiga, e totalmente digna da afeição e da disputa entre esses dois homens. Mas não foi assim que as coisas aconteceram. Não foi essa história Francis Scott Fitzgerald escolheu nos contar.

Gatsby não era um canalha; Tom não era nada cavalheiro; e Daisy, sem dúvida, não era digna da adoração do protagonista. Daisy era egoísta, e embora gostasse de dizer que era infeliz no casamento, e de se mostrar indignada com as indiscrições de Tom, ela não o deixaria por nada no mundo, se Gatsby ainda fosse aquele pé-rapado que ela conheceu. Antes de tudo, Daisy amava o conforto, o luxo em que vivia, não importando quem estivesse pagando a fatura. Tom, apesar de não ter uma moral irrepreensível, fez questão de lembrá-la de suas qualidades, e das razões pelas quais ela devia tê-lo amado um pouquinho que fosse no início do relacionamento – além de seu dinheiro, é claro. Quanto a Gatsby, ele era um sonhador, um homem apaixonado e apegado à ideia de viver o seu amor ao lado de uma mulher que ele acreditava ser digna dele; de uma ilusão adolescente que ele alimentara durante anos, enquanto buscava se tornar digno dela. Mas principalmente, ele é um homem que foi coerente com seu caráter até o fim. Embora aquelas pessoas não merecessem seu sacrifício.

 

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